sábado, 27 de abril de 2024

Banho de lama


“Sendo Ele consumado, (Cristo) veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que Lhe obedecem;” Heb 6;9

O fato que Cristo “aboliu a Lei”, tem sido usado por gente avessa à obediência, como se, a graça fosse sinônimo de licença para pecar. Basta olharmos o verso supra, para percebermos que ela também requer obediência. Paulo chamou de “Lei de Cristo.”

Foi abolida a lei sacerdotal, onde se oferecia reiterados sacrifícios de animais, a cada novo pecado; como se, quem dispusesse de muitos animais, tivesse possibilidade de pecar à vontade, uma vez que poderia “pagar.” Não era objetivo daquela Lei, remover pecados; antes, manifestá-los. “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

Isso remeteu a Cristo, O Único que pode; “De maneira que a Lei serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

O que a Graça tem de melhor é sua eficácia regeneradora, não, leniência para com o pecado, como fazem parecer os desobedientes citados. Mexe no âmago, busca pelas causas, não apenas denuncia consequências; “ouvistes que foi dito: Amarás teu próximo, e odiarás teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos...” Mat 5;43 e 44 Mais difícil.

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo...” Mat 5;21 e 22 Idem.

“... Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo; qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Vs 27 e 28 etc.

A exceção da liberação da guarda do sábado, que Ele disse que foi criado por causa do homem, no qual é lícito fazer o bem, a “Lei de Cristo”, exige coisas mais, que Moisés.

Acaso, agora não precisamos amar a Deus de todo nosso ser? “... Amarás O Senhor teu Deus de todo teu coração, toda tua alma, e pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.” Mat 22;37 e 38 Ou, amar ao próximo como a nós mesmos, não vetaria mentira, violência, traição, furtos...?

A lei foi superada porque cumpriu seu propósito. Onde ela ordenou coisas como, negar a si mesmo, entrar pela porta estreita, amar inimigos? Não tinha esse alcance.

“Mas agora alcançou Ele (Jesus Cristo) ministério tanto mais excelente, quanto, é mediador de uma melhor Aliança que está confirmada em melhores promessas.” Heb 8;6 e maiores exigências, acrescento.

O “melhor”, é o alcance da purificação, mediante O Sacrifício Perfeito, não, liberdade pra pecar. Aqueles sacrifícios tinham uma “purificação” exterior, mera formalidade social, sem tocar no âmago do problema.

“Se o sangue dos touros e bodes, e a cinza duma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

O alcance é maior, excede à um ritual externo podendo purificar o íntimo, a consciência; porém, a repetição de sacrifícios ficou impossível. Dos que recebem a Cristo se requer que abandonem o pecado. Eventuais tropeços devem ser confessados e deixados. Se seguirmos como antes, fazendo as mesmas coisas e levando outro “carneiro ao sacerdote”, estaremos profanando ao Santo.

“... assim, quanto a esses, de novo crucificam O Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;6

Se algo mais carecer ser dito sobre a superioridade em temor, que a Graça requer, ouçamos: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

Portanto, os que pretendem uma vida frouxa, moralmente, “ancorados” na Graça, e os que são infiéis nos dízimos, dizendo que era coisa da Lei, já superada, erram redondamente.

A seriedade é muito maior, que foi nos dias idos. E os dízimos não eram da Lei. Começaram em Abraão, uns 500 anos antes de Moisés.

Claro que a malversação do dinheiro da Igreja é grave. Devem ser combatidos os que isso fazem. Todavia, o lapso de caráter dos que assim agem, não cria uma doutrina, tampouco, anula outra. O Salvador ensinou: “... deveis fazer estas coisas, (dizimar) e não omitir aquelas. (juízo, misericórdia, fé)” Mat 23;23

Quem ama ao dinheiro mais que a Cristo siga com seu amor. Só não venha emporcalhar as coisas santas, tentando se lavar com lama, esposando mentiras.

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