domingo, 28 de janeiro de 2024

Os ventos; a palha


“... assopraram ventos, combateram aquela casa e caiu; foi grande sua queda.” Mat 7:27

Em geral, quando pensamos em nossas “casas”, testadas pelos ventos, cogitamos provações de cunho particular; maledicências, privações, incompreensões, carências, enfermidades, etc. Essas coisas todas acontecem; mas, os ventos que colocam a prova a nossa fé vão muito além das incidências pessoais.

Preceituando a necessidade de aprendizado para a edificação, Paulo apontou o alvo e o motivo: Devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que, não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4:13 e 14

A negligência nisso foi constatada entre os hebreus, e eles levaram um puxão de orelhas bem rígido; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.” Heb 5:11 a 13

Ventos de doutrinas sopram continuamente; fazem enormes estragos nas nossas caminhadas espirituais, caso não estejamos devidamente edificados em Cristo.

O obreiro preparado se faz uma barreira contra as poluídas águas das heresias; porém, o que foi relapso, facilmente pode ser cooptado por doutrinas espúrias; presto se fará um divulgador dos enganos aos quais capitulou.

Veja diuturnamente, gente que nada aprendeu quando deveria, agora, refém de um simulacro sem vida, ensinado o que pensa saber, estando na estúpida posse do “brinquedo novo”, mais distante de Cristo do que antes, quando era apenas omisso.

Sinto vergonha alheia, quando ouço que um “evangélico” finalmente descobriu a “verdade” no catolicismo; outro, enfim, “entendeu” que deveria guardar o sábado; um terceiro “aprende” que os dízimos eram coisas do Antigo Testamento; após ele, aquele que, finalmente descobriu o “Nome Verdadeiro” do Eterno, passando a atacar, desfazer dos que não esposam o que “só ele sabe”; isso sem mencionar as falácias amorosas das tais “Igrejas inclusivas”.

À sombra de alguma dessas perversões doutrinárias, certamente buscará abrigo, aquele que, por relapso, deixou de buscar a edificação em Cristo, no devido tempo. Ventos testando a casa que, deveria estar na Rocha, mas, os fatos mostram que estava na areia.

Paulo foi categórico: “Não vos movais facilmente do vosso entendimento...” II Tess 2;2 O contexto era o da volta do Senhor; mas, certamente se aplica, o conselho, sobre a permanência na doutrina aprendida, como disse noutra parte: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1:8

Não há novidades teológicas a serem descobertas. Tudo o que era necessário foi dado em tempo; ensinado, estabelecido pela Doutrina dos apóstolos. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3:11

Antigo é esse conselho: “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará a sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24:21 e 22

Desde os dias iniciais da Igreja, os ataques a ela começaram mediante infiltrados; foi preceituado o devido combate, em defesa da sanidade da fé. “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4

A novidade desejável, necessária, tem a ver com os frutos da transformação operada em nós por Cristo; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida.” Rom 6:4

É muito mais fácil mudar nuances da fé, denominação, doutrina, que mudar o caráter pelas renúncias necessárias em submissão a Cristo. Esse tipo de mudanças, geralmente conta com incentivos externos; de gente de caminhos errôneos, e ousadas pretensões; cegos pretendendo guiar outros cegos.

Quem pretende acessar venturas na eternidade pelos degraus das facilidades, trai a si mesmo, sem fazer distinção entre o valioso e o vulgar. “... aquele que tem a Minha Palavra, fale Minha Palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23:28

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