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sábado, 12 de janeiro de 2019

O Juízo e o Perdão

“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo...” Gên 31;29

Labão perseguindo ao fugitivo Jacó; queixando-se que o genro saíra furtivo, invés de fazer uma despedida solene, com festa. “Por que fugiste ocultamente, e lograste-me; não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, cânticos; com tamboril e harpa?” v 27

Como, então, a despedida tencionada por Labão era apenas no reino das palavras, não, dos fatos, poderia acenar com as bondades que quisesse. Porém, no trato com seu genro durante umas duas décadas se revelou um trapaceiro.

Foi firmado nesse histórico, que Jacó decidir sair de fininho; “Então respondeu Jacó: Porque temia; pois, dizia comigo, se porventura não me arrebatarias tuas filhas.” V 31

Prometera Raquel em casamento, mas dera uns vinhos a mais ao feliz e babaca nubente, e “no escurinho do cinema” empurrara a filha mais velha, Lia. Depois exigira novo dote de sete anos de serviço por Raquel, fazendo valer os primeiros sete num “acordo” sem participação de Jacó; Nos tratos sobre posse dos rebanhos, não raro, mudara em busca de vantagens. Ora, sempre vivera de modo a gerar desconfiança com ações indignas; agora reclamava da desconfiança de Jacó?

Parece com alguns de nosso tempo que passam 24 horas por dia falando dos “fofoqueiros”. O espelho deve ter quebrado.

Não que Jacó fosse um primor de caráter; trapaceara também no tocante a Esaú seu irmão. Deus o punira fazendo sentir na pele mil vezes mais. Porém, na relação com seu sogro nada devia, para ser assim inquirido por aquele. Na verdade fora muito prejudicado.

“Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai...” Não havia poder nenhum; dependia do aval Divino. A mensagem era: Meus homens são mais numerosos que os teus; se, pelejássemos estarias perdido, mas Deus não permitiu.

O Eterno diz: “Minha é a vingança; Eu darei a recompensa.” Recompensara ao trapaceiro Jacó fazendo-o sofrer nas mãos de outro maior; e, lançara em rosto do vil Labão seu caráter indigno. Tudo estava no devido lugar. Cada um com sua recompensa.

Um ufanista da moda lendo esse texto subiria na mesa dizendo: “Tá vendo, ninguém toca num escolhido de Deus; Ele não permite.” Não???

Ouçamos Jacó: “Estava eu assim: De dia me consumia o calor, de noite a geada; meu sono fugiu dos meus olhos. Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, seis anos por teu rebanho; mas, o meu salário tu tens mudado, dez vezes. Se, o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo, por certo me despedirias agora vazio. Deus atendeu minha aflição; ao trabalho das minhas mãos e repreendeu-te ontem à noite.” VS 40 a 42

Jacó fora tocado em sua saúde, na honra, justiça. Deus pôs o limite ao juízo. Quando põe, nem o inimigo pode tocar; como vimos na saga de Jó.

Pegar um incidente pontual desprezando o contexto e tripudiar em cima dele, não é interpretar à Palavra de Deus; é falsificar.

Porém, há em nossas mãos poder para fazer mal ao semelhante, dado que, arbitrários somos. Como naquele caso, a atuação do mal só será impedida se, ouvirmos a Voz de Deus.

A Palavra que ensina que a recompensa é dada pelo Senhor; no tocante a nós preceitua uma “vingança” do avesso; “Se, teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede dá-lhe água para beber; Porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o Senhor te retribuirá.” Prov 25;21 e 22

Paulo reitera: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.” Rom 12;19 e 20

Muitos, como Labão, passam suas vidas agindo mal contra inocentes. Ao menor sinal de contrariedade sobem na mesa pedindo “justiça”. Cuidado! Deus pode atender suas petições.

O cerne da doutrina cristã é o perdão. Não sendo assim não há salvação. Todo perdão implica uma injustiça coberta com o manto do amor.

E aquele que brada por justiça quando supõe-se no direito, também terá que lidar com ela quando, no dever.

Quando Deus trata nossos pecados em misericórdia retribui ao mal com o bem. Demanda que perdoemos só por querer que Seus filhos se Lhe pareçam; “... fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos...” Mat 5;44

quinta-feira, 29 de março de 2018

Os fugitivos

Jacó logrou Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia”, Gên 31;20

Aquele que fora para Harã fugindo da fúria de seu irmão, Esaú, agora saía de lá, outra vez, fugindo. Não tinha motivo para isso; bem poderia se despedir do pai de suas esposas Leia e Raquel e sair pela porta da frente.

Entretanto, seus temores de sempre, subprodutos de suas trapaças, seu inda frágil relacionamento com Deus, faziam confiar mais na astúcia que na proteção Divina.

Labão o soube, três dias após, pois, estava no campo tosquiando ovelhas, reuniu alguns homens e foi atrás alcançando-o em sete das nas terras de Gileade. Se, no princípio não tinha razões para fugir, agora, tinha-as para temer, uma vez que sua amada Raquel furtara os ídolos de seu pai e os levara consigo.

Pode-se inferir que Labão vinha com intentos belicosos, dado, o “puxão de orelhas” que levou. “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” V 24 Noutras palavras: Não toque nele, está sob minha proteção.

Foi vetado pelo Eterno que ele fizesse mal a Jacó, não, que tomasse satisfação sobre suas imagens furtadas. “... se, querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste meus deuses?” v 30

Seguro da sua integridade e dos seus, o patriarca sentenciou: “Com quem achares teus deuses, esse, não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois, Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.” V 32

Durante a revista nos trastes foi a vez de Raquel fugir, isto é; assentou-se sobre os objetos roubados e pediu desculpas por não poder levantar se dizendo menstruada. Então, nada achou Labão, do que procurava. Provada a “inocência”, foi a vez de Jacó “subir na mesa”. “Então irou-se Jacó e contendeu com Labão;respondeu disse: Qual é a minha transgressão? Qual é meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?” v 36

Pois bem, sua imprudência de sentenciar à morte quem furtara as imagens custou a vida de Raquel que morreu durante o parto de Benjamim. Trabalhara sete anos como dote por aquela que amava; num momento de insanidade com a cruel espada da língua ceifou sua vida.

Desse modo, infelizmente, podemos fugir das ameaças externas, muito mais facilmente que das loucuras interiores.

Desde a queda a espécie humana se fez fugitiva. “Ouvi tua voz e me escondi, pois, estava nu.” A saga de Adão é a mesma nossa. Sentimento de culpa ante O Santo, fuga.

Mas, “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se, subir ao céu, lá estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua Mão me guiará; Tua Destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.” Sal 139;7 a 11

Porém nosso aspecto mais requintado de maldade nos faz fugir, até mesmo, da fuga. Como assim? Sabe aquele sujeito que foge da justiça fingindo fazer campanha? Muitos de nós nos portamos igual. Mascaramos nossas fugas como, ceticismo, ateísmo, politeísmo, ativismo, e, até de cristianismo; quando adotamos um verniz bíblico para dar brilho a uma substância pagã, hipócrita.

No caso de Jacó careceu a experiência com Deus em Peniel, onde teve sua coxa ferida para não mais andar como andara, e teve seu nome mudado para Israel. No nosso carecemos do novo nascimento em Cristo, para recebermos o dom do Espírito Santo, que, paulatinamente nos capacita a mortificar nossos monstros internos, as obras da carne para, enfim, andarmos em espírito.

Sendo Jacó servo do Deus Vivo, Raquel furtara bibelôs inúteis nos quais confiava e isso foi fatal. Desgraçadamente, muitos perdem suas salvações agarrados em porcarias vãs, invés de se aproximarem do que salva. Pois, se esses espantalhos nada valem no que tange à vida, no sentido de alienar do Santo e levar à morte são “úteis”.

Jacó amaldiçoou quem os furtou, A Palavra amaldiçoa quem neles confia: “Têm mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, e todos os que neles confiam.” Sal 115;7 e 8

Fugitivos se escondem no “respeito religioso” como se, falar-lhes a verdade fosse ofensa.

Nas cidades de refúgio os culpados estariam livres após a morte do Sumo Sacerdote; o Nosso morreu por nós há mais de dois mil anos; o que nos impede de sermos livres?