sexta-feira, 5 de abril de 2024

Desgraçando a Graça


“... Pecaremos porque não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;1 e 16

A Graça, desde a vitória de Cristo na Cruz, nos abriu uma porta que estava fechada, possibilitando a salvação dos que creem e obedecem; mas, nem sempre é devidamente entendida, ou, honestamente interpretada.
Quando, “desentendidos” são advertidos sobre determinadas posturas pecaminosas, exortados para que nelas não incorram, presto se escudam nela. Tratam-na como se fosse uma carta branca para pecar, acusando-nos de religiosidade, legalismo, como se, depois de Cristo, obediência tivesse se tornado desnecessária.

O que graça tem de gracioso é que nenhum de nós merece a salvação; ainda assim é salvo, quem crê e obedece ao Salvador; a justiça Dele é atribuída aos Seus, que pelos Seus méritos são remidos.

O Objetivo da Lei não era salvar; apenas deixar patente nossa necessidade do Salvador. “De maneira que a lei nos serviu de aio, para conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Se, alguém imagina que a fé seja um substituto para a obediência, precisa refazer seu pensamento; a fé desafia-nos a agir conforme cremos; essa ação, coerente ou não, é que determinará a quem servimos. “... a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Por isso a advertência de Tiago: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem obras é morta?” Tg 2;20 O que são as obras da fé, senão, agirmos conforme cremos?

Se a Graça possibilita atingirmos algo que a Lei não possibilitava, traz consigo uma responsabilidade maior. Antes, a obediência se restringia a sentenças estritas; “Não matarás!” Cristo disse que só odiar já nos coloca sob juízo; “Não adulterarás!” Ensinou que, olhar alguém com desejo, já polui nossos corações.

A desobediência se faz maior, por termos recebido dádivas que não estavam presentes na época da Lei, como o Bendito Auxílio do Espírito Santo, além do Precioso Resgate de Cristo. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais será julgado merecedor aquele que, pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

Logo, os fugazes inconsequentes que acham que a graça é sinônimo de alargamento do “caminho estreito” precisam entender o que significa o, “Negue a si mesmo; ou perder a vida para ganhar”.

O “Jugo de Cristo” que cada cristão deve tomar, não é outra coisa, senão, submissão cabal à vontade do Pai. “Se possível, passa de Mim esse cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.” “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Nossa “morte” é uma identificação, mortificação das vontades pecaminosas. “Sabendo isto, que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;6

Quando diz que Ele “aboliu a Lei”, refere-se à lei do sacerdócio que sacrificava animais; “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12

O sábado, Cristo é senhor dele e disse: “É lícito fazer bem nos sábados.” Mat 12;12 Quanto ao mal, não é lícito dia nenhum. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova, ou dos sábados.” Col 2;16

Não saímos da Lei, pela conversão, como quem pode andar, doravante, à sua maneira; antes, como uma mulher que viúva, e casa novamente, com um cônjuge ainda mais especial. “... vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei; não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;3 e 4

A remissão de Cristo nos chama a frutificar, não a esbanjar nosso viver profanando ao Santo Nome, em libertinagens.

A Lei veio manifestar o pecado, e continua valendo. Como Deus julgaria o mundo sem ela? Os que são de Cristo, já “morreram”; receberam a graça da salvação. Perseverando, nada a temer.

Em suma, a graça nos tirou do deserto e levou ao oásis; sujaríamos a fonte, invés de beber e preservar? “Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?”

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