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sábado, 22 de junho de 2019

A Gloriosa Leveza do Ser

“... se, alguém está em Cristo, nova criatura é ...”

Fazemos distinção entre filhos e criaturas; essas atinam a origem Divina da existência; terem sido criadas, apenas; os filhos o são pelo novo relacionamento, pela adoção mediante Cristo.

Isso não é mera “teologice” para impor dogmaticamente algo que queremos; a própria Palavra versa a necessária adoção para sermos filhos e apresenta as criaturas na servidão ao pecado.

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;19 a 21

A distinção entre filhos e criaturas não é física, racial, religiosa... Uns são servos da corrupção, as criaturas; os filhos desfrutam gloriosa liberdade. Quando se fala em corrupção aqui, nada a ver com Brasília e afins. Corrupto é a aglutinação de duas palavras; romper e com. É uma ruptura a dois ou mais. Todo aquele que, confia em si mesmo em lugar de Deus, rompe com Ele associado ao mentor disso: O Capiroto. É um corrupto espiritual.

Não por seus méritos os filhos são espiritualmente livres; por não confiarem na sabedoria nem justiça próprias encomendam-se a Cristo, na ditosa segurança de servos Seus; aí, “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Outro dia ouvi uma acusação feita a mim e mais dois irmãos naturais e espirituais: “Vocês pensam que são os bons; que só vocês conhecem a Deus.” Isso de alguém que, bebendo de outras fontes, não da Palavra de Deus se pretende igualmente, filho do Eterno.

Na verdade é justamente o contrário. Sabemos que somos maus, indignos de confiança em nossas opiniões e percepções da vida; de modo que tentamos, embora falhos, pautar nossas vidas pelo que O Santo revelou em Sua Palavra. Quem reconhece que carece do Salvador não o faz por pensar que é bom; antes, por saber que é mau e se não for salvo estará eternamente perdido.

Os que escolhem o mal não fazem por questões morais, espirituais; antes, por vínculo afetivo. Os ouvintes de Cristo sabiam que comprometer-se com Ele demandava uma mudança no ser; eram tão afeiçoados aos seus pecados favoritos que não estavam dispostos a largá-los. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

Se, “estar em Cristo” é um sinônimo do “Novo nascimento”, e esse nos transforma em filhos de Deus, como se diz que, nova “criatura” é? Simples: Todo o filho, exceto Cristo, é também criatura; embora, a maioria das criaturas, pela escolha resiliente das obras más se recuse a andar como filho.

Desde sempre deparamos com as oposições entre o ter e ser. Todavia, eu suspeito que essas não são, estritamente, coisas opostas. A oposição veraz consiste no confronto de dois seres; um, em Deus, o filho; outro, em si mesmo, a criatura.

Se, o homem natural tem sua “fé” nas coisas visíveis que faz de sua “filosofia” de vida a aquisição interminável de bens materiais, isso não o faz um “ter”. Antes, o desejo instante de ter revela um ser que ainda não é o que foi criado para ser. 


E como disse Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Malgrado a sua origem em Deus, como o pródigo pode estar entre porcos, distante de casa.

O colocar-se como Deus, sugestão da oposição, pela simples origem do ensino já nos joga nas areias movediças da maldição, da separação do Senhor. “... Maldito o homem que confia no homem; faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” Jr 17;5


Hoje ainda deparei com a ufanista frase: “Não espere coisas pequenas de um Deus tão grande”. Quisera saber em qual dos versos bíblicos isso se encontra. A Bíblia nos desafia à humildade; “... Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” Tg 4;6 Não consigo ver a humildade pleiteando coisas grandes.

Seremos testados no pouco; e nele sendo fiéis, um dia seremos colocados no muito; quando estamos privados é hora de sermos fiéis, não, arrogantes.

Quem se alegra em coisas mais que em Deus deveria suspeitar que ainda é velha criatura. Nosso ter, farto ou módico é a academia onde Deus exercita o ser. Quando ganharmos asas não mais careceremos muletas.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Desfazendo a obra; as obras

“Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Uma discrepância de luz; a “pureza” derivada da auto-apreciação, os próprios olhos, e, uma “segunda opinião” que identifica imundícia. A ruptura inicial proposta por Satã trazia isso; autonomia, independência. “Vós sabereis o bem e o mal.” Se, a criatura autônoma, endeusada resultou sem noção, que vê pureza na imundícia é fruto do maligno consórcio homem-satanás, que, deu azo à queda.

Rejeitados os parâmetros do Criador, cada um vira juiz de si; e, com a indulgência de um Gilmar Mendes, declara saudável à alma que mais sabe, enferma, a sua.

A antiga disputa filosófica entre ser e ter, na percepção do ímpio desloca-se um pouco, pois, lampejos de consciência que o inquietam levam-no a tentar compensar lapsos do ser, com gambiarras do fazer. Simplificando; tenta merecer aceitação com obras.

Entretanto, as “boas obras” do ímpio vêm contaminadas com o ser, do agente que, as faz más. “Olhos altivos, coração orgulhoso, e a lavoura dos ímpios é pecado... O sacrifício dos ímpios já é abominação; quanto mais oferecendo-o com má intenção!” prov 21;4 e 27 “O que desvia seus ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Assim, lavoura, sacrifícios, tampouco, orações dos ímpios agradam a Deus.

A rigor, uma boa obra sempre é boa, mesmo se, praticada por ímpio, que, como flor entre pedras desfia o entorno e viça. Aos olhos Divinos, porém, enquanto não resolvido o problema central, do pecado, será apenas uma “obra morta”. “... não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas...” Heb 6;1

Somos essa mescla de maldade com rasgos de empatia, solidariedade, nossos maus motivos poluem eventuais boas obras. O mero permanecer na autonomia rejeitando ao Senhor nos faz atuar no princípio de Satanás, da rebelião. Então, “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4 Essas escórias que incomodam ao Santo a ponto de aquilatá-las como imundícia são nossos pecados.

Assim, chegamos ao “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João Batista falou “O Pecado” no singular, não, os pecados. O que incomoda antes a Deus não são nossos múltiplos pecados no varejo. Mas, o pecado da autonomia; de, invés de acreditar no que Ele diz de Si e de nós, optarmos por “soluções” de fabricação caseira.

Por isso, quando de uma excitação coletiva, onde a multidão assediava ao Salvador após ter Ele multiplicado o pão, alguns mais ousados se apresentaram pedindo por “fazeres”; “Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais Naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Apresentaram-se dispostos a fazer algo; foram desafiados a crer no que Deus fazia. Tendo vindo para pagar o preço de sangue requerido, O Salvador demandou identificação mediante obediência; de modo tal, que, o ser, autônomo que decidia por si mesmo acerca de tudo deixaria “a bola” de novo com O Criador. “... Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo; tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Os voluntariosos sem noção que se apresentaram para um “fazer” foram desafiados ao “desfazer”; Pois a Obra das mãos de Deus, à Sua Imagem e Semelhança era um filho em comunhão, puro, submisso, sem pecados; o autônomo, orgulhoso, arrogante, sem noção, foi uma perversão do diabo. “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” I Jo 3;8

O problema das obras como meio de salvação é blasfemo e inócuo; nega a Justiça Divina que requer O Resgate, e apresenta um morto como pretendente de legar vida. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós é dom de Deus. Nem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Assim, salvos, regenerados de graça, apenas crendo e obedecendo somos desafiados às boas obras como testemunhas da redenção que O Senhor operou em nós. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Essa geração adoecida, ególatra, onde, ladrões, perversos, assassinos têm sempre um (a) representante político para declará-los “vítimas da sociedade”, infelizmente fecha-se à salvação pela recrudescência no erro, derivado do letal concubinato com a mentira.

A receita da saúde psíquica e espiritual inda está disponível; “Porque o erro dos simples os matará; o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

quarta-feira, 28 de março de 2018

Se eu soubesse que não sei...

“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso tua sabedoria... Aplica teu coração à instrução; os teus ouvidos às palavras do conhecimento.” Prov 23;4 e 12

A superioridade do ser sobre o ter é cantada em prosa e verso; embora, a maioria das pessoas não se importa em ser falsa, hipócrita, corrupta, parcial, violenta até, se, um desses “assessórios” lhe permitir auferir algum bem.

Os próprios ditos que alugam alhures, o fazem com o fito de ter reputação de intelectuais, bem resolvidos, quiçá, sábios mesmo. Embora, o saber, eventualmente desfile na passarela das palavras é na avenida das atitudes que passeia com proveito, como aconselha Tiago. “Quem dentre vós é sábio, entendido? Mostre pelo seu bom trato suas obras...” Cap 3;13

Antes denunciara o que se olha no espelho e não se lava; “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte e não cumpridor é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla, vai-se, e logo esquece de como era.” Cap 1;22 a 24

Um omisso em aperfeiçoar-se à luz da sabedoria. A Palavra de Deus. Depois, o relapso em agir com saber, por refugiar-se numa teoria boa, cuja ausência prática a anula; fé sem as obras. “... mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Cap 2;18

Não que a fé ortodoxa seja dispensável; mas, ela só é validada mediante coerente proceder. Não se derive daí, pois, a crença rasteira que cada um pode agir como quiser desde que faça o bem. Sem o Novo Nascimento ensinado pelo Salvador, as boas obras são apenas “Obras mortas” e “Deus não é Deus de mortos”.

Depois de renascidos recebemos a adoção de filhos, junto vem a Doutrina do Pai, bem como, Sua disciplina; “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Hb 12;6 a 8

Aquisição da sabedoria começa com a necessária admissão de ignorância; depois, beber na fonte certa. Seríamos, certamente, muito melhores que somos se, fizéssemos de coração a oração de Moisés: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

Mas, vivemos tempos difíceis onde paixões sufocam o pensar; gritos abafam os argumentos; o fogo das palavras produz calor sem gerar luz. Temos uma caixinha de palavras feitas, moldes que se nos introjetaram em com elas “nos defendemos” sem precisarmos do exercício pesado do pensamento lógico, análise crítica, ou, pisarmos na saudável sarjeta da dúvida.

Aí, se o sujeito pensa diverso de nós em assuntos políticos, por exemplo, abrimos a gaveta dos adjetivos pejorativos e cobrimos o tal com essa bosta intelectual e estamos resolvidos. Basta dizer que o sujeito é nazista, fascista, elitista, golpista, comunista, mesmo que não saibamos nada sobre o real significado disso, e “fizemos nossa parte”. Não, não fizemos. Fomos anulados pela omissão, pela preguiça mental; onde deveria haver um ser humano capaz de pensar si mesmo nos fizemos apenas uma “caixa de som” a troar em nós inclinações alheias.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; por isso, tão poucos se dedicam a ele.”

Urge que busquemos um ponto de re-civilização, pois, descemos céleres à ladeira do barbarismo em pleno século 21.

Até assuntos esportivos que deveriam ser brincadeiras pueris, exibem nossa fúria rudimentar de modo vergonhoso. Em alguns lugares, como em São Paulo, agora, os jogos decisivos são feitos com a torcida de um time só de cada vez; senão, “o couro come” a violência descamba.

Se, como vimos, a sabedoria é mais preciosa que todos os bens, e por ela devemos labutar; entretanto, estamos algemados por paixões e pelo desejo de ter, além de miseravelmente pobres somos sem noção da nossa miséria.

Ontem vi na rua um carro com o seguinte adesivo: “Livrai-nos do mal”. Primeiro pareceu normal; depois surgiu a pergunta: O que ele quer dizer? O que considera mal? Pois, desde a queda o Diabo sugeriu que nós mesmos decidiríamos sobre o bem e o mal. Assim, excluindo Deus excluímos junto Seus Valores, e, não raro, invertemos de lugar o mal e o bem.

Quanto a mim pediria que Deus nos livrasse, sobretudo, do mal da ignorância; ao menos nos fizesse saber que não sabemos; isso poderia nos reconduzir a Ele; “Se, algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, o não lança em rosto, ser-lhe-á dada.” Tg 1;5