quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Em Braille, a Leonardo Boff

Acabo de ler um texto de Leonardo Boff “analisando” as razões do ódio ao PT. Segundo ele, elites dominantes manipulam a imprensa, pois, não aceitam a revolução que se fez, colocando a classe dos pobres no poder. Quando foi que ouvi algo assim?

Mas, voltando, disse que houve uma ruptura histórica; as tais elites dominaram desde sempre; agora, o PT virou o jogo, tornando-se alvo do ódio daqueles preteridos nos escalões do Poder. Fez ressalvas tênues, quanto à corrupção no “Mensalão” e “Petrolão” dizendo que não concorda com os feitos de alguns que estão envolvidos, mas, que nos municípios, na base, o PT é sadio, exemplar.

Vamos por partes: Para 70% da população que deprecia o Governo atual, a oposição é fraca demais, quase inexistente, e a imprensa, salvas raríssimas exceções, é vendida veiculando apenas o que interessa à “Casa Grande”.
Então, se a imprensa está conspirando contra o PT, esqueceram de combinar com ela. Ademais, elite, por sua natureza, trata sempre de uma minoria; porém, são dois terços da população que estão indignados, que “elite” mais vasta!! Ah, mas esse povo é massa de manobra, foi manipulado pela imprensa, golpista, sei...

Não fosse a imprensa alternativa, as redes sociais, e estaríamos no mato sem cachorro, dada a “marronzice” da maioria de “la prensa”. Contudo, se os grandes são corruptos, como até ele admite, mas, na base a coisa é boa, como faremos?

Poderíamos cortar a cabeça do PT, como faz o Estado Islâmico, mas, será que o corpo sobreviveria? Caso se desse tal milagre, como se poria freios nessa Mula-sem-cabeça?

Ora, todos os que chegaram ao topo vieram da base, não é essa sua glória? Mas, como enriqueceram também, via pixuleco, terão sido absorvidos pela dita “Elite dominante”, e precisam ser descartados para que novos pobres cheguem ao poder? Meu cavalo pensa que não; que os lobos são iguais, a quantidade de ovelhas que cada um pode matar é diferente.

Crescendo os da base, imitarão aos líderes, os quais, defendem com unhas e dentes. Ademais, o que há de mais podre no coronelismo elitista desde sempre, Barbalhos, Sarneys, Renans, Temers, Malufs, et caterva, sempre foram aliados do PT, não, destronados com a ascensão daquele.

Poderia o ilustre Filósofo dar nomes aos bois? Quem são os expoentes da Elite da “Direita conspiradora” que incita o ódio ao PT? Um nomezinho, um boi só. Sequer oposição temos, um amontoado de fracos sobre os quais o PT deita e rola desde que chegou ao poder.
Quais as razões do ódio ao PT, então? Bem, filósofo é ele, sou apenas um construtor, logo, não sei.

Mas, há um método de escrita, Braille, que propicia “visão” aos cegos. Como tudo o que saltita diuturna e noturnamente, ( em Dilmês ) não basta, acho que alguns estão cegos; então, vamos tentar essa escrita?

Já lhe ocorreu, Senhor Boff, que a irrelevância enseja desprezo apenas, e ódio nasce da revolta por se sentir Traído?

Que, as fabulosas promessas de campanha as quais, não seriam revistas “nem que a vaca tussa” sendo “cumpridas” ao avesso caracterizam traição de uma nação?

Que, apesar do lixo moral que se potencializou ao cubo, nos últimos anos, alguns ainda cultivam bons valores?

Que, não obstante o direito à liberdade individual, nem todos são favoráveis à descriminação das drogas?

Que, para muitos, vida ainda em início de gestação é já uma vida com dignidade e todos os direitos decorrentes, de modo que abominam ao aborto?

Que, embora seja admissível a plena liberdade sexual de cada um, a família tradicional ainda é ampla maioria, e, incentivar a “desconstrução” disso, fere valores, crenças, suscetibilidades, afronta a muitos?

Que, assistir a portentosa corrupção descendo mais volumosa e destruidora que a represa de Mariana, concomitante ao aumento da gasolina, energia, e demais coisas necessárias para “patrocinar” ao roubo, tira qualquer um do sério, exceto um completo imbecil, sangue de barata?

Que, ter visto os Petralhas combativos pedindo os impeachments de Collor, FHC, Sarney, em nome da “democracia” a bradando que é golpe contra Dilma, plasma uma imagem de abjeção, vilania, desonestidade intelectual e moral sem precedentes?

E o senhor vem com suas elucubrações doentias, mentecaptas, tentando culpar a minissaia pelo feito do estuprador? O senhor é doente, mal intencionado, ou só um imbecil com pose de intelectual?

Já votei no PT, com seu discurso bonito da “Inclusão social” da “ética na política”. Pelas razões supra alistadas, bem podes ver quanto me sinto traído. Não odeio o PT, em si, antes, o que representa.

Todo homem decente, aliás, deveria abominar à corrupção; o PT está de tal forma amalgamado com ela, que não dá pra leva-la à cadeira elétrica sem eletrocutá-lo junto. Necessário, assim.

Embalagens feias

“Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, os seus moradores como Gomorra.” Jr 23; 14

Interessante essa “qualidade” dos falsos profetas, denunciada por Jeremias; “... fortalecem as mãos dos malfeitores...” Vemos aqui uma faceta do poder das palavras a serviço do mal. Sim, profetas usam palavras. O “fortalecem as mãos dos malfeitores” é uma metáfora que significa: Corroboram as más escolhas, confirmam, fazem-nas, parecer boas.

A Palavra não diz que criam a maldade, antes, fortalecem. Ela está já no coração humano; o mesmo Jeremias denunciara: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” cap 17; 9

Vejamos alguns detalhes de seu modo de agir: “Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” V 17 Faziam parecer que, os desprezadores do Eterno, de corações duros, estavam em paz com Ele.

A questão sempre foi um conflito entre verdade e mentira, não, entre, algo ser bom ou mau. Paz é uma coisa boa, claro! Mas, quando existe apenas o rótulo sem o produto, esse bem é pervertido, torna-se mal; mentira.

Jeremias, ainda: “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Cap 6; 13 e 14

Assim, embora os profetas possam ver nuances do futuro quando Deus quer, seu ofício mas importante é conhecer o Caráter de Deus, e denunciar os desvios dos que pretendem pertencer a Ele. “Não mandei esses profetas, contudo foram correndo; não lhes falei, contudo, profetizaram. Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito meu povo ouvir as minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Vemos aqui que seu labor era, antes, de aferidores morais, que, adivinhadores do futuro. Falar a Palavra e instar as pessoas a reverem seus caminhos segundo Deus; eis, o labor sadio de um profeta!

Embora, após o advento de Cristo e Sua majestosa Vitória, seja possível a comunhão de cada um com Deus, sem carecer intermediários, a imensa maioria depende do ouve, não, do que está escrito. Não investigam. O missionário fulano, o bispo sicrano, o apóstolo beltrano disse, tomam como verdade. Dada essa dependência preguiçosa, quase suicida, a idoneidade do profeta torna-se mais que necessária, vital.

A “ungidolatria” que grassa deriva da ignorância de uma geração a imaginar que, abençoar seja prerrogativa humana. Não é. No sentido de orar, desejar o bem até aos inimigos, sim; mas, estritamente falando, apenas Deus pode abençoar, coisa que, até o mercenário do Balaão sabia; disse: “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? Como denunciarei, quando o Senhor não denuncia?... Eis que recebi mandado de abençoar; pois, ele tem abençoado, eu não posso revogar.” Num 23, 8 e 20

Então, essa doença de pensar que o “ungido” é um Midas da mitologia grega, o qual, tudo o que tocava transformava em ouro, tem feito a fortuna de salafrários, e perdição de muitos incautos. Quando o ministro não tem caráter, não honra a Deus em seu ministério, o que toca vira bosta, vira maldição.

Deixemos O Santo falar: “Se não ouvirdes, e não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2; 2

Ninguém pode honrar ao Nome de Deus, senão, nos Seus termos, segundo Sua Palavra. Assim, além de viver os preceitos, deve, o profeta, ensinar retamente, por antipático, desmancha-prazeres, que pareça. Não é para dar prazer, antes, ser medicinal. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2; 7

Assim, embora não acho pecado aplaudir, desconfio de profetas cujas mensagens colhem aplausos. Um pecador ante um profeta veraz deve sentir ameaça de morte, não identificação aprazível. Tal ameaça é a bênção de Deus, mediante seu servo, visando a preservação do bem maior, a vida.

Em suma, os que fortalecem às mãos dos maus ouvem aplausos mais fortes, óbvio; os que falam segundo Deus, têm mais chance de ser vaiados. Mas, suas soturnas mensagens são embalagens feias, contendo a valiosa pérola da Vida Eterna.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pau que nasce torto pode renascer

“Atentei para todas as obras que se faz debaixo do sol, tudo era vaidade e aflição de espírito. Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular.” Ecl 1; 14 e 15

Devemos ler o Eclesiastes como ele se propõe; um compêndio de reflexões filosóficas de um homem que foi feito sábio, por Deus, Salomão. Contudo, não é a “Palavra de Deus” estritamente.

Quero dizer: Quando um profeta falava em Nome do Santo dizia: “Assim diz o Senhor!” Ou, se o evento fosse narrado “à posteriori”, quiçá, por terceiros, “Veio a ele a Palavra do Senhor...” etc. Em suma, o anúncio subsequente requeria o status de Palavra de Deus.

Contudo, o livro em apreço se introduz pretendendo ser mera reflexão humana, dado que sábia; sua inserção nas Escrituras, certamente é inspirada; ainda assim, restringia-se a uma visão, “debaixo do céu”. “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei meu coração a esquadrinhar, a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; esta enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar.” Vs 12 e 13

Vemos que o sábio começa seus escritos como frutos de reflexões pessoais, não de revelação; no fim, meio que se desculpando por sua insipiência remete os pleitos mais difíceis a um Tribunal Superior, diz: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, guarda seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, até o que está encoberto, quer seja bom, quer, mau.” Cap 12; vs 13 e 14

Assim, quando postula “inverdades” tipo: “Os mortos não sabem coisa alguma” ou, “aquilo que é torto não se pode endireitar” como acima, refere-se às coisas vistas de um mirante humano. Afinal se após nossa passagem, nada mais sabem os mortos, ou, durante ela, os “tortos” não têm conserto, no primeiro caso, o inferno não faria sentido; no segundo, a Obra de Cristo também não.

Quando se diz: “Pau que nasce torto morre torto”, é vero, se, levado ao pé da letra; digo, analisando a evolução de uma árvore mesmo. Contudo, como metáfora atinente ao caráter humano, não se firma, pois, o Salvador veio fazer precisamente isso. “Não vim chamar os justos, ( retos ) – disse – antes, os pecadores.” ( tortos )

Vaticinando a vinda do Seu precursor, João Batista, a “Voz que clama no deserto”, Isaías, adiantou parte de sua mensagem, dizendo: “Todo o vale será exaltado, todo o monte e outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40; 4 O mesmo Salomão dissera, aliás: “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor” Prov 25; 4

Os que adotam comportamento homossexual, por exemplo, usam em sua defesa o argumento que “nasceram assim”; portanto, teriam direito de assim permanecer. Contudo, a vida sexual começa aflorar na juventude, não na idade infante e um jovem é já apto a fazer escolhas. Todos nascemos inclinados ao pecado, o que pode diferir é a manifestação; assim é, a natureza caída que a Bíblia chama “carne”; vejamos: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas, os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas, a do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8; 5 a 7

Essa “ambiguidade” de inclinações, contudo, só é possível aos que “nasceram de novo”. “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” Jo 6; 63 Assim, os que são vivificados Em Cristo, Pelo Seu Espírito, passam a ter possibilidade de escolha, entre agir segundo o Espírito, ou, segundo a carne. Os demais estão espiritualmente mortos, malgrado, sua existência natural; nesse caso se aplica a sentença aquela: “Os mortos não sabem coisa nenhuma.”

Embora os feitos humanos no mundo material possam ser portentosos, no prisma espiritual a humanidade sem Deus habita sepulcros. O Senhor nos mencionou como mortos que podem ouvir; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.” Jo 5; 25

Em suma: Em Cristo a retidão é possível; sem ela, o Céu é inatingível. “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101; 6

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Votos em branco

“O mal perseguirá os pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem” Prov13; 21

Dada essa sentença é lícito concluir que, os maus são fugitivos, enquanto os justos, esperançosos. Há uma “mesma moeda” no encalço de cada um. É necessária ao arbítrio a consequência. Noutras palavras: Somos livres para escolher, não para determinar o resultado das escolhas. Essa pasta não nos pertence.Assim, se miramos determinadas coisas, o que podemos, é buscar suas causas, se, o bom siso ocupa espaço em nós.

Grosso modo somos superficiais, inconsequentes nas palavras e ações. Basta-nos um verniz nobre pintando uma estátua vil. Não buscamos a nobreza; a “pintura” é o alvo.

No meio evangélico, dizemos ser, “servos de Deus”; contudo, quantos oram “determinando, decretando, ordenando” algo. Onde um servo tem permissão pra fazer isso? Ou, chamamos a vida eclesiástica e ministerial de “Obra de Deus”; mas, qualquer nuance que, eventualmente, fira meus gostos, visão, anseios, presto me revolto, decido sair da igreja, como se, obra fosse sinônimo de lazer, invés de, trabalho.

As palavras ocas da moda são o surrado “Feliz Natal!” Que mal há nisso? Nenhum. O problema é que acenamos com um “produto acabado”, de plástico, invés de dar sementes vivas.

O Salvador também desejou que fôssemos felizes, contudo, não embalou a felicidade em vistoso papel e nos deu de bandeja; deu sementes, e condições favoráveis ao “cultivo”. Enquanto nosso Feliz desejo é vasto, incondicional, abrangendo todos os caracteres, mesmo, a total falta de caráter, o Dele é preciso, sóbrio, pontual, condicional.

Ouçamos: “Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;” Mat 5; 3 O que é um pobre, senão, carente, que tem necessidades? Quem reconhece sua carência de Deus, há de ser humilde para busca-lo; dado que não será jornada prazerosa, há adversidades, o resultado final será feliz.

“Felizes os que choram, porque eles serão consolados;” v 4 Uma vez que atrairá o consolo de Deus, forçoso é concluir que as razões do choro são motivos justos; “tristeza segundo Deus”, como ensina Paulo. O mero choro por deleites malsãos não conta com a empatia Divina.

Felizes os mansos, porque eles herdarão a terra;” v 5 Não sem razão, os servos de Deus são chamados, ovelhas, símbolo da docilidade, mansidão. Assim, embora possam ser leões em combates espirituais, no âmbito humano não devem fazer uso da violência, jamais.

“Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” v 6 Padecer fome e sede assim se faz necessário dado o que o mundo se tornou após a queda; mas, a fartura é prometida para o além, após vencermos a peregrinação. Aqui nos esperam aflições, combates.

“Felizes os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;” v 7 A misericórdia, diverso do egoísmo, ocupa-se da dor alheia, invés da sua. Quem fizer isso em relação ao próximo, receberá multiplicado da parte do Senhor.

“Felizes os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” v 8 Aqui podemos contemplar a diferença entre “verniz” e essência. É fácil parecer limpo superficialmente, via encenação, mas, para Deus só vale a limpeza interior, os motivos e as ações retas.

“Felizes os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” v 9 Uma distinção: Pacifistas são meros filósofos da paz; pacíficos, gente que tenta viver em paz; pacificador é um promotor da paz; entra num ambiente onde ela falta, arrisca-se na busca desse valioso bem. O maior feito nessa área é o dos que laboram pela reconciliação dos pecadores com Deus, embora valha muito, a pacificação entre iguais.

"Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;” v 10 Notemos que tais venturosos são perseguidos “por causa” da justiça, não, pela justiça. O fato de serem justos num mundo que cultua a injustiça é que os indispõe com o sistema.

Como vimos, o “Feliz Natal” do Senhor é um pouco mais difícil que o que se apregoa por aí. Contudo, tendemos ao conforto preguiçoso do lugar comum, invés da busca esforçada por uma mecha de saber. Não queremos ser sábios; queremos nos sentir alegres.

Só que essa “alegria” que não se incomoda com o fantoche que faz tudo para ocultar Aquele que sofreu dores inauditas e ignomínia para nos possibilitar a felicidade, ( cultua ao fantoche aliás ) no fundo é maldade, indiferença ao Amor de Deus.

Se, nas circunstâncias, foi nobre, a orquestra afundar tocando, no Titanc, é estúpido rumar ao inferno dançando, desprezando o Salva-vidas no qual se finge embarcar.

Para viver com esperança não carecemos felizes, votos, antes, sábias escolhas. Mas, se eu desejar isso, não agrado; melhor que cada um deseje a si mesmo, e vá em busca...

domingo, 20 de dezembro de 2015

Quem é intolerante?

“Porque, assim como o corpo é um, tendo muitos membros, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, gregos, servos, quer livres, todos temos bebido de um Espírito.” I Cor 12; 12 e 13

Esse aspecto, a unidade, embora, expresso na Palavra, nem sempre, é devidamente compreendido. Muitos convertem a ideia de unidade em união, como se fossem, ambas, a mesma coisa.

Ora, unidade, aprendemos em matemática, é a menor quantidade possível dos números inteiros; é ímpar. União é um aglomerado múltiplo, indefinido numericamente.

Se, a unidade do “Corpo de Cristo” a Igreja, é múltipla, o é, à medida que, agrega uma imensa gama de membros; contudo, o liame que a faz é de coisas ímpares também, ouçamos; “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas, a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4; 3 a 7  Uma vez mais, unidade do Corpo, e diversidade de membros, na medida da Graça de Cristo.

Então, é balela essa história que todas as religiões são boas, todos os caminhos levam a Deus; e, mortal o alvo final dessa filosofia, o ecumenismo. Isso, seria, mero acordo político onde, os diferentes concedem-se mutuamente o direito de seguirem sendo o que são, sob o pacto comum que, todos concordam em não discordar.

Chamam tolerância, uma ova! Convivemos com qualquer tipo de crença, mesmo, a descrença do ateísmo; não seremos violentos, agressivos, deseducados com eles, por que, espiritualmente são diferentes. Mas, concordar com o que defendem significaria a anulação de nossa fé; somos  tolerantes, não, suicidas.

Cremos que a Vida Eterna se encontra conforme as diretrizes da Palavra, qualquer concessão a outra crença que a afronte, é-nos um risco mortal. Embora o amor de Jesus busque a todos, a salvação é restritiva, seletiva; mostra sua eficácia apenas aos que tomam a cruz; seguem Cristo em Seus termos, não, tentando pacificar diferenças mediante arranjos humanos.

Vimos que “há um só Senhor”; Assim sendo, só faz parte da unidade do Corpo, quem o reconhece e obedece, não quem cria alternativas profanas, como se, a Deus interessasse mais, quantidade, que, qualidade. Se, Seu amor é inclusivo, busca “toda criatura”, seu juízo é seletivo; só uma resposta objetiva tal, que nos coloque sob o signo de “fiéis” interessa. “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; quem anda num caminho reto, esse, me servirá.” Sal 101; 6

Entretanto, está na moda perverter o sentido das palavras; rejeitar comportamentos imorais é “preconceito”; Crer incondicionalmente na Palavra de Deus é “Radicalismo, fundamentalismo”; denunciar desvios doutrinários de outras crenças, “intolerância”; assim, não vai longe, rejeitar ao arranjo humano do ecumenismo, será tachado de “ódio contra humanidade”, ou, coisa que o valha.

Em momento algum o Salvador tencionou, tampouco, prometeu unir pessoas, antes, comparou Sua doutrina com uma espada, e ampliou: “Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, antes, dissensão; porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, dois contra três. O pai estará dividido contra o filho, o filho contra o pai; a mãe contra a filha, a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, a nora contra sua sogra.” Luc 12; 51 a 53

Muitos idolatram ao Papa Francisco que é um conciliador bajulando a todas as religiões da Terra buscando união. Concedo que seja competente nisso, mas, não que essa seja a Vontade do Senhor. O Senhor levanta profetas, não políticos, e profeta não é uma cana agitada pelo vento, antes, adversário do sistema que se opõe a Deus.

Atentemos pra chamada de Jeremias: “Porque, eis que hoje te ponho por cidade forte, por coluna de ferro, muros de bronze, contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra seus príncipes, contra seus sacerdotes, e contra o povo da terra. Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.” Jr 1; 18 e 19 Sete vezes, a palavra “Contra”. Que intolerância!!


Já que a Vida Eterna é dom de Deus, reservou para Si o direito de dar a quem quiser, nos termos que quiser; Em Cristo, na Unidade; sem Ele, por pomposa que seja a “união”, não passa de motim. Em suma, antes de nos acusarem de intolerantes perguntem-se, por que não conseguem tolerar à verdade?

sábado, 19 de dezembro de 2015

A chave; o sentido da vida

“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14

Muito se falou sobre o quê, seria o sentido da vida, seu propósito. Nuances, facetas, peripécias, todos identificam, mas, o sentido é peixe de águas profundas.

O texto supra, do mais sábio dos homens, apresenta-a como alvo de caça pela morte, o quê, choca-se com a concepção vulgar que a morte é inevitável e o negócio é “curtir a vida”. Na verdade essa “curtição” cantada em prosa e verso é só uma veste que tenta disfarçar o medo da morte.

Falando do Feito de Cristo a Bíblia diz que foi para que, “livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2; 15 Não apesenta ninguém “curtindo” estritamente, antes, mediante servidão ao pecado, o que lograram foi a tentativa inglória de fugir da morte, ou, disfarçar o medo dela.

Dadas as paixões carnais, tendemos a imediatizar tudo, como se a vida se restringisse ao tempo do corpo. Imaginemos uma prova onde concorrem toda sorte de perigos, ameaças; provandos são soltos numa selva de predadores mortais, dos quais, apenas um guia extremamente sábio e corajoso conhece os hábitos e possíveis livramentos; quem sair vivo do outro lado receberá como recompensa, eternidade, plenitude da vida. Nesse caso, enquanto no campo de prova, o mais importante é a preservação da vida, que o desfrute do prazer; o alvo mais urgente.

Que propósito teria encontrar o sentido depois de ter perdido a vida nas garras das feras assassinas? Certa vez, eu morava junto com minha irmã, meu sobrinho e eu tínhamos uma chave apenas, de modo que, deixávamos em determinado lugar previamente combinado, quando saíamos, para que, quem voltasse primeiro, pudesse entrar. Voltando, um dia, fui ao esconderijo, peguei a chave e entrei; deparei com um bilhete que ele escrevera e colocara pra dentro por debaixo da porta; dizia: “Tio, a chave está debaixo do tanque, no lugar de sempre.” Comecei a rir sozinho feito bobo.

Primeiro, não precisava escrever nada, tínhamos combinado; contudo, se eu precisasse tal informação, que adiantaria tê-la do lado de dentro, após ter aberto a porta, quando não servia mais?

Isso tipifica, infelizmente, muitos que, agora, na perdição, sabem que Deus é Real, a Bíblia, verdadeira, a vida é um patrimônio eterno a ser guardado com zelo, porém, para esses, o tempo passou; descuidados perderam as muitas chances; a “chave” não lhes serve mais. Saber isso em nada ajuda, antes, aumenta o tormento.

A Palavra de Deus apresenta O Salvador como Único Guia confiável, capaz de conduzir os Seus em meio a um cenário ameaçador; tirá-los do outro lado do seu tempo, ainda, com vida. Diz que Ele “fez um curso” reduzido às nossas limitações, para vencer por Nós, e agora, se dispõe a vencer “em nós”. “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;” Heb 2; 14

Identificou-se com nossas fraquezas, em Si, para melhor socorrer-nos quando do assédio delas, em nós. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” Heb 2; 18

Aos Seus ensinos, pois, alude profeticamente Salomão, colocando-os como antídoto eficaz à morte. “A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13; 14 Contudo, nada vale a existência de uma fonte pura, caso o sedento recuse a beber, ou, anseie por fontes alternativas, pouco importando-se com as consequências e vírus mortais que nelas exista.

Invés de uma espécie “evoluída” como advogam certos “cientistas”, a Bíblia nos adjetiva como caídos, de origem Divina, cujo tempo terreno é a “prova” onde somos instados a reencontrarmos a casa Paterna.

Em suma, nossa vida natural está inserida numa redoma de tempo e espaço, cujo alvo é buscar a Deus, Fonte e Sentido, da Vida. Aos filósofos que se ocupavam disso desde priscas eras, Paulo foi didático: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27


O fato que Deus determinou tempos e limites, não significa que cada um morre no “tempo de Deus”; arbitrários que somos, nossas escolhas podem abreviar o tempo; por isso, a Salvação sempre é posta como urgente. “...Hoje, se ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3; 15

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Integridade,a pedra de toque do profeta

“Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos. Disse-lhes, Pilatos: Levai-o, julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18; 30 e 31

Pilatos, cioso do direito de defesa dos réus num tribunal quis saber qual era a acusação apresentada contra Jesus, porém, invés disso recebeu como garantia a pretensa integridade dos acusadores; “Se este não fosse malfeitor não te entregaríamos.” Que tribunal no mundo aceitaria esse tipo de “acusação”?

Todavia, se o achavam malfeitor, - disse – “julgai-o segundo vossa lei.” Aí, apresentaram seu “Problema”: “A nós, não é lícito matar...” Resumo da ópera: Já o julgamos e condenamos à morte, mas, como não nos é lícito fazer isso, mata ele pra nós, por favor!

Mas, que estranho tribunal era o deles, que prescrevia uma pena que não poderia cumprir? Na verdade, mentiram; pois, sua Lei previa pena de morte sim, em caso de adultério, feitiçaria, blasfêmia... Por quê precisavam da espada de Roma, então? Porque sabiam que Cristo tinha muitos seguidores, temiam uma insurreição do povo, mas, se fosse condenado por Roma, o povo temeria seu exército e se manteria comportado.

Essa mania tão atuante de fazer a coisa com a mão alheia pra ficar “inocente” é bem idosa, pois. Na verdade era, então, pois, nos seus dias, Davi desejando a morte de Urias o mandou para o combate sem proteção na retaguarda para que fosse morto “fortuitamente”; porém, o profeta Natã apresentou ao rei, a visão do Eterno: “Mataste com a espada dos filhos de Amon”.

Em suma, podemos mascarar responsabilidades, diluir culpas, hipocritamente instigar outrem a fazer o que desejamos, mas, esse teatro todo, tem alguma eficácia à plateia humana, ante Deus só nos agrava; acrescenta à maldade motivadora, a covardia como meio e a hipocrisia como refúgio. Não sem razão, que “Um abismo chama outro abismo”, segundo a Palavra.

Desgraçadamente tememos mais a reprovação humana que a Divina. A hipocrisia, outra coisa não é, senão, máscara que tenta ocultar nossas chagas morais aos olhos humanos. Antes Deus estamos nus. Na verdade, a maioria do engano religioso que grassa atualmente deriva de nossa culpa; a omissão em conhecer a Palavra de Deus, pois, nela, temos a “mente de Cristo” como disse Paulo, além da Bendita Assessoria do Espírito Santo que dá discernimento a quem O busca.

Se, a Palavra obra por desnudar, quem a conhece e vive, pode também ver além da superfície. Ouçamos: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4; 12 e 13

Entretanto, se, Pilatos desconfiou de uma acusação cuja garantia era a vontade dos acusadores, a maioria da geração atual recebe sem questionar promessas fáceis, “bênçãos” cuja fonte, são, interesses dos propositores, sem nenhum fundamento Bíblico; da Bíblia devidamente interpretada, pois, são mestres em perverter à Palavra fazendo parecer que preceitua o que rejeita.

Uma palavrinha que deveria ser melhor observada é: Integridade. Embora seja tida como sinônimo de idoneidade, probidade, caráter, quero-a, no sentido de, inteireza, invés de fracionada alguma coisa.

É que ouço com frequência defesas tipo: “Fulano fala algumas besteiras, coisas fora da casinha, mas, tirando isso, prega muito bem”. Cáspita!! Se inda é aprendiz não deveria ser pregador; se é pregador não pode falar besteiras mescladas à verdade. Como saberia o simples, qual parte é comestível, e qual, venenosa?

Uma coisa aprendi observando pregadores: Quem prega pequena heresia aqui, acaba incorrendo numa grande logo adiante. Nem sempre o pregador está “no óleo”, e, a mensagem flui naturalmente; mas, mesmo nesses dias em que prega, “carregando pedras”, sua mensagem não contém engano, heresia, frações contaminadas.

Como numa corrida de revezamento em quê, cada atleta passa o bastão após correr sua parte, assim, os pregadores legam uma mensagem à geração vindoura ao findarem a carreira; não importa quantos corram, no final, o bastão conduzido será o mesmo. Esse, é a Palavra de Deus, no Qual, não há “mudança, nem sombra de variação.” Se, os meios e a forma se modernizam constantemente, o teor segue inalterável.

Enfim, se naquele tempo, a conveniência invejosa dos judeus matou Jesus com a espada de Roma, em nossos dias, o comodismo preguiçoso mata outra vez, com a espada mercenária dos falsos profetas. O morte Dele, então, era necessária para nossa salvação; essa segunda faz o caminho inverso e reconduz eventuais salvos, à perdição.