“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem se percebeu, ou, se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.” Is 64;4
Malgrado, Ele seja Senhor, a revelação de Isaías dá o que pensar... Deus trabalha para aquele que Nele espera. Um tanto assustador, irônico, O Senhor trabalhando para o servo. Cheias estão as Escrituras de exemplos assim. Deus trabalhou; abriu caminho no mar, alimentou no deserto, pelejou pelos servos Seus.
Na verdade, tenciona relação mais estreita que Senhor e servo; quando instado a ensinar orar Jesus disse aos discípulos que deveriam orar: “Pai Nosso...” Mediante Cristo recebemos adoção de filhos; passamos a um relacionamento de família espiritual com O Senhor. Quanto à provisão, pois, “...não devem os filhos entesourar para os pais, mas, os pais para os filhos.” II Cor 12;14
Assim, Ele diz: “... buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta cada dia o seu mal.” Mat 6;33 e 34
Contudo, Ele nos dá bens requerendo cooperação, trabalho. Que pai há que não deseje identificar traços seus nos filhos? Assim, se Ele trabalha, nos abençoa a medida que trabalhamos também. Muitos sonham com milagre das provisões sobrenaturais e desprezam a beleza do milagre do relacionamento, apesar de sermos tão falhos, indignos.
Ora, fez chover Maná no deserto porque era absolutamente impossível retirar alimento de uma terra como aquela; entretanto, inseridos em Canaã, a benção não era mais necessária, era hora do trabalho. “Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. No outro dia depois da páscoa comeram do fruto da terra, pães ázimos e espigas tostadas. Cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do fruto da terra, os filhos de Israel não tiveram mais maná; porém, no mesmo ano comeram dos frutos de Canaã.” Js 5;10 a 12
Alguns incautos vociferam: “Somos filhos de Rei, merecemos o bom e o melhor”; após observações como essa, “determinam, decretam” o que desejam para si, ou, para incautos que se sujeitam às maldições de suas orações.
Como assim? Nem toda oração carreia bênção. Gente presunçosa, sem noção que desonra O Eterno atrai maldição. “Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós. Se, não ouvirdes e não propuserdes, no coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, amaldiçoarei vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2;1 e 2
Quer a relação seja de Filho, quer, servo, ambas demandam reverência, humildade; “...O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se Sou Pai, onde está minha honra? Se Sou Senhor, onde está meu temor? diz o Senhor dos Exércitos...” Cap 1;6
Que os salvos são filhos de Rei é verdadeiro; na mesma oração que mandou chamarmos ao Senhor de Pai, disse: “Venha Teu Reino...” Ele é Rei dos Reis. Contudo, disse mais: “Meu reino não é desse mundo.” Assim sendo, estamos no “exterior” somos embaixadores num reino adverso; não usufruímos cá a plenitude do Reino.
Se, Deus trabalha por aquele que Nele espera, duas coisas apenas se requer dos beneficiários do Labor do Santo: Uma: que estejam Nele; outra: que esperem. Alguns pensam que estar Nele é sinônimo de estar na igreja, mesmo que, alimentando os mesmos anseios insanos e pecaminosos de antes, não! Paulo foi categórico: “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Portanto, se inda são as “coisas velhas” o motor de minha busca e o combustível das minhas orações, tenho fortes razões para duvidar que eu esteja mesmo, “Nele.”
Depois, esperar com fé não é traçar um limite de tempo, ou, circunstâncias, até aqui; como a mulher de Jó; se, achar que a coisa foi longe demais, “amaldiçoa Deus e morre”; antes, como disse o mesmo Jô um tanto depois: “Ainda que me mate, Nele esperarei”; Sendo Ele Deus, Senhor, Criador, a vida está em Suas mãos; bem pode ressuscitar mortos.
Desse modo, se para a doida da esposa, a dor extrema justificaria uma blasfêmia suicida, para o fiel Jó, nem mesmo as garras da morte poderiam estrangular sua fé.
Em suma, a fé não faz acontecer; antes, espera confiante Naquele que tudo Pode; inclusive, saber a melhor hora de mudar nosso pranto em alegria. A mesma fé que sabe que a alegria vem de manhã confia que é o Eterno que determina o tamanho da noite.
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
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quinta-feira, 24 de agosto de 2017
domingo, 15 de maio de 2016
"Seguidores" indesejáveis
“Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes, fugirão
dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5
Segundo O Bom Pastor, Suas ovelhas O seguiriam, e
evitariam estranhos, a voz dos tais lhes soaria desconhecida.
É comum nas redes sociais, pessoas terem “seguidores”,
tantos, mais, quanto mais conhecida for a celebridade; e, mesmo pessoas comuns
possuem os seus, de acordo com a influência que exercem sobre as tais, que as
seguem. Tanto no caso primeiro das ovelhas com O Pastor, quanto nesse último,
parece que o elo baseia-se em certa identidade, admiração, entre seguido, e
seguidor.
Pessoalmente não gosto da ideia; não sigo a ninguém,
tampouco, tenho seguidores. Tenho leitores, uns, assíduos, outros, eventuais,
isso me basta, digo, basta para seguir escrevendo, pois, sem leitores, tal
labor perderia o sentido.
Porém, quando quem nos segue, ou, o que nos segue é algo
mau que nos pode prejudicar? Bem, qualquer pessoa psicologicamente sadia
evitaria tal assédio, se assim pudesse, livrar-se-ia da indesejável visita, e
os malefícios que poderia trazer.
Moisés advertindo aos líderes de duas tribos que desejaram
as terras aquém do Jordão, antes de entrarem em Canaã, autorizou-os a construírem
abrigos para animais e crianças, antes
de participarem das batalhas pela Terra Prometida. Porém, desencorajou eventual
omissão com as palavras que seguem: “se não fizerdes assim, eis que pecastes
contra o Senhor; sabei que o vosso pecado vos há de achar.” Núm 32;23
Claro que a ideia de serem achados pelo pecado é uma
figura de linguagem retórica; o que ele queria dizer, de fato, é que o juízo,
as consequências pelo pecado os achariam a seu tempo.
Os irmãos de José que foram a ele sem o reconhecer no
Egito, ante as aflições sentidas, então, dadas as rudes exigências do
Governador, disseram: “... Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão,
pois, vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos,
por isso vem sobre nós esta angústia. Ruben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo
dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas, não ouvistes; vedes aqui, o seu
sangue também é requerido.” Gên 42;21 e 22
Nosso pecado nos achou; de certo modo, disseram eles. É
fatal equacionarmos a longanimidade Divina com permissividade; tolerância com
aprovação. Salomão refletiu sobre o assunto: “Porquanto não se executa logo o
juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11
Mediante Isaías o Eterno denunciou o fim de Sua Santa
Paciência: “Por muito tempo me calei; estive em silêncio,
me contive; mas, agora darei gritos como a que está de parto, a todos os
assolarei e juntamente devorarei.” Is 42;14
Depois referiu que Sua Paciência fora mal interpretada: “Mas,
de quem tiveste receio, ou temor, para que mentisses, não te lembrasses de mim,
nem no teu coração me pusesses? Não é porventura porque eu me calei, isso, há
muito tempo, e não me temes?” Is 57;11
Muitas das dores que nos assolam, que erroneamente reputamos
como causas, são já consequências de nossos pecados, da maldição que pesa sobre
os desobedientes. “Como ao pássaro o vaguear, como à
andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2
Mas, como nos livraríamos dessa “seguidora” funesta, a
maldição, se, somos todos pecadores? Paulo ensina: “Cristo nos resgatou da
maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo
aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13
Acontece que O Salvador resolve, mediante perdão, aos
arrependidos, as consequências espirituais dos erros cometidos antes de O
conhecermos; depois, nos responsabiliza por nossos atos. Spurgen dizia: “O
cristão que ainda se deleitar com os frutos malsãos do pecado, fatalmente beberá
o chá feito com as folhas amargas das consequências.”
Se aprendermos a nos identificar com a voz do Bom Pastor, Ele
nos conduzirá na prática das coisas contra as quais, “não há lei.” Aliás, o
cumprimento dos Santos preceitos, além de tolher o concurso das maldições,
ainda, nos dá uma série de “seguidores” cuja vinda redundará em galardão no
juízo. “Ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve:
Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o
Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; as suas obras os seguem.”
Apoc 14;13
Frequentemente se diz que da vida nada levamos, o que é meia
verdade apenas. Nada de material, contudo, nossas obras, conhecimento, valores,
são patrimônio espiritual; irão conosco; elas dirão, em última análise, se
seguimos a exortação do Mestre para que fizéssemos um “Tesouro no Céu.”
“Às vezes, quando considero as tremendas
consequências advindas das pequenas coisas ... sou tentado a pensar ... não
existem pequenas coisas.” Bruce Barton
A vontade engana
“Fez notórios seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos
filhos de Israel.” Sal 103;7
Há uma grande diferença entre as coisas como são, e como
vemos. Daí, se diz, que as aparências enganam, embora, às vezes o engano verta
de outra fonte. Se tratando de coisas
espirituais, sobretudo, as pessoas tendem a ver a partir da vontade. Noutras
palavras: Veem o que querem ver. Por exemplo: Quantos ateus, que não tendo um exemplo
sequer de uma espécie sendo transmudada em outra, ainda assim, “veem” como
plausível a Teoria da Evolução, pois, não conseguem “ver” Deus através da
criação, ou, da Palavra?
A mesma Palavra ensina que tal “cegueira” é voluntária;
invés de os inocentar, aumenta-lhes a culpa. “Porque as suas coisas invisíveis,
desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se
entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como
Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração
insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;20 a 22 Viram
Deus, entretanto, preferiram a escuridão, a insensatez.
O texto do Salmista ensina que, tanto os feitos, quanto, os
caminhos do Senhor, foram notórios, isto é, fáceis de perceber. Contudo, o fato
de que algo é fácil de perceber, compreender, são significa que é igualmente
fácil de executar. Tanto que, os caminhos do Senhor no Êxodo, levavam Israel de
encontro a combates, depois, dada a rebelião, incredulidade, dos que temeram
lutar, como se a vitória derivasse deles, não, do Senhor, posto isso, digo, os
caminhos retiveram a nação no deserto por quarenta anos, antes de ingressar na
terra prometida. A geração que fora liberta para caminhar rumo à promessa, se
viu caminhando em círculos, a espera da morte, por ter blasfemado contra Seu
Libertador.
As promessas Divinas são imutáveis no que tange a Ele, Sua
Fidelidade, Seu Caráter; no que diz respeito a nós, condicionais; dependem de
nossas respostas, nos quesitos, crer, e obedecer à Vontade do Eterno.
Nossa covardia comodista anseia facilidades, a sobriedade
necessária dos “Caminhos do Senhor” nos desafia às responsabilidades. E muitos,
para fugir dessas, falseiam as coisas, turbam a própria visão, como se, ao
fingirem não ver claramente o dever, fossem eximidos da culpa, pela eventual
omissão em cumpri-lo.
Muitas declarações de fé feitas em cenário de “tempo bom”
não passam de coloridas esperanças que, as facilidades circunstanciais
permaneçam indefinidamente. Essa “fé” sazonal, a rigor, não é fé; hipocrisia
conveniente do bobalhão que trai a si mesmo.
Embora viceje uma geração de pregadores festeiros que faz
parecer que a “avenida da fé” é um amplo espaço de conquistas, a Palavra sempre
advertiu que se trata de adstrita vereda, dever, responsabilidade. “Entrai pela
porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à
perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado
o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14
O mundo vive seu porre dos direitos, todos os
comportamentos, faixas etárias, mas, ante Deus, a senda do dever se requer como
aprendizado desde a infância: “Ensina o menino no caminho que deve andar; até
quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6
Se, por um lado é certo que, aquele que deveras não vê,
conta com certa misericórdia, pois, “...Deus não toma em conta os tempos da
ignorância”, por outro, não menos certo é que, a maioria finge não saber o que
sabe, para não abrir mão do gosta.
Sua “cegueira” deriva de uma vontade rebelde que acostumou
ao prazer na maldade, e disso não abre mão, prefere o escuro. “A condenação é
esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz,
porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz,
não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica
a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque,
são feitas em Deus.”Jo 3;19 a 21
Uns assim, como aqueles do Êxodo, recusam o combate, (
cruz ) duvidam da fidelidade e bondade de Deus, também andam em círculos no
deserto da vida, a espera de uma morte sem esperanças. Daquela geração,
entraram Josué e Calebe, dois que creram, apenas; da nossa, dentre os muitos
convidados, uma minoria de escolhidos, infelizmente.
Os caminhos do Senhor são notórios, mas, pouco influi a
Luz, ante quem aprendeu amar as trevas. “Suave é ao homem o pão da mentira, mas,
depois a sua boca se encherá de cascalho.” Prov 20;17
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