quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Que Falta de Educação!

“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.” Paulo Freire

Será por não temer o debate, o contraditório, que nossa educação veta livros de pensadores não socialistas e persegue nas universidades os que ousam se declarar conservadores?

Hipocrisia é a antítese da educação, pois, coloca o volitivo acima do intelectual; a vontade ideologizada nega a função dos próprios neurônios; produz eunucos mentais, mentecaptos, literalmente; uma vez que a palavra significa de mente capada, castrada.

“Não precisamos de nenhuma educação
Não precisamos de controle mental
Chega de humor negro na sala de aula
Professores deixem as crianças em paz
Ei! Professores! Deixem nós crianças em paz!
Tudo era apenas um tijolo no muro
Todos são somente tijolos na parede”


Trecho da música “Another brick in the wall” de Pink Floyd

Fácil perceber que se trata de ironia; Não uma diatribe à educação, mas, à idiotização massificante que, invés de formar indivíduos pensantes forma apenas “tijolos na parede”; uma alienação programada, buscada.

Aliás, nossa “educação” desceu tanto que um recurso literário eloquente, a ironia já não pode ser usado. Quantas vezes se posta algo com esse tempero e os “comentaristas” nos apedrejam com os seixos da sua ignorância por incapazes de entender.

Mário Quintana escreveu: “Verbete; Autodidata= Idiota por conta própria.” Usei isso uma ou duas vezes em textos que escrevi e a coisa foi levada ao pé-da-letra como se, ele pretendesse dizer que os autodidatas são idiotas; desisti.

O que fez foi uma crítica mordaz usando refinada ironia, ao sistema educacional. Nas entrelinhas a ideia é: Entre ser idiotizado pelo sistema e me virar com meus recursos mesmo, prefiro ser idiota por conta própria. Ora, o mero fugir do sistema idiotizante já o fazia de outro calibre em relação aos sistematizados, aos tijolinhos na parede de Roger Waters.

Eu não sei o que fez a “pedagogia do oprimido’ do ex patrono da educação esquerdista Paulo Freire ser tão destrutiva como foi nas últimas décadas em nosso país. A glamurização da ignorância que, via MEC tentou considerar “certos” os erros de concordância, talvez em homenagem a dois presidentes analfabetos funcionais que tivemos, fez parecer que “é bonito ser feio,” como diz o humorista Batoré.

A enxurrada de erros grotescos de português nas redes sociais, não raro, tem levado professores solidários a postarem listas de expressões com grafia e uso corretos; mas, suas tentativas resultam inglórias, pois, os ignorantes estão convictos demais para mudar. “Hey! Teachers! Leave us kids alone!”

Nossa ignorância engajada vai muito além das limitações gráficas; assoma também em questões geográficas; não poucos “defensores da Amazônia” se mostram preocupados com Elefantes, Girafas, leões, pandas, coalas... sendo os primeiros três mais comuns nas savanas africanas, embora haja também em outros locais, pandas na Ásia, e coalas na Austrália. Nenhuma espécie destas existe na Amazônia. Mas, a galera colocou a boca no trombone em solidariedade a “Le petit” Macron contra nosso próprio país.

Porém, hoje de manhã deparei com a cereja da torta, dos “defensores da natureza”; (ah nem falei da “poderosa” Anitta com seus “dólares voadores” e o fim do “Óquissigênio”) Mas, a gota d’água, escura, de hoje trazia uma foto do encontro dos rios Negro e Solimões, e o rio Negro faz jus ao nome, suas águas são mesmo pretas, e a legenda ecologicamente correta trazia: “Não basta incendiar às florestas; ainda derramam petróleo nos rios”. Cáspita!!

Olhem o que a “Pátria Educadora” fez com uma geração!! Aí nos escandalizamos ao ver uma ciranda de “Universitários” “plugando-se” nus enfiando um o dedo no “plug” do outro. Qual o problema se, são tijolos furados??

Ora, a educação tem que disponibilizar meios de despertar as possibilidades de cada um, formar seres pensantes, invés de fazer mais vivo o fogo da ignorância engajada até que o barro endureça de vez e crie uma casca que atrofie para sempre as asas do saber, nesse nefasto casulo.

Essa sanha assassina de neurônios que, por um lado canta loas à liberdade de expressão, por outro veta o livre curso dos que se expressam diferente da vontade dominante tem que acabar. Não existem livros humanos santos, nem proibidos. Que todos tenham o mesmo espaço. Seja, Roger Scruton, Foucault, Russeau, Edmund Burke, Adam Smith, etc. Até Paulo Freire, se alguém tiver estômago.

Ah, além de ortografia urge a recuperação da geografia e da biologia, senão seguiremos “estocando vento” onde deveríamos armazenar o saber. A Pátria de Machado de Assis não merece o que a foice tem feito.

“Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância.” Derek Bok

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Ardis da Morte

“Não vos lembrais de que, estas coisas eu vos dizia quando ainda estava convosco?” II Tess 2;5

Os cristãos em Tessalônica estavam afastando-se de antigas instruções em favor de “fatos novos”; Paulo exortou-os; “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” v 2

O “dia de Cristo;” anseio legitimo de todos os que O amam. Esse é o grande truque da falsidade. Primeiro identifica o que nos é mais caro; depois oferece algum meio espúrio que “barateia” para que, a uma eventual resposta favorável nos possa manipular.

Instruindo determinada igreja O Senhor falou: “O que tendes, retende-o até que Eu venha.” Apoc 2;25

A ideia de “Reter” é ter de novo, tomar posse uma segunda vez. O que temos aprendido para salvação, em linhas gerais demanda arrependimento e confissão para o novo nascimento; negação das vontades naturais, o si mesmo; mortificação na cruz, ou, o “Jugo de Cristo”; a obediência à Divina Vontade e perseverança, dado que nossa escolha se fará alvo de ataques.

Então, nosso desafio é reter aos ensinos primeiros que nos trouxeram da morte para a vida; as “percepções” novas que visam mover nosso entendimento são sutilezas malignas dos “pescadores de homens” da oposição.

A sede por novidades, doença de todos os humanos não deveria assolar a quem bebe da Água da Vida. O Santo também gosta do novo; nunca planejou estagnação espiritual aos que chamou; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Todavia, novidade não significa abandonar ao que aprendemos no pretérito; antes, verifica-se no necessário crescimento sobre as bases sadias nas quais fomos fundados. “Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Mas, como reteremos o que sequer chegamos a ter.

A maioria frequenta ambientes espirituais como quem vai a um posto de saúde com uma moléstia qualquer para a qual deseja a prescrição de uma droga que sane ou, traga alívio. Logrado isso fica, por uns dias, “saudável” até nova dose de aflições demande outro “passe” ou “oração forte” drogas que irresponsáveis travestidos de obreiros servem em fartura.

Aquilo que é íntegro não pode ser fracionado; falo da nova vida em Cristo; ou recebemos e damos o segundo passo, ou apenas enfeitamos nossos esquifes espirituais com vistosas flores do jardim das religiões.

Qual o passo seguinte à conversão? Pedro ensina: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Nosso crescimento espiritual será paulatinamente testado no mundo avesso ao Criador; “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;13

Muitas “novidades” não passam do fogo das provações testando se iremos após elas, ou, como convém não nos moveremos do entendimento inicial. Quanto mais perto nosso crescimento nos levar, do objetivo, mais resistentes seremos aos ardis em que a morte costuma se disfarçar.

O nosso alvo está posto, devemos crescer mediante aprendizado “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

As consequências da estatura alcançada também estão patentes da devida firmeza, a despeito dos ventos circunstantes; “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, Cristo.” Vs 14 e 15

Novidade de vida será expressa ao agirmos de modo diverso ao que fazíamos perante tentações; não estamos tão abertos ao “novo” assim, a ponto de sacrificarmos instruções pelas quais ganhamos vida. “Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Descanso para as almas; isso O Salvador prometeu aos que fossem a Ele, tomassem Seu Jugo e, Dele aprendessem.

Que o traidor pesque aos seus prometendo dinheiro para gozar a morte que chama de vida; Cristo em Seu jugo nos dá a vida que dinheiro nenhum consegue comprar!

“Porque sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;
12

domingo, 1 de setembro de 2019

A Camuflagem do Mal

“... Mas, se fizeres o mal, teme, pois (a autoridade) não traz debalde a espada...” Rom 13;4

Como seria se, o mal se atrevesse desfilar nu? Salvos casos extremos onde chega à absoluta devassidão, ele costuma ser cauteloso; sempre faz uma visita no brechó dos méritos em busca de alguma peça que lhe convenha para parecer com o bem de alguma forma e, só então sair a público.

O mercenário veste-se de sacerdote, de político defensor dos fracos; o adúltero de marido cioso; o ladrão encena probidade; o autoritário se traveste de democrata; o juiz corrupto busca argumentos exóticos para ornamento de sentenças vis; Um Adélio da vida não queria assassinar covardemente um inocente; antes, estava tentando “livrar o país de uma ameaça”.

Em suma, o mal se personifica no hipócrita que sai no carro alegórico da aparência sofisticado com penduricalhos de falas e intenções bonitas para ocultar a real estatura.

Se há algum bem no mal é o fato de que tem autocrítica; sabe que não pode estar nu e não se envergonhar.

Se ousasse tirar a roupa e mostrar-se em sua essência todos ficariam longe. Então, seu mentor e sequazes refugiam-se atrás das vestes mais nobres possíveis; “... falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.” II Cor 11;13 e 14

Então, fica fácil perceber que o mal não consegue andar sozinho; sem as vestes alugadas do bem ele morreria de fome. Dessa necessidade existencial dele que derivam adágios como: “As aparências enganam... quem vê cara não vê coração... por fora bela viola; por dentro, pão bolorento.” Etc.

Imaginemos a seguintes falas: “Estou aqui pedindo seu voto de confiança, pois quero de toda a forma ser eleito; quero usufruir todas as benesses do poder e nunca deixarei de dar um jeitinho para levar vantagens com o dinheiro público;” ou, “Eu falo do amor de Deus e aceno com promessas grandiosas e minto que vou orar por vocês, mas, uma vez obtidas as vantagens materiais da vossa boa fé, o que lhes acontecer depois não me importa mais eu quero mesmo é boa vida;” ainda, “Fiz votos de fidelidade porque estava numa cerimônia pública ante testemunhas, mas tendo chance de me divertir com outra claro que farei; eu vou diversificar sempre que der...” etc.

O político não teria votos teria vaias; o mercenário não teria ofertas, seguidores, nem dízimos; o cônjuge ficaria só ou seria igualmente tratado.

Embora os maus não admitam, (a resiliência na mentira é parte da maldade) o mal é mais fraco do que o bem; se não fosse assim A Palavra de Deus não ordenaria que aquele fosse vencido por esse. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;21

Portanto, quando acusam-nos, aos cristãos, de nos “escondermos atrás da Bíblia”, visam camuflar seus medos atribuindo covardia a quem tem coragem de lidar com as próprias maldades. O que é a confissão de um arrependido senão, o subjugar dos próprios males à Bondade de Cristo forçando-os ao “strip-tease” que os expõe?

Por isso nessa ampla “floresta” humana onde todas as árvores fazem pose de frutíferas ou sombrias, é absolutamente vital certa acuidade que vai além da casca e das folhas e consegue identificar aos frutos de cada um; pois, mesmo esses se podem transfigurar.

Aos seus, pois, que agem como espirituais, O Senhor lega o precioso discernimento, para que as vestes da maldade não lhes enganem; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Para sermos honestos, falo dos que fazem a boa escolha em Cristo, nossa maldade é maior que ousamos admitir, ou, podemos identificar; Spurgeon dizia que um cristão confessando os pecados assemelha-se a um fruticultor na feira expondo seus frutos mais vistosos; no pomar ainda restam muitos deles.

Sabedores disso deveríamos fazer nossa, a oração de Davi; “Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Bem disse Paul Washer, “Nós não temos pecados, nós somos pecado.” “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero faço. Ora, se faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;19 e 20

Enfim, mascarar maldades é ser cúmplice de quem nos quer matar; Assumi-las e deixá-las é questão de sobrevivência. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

sábado, 31 de agosto de 2019

Deus Tem Razão

“... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o vosso culto racional.”

Há duas razões entre as quais convém fazer distinção; a razão como “Deusa” apregoada pelos iluministas franceses que deveria fazer oposição à fé, patrocinadora do ateísmo; e, razão como acessório ao intelecto.

Essa última, por certo é a que Paulo preceitua. Ela não atua como oposição à fé, antes como filtro que a purifica de elementos estranhos, fantasiosos.

Ela como vulgarmente se conhece é sinônimo de bom senso; e sensatez no domínio espiritual é comer da Árvore da Vida, não da ciência, da filosofia humana, como seria a “razão” aquela.

O mesmo Paulo pontua noutra parte o que considera sensatez: “... não sejais insensatos, mas entendei qual é a Vontade do Senhor.” Ef 5;17

Se, o culto racional demanda o “sacrifício vivo” das vontades naturais, então, somos espiritualmente racionais quando não temos razão. Isto é: Quando nos entregamos confiadamente às razões Divinas.

Paulo disse que sua entrada aos coríntios fora nas armas do Espírito, não na pretensão humana de “racionalidade”. “Minha palavra, e minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e poder;” I cor 2;4

A Sabedoria Divina desfilando perante gente que não a identificava. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte...” I Cor 1;21 e 25

Trata-se de refinada ironia, pois, como dissera Isaías, “Os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são meus caminhos mais altos que os vossos, e meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 5;8 e 9

Se, meu culto racional me sacrifica em prol de uma Vontade Superior, minha compreensão deve ser alinhada a essa vontade também, para que o labor de quem me ensina faça sentido.

Quando um pregador brada que O Senhor dará vitória aos seus ouvintes, normalmente, cada um deriva das suas razões o conceito de vitória; o desempregado que Deus lhe dará um emprego; o enfermo, que receberá saúde; o solitário que enfim, terá um cônjuge; o de filho viciado que o verá livre...

Invés do “Sacrifício Vivo” em prol da Vontade Divina, a afirmação das humanas inclinações, numa compreensão rasteira do significado de vitória em âmbito espiritual. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4

Há uma gritante diferença entre “vencer o mundo” em submissão a Deus, e vencer “no” mundo como anseia a carne corrupta.

Paulo, um grande vencedor subiu ao cadafalso com quem sobe a um pódio; “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;6 e 7

O vencedor espiritual não faz as coisas acontecerem ao seu favor; mesmo que aconteçam de modo adverso guarda o que é mais precioso, a fé; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto a ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

O que muitos insensatos consideram vencer atualmente é apenas uma antiga doença cujos sintomas ainda são atuais; o materialismo envernizado. “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;17 e 18

Que o mundo viva seu pragmatismo doentio; que derive suas diretrizes da pós-verdade das narrativas falaciosas feitoras de sensações sem raízes sadias; a nossa vitória sempre será o triunfo da verdade em nossas vidas, quer nos favoreça, quer não. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8

Um vencedor de Deus não triunfa em particular; antes, consome-se, dá sua vida se necessário para colocar em relevo o Triunfo de Cristo.

As humanas técnicas visando motivar ímpios, invés de exortar ao arrependimento encantam serpentes onde deveriam ser geradas ovelhas. É a deusa “Razão” buscando adoradores. Só quem se submete ao Senhor entenderá as razões de Deus.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O Mandado de Amar

“Será que, se diligentemente obedecerdes aos meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor...” Deut 11;13

Uma atitude vulgarmente mal compreendida é amar; aliás, sequer veem isso como uma atitude, antes, como mero sentimento. Todavia, se, amar é um sentimento que vem e se apossa de nós, como devaneiam, como poderia ser um mandamento?

Deus nos mandaria fazer algo que independe de nossa vontade, que nos toma fortuitamente, por iniciativa externa como a mítica flecha de Cupido? Não seria mais lógico ordenar ao dito arqueiro?

Há três palavras gregas para amar; cada uma atinente a um tipo de amor. “Phileo” seria o amor entre amigos; amizade verdadeira. “Eros” entre homem e mulher, amor com componente sexual, íntimo; por fim, “Ágape” o amor esperado por Deus, tanto do homem para consigo, quanto de um homem para com o outro. Esse amor que Paulo descreveu sem o qual, nenhum dom espiritual tem proveito.

Vejamos umas nuances: “O amor é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta...” I Cor 13;4 a 8

Pois bem, se o amor é sofredor, o objeto do meu amor não deixará de sê-lo caso eu sofra por isso. Como dissera Jó: “Ainda que me mate nele esperarei.” Confiar em Deus em meio a circunstâncias dolorosas nada tem a ver com sentimentos, mas com integridade que atribui igual valor ao amado; “Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Se, o amor é benigno, mesmo ignorando as razões pelas quais o amado lhe permite sofrer, acredita que, no fundo ele tem uma boa razão; Deus “não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens” Lam 3;33

Se, o amor não é invejoso, as dádivas do Pai que recaem sobre outros não me incomodam; assim como me ama, o amado tem outros alvos do Seu amor; o bem que incide sobre eles não me entristece, nem eventual mal, me alegra.

Se a inveja, como a aludida flecha aquela se apoderar de mim sem que eu sequer perceba sua chegada, e quando me der conta for uma habitante já? Que tem uma consciência exercitada no Espírito discerne presto essa invasora; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14

Muitas vezes a inveja é filha da ignorância, de se ver os privilégios aparentes sem ver os pesos, o custo; ou as consequências, como dissera Agur, ao ter inveja dos ímpios, antes de considerar o fim deles. Ver sal 73 

Quando O Senhor ordenou que orássemos pelos inimigos de certo modo mandou orar por nós mesmos. A oração remove aos poucos esse câncer que debilita seu hospedeiro, não seu alvo.

“O amor não trata com leviandade...” há coisas que nos são uma ninharia; mas, para outrem são importantes; quem ama, usa de empatia, invés de leviandade, afinal, “O coração conhece sua própria amargura; o estranho não participará no íntimo da sua alegria.” Prov 14;10

“... não se ensoberbece...” Ora a soberba é quando o amor erra o alvo, invés de amar a Deus e ao próximo, o amor próprio inflaciona e faz o cego, cheio de si declinar da saudável postura de amante, para a insana pretensão de amável. Quem nega a si mesmo como convém será alertado pelo Espírito Santo sempre que a ameaça rondar.

“... não se porta com indecência...” Os que “Consideram justas todas as formas de amor” afirmam seu “direito de amar” com atos em passeatas que extrapolam à indecência; vão à obscenidade; dissolução total de pudor. Só existe uma forma como diz certa canção: “Sinônimo de amor é amar.” Indecência agride alheias consciências. Como posso amar e agredir ao mesmo tempo?

“Não busca seus interesses...
” Como numa relação conjugal a excelência seria que um buscasse o interesse do outro, assim Deus deseja ter prazer em Seus filhos que ama. Denunciou os que agiram de modo egoísta; “... escolhem seus próprios caminhos, sua alma se deleita nas suas abominações... fizeram o que era mau aos Meus Olhos, escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;3 e 4

Amor não é um sentimento, antes uma escolha, uma decisão; o exercício nele enseja sentimentos de gratidão e alegria; quem acende uma luz é o primeiro a ser iluminado, quem ama, ainda que sofra, em tempo verá seu plantio frutificar a cem por um.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Por exemplo

“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23;26

Isso como Palavra de Deus é irretocável; dar a Ele o coração é apenas outro modo de dizer: “Ama ao teu Deus sobre todas as coisas.” Observar os Seus caminhos ou, os Seus Feitos e Ensinos é beber de uma fonte onde mana a perfeição.

Todavia, trazendo o preceito esse para o nível humano, Salomão escrevendo para seu filho, ou outro pai qualquer, a primeira parte, “dá-me o teu coração” parece pacífica; digo, qualquer pai anelaria ser amado pelo filho. Contudo, a segunda parte, “teus olhos observem os meus caminhos”, embora, dada a eloquência do exemplo seja inevitável essa observação, nem sempre é uma a coisa a se aconselhar para um filho; depende de como caminha o Pai.

Desgraçadamente, dada a inclinação da natureza caída em oposição à Lei de Deus, mais facilmente segue-se ao mau exemplo que ao bom. Os filhos de Samuel e Jó, por exemplo; tinham pais de testemunhos notáveis; os de Samuel não andavam nas pisadas do Pai; os de Jó procederam de um que até os Céus testificaram da integridade, mas eles davam-se aos banquetes e à vida festiva mais que à pureza como fazia seu pai.

Eventualmente acontece um feliz acidente; brota uma flor entre pedras, e o filho de um pai de mau caráter, mau testemunho, decide fazer caminho oposto; mas, essa ventura é extremamente rara.

O Velho Testamento termina vaticinando a vinda de “Elias” que em seu ofício, “... converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos seus pais...” Ml 4;6

Ocorre-me um provérbio asiático: “Não herdastes terras de vossos pais; antes, as tomastes emprestadas dos vossos filhos.” Assinalando assim, o cuidado que deveriam ter com seu legado para os filhos. Ter o bem dos filhos como alvo das vicissitudes da vida é uma forma de terem, os pais, o coração a eles convertido. “Honra teu Pai e tua mãe” mandamento Divino é a demanda pelo coração dos filhos voltado aos pais.

Então “Elias” na verdade, João Batista viria em dias que as relações afetivas entre pais e filhos estariam frias, distantes. A consequência de perseverarem duros os corações nesse relacionamento seria a maldição Divina como juízo; “... para que Eu não venha, e fira a terra com maldição.” Ml 4;6

O Salvador acusou certos fariseus de desonrarem aos pais e mães a pretexto de honrarem ao Senhor; “Porque Moisés disse: Honra ao teu pai e tua mãe; quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que ordenastes.” Mc 7;10 a 13

Como poderiam honrar a Deus desobedecendo-o?

Infelizmente nosso “amor” de filhos é muito mais amor próprio que o próprio amor que não “busca os seus interesses;” Mais ou menos como o do pródigo que não decidiu voltar por amor do Pai, mas, porque até os empregados dele viviam melhor que ele; assim o conforto da casa paterna foi o motor da sua decisão em voltar. Nosso “amor” por Deus tem muito desse utilitarismo que visa proveito próprio invés de buscar ao Pai pelo que Ele É. De qualquer forma, como o pai aquele, O Pai nos recebe se formos a Ele arrependidos malgrado, a imperfeição dos nossos sentires.

Lembro um pastor amigo que em determinada reunião de pais e mestres onde seus filhos estudavam deu sua contribuição. O tema: O que está acontecendo com nossos filhos, por que estão tão rebeldes? O que fazer para que melhorem?

Ele tomou a palavra e disse: "Não precisamos de melhores filhos, mas de melhores pais. Gente que dê exemplo. Aos meus digo:Tudo que me vires fazer podeis fazer igualmente; se me virem mentir, mintam; fumar, beber, imitem; furtar, igualmente. O que nossos filhos carecem, - reiterou - é de bons exemplos em casa."

Quem ousar agir assim também poderá dizer como Salomão: “Filho meu; dá-me teu coração e teus olhos observem os meus caminhos.”

Uma bela teoria desprovida de exemplo, tipo; faça o que digo, não o que faço; esbarrará em determinada objeção aos hipócritas que já se tornou clássica: "
O que és fala tão alto que nem consigo escutar o que dizes.”

Meros ensinos se grafam na areia; o vento do tempo pode apagar; mas, o exemplo vívido esculpe na rocha em alto relevo. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” Jo 13;15

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Bíblia; medite antes de usar

“... Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra de Deus.” Luc 4; 4

Muitas expressões derivadas da Bíblia são usadas livremente, viram provérbios populares, mesmo que desconheçam a origem.

Certas partes são “inofensivas” e todos lançam mão quando convém.

Por exemplo: Água mole em pedra dura... “As águas gastam as pedras...” Jó 14;19 ou, “... semearam vento segarão tormenta...” Os 8; 7 “Tal mãe, tal filha. “ Ez 16; 44 “Atire a primeira pedra”.

Citam ainda o bode expiatório sem se dar conta que esses textos são oriundos da Bíblia; quiçá, sabendo, e não se importando.
O texto favorito da maioria é: “... Deus É Amor. “ I Jo 4; 8

Por outro lado fazem muitas afirmações acerca do Eterno, que afrontam os ensinos da Palavra.

Muito pecador alheio à Sua Lei e justiça se ufana: “Também sou filho de Deus”; todavia, o ensino é: “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12; 8

Outros fazem afirmações atrevidas quando dizem: “Todos os caminhos levam a Deus” quando Jesus ensinou: “...Eu sou o caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14; 6

Ainda dizem: “A voz do povo é a voz de Deus”; embora a intenção seja: Se a maioria decidiu tá decidido, no fundo encerra uma blasfêmia. A voz do povo já “canonizou” Hitler, Mussolini, Idi Amim; gritou bem alto nos dias de Cristo; “Crucifica-o”.

A voz de Deus tem a pretensão de ser um pouco diferente. “... como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, um tumulto como o estrépito de um exército;...” Ez 1; 24 O profeta se esforçou para definir a voz de Deus que lhe fora impressionante.

Isso quanto ao som, mas no que se refere à eficácia, o salmista dissera mais: “A Voz do Senhor é poderosa... é cheia de majestade... quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do Senhor separa as labaredas do fogo.” Sal 29; 4-7

Sem contar que tudo foi criado pela Sua Palavra. Então, desconhecer que provérbios de domínio público são bíblicos não é problema; mas, fazer afirmações ignorantes sobre Deus tendo por perto Sua Palavra é temeridade.

O “Deus é amor” tem se prestado aos argumentos mais esdrúxulos; até, em defesa do homossexualismo, que, seria uma forma de amor. Se, é válido o uso desse texto como argumento, o que impede o uso de outros igualmente bíblicos, que se referem especificamente ao assunto?

Que Ele é amor é certo, mas como isso se expressa é muito amplo. A presença do amor em um mundo dual, de verdade e mentira, justiça e injustiça, luz e trevas, demanda por si só, a presença do ódio, como ensina a mesma fonte: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45; 7

A questão é: Ou usamos a Bíblia completa ou a rejeitamos totalmente. Se fôssemos escolher em quais partes “Deus está certo” e onde “errou”, seríamos deuses, e Ele pecador. Nesse caso, quem precisaria Dele?

A falta de noção de quem somos e Quem Ele É, que “patrocina” a loucura de nos fazermos idólatras, por colocarmos nossas opiniões e inclinações adiante da Vontade expressa de Deus.

Ninguém é forçado a nada, cada um pode ser e agir como quiser, embora, advertir das consequências nefastas futuras seja uma forma de amar.

O que não podemos, até em nome do bom senso é torcer para o Grêmio com camisa do Inter, ou vice-versa; uma questão de coerência apenas.

Houve um tempo em que Ele “tirou a corda” de uns que O não queriam servir, apenas com o fito de ser separado da imundície. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois, mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20; 39

Noutras palavras, se, a vos convém serdes homossexuais, sejais; mas ,não associem meu nome a isso, me incluam fora dessa.

Usemos, pois, a Palavra com verdade, ou, sequer a mencionemos, para não profaná-la. “... ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti.” Sal 50; 16 e 17

A adesão seletiva a meras conveniências da Palavra é o matiz mais vívido de nossa loucura; tão perto do ouro, e mais afeitos ao 
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