sábado, 26 de janeiro de 2019

A Bem da Verdade

“Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade.” Is 26;2

Critérios para entrar na Cidade da Salvação; “... nação justa que observa a verdade.” Dois conceitos grandemente deturpados atualmente: Justiça e verdade.

As pessoas pelejam por justiça quando se sentem prejudicadas; e ignoram-na quando lhes é demandada como um dever. Contra mim tudo é injustiça; à favor qualquer desequilíbrio é justo. Mais ou menos assim a “moral” vigente.

Verdade costumam dizer que cada um tem a sua. Circula nas redes sociais um desenho engenhosamente calculado; duas pessoas voltadas uma para a outra; entre elas um conjunto de traços que, visto de um lado parece três corpos e de outro, quatro. Como essa “Maravilha lógica” pretendem demonstrar que, cada um tem sua verdade e ambas são válidas. Uma ova!!!

Imaginemos um pleito esportivo, um Grenal. Pergunte-se a dois oponentes quem vencerá e cada um terá sua “verdade” diferente do rival.

Os fatos falarão e, um deles poderá estar certo; ou, ambos errados. Poderá dar empate onde ambos afirmavam vencer, ou, um placar elástico que nenhum esperava. Cada um tem sua opinião. Que, como o desenho aquele, vista pelo seu lado parece certa. Mas, se mudar de lado parecerá diversa. Verdade não é assim. É absoluta; prescinde dos relativos apreços particulares.

Do advento do Salvador A Palavra de Deus vaticinou assim: “Misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Aparente contradição no que tange ao juízo; misericórdia, que sugere complacência, perdão; e justiça que requer equidade. Como a justiça demandada por Deus estava fora do nosso alcance, (“Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores; feito mais sublime do que os céus;” Heb 7;26) para que a Justiça se cumprisse perante O Santo, para conosco se tornaria misericórdia, favor, uma vez que por inadequados ao papel não poderíamos pagar o preço, e Jesus Cristo pagou por nós.

Entretanto, se, a dosimetria do juízo varia de misericórdia a juízo, esse sobre Cristo, aquela oferecida a nós, em ambos os casos a verdade assessora. “Misericórdia e verdade se encontraram... verdade brotará da Terra e a Justiça olhará dos Céus.”

Daí, quem tem problemas com a verdade pare de mentir para si mesmo supondo-se em paz com Deus. “Santifica-os na verdade; Tua Palavra é a Verdade.” Jo 17;17

Quem despreza À Palavra de Deus, por religioso que seja está alienado; olhando fanático pro desenho engenhoso de Satanás calculado para cegá-lo. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

O desenho religioso tem sido muito eficaz para produzir e manter cegos espirituais que, invés do exercício da consciência no Espírito que os purificaria segundo Deus, empanturram-se de drogas espirituais que, antes de fazer luzir a verdade, Cristo, entorpecem a consciência na presunção de aceitação por obras; aí dizem estupidamente: “Todas as religiões são boas; todos os caminhos levam a Deus.”

Ouçamos à Verdade: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6

Verdade espiritual exige sintonia fina entre palavras e atos. Se professo fé em Deus como a maioria faz, contudo atuo avesso à Verdade por Ele revelada apenas aumento minha culpa acrescentando aos meus muitos pecados, o pecado da hipocrisia. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis e desobedientes; reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Pois, a “Cidade da Salvação” aludida por Isaías tem muros e antemuros; “... Deus pôs a salvação por muros e antemuros.” 26;1 Diferente do reino do Anticristo em construção onde, pessoas serão forçadas a entrar, marcadas com “ferro em brasa”, no Reino de Deus, pessoas rasas, supérfluas, tímidas, preguiçosas são desencorajadas; nem percam tempo. “Qualquer que não levar sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” Luc 14;27

Para salvação será aceita apenas a “Nação justa que observa a verdade”. A verdade é que somos todos pecadores; jamais seremos justos por méritos próprios; por isso devemos tomar para nós a Cruz de Cristo; para que a Sua Justiça nos seja imputada para justificação. Feito isso, sendo Nele regenerados, buscar conhecer a Luz; Sua Palavra e nela andar. “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que, não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

A verdade expõe nossa feiura; mas há um quê de beleza rara em sermos verdadeiros nesse mundo de mentiras, que compensa essa ousada exposição.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Inteligência e Sabedoria

“Ouvi, ó Céus! Dá ouvidos, tu, ó Terra! porque fala O Senhor: Criei filhos e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento; meu povo não entende.” Is 1;2 e 3

Quando demanda atenção dos Céus Terra à Sua Fala, O Senhor refere-se aos habitantes racionais de um e outro plano; anjos e humanos. A inter-relação entre Céu e Terra permeia a revelação Bíblica. O que fazemos aqui repercute lá.

Antecipada a Jacó a vinda do Salvador, foi lhe mostrado uma escada que unia ambos os planos, pela qual, anjos subiam e desciam.

Quando da conversão de um pecador há festa nos Céus. O que são nossas orações, cultos, senão, conexões entre a Terra e o Céu?

Ainda; poderes celestiais ampliam seu conhecimento da Sabedoria Divina observando as mudanças que Seu Espírito opera em nós. “Demonstrar a todos a dispensação do mistério, que, desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” Ef 3;9 e 10

Não obstante, O Eterno nos ter dado o dom da inteligência, a vontade enferma pelo pecado deixou a espécie humana numa posição inferior aos animais. “O boi conhece seu possuidor; o jumento a manjedoura do seu dono; mas, meu povo não entende.” Há nesse texto uma sutil ironia aos anjos que caíram, bem como, uma exortação aos que permaneceram fiéis; “criei filhos e engrandeci-os; mas, eles se rebelaram contra mim...”

Não que a inteligência seja uma coisa má; porém, atuando de forma autônoma como o traíra sugeriu, comendo da árvore da Ciência invés de, da Árvore da Vida, o homem coloca-se numa posição de êmulo, rival de Deus, não, de servo. E “Não há sabedoria, inteligência, nem conselho, contra o Senhor.” Prov 21;30

Ouvindo, o ímpio, a mensagem de arrependimento, ao passar pelo crivo da sua morte (seu cérebro rebelde, digo) seu senso de “justiça” de lógica confunde-se e rejeita por lhe parecer loucura. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

O ego nasceu justamente, após o primeiro casal desejar a sedução maligna de independência; a regeneração proposta desafia-o ao “suicídio”; “negue a si mesmo tome sua cruz e siga-me.” Isso é loucura.

Acontece que sua “autonomia” é eventual, temporal, limitada. “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito para retê-lo; tampouco, tem ele poder sobre o dia da morte...” Ecl 8;8 Além disso, acrescento, ninguém poderá escolher por si mesmo onde passará a eternidade nesse contexto; não irá pra onde desejar; será levado para onde a Justiça Divina determinar.

O pecador rebelde que se mostra avesso ao apelo do Evangelho não passa de um doente terminal insubmisso que recusa medicação com seus “direitos” na ponta da língua: “Deixem-me morrer em paz”.

Nossa peregrinação terrena é uma redoma de tempo e espaço que ganhamos pra reencontrarmos a casa paterna mediante Cristo. “De um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

A inteligência natural é combustível pro orgulho; “O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria.” Aquela pode ser usada a serviço do mal. Armas de destruição em massa são filhas do engenho da inteligência humana.

A sabedoria é afetiva, moral; identifica seus hospedeiros com valores celestes. “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade ou, hipocrisia.” Tg 3;17

Nela, as coisas insanas que nos fazem menores que os animais desaparecem; “Falamos sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; e nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;7

Não é uma abstração filosófica, teórica, útil apenas para ginásticas mentais; antes, a fonte d’onde manam nossas ações; “... se a conhecessem nunca crucificariam...” De posse do saber mudariam o agir.

Enfim, abdicando da pretensão de autonomia e ouvindo a Voz de Cristo, nos tornaremos ovelhas; animais totalmente dependentes do Pastor. Aí já nem importa quanto sabemos desde que, saibamos que estamos seguros após Ele.

“Quando tira para fora suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas o seguem porque conhecem a Sua Voz.” Jo 10;4

sábado, 19 de janeiro de 2019

Grandes miudezas

“Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.” Luc 22;27

Diferente dos domínios humanos, onde, os grandes ostentam autoridade, no Reino de Deus deveriam, simplesmente, servir. “Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; quem governa como quem serve.” V 26

É a errada percepção da autoridade que leva muitos a desejarem-na. Se, vissem-na estritamente como é, dever, não, poder, nem tantos pelejariam por lugares altos como se vê diuturnamente.

Imaginemos um indigente que achasse a farda de um tenente e a vestisse; isso faria dele um tenente? Não. A ostentação visual, embora pudesse enganar um incauto ou outro, não combinaria com a essência do que envergaria as vestes.

Assim, as “unções” disso ou daquilo, “apostólica” até, de nossos dias. Aquilo que não proceder de Deus, nos domínios espirituais, não passa de uma farda indevida usada por um indigente. O serviço abnegado não confunde, nem engana. A pretensão de grandeza, sim, quando se mascara de humildade.

A autoridade veraz procede do Pai; prescinde da pompa e circunstância dos aparatos humanos.

Pensemos num grande palácio, onde, além de serviçais, mordomos, haja escribas, príncipes, sábios, conselheiros, um rei e um prisioneiro acusado de tentativa de estupro. Quem seria o menor ali? Óbvio que o detento. Estou falando de José no palácio de Faraó; muitos já perceberam.

Dada a demanda, interpretar a um sonho do rei, que se revelou impossível a todos os demais Deus pegou ao menor de todos e o investiu de autoridade tal, que, apenas o rei ficou acima dele; foi guindado ao segundo posto. Quem o ungiu vice-rei? O Próprio rei, aliás, reconheceu que havia Algo especial nele. “... Acharíamos um homem como este em quem haja o Espírito de Deus? Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.” Gn 41;38 e 39

Iniciativa soberana de Deus, depois de permitir que seu escolhido padecesse injustiças por muitos anos mantendo-se fiel. A “indigência” de José ante o império egípcio não era vista assim aos Olhos de Deus.

Então, nossa preocupação no Reino deve ser com a justiça e o devido serviço. Se, eventualmente O Eterno guindar a um que Ele desejar a lugares mais altos, como fez com José, isso fará aumentar muito mais a carga de responsabilidade, de trabalho.

Essa doença que nos faz ter centenas de “apóstolos” em pleno século 21, quando, Paulo disse ser o último deles atrasado e indigno, essa doença, digo, deixa patente que invés de serviço abnegado a maioria busca poder, exaltação na Terra.

Não digo que perderão necessariamente a salvação por causa disso; o Senhor julgará cada um. Mas, admitindo que muitos sejam salvos; por terem se apressado à herança de honra reservada aos santos, na hora dos galardões poderão ser os últimos da fila, quando, abatida dos seus quinhões a porção previamente dilapidada.

“A herança que no princípio é adquirida às pressas, no fim não será abençoada.” Prov 20;21

O Salvador advertiu aos que desejavam os primeiros assentos do risco de se envergonharem depois; “Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno que tu; vindo o que convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar.” Luc 14;8 e 9

Ora, quando O Senhor escolhe, Ele confirma. Assim, até uma vara seca floresce e produz; como a de Aarão. No mais, os calores derivados da febre da vaidade serão cabalmente desfeitos quando a fria realidade mostrar a vera estatura de cada um.

A Palavra traz de modo claro a postura que nos convém; “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus... que... esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente; lhe deu um Nome que é sobre todo o nome;” Fp 2;3 a 9


Notemos que a iniciativa de Jesus Homem foi de submissão, serviço, esvaziamento; e exaltação a contrapartida derivada de Deus Pai.

“Ser humilde com os superiores é obrigação, com os colegas é cortesia, com os inferiores é nobreza.” Benjamin Franklin

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

A Imagem da Besta

“... um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Elias fugitivo de Acabe foi protegido por Deus na casa de uma estrangeira; Eliseu foi ignorado por muitos leprosos que havia em Israel e buscado por Naamã, um siro.

Tendemos a trocar o certo pela “promissora” incerteza do desconhecido. Sobre O Messias, aliás, queriam que fosse alguém assim, desconhecido, oriundo do “nada”. “Não é este Jesus, filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos...?” Jo 6;42

“Bem sabemos de onde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde ele é.” Jo 7;27

Quando os sábios do oriente inquiriram pelo Messias recém nascido disseram que deveria nascer em Belém, pois, estava escrito que de lá sairia o futuro Rei. Então, sabiam mais do queriam admitir.

Quando a vontade rebelde dá as cartas o sofisma vira coringa; sempre a verdade perde o jogo. Só que, a verdade perder em algo tão sério como, salvação é mui grave. Somos nós que perdemos nosso bem mais precioso, a vida.

Essa sede por “revelações” faz a fortuna dos “profetas” de facilidades; invés, de aprofundarem-se no que é infalível, vital e está disponível a todos; A Palavra de Deus.

É que, A Palavra invés de um embelezamento superficial do que é feio, estilo Photoshop, revela nossa feiura, nossas sujeiras e manda que nos lavemos no “Tanque de Siloé”.

Os falsários ignoram nossas mazelas todas, acenam com grandezas, fama, dinheiro, “vitória”, chave disso ou daquilo, cuja condição requerida é crer; dizer, amém. Até quando seremos suicidas imbecis assim? Até quando seremos títeres de falsários acreditando em mentiras quando carecemos desesperadamente da verdade?

Na minha infância eram tidos por tolos, idiotas os que acreditavam em horóscopo; fui um deles. Os caras erravam 29 dias do mês e adivinhavam a nuance mais relevante de um; pronto. Consagravam-se.

Hoje a tolice está pós-graduada. Temos sistemas de “previsões” eletrônicas cujo manancial de possibilidades não excede a uma centena de variações quando muito; mas, nesse escopo “encaixa-se” toda a humanidade.

A coisa sabe quem fui em “outra vida” (fui Leonardo Da Vinci) como é minha personalidade, quanto por cento eu sou honesto; 147%. (parece o diabo rindo dos cérebros que matou) Sabe ainda o que esse ano me trará; as palavras-chave da minha vida, etc.

Pessoas consultam isso e compartilham; mas, dirão; só por brincadeira. Perigosa brincadeira! Sempre infla nosso lado mais perverso, o orgulho. Ou, alguém já descobriu que em outra vida foi ladrão, prostituta, que seu aspecto marcante é a hipocrisia, ou que esse ano lhe trará oportunidade de arrependimento, conversão? Nunca. A Coisa é programada para drogar, não para despertar.

Uma geração de suicidas desprezando ao Messias por ser “conhecido” demais e dando ouvidos a um sistema ignoto cujo produto deixa pistas de que é operado pelo maligno. A tecnologia como está lembra uma passagem do Apocalipse onde, a “Imagem da Besta” fala.

A crença comum é que agradar a Deus requer separação dos maus com seus procedimentos; fazendo isso eu serei “do bem” e estará tudo certo, será? Ora, que a separação dos maus é requerida isso é pacífico; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

O conselho, o caminho nem o convívio dos maus deve ser o meu; todavia, isso é um aspecto da questão apenas.

Usemos um vaso como figura e parafraseemos; “Bem-aventurado o vaso que não se enche de estrume, nem de urina muito menos de lixo.” Ok. Mas, segue sendo algo vazio apenas; não é esse o intento do Senhor.

Além da rejeição ao que suja, contamina, devemos fazer a opção pelo que santifica; o relacionamento que Deus tenciona conosco mediante Sua Palavra; “Antes tem seu prazer na lei do Senhor e na Sua Lei medita de dia e de noite.” V2

Ocorre-me o incidente em que Labão perseguia belicoso ao genro fugitivo Jacó; Deus lhe falou de noite que nada de mal fizesse a ele. Como seria se, Deus falasse conosco antes de cada porcaria que intentamos fazer? Ele Fala. Mas, estamos surdos.

A profilaxia da alma que previne contra todos os pecados é A Palavra de Deus. Mas, invés do aprofundamento nela a maioria diverte-se com “O Sistema”.

Não que, as pessoas prefiram ao desconhecido por conhecerem demais À Palavra. Mas, conhecem o suficiente para saber que ela corrige, educa, disciplina, limita; então, muito melhor a besta que fala. Ela incha a vaidade, o orgulho, acarinha pecadores; lhes canta canções de ninar.

Será um inferno perder a salvação e descobrir lá, que na “vida passada” foi um estúpido que tratou pérolas como cascalho.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Mortal Combate

“A morte não nos concerne, pois quando vivemos a morte não está aqui. Quando ela chega, não estamos mais vivos.” Demócrito

“Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: Ele não me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra.” Mário Lago

Abordagens bem humoradas no que tange à morte. Ou, com disse ainda o “filósofo” Tiririca; a “Disgraça da morte é que ela acaba co’a vida da gente”.

Mas, falando sério, são ambientes de profundo pesar, tristeza, que ensejam as reflexões mais hígidas e nos purificam das superfluidades ocas do dia a dia.

Os gregos chamavam ao choro profuso e contrito de “catarse”. Ou, purificação. Apostando nessa “medicina da alma” escreviam suas incisivas tragédias, cujas revelações e morticínios ocorriam no epílogo e levavam a plateia que frequentava teatros, ao choro copioso.

Diferente dos dramas insossos atuais onde, no último capítulo até cachorro e macaco encontram seu par e vivem “felizes para sempre”; aqueles, afeitos ao pensar mais sóbrio usavam a arte com um viés existencial filosófico permeando-a. Iam além do mero entretenimento, pois.

Por esse viés que Salomão avaliou como melhor o ambiente fúnebre que o festivo; nesses os homens se perdem; naquela, alguns podem se achar. “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens e os vivos o aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

No verso seguinte ampliou: “Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Por fim, aquilatou a sapiência humana em face às escolhas; “O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.” V 4

Qualquer um se resigna diante d'uma tragédia onde sua vida esteve em risco, se, no fim, mesmo perdendo muitos bens materiais ela acaba preservada. “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” Dizem.

Entretanto, desafie-se aos mesmos para que abdiquem dos “anéis” dos prazeres pecaminosos para que os “dedos” da vida espiritual sejam preservados; logo teremos que lidar com desafetos.

Uns abertamente nos afrontam; outros insinuam nas entrelinhas que cuidemos de nossas vidas, pois, nossa preocupação com o final das deles soa-lhes a intromissão.

Óbvio que, cada um tem sua escala de valores, prioridades; em função da sua percepção de mundo faz suas escolhas e aquilata aos seus bens.

“Os asnos preferem palha ao ouro” Estobeu.

Ou, “São as necessidades que determinam os valores” Platão.

Assim, se estiverem convencidos que necessitam “curtir a vida;” como dizem, será esse seu valor axial em torno do qual orbitarão suas escolhas.

Acontece que nossa inter-relação é necessária de maneira tal, que, torna-se absolutamente impossível cada um cuidar estritamente de si sem se “intrometer” na vida alheia.

Suponhamos que, alguém lendo isso aborreça-se comigo e diga-me: “Vai cuidar da sua vida!” Ao me “aconselhar” sobre o que devo fazer estaria intrometendo-se na minha; e isso em reação porque ingeri na dele?? Mas, se ele é contra fazer isso, por quê faz?

Na verdade somos sociais, gregários, interativos; ninguém é feliz sozinho. O que causa ojeriza à maioria das pessoas é a ideia que estando erradas estejam também nuas; isto é, serem vistas.

Assim, criam um implícito acordo de não discordar; cada um na sua; “folhas de parreira” com as quais, Adões e Evas modernas pretendem ignorar ao Criador e Seu Chamado; ficam sob diretriz do inimigo que disse: “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.”

Nesse prisma, seu bem é dar vazão a todos os desejos, por mortais que sejam; o mal, alguém da parte de Deus ousar chamar de volta aos domínios da sensatez, da vida em Cristo.

Mas, os intocáveis donos das próprias vidas, quando a morte chama algum dos seus, recolhem por um momento as afiadas garras do Wolverine com as quais atacam quem lhes adverte; claudicam temerosos, inseguros, cogitando se, a próxima “senha” na chamada da morte não seria a sua.

“O telhado consertamos em dias de sol, não, quando chove”
J. F. Kennedy

Então, os “intrometidos” que tentam nos advertir para que estejamos preparados ante ao possível chamado da “dama de preto,” gostemos ou não, são providenciais anjos de Deus que veem nossas telhas quebradas e a chuva que se avizinha.

“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

O Salvador chamou a diligência nos bens espirituais de “Tesouro nos Céus”, sábia providência para o além.

Os que deixam conselhos malignos e se abrigam Nele podem dar pêsames à morte por sua tentativa frustrada; “Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde está, ó inferno, tua vitória?” I Cor 15;55

O Veneno da Verdade

“Estevão, cheio de fé e poder fazia prodígios; grandes sinais entre o povo.” Atos 6;8

A saga rumo ao apedrejamento não foi por algum sacrilégio, feitiçaria, adultério; por exemplo. O Espírito Santo capacitara Estevão a fazer prodígios, milagres entre o povo.

Quando um falsário tipo João de Deus faz suas mandingas e perversões temos cumplicidade, aquiescência, silêncio; porém, a um veraz, presto surge oposição.

A causa é a mesma desde Caim; inveja. “Também vi que todo trabalho e destreza em obras traz ao homem, a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

“Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, cireneus, alexandrinos, da Cilícia, Ásia e disputavam com Estevão.” V 9 Chama atenção a facilidade que a maldade tem de recrutar adeptos, dirimir diferenças movida pelo ódio comum. Contra Cristo, escribas, fariseus, saduceus, herodianos, malgrado, as diferenças e rivalidades uniram-se.

Agora; libertinos, cireneus, alexandrinos, cilícios, asiáticos todos “falavam a mesma língua”. Acho que isso explica porque o ecumenismo é tão fácil, tão natural para muitos.

Em comum o afrouxamento doutrinário, abandono da ortodoxia bíblica, que, A Palavra chama de “libertar-se” de Cristo; motim. “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra seu ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, e sacudamos de nós suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Voltando aos oponentes de Estevão; tinham um problema maiúsculo. “Não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.” V 10 Natural evocar o texto de Paulo que diz: “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Poderia aqui um apressadinho objetar: “Como nada se, eles terminaram matando o que falava a verdade”? Paulo estava escrevendo aos cristãos de Corinto; assim, nada podemos contra a verdade os que somos cristãos. Ainda que ousemos contra ela, no fim, culminará em nada; pois, “ficarão de fora os mentirosos...”

Aqueles, porém, como a verdade não lhes era favorável recorreram ao “plano B”; “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.” V 11

Almas prostitutas que topam tudo por dinheiro sempre existiu. Para tais, qual problema de contar solenemente uma mentira e faturar algum? Nesse sentido que Salomão ensinara que poder para vida ou morte está em nossa língua. Não como fazem parecer alguns falsários, que, nossa palavra tenha virtude como a de Deus.

Assim, acusando Estevão de Blasfêmia teriam atenção do Sinédrio; porém, para reforçar buscaram mais; “Excitaram o povo, os anciãos e os escribas... v 12

A multidão - diziam os gregos – é uma besta acéfala. Ou seja: Um monstro sem cérebro. Desgraçadamente é. Claques são contratadas em programas de auditório para aplaudir, o que, interesses mesquinhos mandam; e o restante do povo aplaude junto. Se, num ajuntamento como o que promoveram contra Cristo meia dúzia de incendiários começasse a gritar: “Crucifica-o” dali a pouco seria uníssono; e foi.

Essa acefalia suicida faz a fortuna de populistas; políticos, artistas ou falsos profetas. Os inocentes úteis; gado que berra que lhes mandam por absoluta inépcia na arena do pensamento.

Enfim, Estevão no tribunal exerceu direito de defesa. Seu discurso é uma joia de conhecimento escriturístico. Impecável. De Abraão, Isaque, Jacó; passou pelos Patriarcas, Profetas sem omitir nada relevante; até que chegou a Jesus Cristo.

Porém, quando concluiu que Esse era Inocente, que fora por eles assassinado foi a gota d’água; perdeu sua audiência. “Ouvindo eles isto enfureciam-se em seus corações; rangiam os dentes contra ele.” V 54

Não houve um veredicto oficial. Pelos crimes tais, previstos nos códigos tais, o réu fulano de tal é condenado por esse tribunal à pena tal. Nada. O tribunal era o principal réu na acusação de resistir à verdade; fora o Sinédrio que entregara O Salvador aos romanos e incendiara à “besta acéfala” pedindo a crucificação.

A condenação do infeliz foi sumária, emocional, selvagem. Levaram-no à força e cobriram de pedradas até à morte. Deprimente, quando, o Tribunal que deveria evitar o crime comete-o. Isso lembra algo?

Esse incidente é didático para entendermos por que a Palavra de Deus é tão combatida, e seus ministros probos odiados. Ela ameaça aos ímpios com seu “veneno” letal, A Verdade. Subornaram Darwin, Nietzsche, Marx, Sartre, etc. contra ela e não adiantou.

Como Estevão, destemidamente continua deixando nus, todos os assassinos de Jesus Cristo. Contudo, ela não os apedreja; tão somente exorta a que se arrependam e promete perdão.

O mesmo Senhor que se levantou do trono para honrar à fidelidade de Estevão É O Fiador da regeneração de todos que se arrependem.

Isso, ou, o mega motim que se forma já, sob a batuta do Anticristo para a eterna perdição.

sábado, 12 de janeiro de 2019

O Juízo e o Perdão

“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo...” Gên 31;29

Labão perseguindo ao fugitivo Jacó; queixando-se que o genro saíra furtivo, invés de fazer uma despedida solene, com festa. “Por que fugiste ocultamente, e lograste-me; não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, cânticos; com tamboril e harpa?” v 27

Como, então, a despedida tencionada por Labão era apenas no reino das palavras, não, dos fatos, poderia acenar com as bondades que quisesse. Porém, no trato com seu genro durante umas duas décadas se revelou um trapaceiro.

Foi firmado nesse histórico, que Jacó decidir sair de fininho; “Então respondeu Jacó: Porque temia; pois, dizia comigo, se porventura não me arrebatarias tuas filhas.” V 31

Prometera Raquel em casamento, mas dera uns vinhos a mais ao feliz e babaca nubente, e “no escurinho do cinema” empurrara a filha mais velha, Lia. Depois exigira novo dote de sete anos de serviço por Raquel, fazendo valer os primeiros sete num “acordo” sem participação de Jacó; Nos tratos sobre posse dos rebanhos, não raro, mudara em busca de vantagens. Ora, sempre vivera de modo a gerar desconfiança com ações indignas; agora reclamava da desconfiança de Jacó?

Parece com alguns de nosso tempo que passam 24 horas por dia falando dos “fofoqueiros”. O espelho deve ter quebrado.

Não que Jacó fosse um primor de caráter; trapaceara também no tocante a Esaú seu irmão. Deus o punira fazendo sentir na pele mil vezes mais. Porém, na relação com seu sogro nada devia, para ser assim inquirido por aquele. Na verdade fora muito prejudicado.

“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai...” Não havia poder nenhum; dependia do aval Divino. A mensagem era: Meus homens são mais numerosos que os teus; se, pelejássemos estarias perdido, mas Deus não permitiu.

O Eterno diz: “Minha é a vingança; Eu darei a recompensa.” Recompensara ao trapaceiro Jacó fazendo-o sofrer nas mãos de outro maior; e, lançara em rosto do vil Labão seu caráter indigno. Tudo estava no devido lugar. Cada um com sua recompensa.

Um ufanista da moda lendo esse texto subiria na mesa dizendo: “Tá vendo, ninguém toca num escolhido de Deus; Ele não permite.” Não???

Ouçamos Jacó: “Estava eu assim: De dia me consumia o calor, de noite a geada; meu sono fugiu dos meus olhos. Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, seis anos por teu rebanho; mas, o meu salário tu tens mudado, dez vezes. Se, o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo, por certo me despedirias agora vazio. Deus atendeu minha aflição; ao trabalho das minhas mãos e repreendeu-te ontem à noite.” VS 40 a 42

Jacó fora tocado em sua saúde, na honra, justiça. Deus pôs o limite ao juízo. Quando põe, nem o inimigo pode tocar; como vimos na saga de Jó.

Pegar um incidente pontual desprezando o contexto e tripudiar em cima dele, não é interpretar à Palavra de Deus; é falsificar.

Porém, há em nossas mãos poder para fazer mal ao semelhante, dado que, arbitrários somos. Como naquele caso, a atuação do mal só será impedida se, ouvirmos a Voz de Deus.

A Palavra que ensina que a recompensa é dada pelo Senhor; no tocante a nós preceitua uma “vingança” do avesso; “Se, teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede dá-lhe água para beber; Porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o Senhor te retribuirá.” Prov 25;21 e 22

Paulo reitera: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.” Rom 12;19 e 20

Muitos, como Labão, passam suas vidas agindo mal contra inocentes. Ao menor sinal de contrariedade sobem na mesa pedindo “justiça”. Cuidado! Deus pode atender suas petições.

O cerne da doutrina cristã é o perdão. Não sendo assim não há salvação. Todo perdão implica uma injustiça coberta com o manto do amor.

E aquele que brada por justiça quando supõe-se no direito, também terá que lidar com ela quando, no dever.

Quando Deus trata nossos pecados em misericórdia retribui ao mal com o bem. Demanda que perdoemos só por querer que Seus filhos se Lhe pareçam; “... fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos...” Mat 5;44