sábado, 27 de janeiro de 2024

"Os filhos de Deus."


“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; tomaram para si mulheres de todas que escolheram.” Gn 6:2

Além da violência, a poligamia grassava, antes do dilúvio.

Duas correntes disputam sobre quem seriam os “filhos de Deus” que tomaram para si, tantas mulheres, quantas, desejaram.

Uns defendem que seriam anjos, que, seduzidos pela beleza das mulheres, deixaram seus estados originais, para copularem com elas; teriam alcançado filhos de gigantesca estatura. Certo que existiram gigantes naqueles dias, mas, esse fato no corrobora nada.

Outros acreditam que, a distinção entre os filhos de Deus e dos homens era uma leitura da condição espiritual de uns e outros; assim como hoje temos os convertidos e os que estão em inimizade com Deus;

ao longo do Antigo Testamento tivemos o “povo eleito” e os gentios; então, a descendência de Sete, por seu viés piedoso era tida como, filhos de Deus; ao passo que, a de Caim, pela razão oposta, eram os filhos dos homens.

Assim seria, meramente, a descendência dos piedosos misturar-se pela união carnal, com a dos ímpios.

Não é fácil tomar posição quanto a isso, dispondo de poucos dados, para nossos argumentos.

Alguém poderia obstar contra a leitura da condição espiritual, que, se apenas Noé e sua família foram salvos no Dilúvio, oito pessoas, não havia muitos “filhos de Deus” naqueles dias. Seria um argumento a considerar.

Contudo, os fatos narrados pelo homem tendem a sê-lo, a partir da perspectiva humana. Suponhamos que nosso país fosse destruído por algo semelhante ao dilúvio; uma dezena de pessoas sobrevivesse. Depois, resolvesse escrever como eram as coisas antes do evento. Talvez, no prisma religioso anotasse que mais de 70% da população era de “Cristãos”, tomando mera profissão externa como base, não a realidade espiritual, que é pífia, infelizmente.

Imediatamente após ao ato promíscuo, O Criador deu um sonoro basta! à humanidade. “Então disse o Senhor: Não contenderá o Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém seus dias serão cento e vinte anos.” V 3 Se, foram anjos caídos os culpados, por que o juízo incidiu sobre os homens?

Quando Pedro diz que alguns anjos “não guardaram seu estado original”, refere-se ao fato que, originalmente viviam em comunhão com O Criador, obedecendo-lhe; seduzidos pelo Canhoto, caíram da ventura original para a sina de demônios.

Aceita a ideia que eram anjos, se faz necessária uma questão mais: Poderiam eles se materializar ao ponto de possuírem semente humana, capaz de gerar filhos? Que muitas vezes apareceram na forma humana isso é narrativa recorrente nas Escrituras. Daí a gerarem filhos com mulheres, dá o que pensar.

Entre a vida plenamente espiritual e a carne, há um lapso que é difícil crer que foi superado apenas por desejos “carnais” de seres espirituais. Dos anjos, diz: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Heb 1:14

Tanto que, quando Deus desejou um Sacrifício Perfeito, precisou “preparar um corpo para Cristo”, pois; “... convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” Heb 2:17
“Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste;” Heb 10:5 “Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a Tua vontade. Tira o primeiro,
(sacrifício) para estabelecer o segundo.” Heb 10:8 e 9

Caso seres espirituais possam interagir no âmbito da carne sem um corpo como o nosso, teria sido necessário Jesus nascer de uma mulher?

Portanto, com o devido respeito aos que divergem, penso que se tratava de homens apenas; os “filhos de Deus”, porque se reputavam piedosos pela descendência; e os dos homens, por terem uma situação inversa.

O livro de Enoque? Se alguma fonte de doutrina necessária, estivesse escondida nele, acredito que O Criador, que preservou a pureza da Sua Palavra o teria validado também.

Pedro ensina que Cristo, “... vivificado pelo Espírito... pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé...” I Ped 3:18 a 20

Provavelmente se refere aos “filhos de Deus” que caíram; apenas, pode se rebelar aquele que estava em comunhão. Só é chamado desobediente, quem deveria obedecer. Quem sempre esteve espiritualmente alheio, não se rebelaria.

“... por isto foi pregado o Evangelho também aos mortos...” I Ped 4:6 Anjos não morrem; viram demônios. É tipo da coisa sobre a qual a gente opina, argumenta, sem pretensão de ser categórico, de estar certo.

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