terça-feira, 30 de abril de 2024

As escórias


“... Tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas; as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” Fp 3;8

O que Paulo perdera? Ele mesmo arrolou todo um pretérito religioso, pleno de credenciais, que, segundo a carne, o fariam importante. “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.” Vs 5 e 6

Vasto rol de coisas consideradas importantes pelo establishment. Mas, fizera sua escolha. Os mesmos religiosos que valorizavam tanto essas credenciais as colocaram em oposição a Cristo; a pessoa deveria optar por uma coisa, ou outra. “... Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser Ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga.” Jo 9;22

Nenhuma possibilidade de concorrerem, coisas aprendidas no judaísmo com os ensinos de Cristo, se houvesse alguma semelhança. Viam como doutrinas excludentes, uma ou outra.

Nesse contexto, que, o perseguido Paulo, por ter deixado a submissão ao judaísmo, decidiu “valorar” o que perdera, em face ao que ganhara conhecendo O Salvador. Escória.

O Mesmo Salvador ilustrara que Seu Reino era uma “Pérola de Grande Valor”, que anularia o demais; “Outrossim o Reino dos Céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” Mat 13;45 e 46

Quando ainda vejo pessoas pelejando por denominações, defendendo baboseiras como sendo esta, ou aquela, a “única igreja verdadeira”, com tristeza percebo que, malgrado toda sua religiosidade, ainda não entenderam a Cristo. Quem aquilata escória como se fosse ouro, não conhece o precioso metal.

Embora, instituições, denominações congregacionais sejam necessárias, (longe de mim a rebeldia “lógica” dos desigrejados) nenhuma instituição, ou denominação é proprietária de nada.

A pretensão doentia de Roma; “Fora da Igreja Católica não há salvação.” Ou, de tantas seitas menores, se pretendendo donas da verdade, invés dum diagnóstico excludente do demais, é um sintoma interno de cada uma, mostrando sua alienação do Salvador. Ele não proibiu nada, tampouco, ensinou; antes, disse: “... Não proibais, porque quem não é contra nós é por nós.” Luc 9;50

Por sadia que seja em suas práticas, ortodoxa em sua doutrina, qualquer denominação é apenas um fragmento, uma parte do Corpo de Cristo. A Igreja do Senhor só Ele conhece; quando do arrebatamento, a revelará; escondendo-a do mundo.

Não apenas, nada além do Evangelho, como nada de fusão com outros ensinos; nisso os judaístas, aqueles, estavam certos.

Entre os cristãos da Galácia, se imiscuíram alguns, tentando misturar o que deve ser mantido separado. Tal mescla, criara “outro” Evangelho. Paulo interpretou: “O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo.” Gál 1;7 e sentenciou: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” V 8

Não apontou para denominações, instituições; antes, para preservação da pureza do Evangelho.

Escrevendo a Timóteo ensinou que, nos últimos dias, os que recusam submissão a Cristo, criariam doutrinas alternativas, ancorados na religiosidade carnal, não, na suficiência do Salvador. “Porque virá tempo em que não suportarão a Sã Doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Seguido deparo com “inventores da roda, descobridores da pólvora”, e fujo, de preguiça. Fazem vistosas capas em seus temas; “Os livros banidos da Bíblia!” “O que a Igreja escondeu de você”, “O Nome verdadeiro do Senhor”, “O oculto Jesus que você desconhece”, “quem são, os reptilianos, tefilins, nefilins, onde vivem, de que se alimentam”, etc. Sempre um rebento tardio de “verdade”; um “tesouro” oculto num limbo teológico, que um “iluminado” resolve expor para nos livrar do “sistema”.

A Palavra da Vida é limpa, categórica, excludente, suficiente, cabal; “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.” Sal 19;7 a 9

Quem não for salvo com todo o manancial nela contido, tampouco será, por alguma “revelação paralela”, como se, a perfeição carecesse suplemento. Escórias doutrinárias são tristes sintomas de impurezas não tratadas, que impossibilitam de pertencer a Cristo. “Tira da prata as escórias; sairá vaso para o fundidor;” Prvov 25;5

Nenhum comentário:

Postar um comentário