quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Os velhos


“Ele logo a segue, como boi que vai ao matadouro, como vai o insensato para o castigo das prisões; até que a flecha lhe atravesse o fígado; ou como a ave que se apressa para o laço, não sabendo que está armado contra sua vida.” Prov 7:22,23

O jovem incauto, após a sedução de uma mulher adúltera. O contrário também a verdadeiro; a jovem imprudente, que venha a cair na lábia do homem adúltero, está sob o mesmo apreço.

A “moral” vigente no mundo é que cada um deve se “permitir”; é “lícito” tudo o que o faça feliz. Quem adverte das consequências, não passa de um enxerido querendo palpitar nas vidas alheias. Adultério, promiscuidade, homossexualismo, fornicação... “consideramos justas, todas as formas de amor”; dane-se!

Esse texto não pretende ser uma abordagem aos que estão na lama para convencê-los da superioridade da terra firme, na caminhada. Antes, visa esclarecer aos dúbios, que lutam entre desejos malsãos, e a vontade de agradar a Deus. Mesmo assediados pelas paixões carnais, guardam ainda certo temor, de estarem fazendo danos às suas almas, nas escolhas temerárias, que muitas vezes fazem.

É precisamente essa ideia de se autodestruir, que o sábio plasmou na sentença supra; “ele a segue como um boi que vai ao matadouro.” Acaso o dito animal seguiria tão “bovinamente”, se soubesse o fim da sua caminhada? “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

“...como o insensato para o castigo das prisões.”
Quantos cometem crimes que logo serão descobertos, e presos, por eles! O desejo pelos frutos dos bens mal havidos, tolhe o senso, de dever, respeito, prudência; vão ao encontro dos males, como quem vai ao mercado fazer compras. Muitos, antes das prisões colhem desditas ainda piores. “a flecha lhes atravessa o fígado.” Morrem durante assaltos, perseguições policiais.

As facilidades para pecar, em todas as áreas, podem soar “filosoficamente” como um direito a “ser feliz” ao dispor de alguém. Todavia, esse mundo é gerido por certo “príncipe”, cujo labor é “... roubar, matar, destruir.” Jo 10;10

Os “direitos” que ele apregoa, usando arte, filosofia, imprensa, política, redes sociais, eventualmente, religiões, até, são as iscas que atraem às armadilhas de morte eterna, que ele espalha. Os imprudentes caem, “... como a ave que se apressa o laço, não sabendo que está armado contra a sua vida.”

A absolutização do prazer sexual, até quando, as demandas do corpo já não o incluem como indispensável, quando o vigor físico já não o permite, é uma doença mui pujante, infelizmente; o sistema que a fomenta, oferece “atalhos” técnicas, suplementos, para que as suas presas continuem sendo presas, mesmo quando já não há motivos para isso. Há tantos remédios na praça a prometer o vigor juvenil para os velhos; quantos morrem em pleno exercício de suas “juventudes” recém adquiridas!

Houve um tempo em que os anciãos não eram estúpidos assim.

Como é comum o ser humano transferir suas culpas para onde puder, muitos colocam na velhice, o peso pelas suas infelicidades, cujas causas, são outras.

Ouçamos um velho sábio: “Muitos de nós lamentam-se, recordam os prazeres da juventude e, ao lembrar do amor, da bebida, da boa comida e de outros prazeres, atormentam-se como pessoas privadas de bens notáveis, que em outra época viviam bem e que, agora, nem ao menos vivem. Vários manifestam pesar pelas ofensas oriundas dos parentes e imputam à velhice a causa de tantos sofrimentos. Contudo, em meu modo de ver, Sócrates, eles se enganam a respeito da verdadeira causa de suas misérias, pois, se ela fosse realmente a velhice, também eu sentiria o mesmo desconforto, assim como todos aqueles que chegaram a esta fase da vida... Libertei-me do amor com o prazer de quem se liberta de um senhor colérico e truculento... No que diz respeito aos desgostos, aos aborrecimentos domésticos, estes têm apenas uma causa, Sócrates, que não é a velhice, mas o caráter dos homens. Se eles tiverem bom caráter e espírito equilibrado, a velhice não lhes será um fardo insuportável. Para os que não são assim, tanto a velhice quanto a juventude lhes serão desgostosas.” A República, Platão.

Dos velhos educados pelo Senhor, a perspectiva é bem diferente, pois; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto...” Sal 92:13-15

Claro que o sexo nos Divinos parâmetros teu seu valor, sua relevância; mas, a absolutização dele, tratá-lo como se fosse o sentido da vida, tende a nos cegar para bens paralelos muito mais valioso que ele. “Desejar mui violentamente, algo, cega-nos para o demais.” Pré-socráticos.

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