sábado, 31 de março de 2018

Urim e Tumim

“Estes buscaram o seu registro nos livros genealógicos, porém não se achou... o governador lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que se apresentasse o sacerdote com Urim e Tumim.” Ne 7;64 e 65

Diferente das leis humanas onde todos são “inocentes” até que se prove a culpa, os postulantes à família sacerdotal eram vistos como indignos, até que se provasse o mérito.
Urim e Tumim, ou, luzes e perfeições eram pequenas pedras dadas ao Sumo Sacerdote pelas quais consultava a Deus quando havia uma dúvida. O Senhor se encarregava por mostrar as coisas como eram aos Seus olhos.

Para a superficial aprovação humana basta uma encenação, uma montagem calculada do verossímil; aquele que é indigno, facilmente se fará parecer meritório. É essa restrição do homem, que vê apenas o que está diante dos olhos, que “patrocina” a hipocrisia daqueles que buscam o aplauso terreno e desconsideram a justiça Divina.

Porém, a exaltação dos ímpios não encontra eco nos domínios santos. “... Vós sois os que vos justificais diante dos homens, mas, Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Desgraçadamente o aplauso humano é pródigo para coisas que O Santo abomina; Ele conhece os corações. Entretanto, após O Calvário, onde O Sumo Sacerdote Eterno sacrificou-se por todos, já não há Urim e Tumim, as pedrinhas brancas pelas quais, Deus revela Sua Vontade.

Ainda são duas testemunhas mas, as “Pedrinhas” são outras. “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

Nada vale a tradição, supostos méritos habitantes nos ancestrais, nada disso. Nascer de novo; recomeço, intransferível, pessoal, de cada um, mediante a Água, (Palavra) e O Espírito, (Santo).

Como agora estamos ante Aquele que sonda corações, nada vale a hipocrisia. O que verter dos lábios deve ter como fonte o coração; “Se, com tua boca confessares ao Senhor Jesus; em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Rom 10;9

Fica, desse modo, difícil de entender os hipócritas nas igrejas; a maioria dos homens se mantém fora delas; se, querem agradar homens, basta que fiquem também, de fora. Entretanto, esses abutres querem a reputação de santos, com corações de ímpios. Assim, invés de alimentarem suas inclinações ao pecado do lado de fora, “acrescentam pecado a pecado”, profanando as coisas santas das quais são indignos.

O homem espiritual tem uma consciência vivificada no Espírito, sabe que está perante O Senhor; “Procura apresentar-te a Deus aprovado...” I Tim 2;15

Seu “Urim e Tumim” conhecimento e prática da Palavra, e a consciência no Espírito, sempre se manifestam quer aprovando, quer, reprovando seus passos. Em caso de dúvida espera pela resposta, como vimos no incidente de Neemias.

As diretrizes da Palavra são Luzes; o devido cumprimento, a perfeição demandada. Nesse caso, e só nesse caso, o feito de Cristo se cumpre a nosso respeito; “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Não se trata de andar sem pecados; ninguém consegue; mas, de andar na Luz, não tentar dissimular o mal feito. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas, o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Por um lado é impossível escondermos, uma vez que O Senhor é Onisciente; por outro, é possível sim, dada Sua longanimidade. Ele espera até que nos arrependamos; senão, em dado momento rasga nossa máscara; “Estas coisas tens feito, e me calei; pensavas que era assim como tu, mas, eu te argüirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

O que tenta ocultar seus pecados é um enfermo que conhece a própria enfermidade, sabe onde pode encontrar a cura, mas, prefere seguir doente, pois, acha amargo o remédio. Ora, devemos aquilatar o valor de um remédio pela eficácia, não pelo sabor.

Afinal, quando nossa saúde for testada o será diante do Médico dos Médicos, não da doentia paixão humana; o próprio bom porte em Cristo de quem decide consagrar-se há de ser testemunha que ele está “vendendo saúde”; “... o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Todos somos culpados (pecadores); mediante arrependimento e confissão, a Luz e Perfeição de Cristo nos “sorteiam” ao convívio dos santos. Cada Ceia do Senhor é um teste onde julgamos nós mesmos para não comermos indignamente das coisas santas. Que o mundo coma seus chocolates; porém, nós beberemos da Água da Vida.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Por que Bolsonaro?

A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias.” Winston Churchill

Para ambas as ideologias, o vetor econômico. Sem entrar no mérito dos méritos do dinheiro, quero tecer considerações sobre as discrepâncias entre o que as pessoas dizem, e fazem. Em questões políticas, por exemplo, a incoerência é a faceta mais notável.

Os pobres são maioria; nos regimes democráticos é a opinião da maioria expressa em votos que define quem manda. Assim, quem desejar o poder terá que, necessariamente ter um discurso a favor deles. No entanto, onerosas como são as campanhas nos moldes nossos, se, dependesse, eventual candidato, das doações dos pobres para competir jamais ganharia.

Logo, a “necessidade” da hipocrisia se estabelece. O sujeito mercadeja favores com os ricos em troca de financiamento de campanha, e promete redenção aos pobres em troca de votos.

Antônio Erminio de Moraes disse: “Lula pede dinheiro para os ricos e votos para os pobres e mente para ambos.” Se, o alvo for o poder a qualquer custo, se poderia dizer que ele está certo. Agora, se, valores, ética, compromisso com a nação pesarem na balança, por certo o peso mudará.

Não gosto de político que se coloque como necessário, indispensável; tipo, ou votam em mim e cuidarei de vocês, os estais todos perdidos. Falta de noção. Prefiro os que postulam cargos como uma possibilidade, que, se atingida ensejará certas atitudes coerentes com as promessas.

Outro dia, Bolsonaro questionado se faria loteamento de cargos antecipadamente em troca de apoio e conseqüente aumento de tempo na TV disse que não; “Ou, em 1º de Janeiro estarei na cadeira presidencial, ou, na praia tomando água de coco.” Concorde alguém com suas ideias, ou não, qualquer pessoa intelectualmente honesta há de convir que essa é uma postura saudável.

Ele quer ser presidente, mas, não quer tanto assim a ponto de abdicar do que acredita. Respeito homens assim.

Não se vê como indispensável, tendo que ganhar, ou, a casa cai; antes, como necessária a preservação de certa autonomia do presidente, sem os viciosos pactos fisiológicos com eufemismo de, “governabilidade”.

Não existe partido político que seja contra pobres; apenas, divergências sobre como ajudá-los. Para a esquerda o negócio é dar peixes; para os liberais, anzóis. Quando Lula assumiu em 2002 havia perto de 10 milhões de miseráveis, um número alto; entretanto, apossando-se de ideias de outros ele sempre se vangloriou de ter tirado da miséria 36 milhões de pessoas. Se um terço disso fosse verdade não teríamos nenhum mais.

Outra coisa que as pessoas avaliam mal é a função gestora de um governante. Algumas viúvas de Lula dizem que ninguém ajudou tanto os pobres como ele. Ora, migalhas assistencialistas que distribuiu como se dele eram do nosso dinheiro que deveria bem gerir e não fez. Antes, doou uma refinaria ao Evo Morales; 25 milhões de dólares aos terroristas do Hamas; nosso dinheiro que deveria ter sido gerido para incremento da saúde, educação, segurança, tecnologia, transportes, etc. fez favores a ditaduras africanas e latinas.

Discursando outro dia na mal fadada caravana ele queixou-se de ter dado o socialismo um passo atrás com a morte de Chávez, Kirschner, a queda de Dilma; mas, reiterou seu sonho de unificar os latinos, se unir aos africanos e árabes, para dominar a geopolítica mundial combatendo o imperialismo americano. Combater o império liberal com outro império socialista; a União Soviética já tentou isso; falhou vergonhosamente.

Aí as pessoas se espantam de, nas manifestações deles predominar o vermelho, invés da bandeira nacional. Ora, eles não têm projeto de país, mas, de mundo comunista, um globinho vermelho pra chamar de seu. Imperialismo é ruim se o imperador for outro. Uma vez mais preciso reconhecer que o slogan de Bolsonaro é melhor: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos.” Dois valores que a esquerda despreza; fé cristã e identidade nacional.

Dirão que estou fazendo campanha pro Bolsonaro; ainda não. Apenas estou dizendo que me identifico com a maioria das ideias dele, e as razões disso. Não o acho mito, perfeito, herói, nada disso. Mas, entre os possíveis concorrentes, não vejo nenhum que se aproxime um pouco a ponto de ensejar dúvidas em minha escolha.

O que está em jogo, pois, não é a escolha simplista de ser a favor de pobres ou de ricos; antes, nossa decisão de sermos partidários da verdade ou da mentira. Queremos um mundo comunista ou, um país decente?

A mim pouco importa os Estados Unidos, China, ou, escambau; quero ordem, decência, valores, na minha terra; invés de mudar o mundo, que o mundo mude pouco a pouco sua opinião sobre o império da corrupção que nos tornamos.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Os fugitivos

Jacó logrou Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia”, Gên 31;20

Aquele que fora para Harã fugindo da fúria de seu irmão, Esaú, agora saía de lá, outra vez, fugindo. Não tinha motivo para isso; bem poderia se despedir do pai de suas esposas Leia e Raquel e sair pela porta da frente.

Entretanto, seus temores de sempre, subprodutos de suas trapaças, seu inda frágil relacionamento com Deus, faziam confiar mais na astúcia que na proteção Divina.

Labão o soube, três dias após, pois, estava no campo tosquiando ovelhas, reuniu alguns homens e foi atrás alcançando-o em sete das nas terras de Gileade. Se, no princípio não tinha razões para fugir, agora, tinha-as para temer, uma vez que sua amada Raquel furtara os ídolos de seu pai e os levara consigo.

Pode-se inferir que Labão vinha com intentos belicosos, dado, o “puxão de orelhas” que levou. “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.” V 24 Noutras palavras: Não toque nele, está sob minha proteção.

Foi vetado pelo Eterno que ele fizesse mal a Jacó, não, que tomasse satisfação sobre suas imagens furtadas. “... se, querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste meus deuses?” v 30

Seguro da sua integridade e dos seus, o patriarca sentenciou: “Com quem achares teus deuses, esse, não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois, Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.” V 32

Durante a revista nos trastes foi a vez de Raquel fugir, isto é; assentou-se sobre os objetos roubados e pediu desculpas por não poder levantar se dizendo menstruada. Então, nada achou Labão, do que procurava. Provada a “inocência”, foi a vez de Jacó “subir na mesa”. “Então irou-se Jacó e contendeu com Labão;respondeu disse: Qual é a minha transgressão? Qual é meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?” v 36

Pois bem, sua imprudência de sentenciar à morte quem furtara as imagens custou a vida de Raquel que morreu durante o parto de Benjamim. Trabalhara sete anos como dote por aquela que amava; num momento de insanidade com a cruel espada da língua ceifou sua vida.

Desse modo, infelizmente, podemos fugir das ameaças externas, muito mais facilmente que das loucuras interiores.

Desde a queda a espécie humana se fez fugitiva. “Ouvi tua voz e me escondi, pois, estava nu.” A saga de Adão é a mesma nossa. Sentimento de culpa ante O Santo, fuga.

Mas, “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se, subir ao céu, lá estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que Tu ali estás também. Se, tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua Mão me guiará; Tua Destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim.” Sal 139;7 a 11

Porém nosso aspecto mais requintado de maldade nos faz fugir, até mesmo, da fuga. Como assim? Sabe aquele sujeito que foge da justiça fingindo fazer campanha? Muitos de nós nos portamos igual. Mascaramos nossas fugas como, ceticismo, ateísmo, politeísmo, ativismo, e, até de cristianismo; quando adotamos um verniz bíblico para dar brilho a uma substância pagã, hipócrita.

No caso de Jacó careceu a experiência com Deus em Peniel, onde teve sua coxa ferida para não mais andar como andara, e teve seu nome mudado para Israel. No nosso carecemos do novo nascimento em Cristo, para recebermos o dom do Espírito Santo, que, paulatinamente nos capacita a mortificar nossos monstros internos, as obras da carne para, enfim, andarmos em espírito.

Sendo Jacó servo do Deus Vivo, Raquel furtara bibelôs inúteis nos quais confiava e isso foi fatal. Desgraçadamente, muitos perdem suas salvações agarrados em porcarias vãs, invés de se aproximarem do que salva. Pois, se esses espantalhos nada valem no que tange à vida, no sentido de alienar do Santo e levar à morte são “úteis”.

Jacó amaldiçoou quem os furtou, A Palavra amaldiçoa quem neles confia: “Têm mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, e todos os que neles confiam.” Sal 115;7 e 8

Fugitivos se escondem no “respeito religioso” como se, falar-lhes a verdade fosse ofensa.

Nas cidades de refúgio os culpados estariam livres após a morte do Sumo Sacerdote; o Nosso morreu por nós há mais de dois mil anos; o que nos impede de sermos livres?

quarta-feira, 28 de março de 2018

Se eu soubesse que não sei...

“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso tua sabedoria... Aplica teu coração à instrução; os teus ouvidos às palavras do conhecimento.” Prov 23;4 e 12

A superioridade do ser sobre o ter é cantada em prosa e verso; embora, a maioria das pessoas não se importa em ser falsa, hipócrita, corrupta, parcial, violenta até, se, um desses “assessórios” lhe permitir auferir algum bem.

Os próprios ditos que alugam alhures, o fazem com o fito de ter reputação de intelectuais, bem resolvidos, quiçá, sábios mesmo. Embora, o saber, eventualmente desfile na passarela das palavras é na avenida das atitudes que passeia com proveito, como aconselha Tiago. “Quem dentre vós é sábio, entendido? Mostre pelo seu bom trato suas obras...” Cap 3;13

Antes denunciara o que se olha no espelho e não se lava; “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte e não cumpridor é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla, vai-se, e logo esquece de como era.” Cap 1;22 a 24

Um omisso em aperfeiçoar-se à luz da sabedoria. A Palavra de Deus. Depois, o relapso em agir com saber, por refugiar-se numa teoria boa, cuja ausência prática a anula; fé sem as obras. “... mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Cap 2;18

Não que a fé ortodoxa seja dispensável; mas, ela só é validada mediante coerente proceder. Não se derive daí, pois, a crença rasteira que cada um pode agir como quiser desde que faça o bem. Sem o Novo Nascimento ensinado pelo Salvador, as boas obras são apenas “Obras mortas” e “Deus não é Deus de mortos”.

Depois de renascidos recebemos a adoção de filhos, junto vem a Doutrina do Pai, bem como, Sua disciplina; “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Hb 12;6 a 8

Aquisição da sabedoria começa com a necessária admissão de ignorância; depois, beber na fonte certa. Seríamos, certamente, muito melhores que somos se, fizéssemos de coração a oração de Moisés: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

Mas, vivemos tempos difíceis onde paixões sufocam o pensar; gritos abafam os argumentos; o fogo das palavras produz calor sem gerar luz. Temos uma caixinha de palavras feitas, moldes que se nos introjetaram em com elas “nos defendemos” sem precisarmos do exercício pesado do pensamento lógico, análise crítica, ou, pisarmos na saudável sarjeta da dúvida.

Aí, se o sujeito pensa diverso de nós em assuntos políticos, por exemplo, abrimos a gaveta dos adjetivos pejorativos e cobrimos o tal com essa bosta intelectual e estamos resolvidos. Basta dizer que o sujeito é nazista, fascista, elitista, golpista, comunista, mesmo que não saibamos nada sobre o real significado disso, e “fizemos nossa parte”. Não, não fizemos. Fomos anulados pela omissão, pela preguiça mental; onde deveria haver um ser humano capaz de pensar si mesmo nos fizemos apenas uma “caixa de som” a troar em nós inclinações alheias.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; por isso, tão poucos se dedicam a ele.”

Urge que busquemos um ponto de re-civilização, pois, descemos céleres à ladeira do barbarismo em pleno século 21.

Até assuntos esportivos que deveriam ser brincadeiras pueris, exibem nossa fúria rudimentar de modo vergonhoso. Em alguns lugares, como em São Paulo, agora, os jogos decisivos são feitos com a torcida de um time só de cada vez; senão, “o couro come” a violência descamba.

Se, como vimos, a sabedoria é mais preciosa que todos os bens, e por ela devemos labutar; entretanto, estamos algemados por paixões e pelo desejo de ter, além de miseravelmente pobres somos sem noção da nossa miséria.

Ontem vi na rua um carro com o seguinte adesivo: “Livrai-nos do mal”. Primeiro pareceu normal; depois surgiu a pergunta: O que ele quer dizer? O que considera mal? Pois, desde a queda o Diabo sugeriu que nós mesmos decidiríamos sobre o bem e o mal. Assim, excluindo Deus excluímos junto Seus Valores, e, não raro, invertemos de lugar o mal e o bem.

Quanto a mim pediria que Deus nos livrasse, sobretudo, do mal da ignorância; ao menos nos fizesse saber que não sabemos; isso poderia nos reconduzir a Ele; “Se, algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, o não lança em rosto, ser-lhe-á dada.” Tg 1;5

segunda-feira, 26 de março de 2018

"Deus não precisa dinheiro"

“... Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura não cercaste ele, sua casa, e tudo quanto tem? A obra das suas mãos abençoaste, o seu gado tem aumentado na terra.” Jó 1;9 e 10

A Fé por interesse foi a acusação do canhoto a Jó. Natural que quem desconhece o amor imagine algum outro tipo de recompensa das que conhece. Assim, o Capiroto, bem como seus representantes, os da “Teologia da Prosperidade” advogam como válida uma “fé inteligente” materialista, imediatista.

Sendo a fé “O firme fundamento das coisas que não se veem”, quem precisa ver, pouco importa o que seja, não passa de um idólatra; aliás, a própria avareza é definida como idolatria. O mesmo Jó, adiante, privado de todos os bens, filhos e saúde deu uma demonstração cabal da sua essência: “Ainda que me mate, Nele esperarei”; disse. A esfera da fé despreza circunstâncias; mesmo a vida terrena por amor Àquele em quem confia.

Gostamos de conforto laboramos por prosperar, todos nos inclinamos a isso. Oramos por saúde, portas de trabalho, e nos alegramos quando essas se abrem. Mas, essas benesses nos fazem gratos ao Criador, não, crentes. Os verdadeiros já creem mesmo privados disso. Não veem as posses como o sentido da vida, ou, a possibilidade de se jogarem na esbórnia como o Pródigo. Antes, mesmo ouvido do pai, “tudo o que tenho é seu”, como ouviu o irmão dele, sabem que as coisas são bens a serem zelados, bem geridos, não, dilapidados.

Quem anela riquezas para “curtir a vida” mesmo se dizendo cristão, suas escolhas mostram nuances do medo da morte, predicados ímpios; os que estão em Cristo não têm um período curto a aproveitar, antes, um patrimônio eterno para zelar.

Muitos usam erroneamente um texto sobre semeadura e ceifa para fazer parecer que sua pregação é bíblica: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, ele ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Enfatizam os pilantras que seria um escárnio semear e não colher. Escárnio seria plantar uma coisa e colher outra; ou seja, semear “na carne” segundo as cobiças naturais por riquezas terrenas e derivados prazeres, e ceifar no Espírito, bens eternos. Os que semeiam de olho nas coisas corruptíveis ceifarão corrupção. Os que se entregam ao Espírito, fiéis, com ou sem coisas, terão vida eterna, esse é o ensino. O que for além é perverso.

O Salvador enfatizou que O Pai sabe de nossas necessidades cotidianas, mas, que não devemos priorizá-las; antes, semear no Espírito: “Buscai em primeiro lugar O Reino de Deus e Sua Justiça, as demais coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Do outro lado temos os comunistas “cristãos” os da “Teologia da Libertação”, segundo os quais, o sentido pleno do Evangelho seria a promoção da “Justiça social”. Eis um termo ausente na Bíblia! Somos ensinados a repartir o pão sermos atenciosos com os pobres, mas, O Senhor trata com o indivíduo, não, com a massa. “Aquele que é de Deus ouve minhas Palavras”; “Cada um dará conta de si mesmo a Deus”.

Retribuir conforme as obras, não, furtar méritos de quem trabalha e dar a vagabundos porque reivindicam como suas as posses alheias. “O Reino de Deus e Sua Justiça”, não, os postulados ímpios dos comunas e suas noções invejosas de “justiça social”.

Sabem os que enxergam um palmo adiante que esses discursos bonitos não passam da ceva para atrair incautos à arapuca. Uma vez empoderados, como na Venezuela e Cuba, distribuem fome, opressão; facilidades só aos asseclas que os sustentam no poder. Como vimos no começo, o canhoto desconhece o amor que patrocinava a fé de Jó; também ignora a justiça, senão, teria permanecido no seu honroso lugar para o qual foi criado.

Circula por aí, o, “Deus não precisa dinheiro, dê uma cesta básica aos pobres, invés do dízimo”. Judas já fez esse discurso de “amor aos pobres” uma vez.

Deus não precisa, mas, para o Evangelho alcançar aqueles que Ele ama, certa estrutura que custa dinheiro é necessária. Há safados que manipulam por interesses vis, mas, isso não exclui os honestos.

O que faço do meu dinheiro é problema meu. Não careço conselhos ímpios. Uns amam o dinheiro nas igrejas; ou, são infiéis no dízimo, ou, plantam suas “sementes de fé” sonhando colher metais; outros amam fora, aconselhando fazer o que não fazem.

Perdem a salvação, pois, mantêm distância do Evangelho agarrados em moedas. Quem não conhece o amor acaba amando o alvo errado. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males...” I Tim 6;10

domingo, 25 de março de 2018

Por trás da fumaça

“Dizendo isto, com dificuldade impediram que as multidões lhes sacrificassem. Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto.” Atos 14;18 e 19

Duas situações opostas num curto espaço de tempo. Primeiro, pela cura de um coxo efetuada pela sua intercessão queriam tratar Paulo como um deus oferecendo sacrifícios; depois, as mesmas pessoas convencidas pelos desafetos do apóstolo o apedrejaram.

Poucos minutos entre a glória e a ignomínia, ambas, imerecidas. Não merecia glória pela cura, pois, fora Obra de Deus; tampouco, ser apedrejado; era inocente do que o acusavam.

Duas dificuldades humanas; resistir ao imediatismo que atua ao sabor dos instintos, e, identificar corretamente o mérito de uma questão. Dizemos que as aparências enganam; porém, quando, açodados por elas negligenciamos o discernimento é a nossa precipitação, a julgar o mar por uma onda, que se torna feitora dos nossos enganos.

A razão nos faz diversos dos animais e permite excursões ao passado na nave da memória, ou, mesmo, viagens ao futuro, nas asas da esperança e fé. Assim, agir apenas ao sabor do instante nos castra dessa preciosa prerrogativa e nivela por baixo, aos instintivos animais.

Em política, sobretudo, se diz que o povo tem memória curta; assim, os mesmos que causaram os problemas de uma nação podem se apresentar em seguida como solução; não raro, usufruírem apoio para isso.

Nas questões espirituais, porém, o exercício da memória é vital, uma vez que as diretrizes não mudam, tampouco, sucumbem aos modernismos do mundo. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Não que mudanças sejam necessariamente más; porém, quando nos incitam à rebelião contra princípios da vida, aí, se nos tornam mortíferas. “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína deles, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22

O discernimento é jóia preciosa que vai além das aparências vendo as coisas como são. Durante a crucificação do Senhor, ao Seu lado crucificaram também a dois ladrões. As aparências sugeriam a punição severa de três malfeitores; porém, conhecedor dos fatos, um dos ladrões disse que ele e seu igual mereciam tal sentença, mas, “Esse ( Jesus ) nada fez”, disse. A aparência não o enganou.

Quando alguém postula um emprego leva um currículo, uma folha corrida de suas capacitações e das ocupações pretéritas; embora, como se apresenta no momento possa contar uns pontinhos, são as informações desse as determinantes para sua admissão, ou, não. Assim, um homem espiritual com folha corrida de probidade diante da igreja e do Senhor, se, pego em eventual mau passo, não deve ser apedrejado, como, não deveria ser glorificado quando andou bem.

Infelizmente, a imensa maioria de nós é leniente com nossas falhas, e, severa com as alheias; porém, a Palavra do Senhor adverte: “Com a mesma medida que medires medirão a vós.” Pedro negou a Cristo; Tomé duvidou; Tiago e João queriam queimar aos samaritanos; Paulo foi cúmplice na morte de Estevão. Todos foram perdoados e usados pelo Senhor. Um mau passo é um fraquejar pontual; um mau caminho é uma escolha, um andar habitual.

Aos Olhos Divinos, até o que falamos faz parte de nossos currículos: “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram freqüentemente um ao outro; O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o Senhor, os que se lembraram do seu nome.” Mal 3;16 Porém, é o que fazemos, como agimos, o corpo de testemunhas que nos segue mesmo, depois dessa vida; “...Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; suas obras os seguem.” Apoc 14;13

O Senhor exortou Seus ouvintes a não julgarem pela aparência, mas, “segundo a reta justiça;” a muitos chamou de hipócritas, sepulcros caiados, por serem zelosos na pose para suas “selfies” e omissos no caráter.

Muitos buscam para si a glorificação por pretensas curas, mas, seus maus caracteres visíveis bem que mereceriam pedradas. O Senhor julgará.

Discernimento de vida a própria experiência lega aos exercitados nela; porém, o espiritual é acessível apenas aos homens espirituais. “Não recebemos o espírito do mundo, mas, o que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Ele.” I Cor 2;12

Na dimensão da fé, as aparências não aparecem; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

domingo, 18 de março de 2018

Contra os Pastores

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Triste inversão, quando, os que deveriam ser solução tornam-se problema. Um pastor deveria ser um protetor, guardião, da parte do Senhor. Entretanto, invés de garçons a servir ciosamente porções da Palavra do Senhor, aqueles se tornaram necessitados de ouvir, o que, O Santo ordenou mediante Ezequiel.

Sobre a gravidade de malograrmos uma consciência viva, Samuel Bolton dizia: “Se a consciência não for um freio ela será um chicote.” O que ele queria dizer: Que, se a voz da consciência não for bastante para nos inibir de pecar, a mesma voz será assaz forte para nos fazer sentir culpados depois. Isso reitero, onde há uma consciência viva.

Pois, aqueles a tinham cauterizada, uma vez que, seu egoísmo mercenário os fazia sentir proprietários das ovelhas, não, zeladores. “Comeis a gordura, vos vestis da lã; matais o cevado; mas, não apascentais as ovelhas.” V 3

Que deprimente quando ouvimos aos “Bispos, apóstolos, missionários ou pastores” mercadejando supostas bênçãos, vendendo bugigangas “ungidas” “sementes de fé” e os demais nomes que usam como verniz tênue que não consegue disfarçar sua cobiça rapace. Deprimente também a ressonância nos incautos estúpidos que caem nessas patranhas deslavadas, e, invés de Pérola de Grande Valor porfiam por reles bijuterias.

Um pastor vero é uma espécie de médico das almas, fonte de conhecimento espiritual de onde devem beber as sedentas ovelhas; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei porque é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7 Entretanto, esses, por ser pastores de si mesmos, nunca lhes interessa saber sobre as debilidades dos rebanhos. “As fracas não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, a perdida não buscastes; mas, dominais sobre elas com rigor e dureza.” V 4

Consequência inevitável da exploração invés de pastoreio é a alta rotatividade dos membros, uma vez que colhida toda lã que possuem, deixam de interessar aos “pastores”.

Não poucas saem machucadas das “igrejas”, se atiram nas ilusões assassinas do mundo, pensando que O Senhor as não quer, quando, foram os mercenários intrometidos que as feriram; ocultaram o fato alentador que O Senhor as ama e sofre por vê-las tristes, abandonadas. “Assim se espalharam, por não haver pastor; tornaram-se pasto para as feras do campo, porquanto se espalharam.” V 5

“Pastores” se exibem nas redes sociais com mesas fartas e um séquito de puxa-sacos endinheirados à volta; as ovelhas extraviadas, machucadas, seguem em vestes indecentes rumo aos enganos do mundo para ser devoradas por lobos. “As minhas ovelhas andaram desgarradas pelos montes, por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem, quem as buscasse.” V 6

Contudo, chega uma hora em que até a Santa Paciência de Deus acaba; Ele dá um pé na bunda desses patifes mercenários que desonram O Eterno, e mercadejam com o que lhes não pertence. “Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor, que, porquanto minhas ovelhas foram entregues à rapina, e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não as procuraram; os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, não lhes servirão mais de pasto.” Vs 7 a 10

Abre teus ouvidos enquanto é tempo ó pastor mercenário!! Cuida do que foi entregue em tuas mãos, ou, em breve O Altíssimo tomará o cajado de ti e dará a outro que seja melhor que você. O Fato de Deus ser Longânime não significa omisso; uma hora chama Seus mordomos a darem conta de sua mordomia.

Esses infelizes têm cifrões nas retinas invés de amor no coração. Mesmo falando de Céu, eventualmente, seu “paraíso” tem cheiro de Terra. E um amor assim deslocado, no final será feitor de sofrimentos. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6;10 e 11