terça-feira, 30 de abril de 2024

Esse desconhecido; o amor


“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda...” Ecl 5;10

Se, o amor por coisas, dinheiro e abundância, não pode ser suprido, por que embarcaria alguém nessa “missão impossível”? Por que se embrenhar rumo a uma empresa que jamais será plenamente realizada?

Há dependências, que, não são fáceis de vencer; mesmo quando decididos a nos livrar delas, o processo de desintoxicação costuma ser moroso.

Provavelmente, o lapso do ensino, no que tange aos verdadeiros valores, ou, o ensino errado segundo uma escala de valores mesquinhos, inversa, certamente deve ser o fator dominante nas almas que dispõem a “amar” assim.

Não é possível exagerar a importância do ensino, sobretudo na infância; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6 “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Daí, a tara pela imposição da “ideologia de gênero” desde a infância nos colégios. Se as perversões sexuais forem glamourizadas nas mentes infantis, quando serão vistas de outra forma? Deparei com um “meme” extremamente expressivo sobre isso; alguém bradava: “Existe 33 tipos de gênero! Um gatinho respondia: Há dois gêneros e 31 tipos de gays.” Quanto ao número, desconheço; no prisma moral, totalmente de acordo.

Paulo colocou o amor como motivo supremo das ações humanas. Mesmo, abnegações e desprendimentos ousados, se não tiverem ele como motivação, perdem o sentido. “Ainda que distribuísse toda minha fortuna para sustento dos pobres, ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Embora se diga, que, amor com amor se paga, prefiro o dito do poeta Drummond de Andrade: “Amor é estado de graça; com nada se paga”.

Paulo descrevera de modo mais amplo, com outras palavras: “O amor é sofredor, benigno; não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas, com a verdade;” I Cor 13;4 a 6

Vulgarmente, pretendem que o amor seja, mero sentimento. Se assim fosse, não poderia figurar na Lei de Deus como mandamento. Na verdade, a base de todos os mandamentos, que foram resumidos a dois, tendo o amor como traço comum; “... Amarás O Senhor teu Deus de todo teu coração, toda tua alma, e todo teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas.” Mat 22;37 a 40

Mais que um sentimento, pois, o amor é uma decisão moral, que nos constrange a atuar, até mesmo, contra o que sentimos. A “justiça” do “olho por olho”, ou, “sou bom para aquele que é bom para mim”, ainda; “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares” etc. não chega nem perto do amor. Não passa de egoísmo, desejo de vingança, comércio.

Combatendo essas percepções mercantis, comuns entre os religiosos, O Salvador avisou: “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

Adiante pontuou em quê, consiste esse ir além dos costumes de então; “... Amai vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? Se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48

Entretanto, que não se equacione amar, a concordar, aceitar tudo em nome do amor. Como vimos, o “amor não folga com a injustiça, mas com a verdade.” 

Eventualmente, ao vermos alguém que escolhe caminhos errôneos, se amamos, a esse, é nosso dever advertir das consequências das escolhas que o vemos fazer.

Sem esses falsos escrúpulos de “não se intrometer”, patrocinando nossa omissão. Não podemos nos intrometer nas escolhas; são da alçada de cada um; todavia, iluminar segundo a luz que temos, é uma forma prática de amar.

“Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

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