sexta-feira, 1 de abril de 2016

Manifestações Pró-Dilma; quanto maiores, menores

O diabo pode citar as Escrituras, quando isso lhe convém. (Shakespeare)

Confesso que não me dei ao trabalho de assistir muitos noticiários ontem, dia das manifestações “contra o golpe”. Se, por um lado, ver uma multidão de verde e amarelo, espontaneamente concorde, defendendo valores pátrios, constituição, e cantando o Hino Nacional é arrepiante, toca; por outro, ver uma horda de imbecis cooptados, ou, profissionais assalariados para defenderem interesses ao arrepio da lei, ainda que rotulem legais, é deprimente.

Nada mais pode fazer sombra às manifestações de 13 de março, por sua magnitude e valores defendidos. Atos como o de ontem, ainda que insignificantes se comparados aos do dia 13, quanto maiores, menores.

Dado o mérito do protesto, os métodos de aquisição de “protestantes”, quanto mais sucesso, menos virtude. Sobre os métodos de arregimentação, primeiro, temos os sindicatos, eternos pelegos, exércitos proscritos, vagabundos úteis como MST, MTST, e similares, que recebem verbas oficiais. Assim, soam como “trabalhadores” em defesa do próprio emprego; seria legítimo se assim fosse, oficialmente; mas, os torna abjetos a medida que tentam mascarar interesses mesquinhos de valores democráticos.

Aliás, está mais do que na hora de se repensar a existência dos sindicatos, a obrigatoriedade da contribuição, quando as lideranças traem a classe a serviço de corruptos. Na Alemanha, os direitos plenos dos trabalhadores são respeitados, e o país tem apenas treze sindicatos. A serviço dos trabalhadores, mesmo; assentam-se a mesa com a diretoria das empresas e participam das decisões.

Antigamente sindicatos eram representativos de classes de trabalhadores, e quase só por ela se mobilizavam. Hoje, todos os mais de 14 mil inúteis, recebem verbas oficiais e se tornaram “Apparatchik” do PT, não da classe que deveriam representar.

Todos que recebem verbas indignamente, mesmo os famélicos que “trabalham” pelos trinta reais para usarem o “Kit manifestação”, no fundo, bebem da fonte da corrupção. Assim uma das causas maiores da rejeição ao Governo do PT, segue atuante no subsolo dos que o defendem.

Veículos oficiais de prefeituras onde o PT governa, funcionários são cooptados, de modo que seu arregimentar nada tem de semelhante à salutar indignação patriótica dos que, por trabalhadores, se manifestam aos domingos; por patriotas, priorizam o verde e amarelo, por decência, valores, gritam pelo cumprimento das leis, e aplaudem quem isso faz, como Sérgio Moro e a PF, por exemplo.

Assim, estou já saindo do método e entrando no mérito. Segundo eles, lutam pela democracia, como se tivesse no horizonte uma nuvem sequer a ameaçá-la. Lula, o hipócrita Mor divulgou um vídeo ontem dizendo que a única fonte legítima de poder é o voto. Como será que ele descobriu isso? Claro que isso era um recado a Michel Temer do PMDB, que seria presidente em caso de impeachment.

Duas coisas o canalha omitiu: Quem votou em Dilma também votou em Temer, pois, era ele o vice na chapa dela; tem o mesmo número de votos. E, Lula, mesmo impedido pela lei de ser Ministro do Casuísmo, articula negociatas, recebe políticos num quarto de hotel em Brasília e troca apoios por cargos de modo vergonhoso. Todos sabem que ele é o Presidente de Facto, não a Dilma. E, não tem nenhum voto.

Essa “moral” da esquerda da “Comissão da Verdade” contra desafetos, e sagração da mentira em proveito próprio é nauseabunda, onde o olfato ainda funciona.

Ora, além das famigeradas “pedaladas” que configuram crime de responsabilidade, a constituição prevê deposição de políticos por improbidade. Cada vez que ela conta uma mentira oficial comete um ato de improbidade. Assim, quando diz que eventual impeachment contra ela seria golpe, mente; cada vez que mente, se torna mais “impeachável”.

Seria mais confortável à sobrevivência do Partido saírem do Governo agora, que governarem mais dois anos e meio sem apoio popular, com um Congresso amplamente contrário. Suspeito que não seja amor pelo poder que os faça tão aguerridos.

Talvez seja o medo que eventual novo Governo abra a “Caixa Preta” do BNDS, seus empréstimos “Top Secret” para ditaduras companheiras, os Fundos de Pensão, a CEF. Há suspeitas fundadas que a Petrobrás é mais uma de um imenso mar de lama; teria rompido uma barragem apenas; desesperadamente reforçam os diques, temendo novas rupturas.


Em suma, não é pela democracia que essa gente luta. É pela sobrevivência de uma máfia, uma mega quadrilha que se apoderou do Brasil. Se, precisam tomar emprestados valores que nós, do Brasil decente esposamos, como legalidade, democracia, é porque sabem, que os valores reais, pelos quais vão à luta, não são defensáveis ante à opinião pública. 

Alguém disse que, hipocrisia é uma homenagem do vício à virtude. Assim, mesmo sensibilizados com sua homenagem, o interesse maior da Nação requer, que todo o lixo seja removido. 

quinta-feira, 31 de março de 2016

O Plano "C" do PT

“É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público, sejam os mais preocupados com o seu bem estar. Edmund Burke

A gritaria e a realidade não têm muito comum. Os barulhentos atuais são os petistas e defensores. Com identidade assumida, camuflados de verde, como Marina Silva,  disfarçados de democrata-trabalhistas, como Ciro gomes, ultra canhotos, PSTU, PCdoB PSOL, etc.
Todos esses atualmente são “defensores da democracia” nome palatável que dão às conveniências particulares.

A longo de sua trajetória o PT exibiu verdadeiro pavor da realidade. Quando ainda eram oposição, seu viés totalitário assustava a maior parte dos eleitores, o espertalhão Duda Mendonça, desamou espíritos criando o “Lulinha paz e amor”.

O Fantasma assustador, o Jason de sexta-feira 13 converteu-se num inofensivo Gasparzinho, a casa mal assombrada virou atração turística.

A nova realidade passou a ser o poder. Porém, mesmo essa precisava certa maquiagem para disfarçar as rugas totalitárias de quem não convive bem com contraditório, oposição. Então, para a plateia usavam os belos cosméticos dos programas sociais, Bolsa Família, Prouni, Pronatec, Fome zero, etc. enquanto por trás das cortinas, urdiam o que, mais tarde ficou conhecido como mensalão, um atentado à democracia em dois tempos. No primeiro usando a influência da máquina para carrear grandes somas ao partido; no segundo, comprando uma “base de apoio” tão expressiva que aprovaram o que quiseram abafando oposição.

Claro que os Deputados e Senadores que se venderam têm seus “méritos” também! Mas, o partido que assomou jurando moralizar a joça, se tornara patrocinador da imoralidade.

O disfarce agradou tanto, que mesmo a coisa vindo a público, bastou o maquiador mor jurar que nada sabia, contar com a cumplicidade omissa do PSDB que não se opôs como deveria, para a coisa arrefecer; lograram novo mandato.

No segundo período houve escândalos como o envolvendo Antônio Palocci, CPI da Petrobrás e dos Correios abafadas, mas, o apelo dos programas sociais, mesmo fictícios como o Fome Zero que ninguém viu, era tal, que a bruxa malvada ainda posava de Branca de Neve.
Assim, durou oito anos a maquiagem da realidade, graças a terem herdado a casa em ordem, que chamavam “herança maldita”; inflação sob controle, Lei de Responsabilidade Fiscal, um cenário internacional extremamente favorável.

Porém, no terceiro mandato as olheiras começaram aparecer mais nítidas na face da República; Nos primeiros dois anos, a “Crise Internacional” A Tsunami externa que para nós seria uma “marolinha” segundo Don Luleone, se encarregou de ser bode expiatório.

Quando os efeitos das opções econômicas desastradas começaram a frutificar, usaram a “contabilidade criativa”, as “Pedaladas fiscais” para nos vender que a areia movediça ainda era terra firme.

Num cenário de total insolvência econômica, chegava nova disputa eleitoral. Como Aécio, o adversário estava relativamente informado, denunciou parte do que vira, maquiar era pouco.
João Santana, o feiticeiro alquimista capaz de transformar bosta em ouro, recebeu vera fortuna, pra ensinar a perverter a realidade. 

Assim, todas as coisas que sabiam ser medidas necessárias, inevitáveis, Dilma jurou que não tomaria, “nem que a vaca tussa”; antes, acusou que tais medidas impopulares, como aumento de impostos, combustíveis, energia elétrica, seriam parte do programa de Aécio, o retrocesso, o bruxo que traria “fantasmas do passado”.

Há controvérsias se as urnas falaram, ou foi ventriloquismo, mas, os protestos, pedido de auditoria foram abafados pela gritaria que estariam querendo terceiro turno. Assim, reeleita a “presidenta”, os fantasmas que viriam pelo feitiço de Aécio, vieram pelo seu.

Menos de um ano após o início do mandato, escândalos se sucedem como o estouro da Represa de Mariana, de modo, que maquiar não dá, é muita lama; perverter também é difícil, a sujeira ganhou o oceano, restou o plano C: Negação da realidade.

O sítio não é do Lula, o Triplex, tampouco. Delcídio agiu por conta, o PT não se responsabiliza; Petrolão é obra de Sergio Moro, da imprensa golpista que pretende entregar a Petrobrás para os Americanos. Impeachment, mesmo sobejamente caracterizado o crime de responsabilidade, é golpe. 

E essa última etapa da negação da realidade é coletiva. Alugam ao preço que podem pagar, gente desocupada e transportam os militantes domesticados para eventos e locais estratégicos, para o mantra coletivo: “Não vai ter golpe”.

Resumindo, tanto quando maquiou, quanto, quando perverteu, e agora, negando à realidade, os fundamentos do PT sempre se firmaram na mentira.


Contudo, justiça há de ser feita, e essa habilidade obstinada de negar a realidade ainda será muito útil a eles, aos que forem “hospedados” na Papuda, digo. Diverso dos outros presos sem a mesma habilidade, se organizarão e proclamarão: “Isso é um resort, isso é um resort”! Se a realidade os quiser obedecer, por mim, tudo bem.

Os Verdadeiros Valores

“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente desprezariam.” Cant 8;7

A superioridade dos bens abstratos, psicológicos e espirituais, sobre os materiais é ensino recorrente. Se, acima temos o amor entre humanos em apreço, noutras partes temos o valor da vida sobrepujando riquezas; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, dar a Deus o resgate dele. A redenção da sua alma é caríssima, seus recursos esgotariam antes.” Sal 49; a 8

Noutra parte, não só o amor e vida, mas, a própria Sabedoria sobrepuja riquezas materiais, e o faz, à medida que logra alcançar o que nenhum bem mais, consegue, a própria vida. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl
7;12
Mesmo para fins bélicos, os Poderes Espirituais, desconhecem adversidade, ante exércitos poderosos. “Porque os egípcios são homens, não Deus; seus cavalos, carne, não, espírito; quando o Senhor estender sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, quanto, cairá o ajudado, todos juntamente serão consumidos.”Is 31;3

Até a sabedoria popular aquilata a vida como valor supremo, quando, ante enormes perdas temporais, essa é preservada, filosofa: “Vão-se os anéis, ficam os dedos”.

Circula na Internet, um vídeo de “Pepe” Mujica, que vou citar livremente, preservando a essência, mas, parafraseando. “Ou você é feliz com pouco – disse – ou, não será com nada. Criamos uma sociedade de consumo, onde nos gastamos em busca de coisas supérfluas. Quando você compra algo, não paga por isso com dinheiro; mas, com o tempo de vida que usas para ganhar esse dinheiro. Dinheiro se ganha, vida não; vida se gasta.”

Entretanto, toda essa introdução visando demostrar a superioridade desses valores soará à maioria, como “chover no molhado”; repisar o que qualquer um sabe. Acontece que a verdadeira sabedoria não é meramente conceitual, é prática. Não é estritamente o que sei, que mostra meu saber; antes, como atuo em face ao que sei. Se conheço o valor de um diamante, ainda assim, uso numa funda, a ação prática só realça minha estupidez. O conhecimento não se converte em sabedoria.

Uma vez um pastor amigo me perguntou, durante um almoço, qual a diferença entre conhecimento e sabedoria. Me vi numa saia justa, dada a tarefa inusitada. Respondi o que me ocorreu na hora, mais para me desincumbir, que, estar certo da resposta. Disse: “Um homem de conhecimento sabe que ficarão de fora do Reino dos Céus, os mentirosos; um sábio, não mente.” Depois, pensando melhor, concluí que não poderia melhorar a resposta, que eu fora inspirado ao encontro dela.

O Senhor desafiou Seus ouvintes a transformarem seu saber em bênçãos, mediante a prática. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois, se as fizerdes.” Jo 13;17

Tiago, por sua vez, desafiou ao mesmo, com outras palavras:Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.” Tg 3;13

Depois advertiu que se pode ser “sábio” segundo o diabo, alimentando sentimentos impuros; “Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas, é terrena, animal, diabólica.” Vs 14 e 15

Então, nós sabemos o necessário para fazermos boas escolhas. Contudo, quem disse que as informações são suficientes para moldarem as ações de uma alma cuja vontade é refém de vícios? Por exemplo: Um fumante lê no maço de cigarros: “Fumar provoca câncer de pulmão.” De posse dessa preciosa informação, troca alguns reais pela satisfação de seu desejo.

Desse modo, não é forçar a argumentação, concluir que as pessoas precisam de libertação, mais, que informação; embora, essas duas estejam amalgamadas, se, temos por informação, o que, ao Olhos Divinos é a Verdade. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O conhecimento da Verdade secundaria à prática dos ensinos; “se vós permanecerdes nas minhas palavras...”


Em suma, pouco, ou nada vale, sabermos onde estão os verdadeiros valores, se, nossa vontade algemada aos falsos, segue como que traindo a si mesma. Às vezes somos ousados para enfrentarmos o mundo, e fugimos de nós mesmos. É que esse enfrentamento se dá na cruz. “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” Luc 9;23 A cruz tem suas dores, mas, as riquezas que encerra, compensam; vida eterna.

quarta-feira, 30 de março de 2016

O Roubo e os Robôs

O que é uma divergência política? Uma visão diferente sobre determinado tema, ideologia, viés partidário. O dissenso é próprio da democracia, salutar, pois, é, justo, mediante ele que podemos cotejar visões diferentes, buscando, senão o ideal, pelo menos, o possível na arte de legislar, governar, no interesse comum.

Por exemplo, uns acham vital a existência de um partido centrado nas questões ecológicas; eu, que não sou adepto do pluripartidarismo acho desnecessário. Qualquer partido, no governo, pode e deve cuidar dos recursos naturais, e meio ambiente; porém, pode fazê-lo via Ministério da Agricultura, com departamento específico. Não significa, isso, que estou certo e os opostos errados; estou dando um exemplo de divergência política, apenas.

Com a ascendência do PT ao cenário político, as divergências foram reduzidas a duas somente. “Nós” e “Eles”; “Governos populares,” e a “Elite branca, direitista”. Pois bem, mesmo achando essa redução cretina, obscurantista, por, ser derivada das paixões, não dos fatos, ainda assim, digo,  nesse contexto há divergências políticas legítimas.

Nenhum lado tem que estar, necessariamente certo, e o outro, errado. A esquerda adota a visão do Estado Paternal, interventor na economia, onde, distribuir renda é uma ideia fixa, mesmo descuidando dos meios estruturantes para gerar renda; e nas questões morais, é permissiva ao cubo, incentivando casamento gay, aborto, descriminação das drogas, resistência à redução da maioridade Penal, etc.

A direita advoga o Estado enxuto, mero mediador, regulador do cenário econômico, uma espécie de “Darwinismo” socioeconômico, onde os mais aptos sobrevivem, e os fracos são eliminados. Aqui falo de empreendedores, não pessoas físicas, e assim, quem não for competente para bem gerir seu negócio, quebrar, que saia de cena e dê lugar a outro. Não conte com favorecimentos oficiais, medidas provisórias casuísticas com a desculpa esfarrapada de preservar empregos. Faliu? Sai da frente, a fila anda. No prisma moral, são conservadores, alinhados a uma visão cristã. A bem da verdade não temos um partido de direita, forte, representativo dessa visão, no Brasil.

A coisa tem se polarizado entre PT e PSDB, um, teoricamente de esquerda, outro, de centro esquerda. Por que digo que o PT é teoricamente de esquerda? Porque discursando aos militantes amestrados é o defensor dos fracos, dos pobres, o grande inclusor social, inimigo da burguesia, das elites. Porém, na prática, amigão de banqueiros, empreiteiras, e via BNDS fez a fortuna de muitos empresários amigos; ainda, copula com coronéis da velha política como Maluf, Collor, Sarney, Renan...

Notem que começo a deixar o apreço da divergência política para pisar na lama fétida da hipocrisia. Para não passar em branco, pois, reconheço como legítima a visão dos que são de esquerda, embora, particularmente prefiro a economia de mercado, o Estado enxuto, não interventor, moralmente conservador.

Dito isso, volto à hipocrisia. Durante umas duas décadas, os canhotos repetiram sua cantilena, acendendo um fogo mui especial que consegue produzir calor sem nenhuma luz. Atiçar paixões invés de politizar, esclarecer pessoas. Mesmo o material didático é eivado de torções ideológicas à esquerda, para que, o ensino forme militantes cooptados, invés de homens livres aptos a pensarem por si.

Impressionante, mas, debater com um desses, apelando para o raciocínio lógico, a coerência entre discursos e atos, ou, pior, o próprio texto constitucional, resulta inútil. É como se usássemos nossa fala, e déssemos a eles a deixa para devida réplica; a dita surge como se ligássemos um robô incapaz de violar a própria programação. Dirá a mesma coisa sempre; seu HD contém os programas dos seus mestres, e não pode sair fora disso.

Gigantesca corrupção assoma todos os dias. Denunciar isso é obra da “Elite Branca Golpista” que não suporta o sucesso do “Bolsa Família” do “Minha Casa Minha Vida”, e fazer bens aos pobres incomoda à elite dominante, “impeachment é golpe” e blá blá blá...

Agem como, indignar-se ante o roubo, a corrupção, equivalesse a discordar de sua política. Corrupção deve ser a dita, pois. Ora, estão no quarto mandato, sinal que a maioria concorda com eles; nunca tiveram problemas para governar. Uma oposição frágil, dócil, e fizeram o que quiseram, sem protestos sociais, greves gerais, nada.

Agora, o caminhão de fatos novos é a corrupção desenfreada, o estelionato eleitoral da última campanha, e indignar-se contra isso seria o esperado até mesmo, pelos que votaram neles, pois, esses foram os traídos. Nós que votamos contra não tínhamos ilusões, quanto ao PT.

Mas, o que quero dizer, para finalizar, é que estou estarrecido por encontrar tantas pessoas que eu supunha inteligentes, donas dos próprios neurônios, fazendo esse jogo sujo, rasteiro, de atacar a um juiz probo, para defender um larápio que traiu uma nação.


O bom senso existia; mas estava escondido, por medo do senso comum.” (Alessandro Manzoni)

terça-feira, 29 de março de 2016

O "Golpe" do PMDB

O PMDB, como se esperava, confirmou a resolução de abandonar em bloco a dita, base governista. Um duro golpe para as pretensões do PT, pois, trata-se da maior bancada do Congresso Nacional.

Além de saírem, alguns se deram ao luxo de gritar: “Fora PT!” Outros, “Temer, Presidente!”  Claro que, a se confirmar o impeachment, a ordem natural das coisas colocará o Vice, Michel Temer, como titular substituindo Dilma.

Entenda-se, não basta essa manobra do PMDB para descaracterizar a legalidade do processo de impedimento; longe de ser um golpe, segue sendo um instrumento constitucional; o que houve hoje, eu diria que se trata de um problema conjugal, que os prudentes, reservam-se ao direito de manter certa distância.

PT e PMDB vivem seu matrimônio há treze anos, onde se amaram, locupletaram, assaltaram à Petrobrás unidos, trocaram favores fisiológicos; e, se o PMDB tem suas queixas, de, ocupando a vice-presidência nunca ter sido convidado a opinar em nada, isso ainda é lá problema deles.

Mas, diria alguém, trocar o PT por esses não seria cambiar seis por meia dúzia? Não. Mesmo o PMDB trazendo crápulas como Cunha e Renan em seu plantel, ainda é infinitamente menos nocivo ao País, que o PT.

Basta rebuscarmos as gravações de Lula para ver que seus anseios eram de subserviência do STJ, STF, Procuradoria, PF, Congresso, enfim, instrumentalizar tudo, e deitar e rolar quando estivesse “tudo dominado”.

Além disso, milhares de sindicatos inúteis são alimentados pelo PT, com nosso dinheiro que roubam, bem como CUT, MST e MTST três exércitos proscritos de vagabundos a serviço da causa bolivariana; nenhum outro partido representa um décimo da ameaça a ordem institucional, e à democracia, que o PT e seus satélites.

Ademais, como eles entraram em cena posando de proprietários da ética e da moralidade na política, e, uma vez convencida a maioria da nação, eleitos, roubaram “como nunca antes na história deste país”, o PT bem que merece essa “glória” de ser defenestrado por gente como Temer, Renan e Eduardo cunha.

É como se a Justiça Divina estivesse dizendo: “Em resposta à vossa jactância de serdes os mais honestos dos políticos, julgo vossa arrogância passível da pena de humilhação; assim, uso esses, para que saibais que até esse lixo moral ainda é muito melhor que vocês.”

Claro que a atitude do PMDB é de uma cretinice superlativa! Sempre estiveram a serviço dos Petralhas, ou, em conluio com os tais; e quando viram que a casa estava caindo saltaram fora, isso aos 47 do segundo tempo, usufruindo as benesses dos cargos que ocupavam ao limite. Mas, reitero, é problema deles, eles compactuaram sempre e se merecem.

Diria que o “matrimônio” acaba com a “legitimação” da infidelidade. Como se o marido flagrasse a esposa com o amante, e essa, invés de se envergonhar, furiosa lançasse as roupas do corno pela janela dizendo que, doravante, viverá com o “Ricardo”.  Assim, o PT está sendo chutado da “sua” própria casa, pela sigla infiel.

Agora, clama o impeachment, como anseio nacional; “Haja Luz!” Depois disso feito, nada impede que, as instituições, tão frágeis quando se trata de PT, voltem a agir com o devido rigor, e as denúncias de financiamento ilegal na campanha acabem impugnando toda a chapa vencedora, o que removeria Temer também do poder, e seria ótimo! Dedetização completa e novas eleições, mas, uma coisa por vez; primeiro Dilma, depois, Cunha, Renan et caterva.

Nas gravações divulgadas para demonstrar que o famigerado sítio de Atibaia é mesmo do “Pixuleco”, foi interceptado Khalil Bittar falando com Renata, esposa do Lulinha; em dado momento se ouve ela instar para que ele vá na sua casa; e, sem mais nem menos, ele pergunta se ela está convidando o amigo, ou, o canalha. Embora esteja por confirmar se o Lulinha é mesmo dono da Friboi, como dizem, parece ter certa intimidade com certos apêndices bovinos.

Mas, em se tratando de PMDB e PT, e pergunta deveria ser diversa ante um rogo por aproximação; você deseja o cúmplice, ou, o capacho? Pois, a canalhice é geral. Ambos de mão dadas traindo à nação, e agora, o PMDB oportunista, traindo o cônjuge de larga data.

Que briguem com todas as forças, como ameaçaram Humberto Costa, e José Guimarães o da cueca cofre; quanto mais se digladiarem, mais ilícitos hão de vir à luz; vindo, se pode punir devidamente. O País agradece.


Deus assistiu desde Sua Longanimidade tudo o que se fez nessa nação; mas, são gritantes os indícios que a hora do Seu Julgamento está mui próxima. E, o Eterno só tem um partido, a Justiça. Qualquer que estiver no caminho dela, tem sobejas razões para ficar preocupado, seja, o tal, da sigla que for.

Soco em Câmera Lenta

Seria ridículo se não fosse muito sério o que ocorre no Brasil. Um estranho “mantra” vem sendo proferido desde que se protocolou o pedido de impeachment, da Presidente Dilma. “Não vai ter golpe!”

É como se tratasse de uma campanha política. De um lado o partido dos “golpistas”; de outro, os “democratas”. Duas coisas são necessárias à caracterização de um golpe. Primeiro: Uma ruptura do texto constitucional; usando a força militar, ou, algum conchavo espúrio, onde, alguém ilegítimo passa a deter o poder.

Segundo: Golpe, por sua natureza acontece de supetão. Não se dá soco em câmera lenta. A gente adormece sob um Governo, e de modo intempestivo, inesperado, acorda sob outro, essa é uma faceta necessária.

Três ou quatro ex-ministros do STF já deram entrevistas para dizer o óbvio: Impeachment é um recurso constitucional; e, uns quatro ou cinco do atual Tribunal fizeram o mesmo. Entretanto, a cantilena continua.

Os “democratas” evocam a legitimidade do mandato de Dilma como algo sendo ameaçado pelos “golpistas”. Ela foi eleita, - afirmam –  é preciso saber respeitar o resultado das urnas. Hitler, Mussolini, Hugo Chaves, Fidel Castro, também foram.

Uma coisa convenientemente ignorada é que a legitimidade se dá em dois tempos: A investidura, legítima mediante a eleição democrática. E a manutenção da legitimidade mediante a probidade durante o mandato. Qualquer afronta constitucional no exercício, torna o mandatário sujeito a ver anulada a legitimidade primeira, pelo concurso do ilícito cometido. Para esses casos, o instrumento do impedimento é previsto na constituição.

O foro devido para se avaliar se houve crime de responsabilidade ou não, é o plenário do Congresso. Lá, essa gritaria do “não vai ter golpe”, não faz sentido. Que cada Deputado, Senador, faça uso da tribuna e defenda seu ponto de vista. Depois, vote segundo sua consciência; ou, mesmo a falta dela.

Ora, essa algazarra tem como alvo a militância, atiçar os ânimos e provocar desordem social. Qual o alvo em mira? O bem do país?

O primeiro pedido foi apresentado por três juristas notáveis, que só teriam a perder se mostrassem falta de saber no ofício que lhes é próprio. Ontem, a OAB acresceu mais três motivos em novo pedido. Estariam, centenas de advogados, equivocados sob o cumprimento das leis? Os mesmos petistas que aplaudiram a Ordem quando a petição foi contra Collor, agora, hostilizaram aos proponentes, pois, contra eles, é golpe.

Ninguém precisa ser cientista político, sociólogo, jurista, para saber que o que os “democratas” querem salvar é sua própria pele, as mamatas tantas, que têm usufruído mediante crassa corrupção.

Ontem deparei com um vídeo de Elvino Bohn Gass, onde dizia que os “golpistas” ameaçavam ao Bolsa Família, aumentos de salários, Minha Casa Minha Vida, e pasmem, a “boa política”. A obscenidade moral é tal, que fica impossível adjetivar sem apelar a palavrões.

Quando no passado se dizia que certos coronéis políticos tinham interesse em manter o povo ignorante para se perpetuarem no poder soava meio utópico; mas, vendo agora o que se pode fazer usando insipiência em favor de canalhas, faz sentido.

Não é de estranhar, pois, que Aloísio Mercadante, Ministro da Educação da “Pátria Educadora” invés de se ocupar de métodos para melhor difusão do conhecimento, tenha dado as costas à sua pasta e, tentado comprar o silêncio de Delcídio Amaral. Educativa iniciativa, sem dúvidas!

O Impeachment não é a solução de tudo, apenas, um paliativo que pode recuperar um pouco a confiança, pois, desde que apanhado em ações inconstitucionais, esse Governo, de outra coisa não se ocupa, senão, salvar-se; o país que se dane!

Não acho Temer grande coisa, tampouco, o venal PMDB um partido capaz de moralizar a casa estando também muito comprometido em corrupção. A sociedade brasileira, tão alienada, afeita a novelas, realitys, carnaval e futebol, está tendo que aprender política a chicotadas. Mas, pode ser que esse aprendizado compulsório enseje melhores escolhas daqui pra frente e certa oxigenação nesse ambiente tão poluído.

Talvez a coisa não seja restrita ao Congresso, mantendo-se a sociedade em relativa paz, em caso de confirmação do Impeachment; os vermelhinhos atiçados por seus líderes inescrupulosos, poderão causar muitos males; sangue inocente inda pode correr, graças a essa visão “democrata” de que as leis, e a Constituição são boas apenas quando os favorecem, ou, quando punem seus adversários.


Mesmo que consigam votos bastantes para barrar ao impedimento, governarão como? Com um Congresso amplamente contrário e 80% da sociedade os querendo ver longe? Não percebem, ou, recusam a perceber que o dano já está feito. 

A sociedade está esclarecida o suficiente para não tolerar mais, discursos fajutos que acusam juízes, e defendem bandidos. O PT teve sua chance, quatro mandatos para mostrar a que veio. Mostrou. Game over.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Baile de Máscaras

Vocês não sabem como é divertido o absoluto ceticismo. Pode-se brincar com a hipocrisia alheia como quem brinca com a roleta russa com a certeza de que a arma está descarregada.(Millôr Fernandes)

Atingirmos essa maturidade que nos reveste sob a proteção do ceticismo, contudo, não é coisa muito fácil. Tendemos à ingenuidade, reiteramos à mesma até depois de nos termos decepcionado diversas vezes com as pessoas. Como se algo em nós recusasse a ver as coisas como são, e insistisse em fantasiá-las como as deseja.

Quase nunca nos perguntamos, por que será que a imensa maioria das pessoas que pensamos conhecer, uma vez conhecidas melhor, nos surpreendem “para baixo” e não o contrário? Digo, a ampla maioria é pior do que imaginamos, invés de surpreender-nos por ser melhor.

Acho que a culpa por tais decepções é de cada um de nós; as pessoas são o que são, e eu devaneio que sejam como eu gostaria, falsifico a realidade. Quantos “grandes” que admirei um dia, e, com o tempo e circunstâncias, os tendo conhecido melhor, se revelaram pífios, anões morais e desonestos intelectuais, de tal modo, que perdi o interesse?

Costuma se dizer que não conhecemos devidamente alguém antes que tenhamos comido um kilo de sal, junto ao tal.  Como não comemos sal, puro, antes, temperando a comida, isso requer muito convívio, proximidade, e o partilhar de muitas coisas até que, enfim, possamos conhecer deveras, às pessoas como são.

Nada me garante que, os que convivem comigo também não se decepcionem mais dia, menos dia, afinal, bem pode ser que eu seja muito pior do que eles imaginaram que eu fosse, na primeira impressão que tiveram.

Acontece que, o teatro da vida traz seu “script” totalmente alheio aos nossos anseios, quando não, insere seus “cacos” suas tiradas de improviso capazes de surpreender aos próprios atores. O “Conhece a ti mesmo” que Sócrates atribuía ao Oráculo de Delfos, encerra mais coisas do que aparenta, a princípio.

Se, me vejo desajustado entre as expectativas que nutro e a realidade circunstante, e nada garante que não dou azo a desajustes semelhantes, certamente há um lapso de conhecimento, quiçá, de outo-conhecimento subjacente a esses desajustes.

Todos lançamos mão da frase feita que “as aparências enganam”; entretanto, nos apressamos a formar juízos, criar expectativas à partir dessas enganadoras. Talvez nossa vida em sociedade seja um imenso baile de máscaras, onde, cada um, como quem tira uma selfie para postar, escolhe seu melhor ângulo, faz caras e bocas para causar boa impressão, invés de ser espontâneo, natural. Mario Quintana dizia que, num ambiente festivo, social, o único comportamento não afetado é o do gato deitado sobre o tapete.

Como um imenso “reality Show” cada olhar se torna uma câmera ante a qual devemos fazer boa figura. Filosofamos sobre a vantagem do ser, e vivemos desesperadamente o afã de parecer. Uma ampla camuflagem de palavras e ações ensaiadas nos torna “palatáveis”, pois, nos importamos mais em ser aceitos aos olhos humanos, que, aos Divinos.

O protagonista do “Fantasma da Ópera” usava uma máscara para “aparecer”, pois, sofrera um acidente que deformara seu rosto; assim, a máscara soava mais apresentável. Será esse nosso caso?  A certeza de nossa feiura espiritual, psicológica, que demanda que andemos mascarados por aí?

Eis nosso dilema! Ser aceitos pela maioria usando a devida máscara que nos adéqua ao “padrão” socialmente usual, ou, sermos “feios” como somos, mesmo que isso afaste as pessoas de nós. Eventualmente, o que somos aflora em momentos de crise, e todo nosso confortável teatro resulta inútil.

Que revigorante é assistir quebras de expectativas “para cima” como o surgimento de Paul Potts e Susan Boyle, por exemplo, que se revelaram infinitamente superiores ao que se esperava!! Aqueles o foram no quesito talento; mas, nada impede que sejamos no aspecto probidade, caráter. O Deputado Tiririca foi pra Brasília ao som de zombarias, apenas, um palhaço. Agora, vem a público que se porta com correção, recusando propinas, desqualificando pares que assim agem; eis uma surpresa “upgrade” no quesito moral!

Todavia, os heróis de um vasto seguimento da nação, têm se revelado dia a dia, imensamente piores que seus discursos, que as expectativas públicas, algo tão deprimente que dá pena de ver algumas pessoas melhores que eles defendendo-os, invés de assumirem a própria vergonha.

Então, que essa derrocada que soprou as cabanas de palha dos que fingiam ser de madeiras nobres, sirvam-nos de alento, de aviso para que não caiamos nos mesmos erros. Oswaldo Cruz dizia: “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus.”


Às vezes procura-se parecer melhor do que se é. Outras vezes, procura-se parecer pior. Hipocrisia por hipocrisia, prefiro a segunda. (Jacinto Benavente y Martinez)