quarta-feira, 17 de abril de 2024

Os conselhos


“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Conselheiros são uma coisa boa. Uma dádiva ter alguém que enxergue mais longe, para nos ajudar a encontrar o caminho. Os reis na antiguidade tinham os seus para as decisões importantes. Muitos inda têm.

Assuero, Rei da Pérsia, tinha sete conselheiros, príncipes que o ajudavam nas horas difíceis. “Os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, e Memucã, os sete príncipes dos persas e dos medos, que viam a face do rei, e se assentavam como principais no reino.” Et 1;14

Tanto era comum tal assessoria, que, Salomão escreveu: “Com conselhos prudentes tu farás a guerra; há vitória na multidão dos conselheiros.” Prov 24;6

Ter que usar nossas armas contra conselhos, pode parecer meio contraditório. Todavia, o traidor mor costuma tentar a cada um naquilo que sabe ser sua inclinação; conforme a direção dos ventos, direciona suas velas.

Ao homem descuidado que pode derrubar com um seixo, por que usaria munição melhor? Porém, ao que se debruça sobre A Palavra de Deus, para nela meditar e aprender, contra esse, tentações grosseiras, não teriam eficácia. Então, o “Pai da mentira” posa de conselheiro espiritual; alguém que “sabe o caminho das pedras”, para ver se nos seduz.

Paulo se encarrega de qualificar a quais conselhos devemos resistir, melhor; destruir. “... destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...”

Noutra parte foi mais específico: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Falas adocicadas por presumidas boas intenções, embaladas com requintes de cultura, envernizadas por uma retórica sofisticada, podem obrar em direção à sonolência dos que a ouvem, ou leem; a riqueza da forma rebuscada, pode virar um truque para cobrir com artifícios, ao conteúdo raso, herético, que atua contra o conhecimento do Eterno.

Paulo era um homem culto; porém, deixou claro que essas coisas tinham utilidade periférica; que o objetivo de sua mensagem era anunciar O Salvador; “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã.” I Cor 1;17

Noutra parte foi mais enfático no valor das coisas meramente culturais, em face às espirituais; “Na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” Fp 3;8

Todas as coisas, cultura, renome, relevância social... tudo aquilo, embora tivesse seu valor e utilidade, empalidecia, perdia o sentido se, cotejado com a Excelência de Cristo. Assim ainda é.

Portanto, quando um conselho nos buscar, por bem vestido que esteja, analisemos antes, a que rumo nos encaminha. Mesmo certos sinais, Deus permitia ser operados por falsos profetas, cuja consequência seria afastar o povo, Dele.

Por essa consequência, aqueles, os portentosos sinais deveriam ser rejeitados. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal coisa, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo vosso coração, e com toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

Portanto, mais que conselhos enganosos podem nos testar, também, milagres oriundos de servos do maligno por atuarem para nos desviar da verdade. 

Por isso, impossível exagerar a importância do Espírito Santo em nós, abrindo nossos olhos. “O que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

As sutilezas do canhoto podem burlar nossas defesas naturais; mas, quem habituou-se a escutar o parecer do Espírito na consciência, não será ludibriado. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Por isso a exortação para não confiarmos no potencial humano, sob pena de maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Reconhecida essa dependência, seremos socorridos sempre que necessário; “Em Deus faremos proezas, pois Ele calcará aos pés os nossos inimigos.” Sal 108;13

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