sábado, 16 de novembro de 2019

As duas faces da fé


"Crescia a palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos; grande parte dos sacerdotes obedecia à fé." Atos 6;7

Em Jerusalém, berço do judaísmo; muitos sacerdotes judeus aderiam ao ensino dos apóstolos.

Lucas diz que, grande parte do sacerdotes "obedecia" à fé.
A fé parece um sentimento a se ter, mais que, um mandado a obedecer. Entretanto, há dois aspectos distintos e complementares.

A fé como dom Divino que nos capacita a crer; e, como espectro doutrinário que delimita em quê, devemos crer.
O fato de crermos não nos autoriza a "cristianizar" desejos espúrios; antes, demanda abandonar o que destoa de Cristo, em submissão a Ele.

Esse aspecto que põe um termo às possibilidades de exercício espiritual sadio requer obediência, zelo.

A apostasia, na maioria dos casos não advém por alguém que deixou de crer; antes, por quem passou a crer de outra forma, incluir conteúdo estranho ao teor original. "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." II Tim 4;3 e 4

Nesse prisma Judas convocou irmãos, não apenas a obedecer, mas pelejar pela manutenção da sã doutrina; "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo." Jud vs 3 e 4

Paulo compara a salvação a um edifício; Cristo, o fundamento. A obediência à fé, necessariamente nos fará edificarmos sobre Ele só com materiais aprovados; "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um." I Cor 3;11 a 13

Quem crê conforme as conveniências não resiste quando o fogo das novidades arde. A nova fé, ecumênica, multi-tolerante, "inclusiva" de todos os comportamentos réprobos e abomináveis que se descortina é já um fogo a testar-nos.

Enquanto verdadeiros fiéis perdem a vida pela manutenção da fé salvadora, o mosaico que se forma perde a identidade de cada credo, são ou espúrio, em nome da união global de todos, como se, todos fossem válidos, e cada um "conhecesse" a Deus da sua maneira. Temem mais, o ser tidos por radicais, que arder no inferno.

Gostem ou não, a fé bíblica é exclusiva, radical, única; declara como falsas todas as pretensas alternativas, pois, "Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós." Ef 4;4 a 6

Contudo, está na moda chamar a coerência doutrinária dos que recusam aderir ao emaranhado de credos excludentes que se incluem, de "preconceito religioso". Pois, é mais fácil aos rebeldes rotularem aos outros, que ousarem contra as próprias maldades tomando a cruz da renúncia.

Se, os meros rótulos depreciativos já nos soarem a pesos insuportáveis, seremos indignos da companhia Daquele que, inocente morreu por nós, e de muitos irmãos que também perderam e ainda perdem a vida em obediência à fé. Aos hebreus, cuja "demora" da volta de Cristo era pesada demais, foi colocado outro peso; "Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado." Heb 12;4

A fé que faculta crer me ilumina e requer obediência, agir conforme; o teste se ela é viva ou morta; "Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado." I Jo 1;7

Comunhão uns com os outros irmãos, não, credos; pois, a purificação prevista deriva apenas e exclusivamente do Sangue de Jesus; não de arranjos de humana feitura.

Uns chegaram a Cristo dispostos a agir; Ele demandou crer; "A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou." Jo 6;29

Tiago falando aos que criam, desafiou-nos a atuar conforme; "... Tu tens fé, eu tenho as obras; mostra-me tua fé sem as tuas obras, e te mostrarei a minha fé pelas minhas obras." Tg 2;18

Se tua fé fé não muda tua vida é necessário que mudes tua fé.

Um comentário:

  1. Louvemos ao Pai pelas duas propriedades do fogo. Enquanto uns fogem dele, outros se aproximam em busca de purificação. O fogo que destrói é o mesmo que purifica. As duas naturezas imateriais que portamos - ainda que os dicotomistas afirmem a existência de uma só - estão bem definidas na exortação de Paulo 1 Co. 3: 1 a 13 citado. As obras provadas só podem ser da alma e do espírito, se discernido espiritualmente, pois que se a alma suportar a purificação do fogo, se torna um só espírito, se rejeitar, é destruída pela ação do fogo. A obra é de um ou do "outro".

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