sexta-feira, 19 de abril de 2024

As testemunhas


“Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Jo 7;4 e 5

Pretendiam que O Senhor atuasse com nuances meramente humanas; buscando coisas que o homem natural, buscaria. No caso, fama, publicidade. “... manifesta-te ao mundo.”

O fato de que nem os seus irmãos naturais criam Nele, evidencia que, sequer, eles O conheciam. Porém, achavam que O Salvador deveria se expor, em busca do conhecimento de outros.

Quantos, que, quando Cristo lhes é apresentado, de certa forma agem assim? Pensam em vidas bem ruins de pessoas que conhecem, e acham que aquelas sim, precisariam ouvir a mensagem que elas ouvem. Como fulano/a precisaria ouvir isso! Sem de dar conta, que, também estão espiritualmente mortas, e carecem urgente do Príncipe da vida. Que Cristo manifeste-se aos outros, eu estou bem; devaneiam, enquanto fogem.

Claro que O Salvador anelava ser conhecido! Não da forma que um homem sequioso por aplausos, desejaria. Mais que vitrines, entendimento, comunhão, intimidade. Mais que fama; arrependimento, contrição, mudança de vida nos que O conhecessem. Como aconteceu com Zaqueu, por exemplo.

Se, até nas filosofias de botecos se diz que, ser, vale mais que ter; que qualidade, supera quantidade. A cada um que se achegava a Ele, bem poderia dizer como disse à samaritana junto à fonte; “Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem É O que te diz: Dá-me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria Água Viva...” Jo 4;10

Nesse caso, o “sabes com quem estás falando?” não seria nenhuma imposição de autoridade, exibicionismo; antes, um desejo sincero de ser conhecido, para entregar a salvação.

A forma que Ele desejava se revelar, era da realidade do Seu Ser, e as amorosas motivações do Seu agir. Nada de buscar ouro de tolos, renome terreno, aplausos.

Aquela intimidade que permite à ovelha identificar seu pastor, e não o confundir com outro; “... tira para fora suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas o seguem, porque conhecem sua voz. Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;4 e 5

Para que outros ensinos nos soem estranhos, é necessário que, os do nosso Pastor, nos sejam conhecidos e vividos. Quem está habituado a isso, presto identifica eventuais heresias, pela diferença quanto à “voz” do pastor.

Daqueles que andaram Consigo em todo o tempo, O Senhor desejou que O conhecessem de modo mais profundo; a real identidade Dele, e Daquele que em Espírito estava Consigo. “... Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem vê a Mim vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos O Pai?” Jo 14;9

Assim, chegamos ao ponto principal; mais que ser conhecido, O Salvador queria fazer ao Pai, conhecido, pelas Obras que Ele fazia. Na Sua Oração Sacerdotal, deixou patente isso e a importância que tinha: “A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3 Colocou o conhecimento do Pai, antes do Seu.

Logo, mais do que ser conhecido, O Senhor desejava que O Pai, fosse reconhecido como atuante Nele, o que, Nicodemos, apesar de suas limitações de entendimento, nisso viu bem, pois, disse: “... Rabi, bem sabemos que És Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele.” Jo 3;2

Nossa parte, dos ministros Cristãos, deveria ser semelhante. Invés de buscarmos renome terreno, pleitearmos para que O Senhor seja conhecido, como atuante em nós. Quando da reiteração da chamada disse: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém quanto, em toda a Judéia, Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Ser testemunha de Jesus Cristo é diferente de ser uma testemunha num tribunal qualquer. Nesse caso, basta saber de algo, ter visto algum incidente. No caso do Senhor, carecemos ter conhecido a Ele, e deixar isso patente em nosso modo de viver. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Nossos lábios nem precisam dizer o que as atitudes mostram; caso elas não manifestem, apenas falar do que ignoramos nos faria falsas testemunhas. O Salvador deseja ser conhecido, não, difamado.

Nosso viver Nele, deve ser diferente do modo vulgar; e quando interrogados sobre a razão, devemos estar “... preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós...” I Ped 3;15

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