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domingo, 22 de novembro de 2015

O que farta e o que falta

“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se o seu coração, por isso se esqueceram de mim.” Os 13; 5 e 6

Olhando esse texto não fica difícil concluir que, a soberba é um pecado dos que estão fartos. No “deserto” nas provações, não raro, somos humildes e aceitamos a aproximação de qualquer ajuda, até de Deus. Por quê, “até” de Deus? Porque a relação com Ele é responsabilizadora, requer obediência, coisa que assusta à maioria de nós.

Se nos desse o que pedimos pela módica oferenda de um despacho nas esquinas, como fazem certas crenças, seria muito mais fácil. Entretanto, em Seu amor Paternal, O Eterno nos dá o que precisamos, não, o que pedimos.

Isso, de não estar mais no controle assusta à maioria dos que fogem da cruz. Ela equivale à negação do “Eu”, que conduz automaticamente à dependência de Deus, no deserto, ou, na fartura.

Ouso dizer que, no primeiro caso é mais fácil, que no segundo. Por quê? Porque nas privações o alvo é a sobrevivência, qualquer auxílio é bem-vindo com esse fito; na fartura tendemos a nos entediar das bênçãos que possuímos e rumar às aventuras; uma vez que a sobrevivência parece garantida, devaneamos com a sombra dos prazeres.

Foi o caso do Filho Pródigo que, cansado da monotonia abençoada da casa paterna decidiu por novas experiências. Claro que, em princípio, soa muito mais leve a boa vida comparada à sina de um mordomo responsável. Acontece que a boa mordomia preserva a fonte que garante o conforto para viver, enquanto a dissolução dos prazeres apenas a consome, como a peste dos gafanhotos sobre uma seara.

Uma vez dilapidados os bens, e faminto entre os porcos, “no deserto” teve enfim, um “insight” um lampejo de luz sobre a situação. Os empregados de seu pai eram mais felizes que ele.

Aquilo que lhe parecera um tédio, então, havia se tornado uma bênção demasiado alta, pois, cogitou ser apenas empregado, não, retornar à posição de onde saíra.

Não é sábio atrelar nossas vidas às circunstâncias, pois, essas mudam rapidamente. Se, as adversas podem conduzir ao Pai, como vimos, as de fartura podem nos inflar em orgulho e afastar Dele.

O ideal seria que fôssemos como Jó; fiel, tanto na fartura, quanto, na humilhação. Salomão apresenta-as, as variáveis circunstanciais como fontes de experiências derivadas de Deus. “No dia da prosperidade goza do bem, mas, no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7; 14

O Salvador abordou isso também, com outras palavras, disse: “Acautelai-vos da avareza, pois, a vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui.” Afinal, se os servos de Deus dependem Dele, são ricos já, embora, ao Pai possa parecer oportuno discipliná-los em meio a certas adversidades visando crescimento em experiência, maturidade.

Mesmo o Senhor foi consagrado mediante as privações; vejamos: “Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles.” Heb 2; 10

Se nosso Mestre e Senhor foi “homem de dores” mesmo inocente, por que, nós, culpados, seríamos prósperos e intocáveis ante as adversidades? Sim, sei o que os da “Prosperidade” pregam; mas, derivo minhas conclusões da Palavra de Deus, não das comichões vis dos mercenários.

Os bens são meros meios; nem tocam na questão essencial, a vida. Num cemitério, por exemplo, vemos desde meras covas, aos mais requintados e decorados jazigos. Mas, o fato comum é que, tanto a pompa quanto a singeleza contêm um morto, o resto é vaidade de quem pode se dar a ela.

O mundo é, após a queda, um imenso cemitério com cadáveres adiados, cada um com o sepulcro que pode; chamamos de casas... Aos tais mortos, que podem ouvir, O Salvador prometeu ressuscitar se, eles quiserem. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5; 24 e 25

Talvez, a presunção de estarem vivos seja a “fartura” que tolhe a muitos de receberem a Vida mediante o Salvador. Ele foi categórico quanto a isso: “...Na verdade, na verdade te digo; aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3; 3

domingo, 30 de novembro de 2014

Os pastores de si mesmo



As fracas não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim se espalharam, por não haver pastor; tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.” Ez 34; 4 e 5 

Falando contra os omissos pastores de seus dias, Ezequiel alista alguns predicados das ovelhas que sofriam com tal omissão; fracas, doentes, quebradas, desgarradas, perdidas... Todas essas situações as colocam na condição  passiva. 

Não é próprio da natureza dócil de ovelhas, vícios como, orgulho, arrogância, rebelião, sectarismo, violência, rapina... Não que essas coisas não existam no redil dos salvos; mas, quando acontecem, não procedem de ovelhas, antes, de lobos disfarçados. 

Ovelhas são postas como bichos dependentes do pastor, que, ou serão devidamente cuidadas, ou, tornar-se-ão pasto das feras do campo. São alimentadas, ou, viram alimento. 

O Salvador fez, mais de uma vez, distinção entre Suas ovelhas e os imiscuídos por espúrias razões. “Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu conheço-as, e elas me seguem;” Jo 10; 26 e 27 

Noutra parte advertiu como distinguir verdadeiros e falsos misturados. “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7; 15 a 17 

E não se derive daqui a ideia estúpida de salvação mediante obras, como se fossem esses os “frutos” em questão. O fruto de um profeta é sua profecia, mensagem. Qualquer que se desviar dos ensinos do Mestre, por milagreiro que seja é falso. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Mat 7; 21 Vemos que o cerne da questão é o profeta ajustar-se à Vontade de Deus. 

Aos que não creram Nele, O Senhor disse que não eram Suas ovelhas. Sim, mera incredulidade é já um “fruto” comprometedor no Reino

Interessante que não há censura às ovelhas por estarem  fracas, doentes, desgarradas... Antes, aos pastores, os verdadeiros culpados disso. Amiúde, não eram diferentes das feras do campo; “...Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? Comeis a gordura, vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.” Ez 34; 2 e 3 

Existem em nossos dias pastores assim? Que apascentam a si mesmos? Infelizmente, tais são maioria. Aliás, muitos sequer se dão ao trabalho de saber se seus rebanhos são puros ou misturados. Afinal, os “guardam” por interesses mesquinhos. Parece que descobriram um jeito de temperar a carne, de modo que, mesmo lobo se parece com ovelha em suas mesas mercenárias. 

O fato que Deus responsabiliza maus líderes pela dispersão de Suas ovelhas não muda, infelizmente, a situação dessas. Não poucas vezes ouvi de incautos, afirmações tipo: Não importa se ele está certo ou errado; eu obedeço; se estiver errado, a culpa será dele. Grande vantagem! Se eu seguir o erro por preguiça de avaliar ensinos criteriosamente a culpa será minha; omissão.

O Salvador foi categórico: “Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” Mat 15; 14  Líder e liderado caindo. 

Assim, embora devamos reverenciar bons líderes humanos, não devemos esquecer o texto aquele que,  muitos colam na geladeira: “O Senhor é meu pastor...” Devemos obediência aos pastores nossos à medida quê, eles estejam representando fielmente a Vontade de Deus. 

Muitos usam testemunhos de milagres como credenciais de ministérios. Paulo amaldiçoou aos que extrapolam às diretrizes da Palavra. “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1; 8

Milagre pode advir de fonte espúria; a Palavra está dada claramente, basta analisar ensinos à sua luz.

Entretanto, se há advertências contra pastores por terem negligenciado às fracas, doentes, desgarradas, não há nenhuma menção que devem eles, se ocuparem de eventuais rebeldes. Há muitos assim, que recusam  submissão; dividem rebanhos e ainda culpam aos seus pastores. 

Usar de violência, promover divisões não é característica de ovelhas. Ao violento, aliás, temos uma receita em Provérbios: “O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19; 19  

E a violência mais danosa que há é a que desvia da senda da salvação; pois, seu dano será eterno.

sábado, 13 de setembro de 2014

Dízimo e oferta cheirando mal


- Olha só o estado de vocês! Vociferou Santa Escritura. Por onde vocês andaram que estão imundos dessa forma? Meio envergonhados e sem argumentos, os dois irmãos baixaram as cabeças, como que procurando uma explicação.


  - Nós… eu…


- Essa história que se sujar faz bem pode  servir para comercial de sabão em pó; comigo não cola.


- Mas, mãe...


 – Nem mais uma palavra! Os dois tomar banho. Que vestes são estas? Francamente!  Lá se foram os irmãos maltrapilhos, dízimo e oferta, cada qual a um banheiro, tirar a “influência” de um dia mais, que os fazia cheirar mal.


Não entendo, pensou Santa, se eles têm tanto coisa valiosa a fazer ; por que andam assim, rotos? Depois de devidamente banhados, a matriarca os chamou para uma conversa.


- Filhos, vocês são de linhagem nobre, têm uma tradição a preservar; mas, parece que esqueceram isso; quantos fracos, doentes, desvalidos, vossos antepassados socorreram? Do jeito que vocês estão agindo envergonham a família e desonram aos que foram antes de vós.


- Mas, mãe, eu tenho feito grandes investimentos ensejando obras portentosas, meu trabalho tem frutificado muito. ( objetou dízimo; eu também, acresceu, oferta)


- Frutificado para quem? Vocês não nasceram para isso, advertiu Santa. Nada mais infeliz e errante do que alguém que perde o sentido da vida, e vocês o perderam, faz tempo.


–Olha, mãe, eu tenho adquirido estações de TV, construído templos majestosos, patrocinado pregadores famosos, comprado aviões… – Eu ajudei, (apressou-se a gratuita oferta)


-Eu sei de tudo isso ( volveu Santa ) e esse é o problema. Quem disse que vocês deveriam fazer isso? Acaso não ensinei que se deveria juntar tesouros no Céu, invés de o fazer na Terra?


 –Mas, mãe, assim, mais pessoas ouvem falar da Senhora…
 

– Sim, nunca se falou tanto de mim como agora, mas, eu preferia que me deixassem falar… do jeito que estão fazendo, parece que meu anseio é que vocês cresçam, quando, na verdade quero que as pessoas se salvem.  Não gosto do ditado popular, “falem bem ou falem mal, mas falem de mim.” Falem retamente, odeio a mentira.


 Vocês precisam evitar as más companhias. Lembram que meu Querido Esposo disse: “ide por todo o mundo e apresentai , minha amada a toda criatura”?


- Sim mamãe, volveu o Didi, eu tenho alcançado o mundo mediante a tecnologia…


 – Você não entendeu o que Ele disse, filho, “Ide!” Não, falai à distância. Pastores eletrônicos não visitam, não ouvem, não oram em particular pelas ovelhas; além disso, vivem como pop stars intocáveis, seus erros são encobertos; enquanto os que vão para o front fazem aquilo tudo, além de serem conhecidos pessoalmente, de modo que, esses, zelam pelo bom testemunho.


Eu tenho casas humildes nos mais remotos rincões, e, com pastores de carne e osso, tenho alcançado vidas. Vocês degeneraram depois que passaram a andar em más companhias. Gente honesta que precisa de vocês está sendo prejudicada, por causa das corjas com as quais vocês têm andado.


Vocês nasceram altruístas e santos, agora, estão mercenários e sujos; ninguém mais confia em vocês, uma vergonha.  Vou contar-lhes uma fábula de Esopo.

 “Certa vez, uma raposa estava ferida em sua toca, e um leão ofereceu ajuda dizendo ter qualidades medicinais na língua; Na sua língua até confio, (disse a raposa) o que temo são os dentes que moram perto dela”.


 Dessa forma agem os pilantras com os quais vocês têm andado. Encenam ter minhas virtudes saneadoras nas suas línguas, mas, cercam-nas os dentes de voraz cobiça, não se pode confiar neles.


Que adianta adquirir tantas posses e andar sujos, como vocês andam? Vocês fizeram de seu próprio crescimento um fim. Dízimo e oferta para adquirir meios de arrecadar mais dízimo e oferta, que lástima!!!


- O que devemos fazer então mãe?  (perguntou Fertinha, envergonhada)

– Esqueçam a ostentação, os superstars góspeis, os templos inúteis que cultuam ao orgulho, os aviões que transportam lobos, voltem-se às necessidades verdadeiras, como fizeram seus antigos parentes.


Vocês não são um fim, antes, um meio de alcançar aos carentes de salvação e de alimento, vestes… aqueles que alimentam vocês porque em troca se lhes promete riquezas, facilidades, me desprezam e ao meu marido, que nunca prometemos isso.


 Lembram daquela parte em que Ele falou que a viúva que dera duas moedas fizera melhor que os ricos que esbanjavam sobras? Sentimento de gratidão a Ele, pois, vale mais que dinheiro, e se vocês atuarem em socorro aos desvalidos, como ensinou, “A mim o fizestes”, disse.


 Vocês tem sido motivo de escárnio às coisas santas, por culpa das péssimas companhias que escolheram; como ensina um provérbio chinês:

 “As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.”