quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Os desdoutrinados


“Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus; senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o Seu Nome, ali sacrificarás a páscoa...” Deut 16:5 e 6

Instruções do Senhor a Moisés, que ele transmitia ao povo. Antes do êxodo, a cada um fora ordenado que sacrificasse a páscoa fechado, dentro de casa, tendo passado o sangue do cordeiro nas portas e janelas; nas ruas estaria passando o Anjo da morte.

Depois daquela situação prática, a mesma cerimônia deveria seguir anualmente, então, em memorial pela libertação que O Senhor operara.

Se, inicialmente todos o fizeram cada um em sua casa, quando se tornou memorial, o ritual passaria por uma mudança; “Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas portas que te dá o Senhor teu Deus; senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o Seu Nome...”

Deus mudou? Não. A situação mudou. A primeira celebração era uma emergência, uma necessidade para salvação; a segunda e as subsequentes, eram um memorial, uma festividade recordando didaticamente o livramento do Senhor.

Embora cada um tenha sido salvo em sua casa em particular, a comemoração disso seria coletiva, congregacional, comum.

Uma lição que os desigrejados e desigrejandos poderiam e deveriam aprender. Apegam-se pontualmente ao ensino que cada salvo é “Templo do Espírito Santo”, para derivarem daí, “conclusões” que não passam de confusões.

“Igrejas somos nós”, versam airosos de suas “descobertas”. Igreja é o aportuguesamento de “Ekklésia” palavra grega para assembleia. Poderia alguém ser uma assembleia em particular? Nesse caso, pode ser igreja. Como diz o humorista André Damasceno, “alguns têm um jeito singular de falar no plural.”

Embora a salvação seja individual, os salvos devem conviver, congregar, edificarem-se mutuamente; é a vontade do Senhor. “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10:25

Como faria sentido a diversidade de ministérios buscando a edificação, sem uma congregação para o devido exercício dos mesmos? “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé...” Ef 4:11 a 13

Unidade da fé, (maturidade) deve ser atingida por todos, dentro do “Corpo de Cristo”, a igreja. Todavia, se cada um é uma igreja como versam os tais, já não há mais unidade a ser atingida. Levando seus argumentos às consequências necessárias, pois, muitos aspectos dos ensinos de Cristo e dos apóstolos precisam ser descartados.

Uma fúria paralela desses, se volta contra o dízimo que seria uma coisa da Lei, e Cristo trouxe a Graça. Será? Abraão e Jacó pagaram dízimos. A Lei veio uns quatro séculos após.

Seria a Graça tão graciosa, que teria liberado geral? Vejamos: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo...” Mat 5:21,22 A Graça mais severa que a Lei; “... Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mat 5:27,28 De novo, severidade maior.

Quanto à punição pela desobediência diz: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10:28 e 29

A Graça fez por nós o que nos era impossível, acrescentou tempo para arrependimento que a Lei não previa, entretanto, trouxe responsabilidades muito maiores.

Quanto aos dízimos, O Salvador disse: “Deveis fazer essas coisas...” Mat 23;23 “Aqui (na Lei) certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, (em Cristo) porém, Aquele de quem se testifica que vive.” Heb 7:8

Certo que há muitos mercenários, mercadores da fé. Porém, a falta de caráter dos hipócritas mudará a eternidade para eles, não a doutrina para nós.

Além do suprimento das congregações, o dízimo honra, reconhece a grandeza daquele a quem o damos. “Considerai quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu dízimos...” 7:4

O Salvador ensinou que temos que escolher entre servir a Deus ou, às riquezas. Penso que muitos “zelosos” contra os dízimos, o fazem por inveja, não por zelo.

Os ensinos do Senhor são diáfanos; quem banca o obtuso, deve ter algum motivo para tornar opaco, o que é transparente.

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