segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Barro da cabeça aos pés

“Foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do Céu.” Dn 2;19

O célebre sonho de Nabucodonosor que, o impressionou de tal maneira que fez questão de ter uma interpretação confiável; precaveu-se. Não contou o que sonhara, mas, demandou que os sábios revelassem o sonho e a interpretação, ou seriam mortos.

Daniel orou e jejuou rogando ajuda; O Senhor lhe ouviu e deu a resposta necessária. Tratava-se de uma estátua que resumia a saga humana, desde então, até à implantação final do Reino de Deus.

A Lei Divina vetava o testemunho de um só; duas ou mais testemunhas estabeleciam a veracidade do fato; assim, o sonho foi sonhado duas vezes, pelo rei e por Daniel numa confirmação Divina da verdade.

A estátua tinha cabeça de ouro, tórax de prata; ventre de bronze; pernas de ferro; por fim, pés em parte de ferro, e em parte de barro.

A cabeça de ouro, interpretou, tratava-se do reino babilônico de então; a prata, o reino o medo-persa; o ventre de bronze, o império grego; as pernas de ferro, o romano; por último, os pés em parte de ferro, e em parte de barro; o tempo atual.

Qualquer estudante razoavelmente informado sabe que os quatro reinos previstos se cumpriram rigorosamente; assim, nenhuma razão para duvidarmos que o último também se cumprirá.

Vejamos mais detalhes dele. “Como os dedos dos pés eram em parte de ferro, em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, como ferro não se mistura com barro.” Vs 42 e 43

Esse misturar-se sem se ligar, como ferro e barro que mesmo juntos são distintos dá o que pensar. Parece inicialmente o retrato do ecumenismo; uma mega religião única mundial; única para efeito de governo, mas, múltipla em termos de credo; cada um acreditará no que quiser, desde que na união; eis o mosaico dos que se misturam, mas não se ligam.

Também retrata a mistura do ferro com barro, a interação com máquinas como se fossem coisas vivas, a dita realidade virtual e os humanóides; robôs, retratados em filmes como “better than us” (melhor que nós) da Netflix. Homens são substituídos com vantagens pelas máquinas.

Na verdade a mistura de semente humana, (viva) com o ferro, (inanimado) é levada ao pé da letra já em muitas partes; na Ásia, sobretudo, onde bonecas "humanas" para fins sexuais já são produzidas; lógico que nesses casos bizarros, o barro e o ferro, malgrado a semente humana não se ligam; robô não engravida. Ainda.

Significativo que, o governo mais totalitário da Terra, a China que tem apenas o partido comunista, não tolera oposição, nem, falar em democracia, é o mais avançado em tecnologias de drones, 5G e câmeras de reconhecimento facial.

O império global de Satã não poderá comer da Árvore da Vida; sua fonte é a Árvore da Ciência. Não podendo ser Onipresente como O Eterno a Quem inveja, forjará sua “Onipresença” mediante tecnologia.

Primeiro cultuou à ideia do “Olho que tudo vê” retratado no dólar, na maçonaria e seitas ocultistas; usou gado recrutado dentre artistas e atletas pra fazer o gesto, sem sequer saber por quê.

Agora que o olho está nos olhando, chamam-no de “O Olho de Deus;” o sistema de satélites que monitora todo o planeta em tempo real.

Sabemos de qual deus é o dito olho. A imagem da besta que falará e exigirá adoração como diz no Apocalipse não será uma escultura; mas, uma imagem de vídeo “onipresente” em todos os aparelhos eletrônicos e locais públicos da Terra.

Há um bombardeio massivo de tecnologia cada dia mais high; mesmo crianças que não tiveram suas personalidades formadas para discernir as coisas têm acesso a tudo. Como as pessoas olharão para dentro de si, onde Deus lhes quer falar e mudar, com tanta coisa fora para ver?

Cada império que ruiu deixou algo nos seguintes, em termos de arte, leis, religião... Quando Deus decidiu por julgar, a estátua toda estava em pé, como se, o último império fosse uma síntese, um resumo de todos os anteriores; diferente da vaidosa e falsa evolução, crescemos para baixo, como rabo de cavalo; rumamos da cabeça de ouro aos pés de barro.

Mas, “Nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um Reino que não será jamais destruído; este Reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas Ele mesmo subsistirá para sempre;” v 44


“Havendo de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser...?” II Ped 3;11

domingo, 6 de outubro de 2019

A Liberdade Possível

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36
As Palavras do Salvador deixam implícita a existência da falsa liberdade.

Muitos filósofos debruçaram-se sobre o tema tentando definir em quê, consiste a liberdade, sem chegarem a um consenso.

Diverso das narrativas do fatalismo grego e, da teologia calvinista que, nos encaixam em determinações, às quais não podemos evitar, penso que, temos alguma liberdade sim.

Na esfera política, por exemplo, diferente de uma ditadura onde o governo nos é imposto, na democracia podemos votar e escolher; contudo, entre um número pequeno de opções; nossa liberdade exercita-se dentro de limites alheios a nós. Alguém ironizou que a democracia nos dá direito de escolhermos com qual molho seremos devorados, num apreço pessimista dos governos humanos.

Tal é a interação do Universo que, a liberdade absoluta sequer existe; nem mesmo Deus é livre desse modo; quando Sua Revelação diz que Ele vela por Sua Palavra para cumpri-la, que não pode mentir, suportar iniquidade, contemplar o mal, etc. vemos que Seu Próprio Ser limita-O às coisas que “condicionam” Seu agir. Deus É “refém” da Sua Própria Integridade.

Que a liberdade pressupõe responsabilidade é ponto pacífico, até, perante pessoas com dois neurônios apenas. Tanto que, caso alguém faça mau uso dela em âmbito social, extrapolando limites sobre bens ou vidas alheias, normalmente a punição é em forma de restrição da liberdade; prisão. Isso atinente ao aspecto mais básico; o direito de ir e vir.

Num escopo mais refinado estaria a liberdade de consciência que se desdobra em liberdade de crença e de expressão.

No entanto, mesmo nesse âmbito muitos extrapolam; O ateísmo é uma crença que atua contra a crença. Em nome da liberdade de expressão muitos ofendem autoridades, credos; expõem “artes” sacrílegas ferindo consciências; ora, minha liberdade é extremamente livre; não porém, a ponto de invadir ou ofender a alheia.

Todos nós lidamos naturalmente com restrições lógicas da liberdade; por exemplo, se estamos jogando cartas com um baralho que possui treze tipos de cartas, jamais cogitamos jogar uma que seja catorze, nos movemos dentro dos limites; se, entramos num elevador dum prédio de quinze andares não esperamos ter a opção décima sétima; saber do possível nessas coisas soa lógico, normal.

Agora, tratando-se questões morais, espirituais, a ideia que a liberdade tenha limites nos incomoda; por quê? Quem disse que determinados comportamentos são inadequados? Com que direito? E daí se eu quiser drogar-me, adulterar, mentir, roubar...? Objetivamente Deus não tolhe a “liberdade” dizendo que não podemos essas coisas; mas, prevenindo para onde elas levam. Podemos praticá-las; não, fazê-las e agradar a Deus ao mesmo tempo.

Se O Salvador veio prometendo, Nele a verdadeira liberdade, e, invés de banir Satanás, ou o império romano que governava, então, desafiou seguidores a negarem a si mesmos, parece necessária a conclusão que os pecadores são prisioneiros de si mesmos.

A gaiatice que diz: “Tentei fugir de mim mesmo, mas, aonde eu ia, eu estava” não é tão insana quanto parece, à primeira vista. É esse o drama dos pecadores diante de consequências danosas dos seus pecados. Ao justificarem-se invés de assumir, confessar; tentam fugir de si mesmos.

Um pouco antes das Palavras realçadas O Senhor dissera: “... Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” Jo 8;34

Se, nosso escopo é liberdade, e dentro de nós reside certa servidão, necessário é que a solução seja nessa esfera.

Paulo elucida o conflito de mim com eu mesmo. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero já não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17 a 20

Como seria eu livre, pois, se o pecado me habita, dá-me ordens e eu obedeço-o? “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele que obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Enfim, a liberdade possível ainda é limitada; livres para andar como filhos de Deus; o homem natural, sem Cristo não pode; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Sem Ele, meras criaturas corruptas; Nele podemos andar, “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;21

Prova de Fogo

“Porém Ele (Deus) sabe meu caminho; provando-me, sairei como ouro.” Jó 23;10

Jó defendendo a integridade dos seus caminhos; se Deus o provasse, - disse – sairia como ouro. Ora, era justamente o que acontecia. Estava em plena prova permitida pelo Eterno.

Se atuamos de modo íntegro atrelamos a essa integridade uma espécie de crédito, de estarmos imunes aos sofrimentos. Por que fulano está passando por isso se, é uma pessoa tão boa? Estranhamos.

Não estamos errados em supor que retidão mereça recompensa; mas, nos equivocamos quando acreditamos que devamos colher seus frutos, necessariamente, ainda nessa vida. Nossa justiça pode estar “depositada” numa conta a ser sacada apenas no porvir, o “Tesouro no Céu”. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Sendo o mundo um império do maligno, quanto mais honesto alguém for, vivendo nele, mais tende a sofrer; como Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Escrevendo ao jovem Timóteo Paulo advertiu-o dessa dura realidade; “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Incomoda-nos não só a injustiça circunstante, como as perseguições dos que, animados por outro espírito alvejam Cristo em nós. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;11 e 12

Note que mentiras, injúrias e perseguições são realidades daqui; galardão, recompensa, espera-nos no porvir; nos Céus. Isso somente os olhos da fé podem ver; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Não sejamos ingênuos achando que a prova da fé em meio a tribulações, perseguições seja mera possibilidade, da qual podemos até fugir se, orarmos; é uma necessidade. “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo.” I Ped 1;7

Muitos interpretam errado, certo verso onde, João Batista afirma que, Jesus batizaria com O Espírito Santo e com fogo, como se, fosse um evento só; são duas coisas distintas.

O Batismo no Espírito Santo reveste-nos capacita-nos para a caminhada; o batismo de fogo são as agruras da caminhada, provações; “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;13

Então, se a nossa vida espiritual andar solta, sem obstáculos, incompreensões, perseguições, tentações acima do normal, convém estarmos atentos; pode que, como denunciou O Senhor de certa Igreja, Tenhamos nomes de vivos e estejamos mortos. “Ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os Sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” Apoc 3;1

Claro que o Capeta não gastaria dardos contra cadáveres espirituais; seu alvo é derrubar quem está em pé; acena-nos com o vívido neon das tentações, vai cantar cantigas de ninar aos mortos para sigam assim, sem atentarem para a sua nefasta realidade. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Assim, para quem vive alienado da Vontade Divina e “tudo vai bem”, não é por que vai, deveras; mas, porque está cego ao mal no qual jaz.

Os servos do Altíssimo são estrangeiros, peregrinos na Terra; como tais, falam outro idioma e possuem outros valores. Se, as coisas fossem vistas espiritualmente, sobre o planeta haveria intensa escuridão pontilhada pelas luzinhas de alguns pirilampos. Como o canhoto é espírito pode ver nessa dimensão fica fácil identificar seus alvos.

Nossa vida depois de Cristo não passa por provações; é uma prova, combate em tempo integral contra o império das trevas.

Se, somos “alvos fáceis” no sentido da identificação, também somos capacitados pelo Espírito a ver as coisas como são, não, como parecem; “O que é espiritual discerne bem tudo e não é discernido.” I Cor 2;15

O que O Senhor disse de Jerusalém aplica-se aos demais que O servem; “Porque eis que as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo; Sua Glória se verá sobre ti.” Is 60;2

Discernimento é ouro. Ante as provas saiamos como Jó.

sábado, 5 de outubro de 2019

Metamorfose

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á...” Jo 10;9

De uns tempos para cá algumas palavras foram colocadas em realce, seja para o bem, seja para o mal; entre as palavras “boas” estão diversidade, tolerância, união, inclusão, coexistência, ecumenismo; as malditas, fundamentalismo, radicalismo, fanatismo, intolerância, separatismo...

Elas sempre existiram, mas ultimamente foram evidenciadas, como se, alguém estivesse afiando ferramentas para determinado labor.

São “réguas” que medem comportamento humano; nenhuma traz em si um valor absoluto; dependem sempre de contexto para saber-se o que significam.

Por exemplo: alguém sair nu pela janela em público será tido como ato obsceno; agora, se foi numa emergência, estava banhando-se e uma explosão incendiou a casa e teve que sair apressadamente para salvar-se, o mesmo quadro será pintado com outras cores.

Uma das mais repisadas palavras é tolerância; se, discordo das ações ou ideias baseado na minha fé, logo sou tachado de intolerante, radical.

Discordar abertamente do que discordamos internamente passa longe de ser intolerância; antes, trata-se honestidade moral, intelectual; o que muitos paroleiros chamam de tolerância, na verdade é aquiescência, concordância; em nome disso eu teria que fingir concordar com o que discordo. Os antigos chamavam de hipocrisia.

Pensando em radicalismo intolerância a primeira coisa que nos ocorre é o islamismo; os mais ativos entre eles não restringem o embate ao campo das ideias permitindo o contraditório, ou respeitando o direito a crer diverso. Ou pensamos como eles, ou somos “infiéis” que devem ser mortos.

Todavia, o radicalismo extremo não é privilégio deles; na idade média a Igreja Católica perseguiu e matou milhares na dita “Santa Inquisição” usando a mesma “moral” muçulmana a “serviço de Jesus”, que mandou orar pelos inimigos e abençoar quem nos persegue. Os islâmicos são mais coerentes, pois, o Corão manda mesmo matar aos “infiéis,” diferente da Bíblia.

Perdida a força bélica do papado após a revolução francesa seguiram “matando” agora, espiritualmente ao postular e ensinar que “Fora da Igreja Católica não há salvação.”

O Salvador foi preciso: “Eu Sou a Porta...” não uma porta, como se houvesse possibilidades mais. Não há. “Sem mim nada podeis fazer.” Ensinou. Pois, o “sine qua nom” à salvação é Cristo, não a igreja A ou B. As denominações são necessidades por causa das leis terrenas; mas espiritualmente, “Quem não é contra nós é por nós” ensinou O Senhor.

Rótulos externos não são relevantes, pois, “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

O caráter transformado é, em última análise, o selo de Deus a identificar quem lhe pertence; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 O Nome de Cristo, não, da Igreja.

Estranhamente, aqueles que se pretendiam depositários únicos dos ensinos da salvação, agora trabalham para reconhecer todas as religiões como válidas, até pajelanças, animismo e o radicalismo islâmico. Seu pêndulo insano oscilou do, “fora daqui ninguém se salva” para, “cada um do seu jeito, todos estão salvos”. Num passe de mágica a “Porta Estreita” se fez avenida de seis pistas.

Erram no conteúdo; O Evangelho não veio promover a paz entre homens; antes, possibilitar aos arrependidos a reconciliação com Deus; erram no método substituindo a Unidade do Espírito pela união de espíritos diversos; erram no entendimento, pois, se todos os credos são válidos o mandamento de pregar O Evangelho a toda criatura perde o sentido; erram no foco; salvação atina prioritariamente às almas, não à ecologia; erram pela profanação mesclando o Sagrado ao profano; por fim erram vergonhosamente na contradição; séculos defendendo algo e agora defendem o oposto...

Seu apreço pela verdade nunca foi o ponto forte, infelizmente; “Quer conhecer alguém espiritualmente – ensina o padre Paulo Ricardo – observe contra o quê ele está lutando.”

Lutero pelejou contra heresias; tivesse sido ouvido haveria concerto, arrependimento não, cisma; mas o poder terreno era-lhes mais caro que a Verdade; o protestantismo foi por culpa da resiliência de Roma em seus erros; pior, criaram a “Companhia de Jesus”, para combater quem não se submetia a eles.

Agora, pela primeira vez temos um Papa Jesuíta que busca as mesmas coisas; hegemonia de poder terreno, só que dessa vez pelo engano.

Muitos católicos sinceros também estão contra o ecumenismo; pena que seu zelo seja pela Igreja, não pela Palavra de Deus.

Um servo de Deus não é um conciliador político, antes, um porta-voz dos Céus; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Parcial, mas Vital

“Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios da plenitude de Deus.” Ef 3;19

Somos desafiados a conhecer o Amor de Cristo, contudo, advertidos que o conhecimento possível é parcial, uma vez que, o ser, excede todo o entendimento.

Não só no que se refere ao Amor Divino; também o Seu agir extrapola às nossas mais altas perspectivas; Deus “... é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos...” v 20

Então, se a falta de conhecimento do Eterno pode ser destrutiva, o conhecimento a que somos exortados é limitado. Pois, Seus feitos dão nuances pálidas do Seu Infinito Poder; “Porquanto 'o que de Deus se pode conhecer' neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Claramente se veem num sentido de que elimina argumentos fajutos do ateísmo, não que, a compreensão do que se vê seja cabal; o que podemos ver já é testemunho sobejo para que possamos crer.

Sendo o homem criado à Sua Imagem e Semelhança, a mera ideia de semelhança invés de igualdade já preserva a distinção de algumas coisas que lhe são peculiares, os atributos incomunicáveis; Onisciência, Onipresença e Onipotência; Destes O Salvador esvaziou-se como “Segundo Adão”, para que, sua atuação redentora estivesse no nível humano como convinha à Sua Própria Justiça; “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7

Assim, pela Sua parte careceu esvaziar-se para, por um pouco ser como nós; pela nossa, uma vez que após a desobediência nos enchemos de entulhos morais e espirituais como, egoísmo, orgulho, jactância, violência, mentira e toda sorte de impurezas, precisamos nos esvaziar totalmente, para sermos de novo preenchidos da Plenitude de Cristo; no que nos é possível voltarmos a ser como Ele; “... Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Esses dois “vazios” se encontrando que preenchem novamente, a lacuna de relacionamento criado pela desobediência.

Se alguém quer vir... evidencia Seu Chamado, que O Santo preza pela nossa liberdade de escolha; não fada ninguém a uma “escolha” de cartas marcadas como ensinam os calvinistas.

Esvaziar para ser preenchido não é uma coisa fácil, tampouco, superficial; demanda esforço, aplicação, aprendizado; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

O aproximar-se do Salvador requer esvaziamento dos maus conselhos, ambientes, companhias; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Depois dessas negativas às fontes corruptas, a salutar Água da Vida; “Antes tem seu prazer na lei do Senhor, na sua lei medita de dia e de noite.” V 2

Por falta de uma palavra melhor usamos “Teologia” para expressar nossas limitadas possibilidades de conhecimento nesse campo; os dicionários a definem: “ciência ou estudo que se ocupa de Deus, Sua natureza e Seus atributos; Suas relações com o homem e com o universo.”

Entretanto, invés de reconhecer quão infantil é nossa mais alta ciência nos domínios espirituais, ainda há os que adjetivam suas idiossincrasias como, teologia disso, daquilo.

Ora, por definição a palavra trata apenas de nomear o esforço em conhecer o que nos é possível sobre Deus, não em catalogá-lO segundo nossas idólatras preferências.

Os que amam dinheiro e usam Deus como pretexto chamam de Teologia da Prosperidade; os que querem comunismo, partilhar riquezas alheias, Teologia da Libertação. Duas idolatrias diversas no método e iguais no alvo.

Benny Him, da Prosperity renunciou aos seus erros recentemente; dizem possuir uma fortuna de U$100 milhões; então faça como Zaqueu; “Restituo ao que roubei”. Senão, segue o cadáver no armário.

Enfim, o fato de que o conhecimento possível é limitado, não justifica que sejamos omissos nisso.


Olavo Bilac poetou que quem ama pode ouvir estrelas; pois, quem ama ao Senhor anda retamente como lhe agrada recebe Dele, o conhecimento; “Porque o Senhor dá sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade. Prov 2;6 e 7

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Jesus, Politicamente Incorreto

“Vim lançar fogo na terra... Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não vos digo; antes, dissensão”Luc 12 49 e 51
Como seria recebido alguém que viesse com um discurso sobre lançar fogo e dissensão? Não seria; possivelmente acabaria preso. Talvez, sorte assim aguarde aos que seguem fiéis a Ele.

A humanidade com pretensa autonomia em relação a Deus decidiu por conta o que é bem e o que é mal; sabe o que quer; importa a paz, ainda que hipócrita, meramente aparente mascarando as guerras internas de cada um.

Quem em sã consciência se oporia a um discurso de paz e segurança global? O canhoto não se importa que erijamos uma paz humana falsa desde que, sigamos em guerra contra Deus.

A diferença diametral de abordagem entre Cristo e o Anticristo é lógica no prisma espiritual; embora, aos olhos naturais o “pacifista” assassino soará como mais desejável.

Sendo Cristo A Luz, não pode sonegar nossa real situação para que, vendo, sigamos após Ele que nos reconcilia com Deus; ao inimigo trevoso basta maquiar as coisas, envernizar nossas mortes com o brilho da falsa paz, para sermos cegados e iludidos.

Quem há de negar que a paz é uma coisa boa? O Salvador, entre outros títulos ostenta o de Príncipe da Paz.

Acontece que, não sendo Seu Reino desse mundo, tampouco, Sua paz assemelha-se aos anelos e arranjos mundanos. “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

A paz indispensável é com Deus; “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

Paz horizontal entre iguais nem sempre é possível; “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12;18 No que depender de nossa vontade reine a paz. Porém, nem tudo depende.

O ecumenismo caminha a passos largos; embora, grosso modo seja um tratado que buscará a paz inter-religiosa, violenta aos que creem em Deus demandando uma renúncia que não podemos fazer. Fomos desafiados a negar a nós mesmos, trocar nossos pensamentos pelos Divinos para receber a reconciliação com O Criador.

A bem de uma paz mundial que sabemos falsa, teríamos que negar a Deus, para não sermos radicais, fundamentalistas, feitores de discursos de ódio, etc.

Islâmicos creem que Alá é Deus e que “infiéis” devem morrer; espíritas que não há inferno, nem salvação por Cristo, mas, reencarnações sucessivas, aperfeiçoamento; animistas creem que Deus está na natureza, plantas e animais; outros cultuam ao órgão sexual; etc.

Nós não cremos que a salvação seja outra coisa senão, salvação mesmo; que há um juízo iminente que vai punir quem segue em rebeldia contra Deus e Sua Vontade Expressa. Em nome da paz global teríamos que fingir não saber e concordar com descaminhos que rumam à perdição?

Aquele fogo que O Senhor veio acender na Terra arde em nós e costuma incinerar todos os arranjos da mentira.

O capeta desfralda a bandeira ecológica, usa pequenos fantoches como Greta Thunberg, ou grandes, como o Papa Francisco; mas, nós sabemos que isso é mero pretexto para seu camuflado fim; primeiro o terrorismo ecológico que cria o problema, depois a unidade global oferecendo a pretendida solução. O Pai da Mentira usando sua filha para reinar.

Nenhuma paz que sacrifique à Verdade é paz! Concordar exteriormente em não discordar com o que afronta nossas consciências pode ensejar certa calmaria; mas, é a pior forma de traição; a de si mesmo. Quem não ama a si mesmo não pode amar ao próximo, tampouco, a Deus.

Será que nunca se perguntaram por que os cristãos fiéis preferem o martírio a negarem a fé? Quantos são decapitados em nossos dias pelos servos de Alá? Quem abraçou à fé genuína vê coisas que o homem comum não enxerga.

O que a Terra dos incautos cegos chama de paz mundial a Bíblia chama de arregimentação de exércitos para guerra contra Deus.

A Salvação é radical, precisa, nada ecumênica; “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei” II Cor 6;14 a 17

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Os ídolos; O Caminho

“Dá-me, filho meu, o teu coração; os teus olhos observem meus caminhos.” Prov 23;26

Embora seja possível aplicar isso à relação Divino-humana, originalmente não era essa a intenção. Salomão recebera o dom da sabedoria e escrevia os ditos textos sapienciais para seu filho, o sucessor no trono.

No início dissera que seu escrito era “Para se receber a instrução do entendimento, justiça, juízo e equidade;” Cap 1;3 Valores indispensáveis para um rei que desejasse reinar com prudência.

Porém, a parte em que preceituou ser imitado pelo filho “os teus olhos observem os meus caminhos”, ficou devendo um melhor exemplo; quiçá, no momento em que escreveu, seu caminhar ainda parecesse imitável, mas em determinado momento deixou de sê-lo.

“Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.” I Rs 11;4

Todo mundo filosofa sobre a superioridade do exemplo ao ensino; parece que seu filho “lia” mais as ações do pai, que os escritos. Tendo começado bem, na sua velhice Salomão pecou pela idolatria; Roboão, o príncipe herdeiro desde o início caiu no erro de praticar a mais comum e letal forma de idolatria; a avareza.

O povo reclamava da excessiva carga tributária; pediram ao novo soberano que aliviasse-a; mas, ele desprezou o conselho dos anciãos, ouviu antes, aos jovens da sua turma e prometeu aumentar ainda mais aos já onerosos impostos.

O reino se dividiu; dez tribos seguiram a Jeroboão, e apenas duas, Judá e Benjamim ficaram com ele. Parece que levou a sério a exortação de imitar os caminhos do pai, mas escolheu para isso os piores momentos da caminhada dele.

Dois males nos assolam: Quando caminhamos, nem sempre somos exemplares ao ponto de ser recomendável que nos imitem; e quando escolhemos imitar, eventualmente, não são os melhores exemplos os nossos guias.

A sociedade atual padece um imenso lapso de referenciais, de pessoas imitáveis; “canoniza” o carisma invés do caráter, o talento, a fama, invés da probidade; a integridade e a verdade não recebem os elogios e o destaque que merecem; enquanto, os efusivos aplausos são reservados aos que douram a impureza com o ilusório verniz do talento e renome.

Outro dia uma repórter famosa ao assumir seu lesbianismo e deixar o marido, com o qual tinha uma filha para casar com outra mulher foi aplaudida num programa de auditório pela sua “coragem”.

Os desvios morais usam roupas alheias e são aplaudidos pela “elegância”. Coragem uma ova! Perversão.

Mesmo no meandro espiritual, dos que se dizem igreja, o pecado de Salomão, idolatria religiosa, imagens e ídolos vivos, e o de Roboão a avareza, têm desfilado pujantes, enquanto, a Doutrina de Cristo que deveria sobressair, subsiste com menor número de expoentes idôneos.

Poucos pregadores modernos, dado o foco na aprovação, no sucesso ministerial, nos números mais que nas pessoas, ou, que na verdade podem dizer como Paulo: “Porque eu recebi do Senhor o que vos ensinei...”

Ele, aliás, deixou seu esforço de imitar O Caminho como estímulo; “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

Quando O Senhor enviou os primeiros convertidos a difundir Sua Mensagem disse que eles seriam testemunhas; “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e me sereis testemunhas, tanto em Jerusalém, quanto na Judeia, Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Ser testemunha em âmbito espiritual é diferente de ter um testemunho, ou uma mensagem para contar; é agir de modo tal, que o jeito de ser se faça um testemunho, até mesmo sem palavras; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Se, aos olhos do mundo, “Todos os caminhos são iguais; os que levam à glória ou, à perdição”, como cantava Raul Seixas; ao ensino do Mestre são bem distintos; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Enfim, não apenas nos cabe a boa escolha, como ainda, carecemos o discernimento antes de escolher; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

A única forma de saber o fim do caminho é confiar Naquele que o traçou; “... não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio...” Is 46;9 e 10