terça-feira, 9 de abril de 2024

Limites Divinos


“Desejaria Eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Deus; não desejo antes que se converta dos seus caminhos e viva?” Ez 18.23

Invés do Todo Poderoso fazendo o que quer, aqui o vemos desejando algo, com um ser limitado desejaria um bem, fora de seu alcance. Embora pareça meio contraditório, há coisas que O Onipotente não pode. “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

“Tu És tão Puro de Olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 “... não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13
etc.

No aspecto do Seu Poderio, nenhuma restrição pode ser colocada ao Eterno, “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4 No prisma de Sua Santidade e Integridade, há coisas que não suporta, não por alguma fraqueza, mas pelos escrúpulos da Seu Ser, Puro, Imaculado, Santo.

“Não pode negar a Si mesmo.” Deus É Amor. Não é próprio do verdadeiro amor, forçar alguém a nada. Mesmo desejando, com todas as suas ânsias, ser amado, o amor terá a correspondência alheia como um desejo, não, como um bem do qual se possa apropriar à força.

Assim, mesmo querendo como toda intensidade que não nos percamos, antes, que abracemos à salvação em Cristo, o que O Eterno pode é enviar Seu convite; potencializar a mensagem de salvação, com a persuasão do Espírito Santo. Todavia, a decisão entre aceitar ou não, sempre será uma prerrogativa humana.

Não há uma escolha prévia, ou pré-salvação, que faria o Evangelho irresistível para uns, e desprezível para outros, como advoga a doutrina do calvinismo. Esposam com acerto que, sem Cristo todos estamos mortos; e, poderia um morto fazer escolhas? Questionam.

Se nos ativermos a uma lógica estritamente verbal, a resposta seria, não! Entretanto a “morte espiritual” é apenas alienação de Deus, inimizade com Ele.

O Salvador ensinou que tais “mortos” podem ouvir e decidir se querem aceitar ou não o que ouvem; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Embora O Salvador tenha chamado à conversão de novo nascimento, dada a regeneração espiritual envolvida, a rigor, é uma reconciliação; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;18 e 19

Há é um apelo amoroso do Pai que Ama, e sofre com as más escolhas dos que não valoram devidamente ao referido apelo. “... Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...?” Ez 33;11

Quem imagina que Deus seja um tirano vingador, pronto a lançar distante, todos os que lhe desobedecem, ainda não sabe nada sobre O Eterno. Trata-se de um Pai Amoroso, privado do bem querer da maioria daqueles que ama, com os quais, porfia mediante Seu Espírito e Palavra, para que, caiam em si e voltem para casa, como fez o pródigo.

Invés de apressado em castigar, como pensam uns e fazem parecer outros, a Bíblia apresenta ao Eterno, como pujante na arte de perdoar; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

O juízo contra o mal será inevitável, em vista do amor pela justiça que permeia O Divino Ser. O Santo está irado contra o pecado, embora ame aos voluntários reféns desse feitor assassino. Quem se perder, pois, não busque alhures as razões de sua perda; “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

O Altíssimo cometeu a “loucura” de dar Seu Filho para que os pecadores possam viver; mas, não sacrificará verdade nem a justiça, em favor dos que se recusam a dar ouvidos.

Contra a vontade Dele, as escolhas terão consequências; “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

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