sábado, 9 de julho de 2016

Obreiros aprovados

“Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu.” Os 13;1 Sem me ater estritamente à saga de Efraim, o qual, quando falava ensejava temor, mas, foi da exaltação à morte, ao se fazer culpado ante Deus, quero ver esse aspecto, em nossas vidas, pois, o Deus de então É o Mesmo hoje, e, certamente mantém os mesmos valores.

Se, fora a culpa pela idolatria que enfraquecera ao, antes, exaltado Efraim, então, no começo andara em retidão, certa inocência, perante O Senhor.

A autoridade espiritual de um ministro aumenta, diretamente proporcional a sua obediência ao que o comissiona. Muitos acreditam que ser for feito “em nome de Jesus” uma oração, “determinação”, “decreto”, tal, estará turbinado pelo Poder de Deus.

Ora, em Nome de Jesus equivale a dizer: Em submissão a Ele, de acordo com Seus ensinos, Seu Senhorio, Sua Vontade. A Palavra de Deus é veículo que trafega sempre carregado; digo, está umbilicalmente ligada aos fatos, não, meras ideias, encenações, como tanto fazem os barulhentos comboios das palavras vazias.

Desse modo, tomar O Santo Nome nos lábios, requer algo mais que capacidade de articular certos fonemas; Paulo ensina: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Já, mediante o salmista, Deus depreciara ao que menciona Sua Palavra descompromissado com ela, dissera: “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a minha aliança na tua boca?  Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti?” Sal 50;16 e 17

E, nos provérbios temos uma verdade mais, rejeitando mesmo a oração de quem não anda em equidade: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Prov 28;9

Assim, o “poder” de um ministro do Evangelho nada mais é, que um aferidor espiritual de sua comunhão com O Pai, de onde emana todo o Poder. Um desses é convincente, inquietante, desafiador quando fala, pois, fala segundo Deus; e O Eterno quando fala, faz estremecer. Diferente de uns e outros da praça que buscam mascarar o lapso de comunhão com acréscimo de decibéis, e certa teatralidade ensaiada.

Alguns espalhafatosos descompromissados com O Salvador usarão seu espalhafato como argumento, por ocasião do juízo, contudo, esse será segundo o caráter, não, a arte de enganar. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas, aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Ma 7;21 a 23

Se, o praticar a iniquidade nos dias pretéritos era, sobretudo, o culto a Baal, em nosso tempo, o expoente maior da iniquidade religiosa é o culto ao dinheiro.  A Parábola do Semeador alude às sementes que caíram entre espinhos, figura equacionada ao cuidado com as coisas do mundo e a sedução das riquezas.

Porém, tais ministros não parecem mortos, vistos com uma lupa natural, afinal, ostentam portentosos impérios na Terra, malgrado mencionem O Reino Dos céus. Foi, aliás, a uma igreja que dizia: “Rico sou, e de nada tenho falta” que o Senhor aconselhou que melhorasse a visão. “Aconselho-te que... unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;18

De Efraim está dito que, depois de ter falado com poder, se fez culpado e morreu; o que Paulo, noutro contexto chamou de começar no Espírito, e tencionar acabar na carne. Gente que alegremente aceitou o convite para O Céu, e desistiu quando emulado por caminhos mais fáceis.

A jornada dos salvos é uma graça para valentes, em meio à qual, os covardes são descartados, como fez Gideão mandado por Deus. E Os valentes do Altíssimo não são os que fazem mais barulho, ou, os templos mais belos, antes, os que aparecem menos, por dar lugar a quem de direito, Jesus Cristo.

Os covardes de então foram para casa enquanto os valentes nas mãos de Deus, pelejavam por eles. Os de hoje cobrem-se de verniz religioso pois, de tão covardes, nem assumir suas fragilidades ousam. Quando pregam, ninguém estremece, são agradáveis, jocosos, fúteis. Ministros de Deus, nesse cenário putrefato necessariamente serão, desmancha-prazeres, mas, Deus fala mediante eles, e quem lhes der ouvidos, achará o caminho.


A “piada” à qual o Céu ri, não tem graça ao homem natural; mas, traz vida eterna.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Graça, desgraça

“Quebrantando alguém a lei de Moisés morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Às vezes, no intento de diferenciar Lei e Graça, alguns fazem parecer que o Rigor deriva daquela, enquanto, a Graça seria de facilidades, tolerância, desprovida de demandas sérias. Entretanto, como mostra o texto supra, é maior culpado que eventual transgressor da Lei, um que malversa a Graça, o que equivale a profanar o Sangue da Aliança, agravar ao Espírito Santo.

Na introdução dos argumentos o autor faz questão de Situar Moisés e Jesus, devidamente. “Porque ele ( Cristo ) é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou.” Cap 3;3

A Graça é a voluntariedade do Amor Divino fazendo em nosso favor algo que não merecíamos; possibilitando regeneração mediante Cristo. A Lei, o pano de fundo que serve para mostrar de modo cabal, nossa necessidade de Salvação. Não são coisas excludentes, ou, opostas, antes, complementares.

A Lei diz: “Seja santo, senão, morrerás.” A Graça propõe: “Já que estás morto em pecados, creia em Jesus Cristo e O obedeça; serás perdoado, e salvo.” Paulo desenvolveu: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24 “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” Gál 4;4 e 5

Havia uma maldição contra quem não perseverasse em toda a Lei. “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo ‘digitará’: Amém.” Deut 27;26 Aliás, após o pecado original, Deus dissera a Adão: “Maldita é a Terra por tua causa.” O Velho Testamento, pois, onde a Graça de Deus em Cristo não fora manifesta, termina, em Malaquias, justo, com a palavra, maldição. Todavia, o primeiro sermão do Salvador registrado no Novo começa com: “Bem aventurados...”

De novo, é Paulo quem esmiúça o ocorrido: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Assim, a Graça não equivale a uma licença para pecar, tampouco, uma diminuição da Santidade de Deus, onde me é facultado alargar um pouco a porta estreita. Eventualmente lembro de um irmão, cuja mãe ainda desconhecia ao Senhor, contudo, tinha textos decorados e convenientes nos lábios. Um dia, quando ela usou, falando com seu filho, “O Senhor é meu pastor...” ele replicou: “Ele apascenta ovelhas, não, cabritos.” Pode ter sido tosco, deselegante, mas, foi mui verdadeiro.

Acontece que, sermos verdadeiros no tempo atual causa desconforto, o negócio é sermos “legais”, senão, a galera no “curte” nossos textos. Eis a grande desgraça de nossos dias! A superficialidade a futilidade rasa de promessas fáceis, incondicionais, cuja única demanda do “fiel” é que ele digite “amém” para se apossar da “promessa”. Gente ridícula, sem noção, profanando ao Santo Nome do Senhor.

As promessas bíblicas são condicionais, e o “assim seja” de cada um, é cumprir as condições, não, pretender “pegá-las” como se faz com a azeitona usando o palito. “Quem ama Jesus, curte, digita amém”. Ele condiciona: “Se me amais, guardais meus mandamentos”. É esse Amém, que de nós, O Salvador espera.

Ora, as mais retumbantes promessas jogadas sobre quem ainda não abraçou à salvação não passam de cosméticos maquiando mortos. A bênção primeira é a vida, mediante Novo Nascimento, afinal, “Deus não é Deus de mortos”. E quem tem vida espiritual deixa de ser mero caçador de bênçãos, antes, luta contra as más inclinações, às quais deve crucificar todos os dias, se pretende corresponder deveras, ao amor Divino.

Quem não se esforça para conhecer Deus, Sua Palavra, Suas demandas, Seus pleitos, e se satisfaz com um “cristianismo” virtual, de faz de contas, não reclame no final, se herdar uma “salvação” de faz de contas. Essa coisa doentia de agradar aos homens em lugar de Deus, equivale, usando uma metáfora do Senhor, a pedir peixes pra quem só pode dar cobras.


Todos os dias somos instados a “carregarmos a tocha acesa” do trabalho duro em busca da “medalha” da vida honesta, mas, essa vida que tanto valorizamos, é efêmera, com prazo de validade. A que vale para a eternidade nem sempre tratamos com a devida seriedade. E brincar com algo tão sério não graça nenhuma.

domingo, 3 de julho de 2016

A "Graça" do diabo

“A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2 Jó, no auge da angústia, invés de usá-la como pretexto para maus passos, fez dela motivo de oração. Se, decidiu que iria dar curso à sua queixa, o faria a quem poderia resolver, Deus. Primeiro, usaria uma súplica: “Não me condenes”; depois, iria inquirir ao Santo: “Faze-me saber por que contendes comigo”.

O fato é que, as inclinações internas de cada um tendem a impulsioná-lo em momentos de crise. Quem tem por hábito temer, cultuar a Deus, a Ele recorrerá. Quem é propenso aos vícios, dissolução, usará um mau momento como pretexto para mergulhar na lama que gosta, afinal, “me esforcei e não deu certo”, dirá. Ora, esforço se faz, justo, quando as coisas não dão certo, afinal, quando tudo vai bem, todos os ventos conspiram, sequer dele necessitamos para singrar tais águas.

Acontece que, tendemos a absolutizar o ensino de que, cada um colhe o que planta. Isso não é bíblico? É. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso, também ceifará.” Gál 6;7 Entretanto, o verso seguinte aponta para o tempo da colheita: “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Assim, tanto a corrupção da carne, quanto, a Vida Eterna, demandam certo tempo, de modo que a ceifa não acontece ao açodo de nossas expectativas imediatistas.

Porém, voltando a Jó, não era exatamente O Criador que contendia com ele. Havia uma contenda entre O Eterno e o inimigo, sobre a fidelidade do servo. Ele, posto que, “Reto temente a Deus, que se desviava do mal”, estava no centro de um pleito milenar. Deus o tinha por fiel em qualquer circunstância; o inimigo alegava que era mero interesseiro, de modo que, se as bênçãos do Senhor fossem removidas, a fidelidade sumiria. Deus permitiu que o inimigo lhe tocasse, para que ficasse demonstrado quem tinha razão.

Desse modo, se é certo que, no devido tempo teremos a colheita fiel, consoante com nossa semeadura, circunstancialmente, temos que conviver com “injustiças” de Deus, e injustiças do inimigo. Como, de Deus? Ora, coloquei essa entre aspas, pois, difere da do inimigo. Se, Deus nos tratasse em justiça estaríamos perdidos. Nos desse apenas o que merecemos sairia de cena Sua Majestosa Graça. “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça...” Rom 11;6 Assim, Deus não é Justo com os salvos; é mais que isso: Gracioso, benevolente, misericordioso. O Preço pago por Jesus Cristo satisfaz à Sua Justiça, e aos arrependidos e fieis, justifica, mas, segue o fato que, somos pecadores injustos.

Contudo, a carreira dos salvos sofre o concurso da oposição. E, quando, depois de perdoados, justificados, mudam seu jeito de ser, segundo Cristo, entra em cena a “graça” do diabo. Digo, se, por um lado a bondade de Deus nos dá muito mais do que nossos méritos, dado que, injustos, pelo lado oposto, a maldade do traíra nos dá muito mais do que merecem nossas culpas, posto que, perdoados; atribula tanto, quanto pode, para que, ao peso de tais tribulações fraquejemos, e deixemos o caminho. Assim, o sofrimento dos “justos” é a confissão do diabo de que perdeu domínio sobre aqueles; que tais, foram conquistados pelo Salvador.

Ele não omitiu que passaríamos por isso, mas, considerou mera semeadura, cuja colheita viria no Reino dos Céus. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Enfim, nem a colheita se dá no tempo que ansiamos, tampouco, a resposta de Deus aos nossos pleitos, ainda que, legítimos, como fora o de Jó. Invés de responder ao porquê da contenda, O Santo fez uma série de perguntas que fizeram seu servo levar a mão à boca e silenciar.

Porém, satisfeito o propósito Divino, abençoou duplamente ao servo fiel, e respondeu a tudo desde o início; senão, não teríamos a história contada em suas minúcias como a temos.


Concluindo, se a bem aventurança eterna aguarda aos, hoje, fieis, circunstancialmente, as lutas os assolarão, tanto, quanto, mais dedicados ao Senhor se mostrarem. Pois, o astuto inimigo não gasta suas setas contra alvos mortos.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Hábitos noturnos

Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem seus caminhos, não permanecem nas suas veredas.” Jó 24;13

Listando ímpios do seu tempo Jó qualificou-os como opositores da luz. Não que se levantassem ousados contra ela, antes, usavam o escuro para prática das suas obras. “De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam casas que de dia se marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para todos eles, é como sombra de morte; sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte.” Vs 14 a 17

De dia, vagueiam “inocentes” e marcam objetivos noturnos; sua oposição à luz se verifica por agirem sempre no domínio das trevas. O simples carecer ocultarem os feitos é a admissão que são maus; entretanto, mesmo sabedores disso, não deixam de os praticarem. A luz, usam como seus disfarces de pessoas honestas, sob ela desfilam a mais absoluta “normalidade”; mas, cedeu essa, espaço à noite, rapaces noturnos saem de seus covis predando bens alheios conforme seu hábito.

Desse modo, mesmo os que não ouviram expressamente ensinos sobre a Lei de Deus, mostram em suas consciências que os reprovam, o testemunho que escolheram agir mal, traindo a própria centelha interior, onde Deus tentou imprimir Sua Vontade. “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas, os que praticam hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo lei, para si mesmos são lei; os quais, mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” Rom 2;13 a 16

Assim, ante à reprovação da consciência, invés de deixarem as obras más, seguem praticando-as, porém, em segredo. Não por menos, Paulo lembrou que Deus julgará os “segredos dos homens”. Pois, as coisas boas, todos praticam à luz sem pejo nenhum, afinal, o “risco” é aprovação de quem vê, diverso das más. O Fruto do Espírito, a prática das obras contra as quais, “não há lei”, não carece julgamento, exceto, para fins de galardão, uma vez que tais obras passaram pelo crivo da luz, sem censura.

Tanto quanto, pouco vale uma placa sinalizando que determinada via é contramão, para quem não obedece às leis de trânsito, valem as advertências da luz, para quem escolheu como habitat, o império das trevas. A Luz Espiritual é muito mais que possibilidade de ver; antes, um desafio a andar. Fazendo isso, e somente fazendo isso, a eficácia do Feito de Jesus Cristo incide sobre nós. “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;5 a 7

O reflexo horizontal é a comunhão fraterna; o vertical, regeneração segundo Deus. Porém, assim como os “animais noturnos” de Jó transitavam inocentes durante o dia, os da noite espiritual bem podem parecer cristãos em sua profissão, fazer menção de belos textos como filhos da luz. Mas, nossos feitos ocultos serão claros por ocasião do juízo, aí, o “cenário” sairá de cena, e se verá o “Making off” de nossas vidas.

Intuição espiritual me desaconselha às más obras, antes de as praticar; consciência censura, depois que as pratico; hipocrisia pode disfarçá-las em consórcio com as trevas, ou, o arrependimento conduzir-me a Deus, mediante confissão, trazendo-as à Luz. Dessa atitude depende minha vida, minha prosperidade espiritual. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas, o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Enfim, andar na Luz não equivale a ser perfeito, antes, assumir, lutar contra imperfeições. Evadir-se a isso por muito tempo cauteriza a consciência, perde-se a noção. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19


O que precisa ser escondido, espiritualmente falando, já está julgado. “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem oculto até dizê-lo é torpe. Mas, todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.” Ef 5;11 a 13 Não sem razão, a primeira fala de Deus na Bíblia é: “Haja Luz”!

domingo, 15 de maio de 2016

"Seguidores" indesejáveis

Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Segundo O Bom Pastor, Suas ovelhas O seguiriam, e evitariam estranhos, a voz dos tais lhes soaria desconhecida.

É comum nas redes sociais, pessoas terem “seguidores”, tantos, mais, quanto mais conhecida for a celebridade; e, mesmo pessoas comuns possuem os seus, de acordo com a influência que exercem sobre as tais, que as seguem. Tanto no caso primeiro das ovelhas com O Pastor, quanto nesse último, parece que o elo baseia-se em certa identidade, admiração, entre seguido, e seguidor.

Pessoalmente não gosto da ideia; não sigo a ninguém, tampouco, tenho seguidores. Tenho leitores, uns, assíduos, outros, eventuais, isso me basta, digo, basta para seguir escrevendo, pois, sem leitores, tal labor perderia o sentido.

Porém, quando quem nos segue, ou, o que nos segue é algo mau que nos pode prejudicar? Bem, qualquer pessoa psicologicamente sadia evitaria tal assédio, se assim pudesse, livrar-se-ia da indesejável visita, e os malefícios que  poderia trazer.

Moisés advertindo aos líderes de duas tribos que desejaram as terras aquém do Jordão, antes de entrarem em Canaã, autorizou-os a construírem abrigos para  animais e crianças, antes de participarem das batalhas pela Terra Prometida. Porém, desencorajou eventual omissão com as palavras que seguem: “se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; sabei que o vosso pecado vos há de achar.” Núm 32;23

Claro que a ideia de serem achados pelo pecado é uma figura de linguagem retórica; o que ele queria dizer, de fato, é que o juízo, as consequências pelo pecado os achariam a seu tempo.

Os irmãos de José que foram a ele sem o reconhecer no Egito, ante as aflições sentidas, então, dadas as rudes exigências do Governador, disseram: “... Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois, vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia. Ruben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas, não ouvistes; vedes aqui, o seu sangue também é requerido.” Gên 42;21 e 22

Nosso pecado nos achou; de certo modo, disseram eles. É fatal equacionarmos a longanimidade Divina com permissividade; tolerância com aprovação. Salomão refletiu sobre o assunto: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Mediante Isaías o Eterno denunciou o fim de Sua Santa Paciência: Por muito tempo me calei; estive em silêncio, me contive; mas, agora darei gritos como a que está de parto, a todos os assolarei e juntamente devorarei.” Is 42;14  

Depois referiu que Sua Paciência fora mal interpretada: “Mas, de quem tiveste receio, ou temor, para que mentisses, não te lembrasses de mim, nem no teu coração me pusesses? Não é porventura porque eu me calei, isso, há muito tempo, e não me temes?” Is 57;11

Muitas das dores que nos assolam, que erroneamente reputamos como causas, são já consequências de nossos pecados, da maldição que pesa sobre os desobedientes. Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Mas, como nos livraríamos dessa “seguidora” funesta, a maldição, se, somos todos pecadores? Paulo ensina: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Acontece que O Salvador resolve, mediante perdão, aos arrependidos, as consequências espirituais dos erros cometidos antes de O conhecermos; depois, nos responsabiliza por nossos atos. Spurgen dizia: “O cristão que ainda se deleitar com os frutos malsãos do pecado, fatalmente beberá o chá feito com as folhas amargas das consequências.”

Se aprendermos a nos identificar com a voz do Bom Pastor, Ele nos conduzirá na prática das coisas contra as quais, “não há lei.” Aliás, o cumprimento dos Santos preceitos, além de tolher o concurso das maldições, ainda, nos dá uma série de “seguidores” cuja vinda redundará em galardão no juízo. Ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; as suas obras os seguem.” Apoc 14;13

Frequentemente se diz que da vida nada levamos, o que é meia verdade apenas. Nada de material, contudo, nossas obras, conhecimento, valores, são patrimônio espiritual; irão conosco; elas dirão, em última análise, se seguimos a exortação do Mestre para que fizéssemos um “Tesouro no Céu.”


Às vezes, quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ... sou tentado a pensar ... não existem pequenas coisas. Bruce Barton

A vontade engana

Fez notórios seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos filhos de Israel.” Sal 103;7

Há uma grande diferença entre as coisas como são, e como vemos. Daí, se diz, que as aparências enganam, embora, às vezes o engano verta de outra fonte.  Se tratando de coisas espirituais, sobretudo, as pessoas tendem a ver a partir da vontade. Noutras palavras: Veem o que querem ver. Por exemplo: Quantos ateus, que não tendo um exemplo sequer de uma espécie sendo transmudada em outra, ainda assim, “veem” como plausível a Teoria da Evolução, pois, não conseguem “ver” Deus através da criação, ou, da Palavra?

A mesma Palavra ensina que tal “cegueira” é voluntária; invés de os inocentar, aumenta-lhes a culpa. “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;20 a 22 Viram Deus, entretanto, preferiram a escuridão, a insensatez.

O texto do Salmista ensina que, tanto os feitos, quanto, os caminhos do Senhor, foram notórios, isto é, fáceis de perceber. Contudo, o fato de que algo é fácil de perceber, compreender, são significa que é igualmente fácil de executar. Tanto que, os caminhos do Senhor no Êxodo, levavam Israel de encontro a combates, depois, dada a rebelião, incredulidade, dos que temeram lutar, como se a vitória derivasse deles, não, do Senhor, posto isso, digo, os caminhos retiveram a nação no deserto por quarenta anos, antes de ingressar na terra prometida. A geração que fora liberta para caminhar rumo à promessa, se viu caminhando em círculos, a espera da morte, por ter blasfemado contra Seu Libertador.

As promessas Divinas são imutáveis no que tange a Ele, Sua Fidelidade, Seu Caráter; no que diz respeito a nós, condicionais; dependem de nossas respostas, nos quesitos, crer, e obedecer à Vontade do Eterno.

Nossa covardia comodista anseia facilidades, a sobriedade necessária dos “Caminhos do Senhor” nos desafia às responsabilidades. E muitos, para fugir dessas, falseiam as coisas, turbam a própria visão, como se, ao fingirem não ver claramente o dever, fossem eximidos da culpa, pela eventual omissão em cumpri-lo.

Muitas declarações de fé feitas em cenário de “tempo bom” não passam de coloridas esperanças que, as facilidades circunstanciais permaneçam indefinidamente. Essa “fé” sazonal, a rigor, não é fé; hipocrisia conveniente do bobalhão que trai a si mesmo.
Embora viceje uma geração de pregadores festeiros que faz parecer que a “avenida da fé” é um amplo espaço de conquistas, a Palavra sempre advertiu que se trata de adstrita vereda, dever, responsabilidade. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

O mundo vive seu porre dos direitos, todos os comportamentos, faixas etárias, mas, ante Deus, a senda do dever se requer como aprendizado desde a infância: “Ensina o menino no caminho que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

Se, por um lado é certo que, aquele que deveras não vê, conta com certa misericórdia, pois, “...Deus não toma em conta os tempos da ignorância”, por outro, não menos certo é que, a maioria finge não saber o que sabe, para não abrir mão do gosta.

Sua “cegueira” deriva de uma vontade rebelde que acostumou ao prazer na maldade, e disso não abre mão, prefere o escuro. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque, são feitas em Deus.”Jo 3;19 a 21

Uns assim, como aqueles do Êxodo, recusam o combate, ( cruz ) duvidam da fidelidade e bondade de Deus, também andam em círculos no deserto da vida, a espera de uma morte sem esperanças. Daquela geração, entraram Josué e Calebe, dois que creram, apenas; da nossa, dentre os muitos convidados, uma minoria de escolhidos, infelizmente.


Os caminhos do Senhor são notórios, mas, pouco influi a Luz, ante quem aprendeu amar as trevas. “Suave é ao homem o pão da mentira, mas, depois a sua boca se encherá de cascalho.” Prov 20;17

domingo, 8 de maio de 2016

"Até uma criança sabe: Deus não existe".

Postei noutro espaço, um texto sobre o Rosto de Deus, recebi o seguinte comentário:

“Acho que até uma criança inteligente sabe hoje que Deus não existe, se existisse o Brasil não seria um dos países com um dos governos mais injustos do mundo, e que os políticos só sabem meter a mão nos nossos bolsos. Por que Deus não faz nada? Receio que é porque Deus foi inventado pelos ricos e governantes pra poderem explorar melhor os pobres, com a promessa de felicidade depois de morto. Como pode uma apresentadora de tv, por exemplo, ganhar um milhão e meio de reais enquanto há pessoas passando fome nas ruas? Como Deus, caso existisse, permitiria tal injustiça? Abraços. ( Mirko Constantius )

Embora grato ao amigo que leu, comentou, sou obrigado a discordar. Segundo ele, a inexistência de Deus é gritante; até uma criança pode perceber. Essa evidência deriva da profusão de injustiças, ante as quais, “Deus não faz nada”.

Trazer à luz esse mar de lama é já ação Divina visando abrir nossos olhos, pois, arbitrários que somos, deixa que desfrutemos do resultado de nossas escolhas. ( a responsabilidade da liberdade, que aludi no texto criticado)

Entretanto, labora por nos iluminar, se, estivermos receptivos à luz. O proliferar do mal não é nem de longe a negação de Deus, antes, a confirmação da Sua Palavra que diz que “O mundo jaz no maligno” e, “não há um justo sequer.”

A Longanimidade Divina tem dupla função. Dá tempo aos errados de espírito para que se arrependam, e faz as consequências do mal, didáticas às suas vítimas, para que façam melhores escolhas, quando possibilitadas ao bem.

Até quando “não faz nada”, O Eterno faz muito. Sobre Seu agir, disse:Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era como tu, mas, te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos. Sal 50;21 Espera Divina é Santa Paciência, não, conivência, omissão.

Quanto a ser invenção dos ricos para oprimir pobres, basta frequentar igrejas sérias, existem, para ver quantas pessoas abastadas creem também; a fé das tais obra a rejeição desse argumento.

Os, super salários, seja de apresentadores de TV, artistas, jogadores de futebol, isso deve-se a dois fatores: Idolatria de quem paga por isso e aplaude, e vaidade dos aquinhoados, que, malgrado mergulharem em piscinas de dinheiro, muitas vezes desconhecem paz, felicidade, pois, tais coisas escapam às moedas, coisa que Deus ensina também: “os que querem ser ricos caem em tentação, laço, em muitas concupiscências loucas, nocivas, que submergem homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, se traspassaram com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão. Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;9 a 12

Muitos pregadores mercenários, distorcem a Santa Palavra, fazendo sua plateia incauta desejar o céu na Terra. Outros, olhando de fora caem na mesma armadilha, supondo que, Deus deveria fazer justiça no nosso tempo, pelos nossos padrões.

Outrora, alguns pensaram assim: “Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” Mal 3;14 e 15

A resposta Divina não foi uma negação da operação da injustiça, antes, da existência de um Memorial Celeste anotando feitos dos justos, e uma promessa de diferenciação desses, apenas, no dia do juízo. “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do seu nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” Vs 16 a 18


Em tempos que está na moda chamar justiça de golpe, parece previsível chamarmos Deus de fraude. Ele não quer salvar o mundo, esse já está condenado; quer salvar pessoas, às quais apela, em Seu amor. 

Quanto mais mau o mundo se nos revelar, maior deveria ser o anelo pelo Reino de Deus, onde impera justiça, equidade. Jogar a toalha não é atitude de protesto, antes, o capitular de um derrotado. Quanto mais a injustiça me incomoda, mais amo, Aquele que me ensina justiça.