quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

A obediência; possível


“A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1:12

Se Deus ordenasse coisas impossíveis de praticar, não seria digno de Sua Onisciência, que esperasse outra coisa, senão, desobediência.

A queda deixou o homem à mercê de uma rebelde contumaz, a carne; feriria a lógica, O Eterno demandar obediência dessa; “Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8;7 e 8 Era caso de impotência, não de exercício arbitrário.

Invés de ordenar algo que seria impraticável ao homem natural, primeiro, O Senhor “turbinou-o” mediante novo nascimento da água e do espirito; para que o renascido, doravante, pudesse agir como filho de Deus. O Senhor não requereu obediência, sem antes, torná-la possível.

Um diálogo em “O Pequeno príncipe”, ilustra: “- Imagine que eu ordene a um General que voe de flor em flor, como uma borboleta, ou, que escreva uma peça teatral, ou, que se transforme em gaivota, e ele não faça nada disso; quem de nós dois estaria errado?
- Seria o senhor. Afirmou o pequeno príncipe, convencido.
- Certo! Portanto, é preciso exigir das pessoas, somente o que elas podem dar. E continuou: A autoridade se sustenta, inicialmente, na razão. Se ordenar ao povo que todos se lancem ao mar, ficarão revoltados. Eu tenho direito de exigir respeito, porque minhas ordens são razoáveis.”
Antoine de Saint Exupéry O Pequeno Príncipe, Pg 60

O rei dessa história pode perfeitamente tipificar O Senhor. “Eu tenho direito de exigir respeito, obediência; pois, Minhas ordens são razoáveis, exequíveis.” Poderia Ele dizer.

Antes de Cristo, a humanidade não tinha escolha. Estavam todos mortos espiritualmente, incapazes de agir na dimensão que agrada a Deus.

O Senhor deixou patente que falava com “mortos” que podiam ouvir; crendo dariam um salto, para redenção da vida perdida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5:24 e 25

Não significa que a obediência seja fácil; seria preciso ser desonesto intelectual para afirmar isso. Apenas, que, após a conversão a desejável atitude passou a ser possível. Não é preciso que o “general voe;” basta que ouça a voz do espírito e obedeça, invés de rastejar ante o tentador. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo; e ele fugirá de vós.” Tg 4;7 Mais que obedecer a Deus, podemos resistir ao inimigo.

Antes tínhamos apenas uma natureza, caída, morta; após a regeneração, o espírito voltou à vida; a aversão natural que a carne tem à obediência, agora sofre o devido contraponto; para o espírito, a obediência não é um fardo, antes, um deleite; “meu fardo é leve e Meu jugo suave,” ensinou O Salvador; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;” Rom 7:22

O salmo primeiro promete venturas ao que, depois de separar-se de ambientes e pessoas más, “... Tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão; tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1:2 e 3

Mais que possível, pois, ao homem espiritual a obediência é deleitosa; porque, a comunhão com O Santo, de longe supera aos mais rebuscados prazeres que a carne possa propiciar.

Todo convertido é um pouco como Rebeca, dentro da qual, quando grávida de gêmeos, dois povos, “Esaú e Jacó” pelejavam pela primazia. O cristão assiste no “Coliseu” íntimo, o gládio da carne contra o espírito, sendo ele, o “César” que decide quem deve perder. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5:24

Essa venturosa escolha demanda obediência, do que ouvimos; porém, faculta comunhão, silêncio na consciência, pela ausência de motivos barulhentos; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8:1 e 2

O poder de obedecer não forja supercrentes desses pavões, bobos alegres, que nem o tentador se aproxima; antes, capacita a que façamos as melhores escolhas, e nos incomoda rumo ao arrependimento, quando, falhamos por não as fazer.

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