sábado, 16 de novembro de 2019

As duas faces da fé


"Crescia a palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos; grande parte dos sacerdotes obedecia à fé." Atos 6;7

Em Jerusalém, berço do judaísmo; muitos sacerdotes judeus aderiam ao ensino dos apóstolos.

Lucas diz que, grande parte do sacerdotes "obedecia" à fé.
A fé parece um sentimento a se ter, mais que, um mandado a obedecer. Entretanto, há dois aspectos distintos e complementares.

A fé como dom Divino que nos capacita a crer; e, como espectro doutrinário que delimita em quê, devemos crer.
O fato de crermos não nos autoriza a "cristianizar" desejos espúrios; antes, demanda abandonar o que destoa de Cristo, em submissão a Ele.

Esse aspecto que põe um termo às possibilidades de exercício espiritual sadio requer obediência, zelo.

A apostasia, na maioria dos casos não advém por alguém que deixou de crer; antes, por quem passou a crer de outra forma, incluir conteúdo estranho ao teor original. "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." II Tim 4;3 e 4

Nesse prisma Judas convocou irmãos, não apenas a obedecer, mas pelejar pela manutenção da sã doutrina; "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo." Jud vs 3 e 4

Paulo compara a salvação a um edifício; Cristo, o fundamento. A obediência à fé, necessariamente nos fará edificarmos sobre Ele só com materiais aprovados; "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um." I Cor 3;11 a 13

Quem crê conforme as conveniências não resiste quando o fogo das novidades arde. A nova fé, ecumênica, multi-tolerante, "inclusiva" de todos os comportamentos réprobos e abomináveis que se descortina é já um fogo a testar-nos.

Enquanto verdadeiros fiéis perdem a vida pela manutenção da fé salvadora, o mosaico que se forma perde a identidade de cada credo, são ou espúrio, em nome da união global de todos, como se, todos fossem válidos, e cada um "conhecesse" a Deus da sua maneira. Temem mais, o ser tidos por radicais, que arder no inferno.

Gostem ou não, a fé bíblica é exclusiva, radical, única; declara como falsas todas as pretensas alternativas, pois, "Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós." Ef 4;4 a 6

Contudo, está na moda chamar a coerência doutrinária dos que recusam aderir ao emaranhado de credos excludentes que se incluem, de "preconceito religioso". Pois, é mais fácil aos rebeldes rotularem aos outros, que ousarem contra as próprias maldades tomando a cruz da renúncia.

Se, os meros rótulos depreciativos já nos soarem a pesos insuportáveis, seremos indignos da companhia Daquele que, inocente morreu por nós, e de muitos irmãos que também perderam e ainda perdem a vida em obediência à fé. Aos hebreus, cuja "demora" da volta de Cristo era pesada demais, foi colocado outro peso; "Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado." Heb 12;4

A fé que faculta crer me ilumina e requer obediência, agir conforme; o teste se ela é viva ou morta; "Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado." I Jo 1;7

Comunhão uns com os outros irmãos, não, credos; pois, a purificação prevista deriva apenas e exclusivamente do Sangue de Jesus; não de arranjos de humana feitura.

Uns chegaram a Cristo dispostos a agir; Ele demandou crer; "A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou." Jo 6;29

Tiago falando aos que criam, desafiou-nos a atuar conforme; "... Tu tens fé, eu tenho as obras; mostra-me tua fé sem as tuas obras, e te mostrarei a minha fé pelas minhas obras." Tg 2;18

Se tua fé fé não muda tua vida é necessário que mudes tua fé.

domingo, 10 de novembro de 2019

A Valentia Necessária


"Mas o justo viverá da fé; Se ele recuar, minha alma não tem prazer nele." Heb 10;38

Quer dizer que salvação é para fortes que não recuam; valentões tipo os lutadores de MMA? Sim e não.
Salvação não é para covardes; "O Reino de Deus é tomado por esforço."

Todavia, a força que conta não é física. Nem é humana. "Fortalecei-vos no Senhor; na força do Seu Poder" Ef 6;10 "Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." Fp 4; 13 De modo que, de mim mesmo, "Quando estou fraco, então sou forte." II Cor 12;10 Ou, quando não interfiro com minhas forças inúteis, permito que O Forte lute em meu favor.

Assim como um atleta aperfeiçoa e amplia sua força através de exercícios, os chamados à salvação "malham" na academia dos enganos, ilusões e tentações do mundo, onde são treinados a exercer discernimento; ver a essência das coisas por detrás das aparências, para crescimento e aperfeiçoamento espiritual. Uma vez discernidos o bem e o mal, optar pelo primeiro; andar na luz.

Inicialmente somos desafiados a ver e lidar com os males que estão em nós mesmos; uma luta que não cessa. Carecemos tomar a cruz a cada dia, uma vez que a natureza caída ainda palpita.

Logrado algum crescimento podemos dividir nosso aprendizado alhures; tendo tirado a trave de nossos olhos poderemos ver e ajudar a outrem. "Estando prontos para vingar (corrigir) toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência." II Cor 10;6

A negligência dos cristãos hebreus tinha gerado anomalias; com idade para ser adultos ainda eram meninos; "Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal." Heb 5;12 a 14

Somos exercitados na "Palavra da Justiça"; isso com frequencia tal, de modo a se tornar um costume, cujo efeito colateral será o discernimento.

Acaso um grande campeão desejaria abandonar seu treinamento na iminência de uma luta decisiva? A resposta parece óbvia que não. Contudo, agimos assim, quando, ante as agruras da "vereda estreita" clamamos por largueza, invés de, por novas forças para a caminhada.

Quanto mais intensas as provações vencidas, maior nosso crescimento; concomitante, o prazer do Pai, ao ver um filho que, pela integridade do Seu Nome, persevera confiante mesmo no escuro. "Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus." Is 50;10

Não que exercícios físicos não sejam importantes; mas sua eficácia não passa da melhoria do corpo, enquanto, o espiritual alcança além; "Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir." I Tim 4;8

Paulo também usou a figura de um atleta cuidando primeiramente das próprias fraquezas, depois ajudando a terceiros; "Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado." I Cor 9;25 a 27

Quando cogitamos recuar, apostatar da fé porque outros o estão fazendo, invés de encomendarmos nossa salvação a Cristo estamos atrelando-nos à sina de pessoas frágeis como nós.

Ele é nosso Parâmetro e consorte de jugo na senda da salvação.

Invés de enfraquecer inda mais nossa fraqueza cotejando com a dos fugitivos da cruz, ousemos andar, "Olhando para Jesus, o autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta; assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai Aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos." Heb 12;2 e 3

Há chamamentos de todos os tipos; nenhuma voz é sem significado. Nos dias de Gideão os covardes foram convidados a se retirar; vergonhosamente, um terço do exército volveu pra casa.

Contudo, também há demandas por valentes, como fez Josué na tomada de Jericó; "Disse ao povo: Passai, rodeai a cidade; quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor." Js 6;7

Por isso, "Revesti-vos de toda a armadura de Deus..." Ef 6;11

sábado, 9 de novembro de 2019

Traços da Esperança

"Aguardo ao Senhor; minha alma o aguarda; espero na Sua Palavra." Salm 130;5

Difícil dissociar fé e esperança, uma vez que ambas costumam andar de mãos dadas. Alistando todos os dons submissos ao amor Paulo anexou a ele a fé e a esperança, como coisas que permaneciam. I Cor 13;13

Há dois tipos de esperança; a natural, conforme nossas propensões, tributária de nossas noções "lógicas"; e a, espiritual, derivada da Palavra de Deus e Suas promessas.

A natural não costuma excurcionar às plagas do "impossível", como faz a espiritual firmada em determinada promessa.

Deus prometera um filho a Abraão sendo ele e sua esposa Sara avançados em idade; a esperança natural recusava aceitar; tanto que, Sara riu-se ao ouvir a promessa. Não conseguiu crer.

No seu marido, porém, houve um conflito entre duas esperanças; venceu a mais forte; a que derivava do consórcio com a fé. "O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência." Rom 4;18

Mesmo orbitando ambientes espirituais tendemos a empinar a pipa da esperança presa ao parco fio de mentalidade natural, invés de, como o salmista, esperarmos na Palavra de Deus.

Não raro, frustramo-nos com acontecimentos quando, a causa está em nossa eperança deslocada, alienada das promessas.

Um exemplo disso vemos nos dois discípulos a caminho de Emaús; falando de Jesus, com Jesus, incógnito deixaram patente sua frustração pela morte Dele no Calvário; fim da esperança. "Nós esperávamos que fosse Ele..."

Qual a reação do Senhor após ouví-los? Decepção! "Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés e todos os profetas explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras." Luc 24;25 a 27

Se, as coisas tinham se dado precisamente como as Escituras vaticinaram, qual o motivo da frustração deles? A esperança natural de um reino terreno, libertação do jugo romano apenas, não de libertação do pecado ao preço de sangue, como vaticinaram os profetas. Isaías e Zacarias, sobretudo.

Além de esperarmos exata e estritamente o que foi prometido, carecemos o concurso da perseverança para que, nossa esperança se torne certeza; "Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para a completa certeza da esperança;" Heb 6;11

"Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do Seu Conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta;" Heb 6;17 e 18

Se,pela Palavra imutável podemos ter a esperança de salvação, também o concurso dos dias maus que vivemos faz parte do "pacote"; só esperaremos diferente se, como os do caminho de Emaús, formos néscios, tardos de coração e entendimento no tocante às Escrituras.

Elas advertem: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela." II Tim 3;1 a 5

Embora sejamos salvos em esperança, como disse Paulo escrevendo aos romanos, a esperança derivada das promessas não é tão abstrata assim.

Pedro disse que devemos responder com mansidão a razão da nossa esperança; ora, se alguém nos perguntaria pela razão, necessário é que nossa esperança seja, de alguma maneira, visível.

Deve sê-lo; se, não em si, nas consequências, nas mudanças que em nós opera. "Qualquer que Nele tem esta esperança purifica a si mesmo, como também Ele É Puro." I Jo 3;3

A mesma nos leva a orar pela salvação de muitos, embora, nem sempre as coisas saiam como esperamos; mas oramos, "Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus." Rom 8;21

Acontece que a salvação, embora tencione atingir a todos é uma promessa condicional; depende da resposta de cada um ao Amor de Deus em Cristo.

Então, embora a apostasia queira nos desencorajar, convém perseverarmos; "Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." Heb 10;23 a 25

terça-feira, 5 de novembro de 2019

A Escalada

"O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas..." Apoc 21;5

Há diferença entre fazer algo novo, e fazê-lo de novo; nesse caso significa recriar; naquele, regenerar. Quando Deus promete fazer novas todas as coisas, às quais, após criadas, contemplara e vira que era muito bom, é porque aos Seus Olhos, as mesmas envelheceram. Não prometeu recriar, mas restaurar.

"A terra pranteia, murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores..." Is 24;4 e 5

Tendemos a ver o incremento dos meios, a cada dia mais refinados, como novidades; O Eterno que atenta aos fins deprecia essas "velharias" que nos hipnotizam na morte; nos chama à vida.

Aprimoramos a cada dia o "como", enquanto não ousamos adentrar no "porquê". "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? O produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?" Is 55;2

Desse mirante o sábio olhou quando disse: "Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós." Ecl 1;10

Então incrementos cada vez mais high techs que saltitam a cada dia e soam como novidades não passam de testemunhas da nossa imperfeição.

Suponhamos que um bravo alpinista tenha escalado ao Everest e ainda esteja no topo. Caso deseje e possa ali permanecer terá uma situação estável; Dali não pode elevar-se mais; só poderá movimentar-se para baixo. Assim se dá com as coisas perfeitas. Nelas se pode permanecer; não, alterar sua essência, senão, rumando à decrepitude, à imperfeição.

Então, tudo o que pode subir, só o pode por estar numa situação inferior. A cada invento mais moderno que supera a outro, mais um reltório da humana imperfeição é escrito.

Deus não retoca Sua Palavra; tampouco, melhora o Sacrifício de Cristo; dado que, são coisas perfeitas. Qualquer mexida nisso, ainda que pareça algo novo, será sempre um movimento para baixo. Por isso, o ensino para que nos mantenhamos nas "veredas antigas". Modernismo nenhum cria alternativa à água quando a sede palpita.

Nenhum de nós, por melhor que seja sua caminhada em Cristo atingiu a perfeição; longe disso! O desafio nos insta a prosseguir na escalada; "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;" Col 3;1 e 2

Porém, "virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." I Tim 4;3 e 4 Advertiu Paulo.

O "Topo do Monte" deve ser o nosso alvo; devemos "escalar" "Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo" Ef 4;13

Quando O Salvador põe a necessidade de "nascer de novo" não tenciona criar o homem outra vez, estritamente; antes, regenerar aquilo que nele estava morto; o espírito, por estar alienado de Deus.

Todo nosso "modus vivendi" antes de Cristo em nós, não importa quão requintados meios dispunhamos, era apenas uma caminhada "Walking Dead" do "velho homem".

O processo de santificação ao que são desafiados todos os que renascem Nele pressupõe abandono disso; "Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade." Ef 4;22 a 24

As novidades que O Criador busca em oposição às nossas velharias atinam a justiça e santidade, totalmente na contramão do mundo que corre por tecnologia, modernidade.

Quando O Santo disse que faria novas todas as coisas foi num contexto pós juízo, onde muitas coisas velhas tinham sido detruídas; então, restauraria "todas" as que restaram, após as catástrofes apocalipticas.

Ás pessoas chama há mais de dois milênios já para que ouçam Suas Boas Novas que regeneram; como nos fez arbitrários Ele não nos salvará à revelia de nossa vontade; "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo." Apoc 3;20

Será com tecnologia de ponta que Satã contolará a marcará aos seus, como gado; é com a boa e velha Palavra da Vida, que O Eterno conduz Seu rebanho aos verdes pastos, e às águas tranquilas.

As vestes invertidas do novo e do velho não ludibriam mais a quem recebe a Luz do Espírito Santo.

domingo, 3 de novembro de 2019

Arrependimento em Cheque


Quantas vezes ouvimos a frase feita: "Só me arrependo do que não fiz"? Em inglês circulou também: "Just do it." Apenas faça.

Assim, a ideia de que haja motivos válidos ou inválidos a patrocinar, ou vetar ações, some na nebulosa bruma de um ativismo inconsequente, como se, devêssemos descobrir que as vidraças são frágeis atirando pedras nelas.

Inevitável evocar Confúcio e seus três métodos de aprendizado; "A reflexão, - disse - é o mais nobre; a imitação, o mais fácil; e a experiência, o mais doloroso". Contudo, se arrependo-me apenas do que não fiz logo, nem as dolorosas experiências me conseguiram ensinar; pois, quando fazemos algo que se revela mau, prejudicial, danoso, de má fama, duas consequências são esperáveis de alguém psicologicamente sadio; aprendizado e arrependimento.

Acho que a doença de quem esposa a frase aquela é mais de ociosidade intelectual, comodismo preguiçoso que o impede de pensar antes de falar, que de conteúdo a defender, propriamente; isso o faz recorrer às frase feitas, dada sua perene omissão no labor de pensar, como dizia Henry Ford: "Pensar é o trabalho mais duro que há; essa é a razão, talvez, para que tão poucos se dediquem a isso."

Mas, se eventualmente também lanço mão de frases alheias como sempre faço, isso não me faria incoerente? Doente do mesmo mal que denuncio? Vejamos.

O simples conhecer o que disseram outros pensadores remotos demanda duas coisas, de cara: Admissão de ignorância que leva a buscar tais fontes, e identificação com seus ensinos, de modo a não me envergonhar pelo consórcio em meus pensamentos com tantos que sabem mais que eu. Pois, a coisa não se resume a uma frase tampão tipo cala a boca que encerra um assunto; antes, uma linha de pensamento é enriquecida com luzes alheias, como uma fachada comum em época de Natal. Meu trabalho consiste em pendurá-las conectadas à energia apenas.

Domenico de Masi defendeu a ideia do ócio criativo, no qual nossos pensares trabalhariam enquanto o corpo folga. Agora recusar-se a pensar por si mesmo e apenas repetir chavões da moda é o ócio ocioso, a preguiça até mesmo de pensar.

Nem tudo o que herdamos nas coisas filosóficas, culturais, existenciais são verdades inquestionáveis. Ademais, mesmo que sejam, ao questioná-las e tentar argumentar contra, eventualmente, acabaremos aprendendo por nós mesmos que são verazes, não porque se diz alhures, mas porque constatamos "in loco" que as coisas são assim.

Agora, G. Bernard Shaw me socorre: "Quando penso nas coisas como são, eu pergunto: Por quê? Se as avalio como não são, questiono: Por quê não?"

Desgraçadamente, cada dia mais nos tornamos a geração vídeo, viciada em "alimento" aos olhos, não ao cérebro. Enquanto escrevo, seguido o "Edge" meu navegador oferece o que garante ser "O mais viciante dos jogos" cujo banner ostenta duas mulheres semi-nuas. E "assim caminha a humanidade".

Então, textos como esse correm risco de se tornarem "golpes no ar" coisa que ninguém terá tempo nem vontade de ler. Atrevo-me mesmo assim.

Tendemos a tratar ideias como manufaturados, coisas acabadas, não vidas em potencial desenvolvimento. Isso é amputar as asas da mente e confiná-la à mediocridade. "A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso." Plutarco

E essa abordagem tem um cunho meramente filosófico; se, adentrarmos aos domínios do Espírito e da Palavra de Deus as asas crescerão exponencialmente.

Nunca se falou tanto quanto agora, contra a mentira, a falsidade; isso em inglês; as "Fake News". Acaso a humanidade, de uma hora para outra deixou de ser o que é; mentirosa, hipócrita e cínica e se tornou adepta de verdade? Não. Apenas decobriu uma nova arma de guerra que permite defesa e ataque conforme seus interesses. Outro dia uma equipe de mentirosos, às nossas custas, criou até uma "Comissão da Verdade" para, montados nesse nobre garanhão perseguirem desafetos pelos motivos mais vis.

Se tivéssemos coragem de enfrentar o verdadeiro inimigo que trazemos "inside" tiraríamos um pouco do combustível da língua e dividiríamos com os ouvidos e com o cérebro.

Arrependo-me muito de coisas que fiz, e de algumas que não fiz, cujo final, suponho, seria meritório, mas vá saber. Quantas coisas que gostaríamos de não ter falado e falamos...

Pior que se perguntarmos pela fé, aos usuários da frase aquela, a maioria professará ser cristã; contudo, é mais fácil se produzir fogo sem calor, que, cristão verdadeiro sem arrependimento.

O cinema fantasiou com a viagem no tempo, onde se pode ir ao passado consertar erros; o vero arrependimento é a "Viagem no Tempo" de Deus; isso no tocante ao passado; quem deseja com Ele visitar ao futuro, embarque na nave da fé e aperte o cinto da perseverança...

A Ousadia Ímpar


" No Senhor Deus de Israel confiou, de maneira que depois dele não houve quem lhe fosse semelhante... nem... antes dele." II Rs 18;5

Normalmente tendemos à mediocridade; fazermos o que os outros já estão fazendo. Nossos parâmetros, invés da "Estatura de Cristo", não raro, são horizontais; um destacado qualquer que fez determinada coisa e nos bastaria igualar.

George Miller disse: "Não há limites ao que O Senhor pode fazer com uma vida inteiramente consagrada; desde que essa não toque em Sua Glória". As limitações são por nossa causa.

De Ezequias se disse que, nem antes nem depois dele houve semelhante. Ousou ser ímpar. Baniu a idolatria, reorganizou o culto, estabeleceu funções sacerdotais, confiou irrestritamente no Senhor; venceu muitas batalhas, pois, O Senhor era com ele.

Confiar; eis uma coisa que nos é muito difícil. Não porque O Eterno seja indigno de confiança; mas, porque a queda inoculou o vírus da dúvida e incredulidade no "sistema". Desde a proposta fajuta que culminou no usufruto indevido da Árvore da Ciência, somos tentados à lógica satânica; "Vós mesmos sabereis o bem e o mal."

Se, O Eterno nos determina algo, invés de obedecermos de modo irrestrito, não raro queremos entender os motivos primeiro; como se, as ordens Divinas só fossem acatáveis se, parecessem racionais aos nossos apreços.

Por isso, Paulo ironiza esse "salto" entre natural e espiritual adjetivando-o como "loucura", dado ser o âmbito espiritual, por superior, insubmisso à nossa "lógica" rasteira.

"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação." I Cor 1;18 a 21
"Loucura" aos olhos dos "sábios", cuja sabedoria se tornou louca diante de Deus. Pois, "A Loucura de Deus é mais sábia que os homens."

O retorno à Árvore da Vida demanda a alienação da nossa "ciência" como se, nossos miolos fajutos estivessem em pé de igualdade com a Sabedoria Eterna.

A distância é tal entre os "pródigos" e a casa paterna que medidas drásticas precisam ser tomadas para regeneração. Nosso ego sem noção e cheio de razões é desafiado ao "suicídio" para Cristo viver em nós. "Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me."

A mudança de mentalidade é figurada como um transplante de coração; "Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra; vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o Meu Espírito; farei que andeis nos meus estatutos, guardeis Meus Juízos e os observeis." Ez 36;26 e 27

O traço visível desse novo coração é a obediência a Deus; o "Motor" que possibilita é a Bendita presença do Seu Espírito atuando nos salvos.

Isaías falando da mudança necessária nos que ousarem buscar ao Senhor não explica cabalmente as trocas de mentalidade propostas; apenas desafia a deixarmos nossos vãos "saberes" em favor de outro infinitamente superior. "Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos que os vossos." Is 55;7 a 9

Paulo ensina que o homem espiritual discerne coisas que escapam ao natural, pois, tem a "Mente de Cristo".

Essa não é um enchimento de poder, como devaneiam alguns; antes, um esvaziamento de humanas pretensões, para dar espaço à Divina Vontade; "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte; morte de cruz. Por isso Deus o exaltou..." Fp 2;5 a 9

Unir religiões da Terra, forjar novo humanismo, como propõe o Papa Francisco, é apenas comprar vestes novas para mortos; Já que são tão ecologicamente corretos, ciosos das árvores e da "Mãe Terra", deveriam, confiar e ouvir ao Pai dos Espíritos para voltar à Árvore da Vida.

Para confiar no Senhor carecemos duvidar de nós mesmos; mas, essa gente tem certezas demais, infelizmente...

sábado, 2 de novembro de 2019

À ímpia imagem e semelhança

"Se voltares em paz, o Senhor não falou por mim..." II Cr 18;27

Micaías avisara da parte de Deus que o rei Acabe seria morto em combate. Ele preferira ouvir aos profetas de Baal que sempre prometiam facilidades e vitórias. Então mandou trancar o profeta do Senhor a pão e água enquanto partiam ao combate, do qual, voltaria em paz, disse.

Daí Micaías bradou as palavras acima; se tu voltares em paz, não foi O Senhor que falou por meu intermédio.

A Palavra seria fiadora de si mesma; seu cumprimento legitimava-a; enquanto, eventual falha a desqualificaria. Acabe descobriu da pior maneira, tarde demais, que o vaticínio era verdadeiro.

O cumprimento da profecia sempre foi o aferidor Divino. "Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e a palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba falou aquele profeta; não tenhas temor dele." Deut 18;21 e 22

Esse aferidor no tocante à profecia estritamente.

Também poderia ocorrer de alguém fazer prodígios pretensamente espirituais; nesse caso, as consequências derivadas do dito sinal que seriam as aferidoras; "Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais O Senhor vosso Deus com todo vosso coração e toda a vossa alma." Deut 13;1 a 3

O milagre prometido aconteceria; contudo, a consequência seria afastar ao povo de Deus; tal permissão seria um teste de fidelidade; para deixar patente se as pessoas amavam a Deus, ou, a si mesmas apenas, na volúpia por prodígios a qualquer preço.

Como não lembrar tantos "cultos de testemunhos" onde, pretensos milagres são avalistas de Mamon; "depois que me tornei patrocinador... que sacrifiquei... fiz isso, aquilo, o $enhor me abençoou." Que triste ver a cegueira dos incautos manipulados por mercenários safados.

Que diferença da fidelidade aquela, os "profetas" atuais que prometem isso e aquilo em nome do Senhor; ao não se cumprir alegam que faltou fé; que a pessoa alvo, não recebeu a palavra.

Claro que as promessas Divinas no tocante a nós são condicionais; mas, Seus Decretos não. Quando ordena um profeta a anunciar que fará algo, normalmente faz; salvas raríssimas exceções, como a estupenda mudança coletiva de Nínive que O fez mudar Seus juízo, para não mudar Seu Caráter Santo e Misericordioso.

Não apenas profecias de eventos, como estamos acostumados, mas as que atinam às transformações operadas nas vidas dos que dão ouvidos aos Seus Ensinos; O Senhor também evoca a eficácia da Palavra como aferidora de origem; "Jesus lhes respondeu, e disse: Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a Vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo." Jo 7;16 e 17

Ainda há pouco deparei com um "Jesus" virtual que prometia curar minhas dores, resolver todos os meus problemas se eu aceitasse; bastaria escrever, aceito, sim, ou amém, sob a profanação e estaria resolvido. Sim; o simples forjar uma imagem de "Cristo" que não seja espiritual na imitação do Seu Caráter Santo, não passa de profana idolatria. Aquilo não é Cristo; é fruto duma imaginação doentia.

Que gente sem noção! Sem vergonha! Sem temor! Para começo de conversa Deus não é Deus de mortos.

O primeiro desafio lançado aos ímpios é qua ouçam Sua Voz, arrependam-se para o novo nascimento; tomem suas cruzes para aprender a andar segundo a Vontade de Deus, não mais, as inclinações próprias. "... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional . Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus." Rom 12;1 e 2

Os ímpios críticos das Escrituras às quais afirmam ser mero compêndio humano são a antítese dos seus próprios argumentos; pois, ao plasmarem um "Deus" mendigo emocional, serviçal incondicional de pecadores mostram de modo mui didático como seria um Deus criado à imagem e semelhança dos mortos.

Infezmente, a sina de muitos será como a de Acabe; por optarem por facilidades invés da verdade, entenderão tarde demais que escolheram a morte. 

"Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá; mas quem me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal." Prov 1;32 e 33