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quinta-feira, 29 de março de 2018

Os fugitivos

Jacó logrou Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia”, Gên 31;20

Aquele que fora para Harã fugindo da fúria de seu irmão, Esaú, agora saía de lá, outra vez, fugindo. Não tinha motivo para isso; bem poderia se despedir do pai de suas esposas Leia e Raquel e sair pela porta da frente.

Entretanto, seus temores de sempre, subprodutos de suas trapaças, seu inda frágil relacionamento com Deus, faziam confiar mais na astúcia que na proteção Divina.

Labão o soube, três dias após, pois, estava no campo tosquiando ovelhas, reuniu alguns homens e foi atrás alcançando-o em sete das nas terras de Gileade. Se, no princípio não tinha razões para fugir, agora, tinha-as para temer, uma vez que sua amada Raquel furtara os ídolos de seu pai e os levara consigo.

Pode-se inferir que Labão vinha com intentos belicosos, dado, o “puxão de orelhas” que levou. “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” V 24 Noutras palavras: Não toque nele, está sob minha proteção.

Foi vetado pelo Eterno que ele fizesse mal a Jacó, não, que tomasse satisfação sobre suas imagens furtadas. “... se, querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste meus deuses?” v 30

Seguro da sua integridade e dos seus, o patriarca sentenciou: “Com quem achares teus deuses, esse, não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois, Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.” V 32

Durante a revista nos trastes foi a vez de Raquel fugir, isto é; assentou-se sobre os objetos roubados e pediu desculpas por não poder levantar se dizendo menstruada. Então, nada achou Labão, do que procurava. Provada a “inocência”, foi a vez de Jacó “subir na mesa”. “Então irou-se Jacó e contendeu com Labão;respondeu disse: Qual é a minha transgressão? Qual é meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?” v 36

Pois bem, sua imprudência de sentenciar à morte quem furtara as imagens custou a vida de Raquel que morreu durante o parto de Benjamim. Trabalhara sete anos como dote por aquela que amava; num momento de insanidade com a cruel espada da língua ceifou sua vida.

Desse modo, infelizmente, podemos fugir das ameaças externas, muito mais facilmente que das loucuras interiores.

Desde a queda a espécie humana se fez fugitiva. “Ouvi tua voz e me escondi, pois, estava nu.” A saga de Adão é a mesma nossa. Sentimento de culpa ante O Santo, fuga.

Mas, “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se, subir ao céu, lá estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua Mão me guiará; Tua Destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.” Sal 139;7 a 11

Porém nosso aspecto mais requintado de maldade nos faz fugir, até mesmo, da fuga. Como assim? Sabe aquele sujeito que foge da justiça fingindo fazer campanha? Muitos de nós nos portamos igual. Mascaramos nossas fugas como, ceticismo, ateísmo, politeísmo, ativismo, e, até de cristianismo; quando adotamos um verniz bíblico para dar brilho a uma substância pagã, hipócrita.

No caso de Jacó careceu a experiência com Deus em Peniel, onde teve sua coxa ferida para não mais andar como andara, e teve seu nome mudado para Israel. No nosso carecemos do novo nascimento em Cristo, para recebermos o dom do Espírito Santo, que, paulatinamente nos capacita a mortificar nossos monstros internos, as obras da carne para, enfim, andarmos em espírito.

Sendo Jacó servo do Deus Vivo, Raquel furtara bibelôs inúteis nos quais confiava e isso foi fatal. Desgraçadamente, muitos perdem suas salvações agarrados em porcarias vãs, invés de se aproximarem do que salva. Pois, se esses espantalhos nada valem no que tange à vida, no sentido de alienar do Santo e levar à morte são “úteis”.

Jacó amaldiçoou quem os furtou, A Palavra amaldiçoa quem neles confia: “Têm mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, e todos os que neles confiam.” Sal 115;7 e 8

Fugitivos se escondem no “respeito religioso” como se, falar-lhes a verdade fosse ofensa.

Nas cidades de refúgio os culpados estariam livres após a morte do Sumo Sacerdote; o Nosso morreu por nós há mais de dois mil anos; o que nos impede de sermos livres?

sexta-feira, 11 de março de 2016

Amor, o Divino motivo

Jacó fugiu para o campo da Síria, Israel serviu por uma mulher, por uma mulher guardou o gado. Mas, o Senhor por meio de um profeta fez subir a Israel do Egito, e por um profeta foi ele guardado.” Os 12;12 e 13

O que dois versos tão “antagônicos” fazem lado a lado no livro de Oseias? Ou, o que tem a ver o pacto de Jacó com Labão, onde se dispôs a guardar o gato sete anos, como dote por sua amada, com o Êxodo de Israel mediante a liderança do Profeta Moisés? Bem, o contexto sugere que há similitude, semelhança, invés de antagonismo entre os dois fatos, vejamos: “Falei aos profetas, multipliquei a visão; pelo ministério dos profetas propus símiles.” Vs 10

Acontece que, tanto o sentimento que motivou Jacó ao trabalho, quanto, Deus, a libertar Seu povo, foi o amor. Mediante o mesmo Oseias, O Eterno considerara a nação como Sua esposa, posto que, infiel. “Contendei com vossa mãe, contendei, porque ela não é minha mulher, eu não sou seu marido; desvie ela as suas prostituições da sua vista e os seus adultérios de entre os seus seios.” Cap 2;2 Estava repudiando-a, como marido traído a uma esposa adúltera. “Por causa da dureza de vossos corações Moisés permitiu dar carta de divórcio, mas, no princípio não foi assim”, Diria O Salvador mais tarde, justificando o repúdio em face à infidelidade.  

Tanto quanto, o amor fizera Jacó guardar os rebanhos de seu sogro, o mesmo sentimento fizera O Senhor conduzir seu povo pelo deserto, Seu rebanho escolhido. Contudo, Jacó teve mais sorte, pois, ao que consta não foi traído por sua amada, Raquel; ainda que sua concubina tenha deitado com Ruben, e, seu sogro o tenha enganado dando a noiva errada, forçando-o a mais sete anos de serviço pela que amava.

O Santo chegou a falar saudoso da “lua de mel” onde teve certo regozijo com Sua amada. “Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava. Então Israel era santidade para o Senhor, as primícias da sua novidade; todos que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha sobre eles, diz o Senhor. Ouvi a palavra do Senhor, ó casa de Jacó, todas as famílias da casa de Israel; assim diz o Senhor: Que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem, indo após a vaidade, tornando-se levianos?” Jr 2;2 a 5

Parece que, consideraria razoável o abandono de Sua esposa, caso ela tivesse encontrado injustiça Nele; de modo que, desafiou-a a demonstrar isso.

Jacó, o enganador, que mentira a seu pai cego, se fizera passar pelo irmão Esaú, para herdar a bênção da primogenitura, esse, merecia ser enganado, como foi, recebendo Lia em lugar de Raquel, que amava. Ele não poderia desafiar ninguém a apontar suas injustiças, pois, sua própria trajetória o fazia. Mas, Deus?

O Patriarca esperando uma noiva recebera outra; O Eterno, desejando certa postura de Sua amada, deparou-se com algo indesejável. Mediante Isaías, ilustrou a nação como uma vinha, invés de esposa; a decepção, o adultério, como frutos degenerados. "Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;4 e 7

Assim, se um marido romântico usa flores, bombons ou outros mimos similares quando quer realçar seu amor, para Deus, os melhore “mimos” que podemos oferecer é a prática da justiça.

A Igreja, os filhos do Novo Pacto são chamados, Noiva de Cristo; de uma noiva se espera pureza, não infidelidade; “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, Cristo.” II Cor 11;2

Não que seja possível nos mantermos “virgens” no sentido de não pecarmos, mas, de nos “lavarmos” mediante arrependimento e confissão, sempre que isso acontecer.

Então, embora alguns tenham uma imagem distorcida do Eterno, como se fosse um Tirano, Castigador irado, é Seu amor que O move, tanto que trabalha ainda, para resgatar o que for possível.


Do Seu amor, Cristo disse: “Ninguém tem maior amor que esse: Dar sua vida pelos seus amigos.” Jo 15; 13, e do Amor do Pai, dissera: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas, tenha vida eterna.” Jo 3; 16