sexta-feira, 4 de abril de 2025

O "pastor" peladão


“Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando Seu vitupério.” Heb 13;13

Reprovação, censura, desprezo; vitupério significa, vergonha. Motivo para se envergonhar. Pois, na nossa concessão de sofrermos por Cristo, o vitupério está no pacote. Primeiro, Ele foi envergonhado, escarnecido e injustiçado publicamente, como se fosse desprezível malfeitor.

Paulo em seus dias pontuou: “Quem enfraquece que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase? II Cor 11;29

Qualquer escândalo que aconteça no meio cristão, enseja uma porção de vergonha a quem tem em si O Espírito de Cristo.

Tornou-se conhecido nacionalmente o escândalo envolvendo o “Pastor” Riter Marques de Belém do Pará, do qual “vazaram” vídeos obscenos e pérfidos. 

Invés de se prostrar humilhado, como fez Davi, quando seu pecado veio à tona, o referido líder, que preside a convenção regional de ministros, convocou uma reunião secreta, apresentou “atenuantes” fajutas; ao que parece nada acontecerá; tudo seguirá como antes, sem punição nenhuma.

Coloquei a palavra pastor entre aspas, por uma razão que me parece eloquente: O sujeito está pastor, mas não é. O que pretendo com isso? Dizer que um pastor não peca? Não. Não é essa a ideia. Um pastor é um ser humano como outro qualquer, sujeito aos mesmos tropeços. Porém, os “ossos” do seu ofício demandam uma postura diferente. Pode ter lapsos de conduta, não, de caráter.

Qual a diferença? Por ex.: suponhamos que, por um descuido pontual eu conte uma mentira, mesmo sendo contra a prática. Isso foi um lapso de conduta; eu me conduzi de modo oposto ao que acredito. Agora, que eu viva de contínuo numa mentira; aí a falha é de caráter. Um assim não pode ser diácono, muito menos, pastor.

O espiritual também pode falhar; mas quando isso acontece, invés de seguir manipulando em defesa do cargo, o sujeito se entristece, se envergonha e busca perdão, pela manutenção da salvação, seu bem mais precioso.

Infelizmente vivemos um tempo onde o mosaico parece ter apenas duas cores; ou o sujeito cancela, ou passa pano. Isso em função de alguma identificação religiosa ou ideológica. Nada poderia ser mais pernicioso no âmbito da reta justiça, que nos convém.

Por esse prisma, os que zombam dos cristãos e acondicionam todos na mesma prateleira, riem à farta. Alguns, com zelo sem entendimento defendem ao peladão, como se, ele fosse um dos nossos.

Sabemos que, nesses tempos de IA, bem se pode fazer montagens danosas com o intento de prejudicar alguém. Porém, quando um inocente é acusado, em casos assim, se apressa em pedir perícia das “provas”, não a arranjar desculpas fajutas e chantagear em defesa do cargo.

Minha distância em relação o “pegador” em apreço é ambígua; estou perto o bastante para me envergonhar por causa dele; distante o suficiente para não precisar tomar nenhuma medida objetiva. 

Perdoar quando há arrependimento e confissão isso é mandamento; um mandado libertador. Agora, deixar o dito por não dito e o feito por não feito, quando as evidências da safadeza são gritantes, como são nesse caso, aí é cumplicidade.

Se eu fosse ovelha desse cretino, deixaria de ser, ao menos, por duas razões: pela recusa de me deixar conduzir liderado por alguém desse cacife; e, porque ministros que desonram O Nome do Senhor, são canais de maldição, não, de bênçãos. “Se não ouvirdes e não propuserdes em vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz O Senhor dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isto o coração.” Ml 2;2

Se diz nos escritos latinos antigos que “À mulher de César não bastava ser honesta; ela precisava parecer honesta”. Pois, o que dizer de um pastor, cujo nome sobre ele é o de Jesus Cristo, não, o de César? 

Ninguém está livre de calúnias, reitero; mas, quando for o caso, a própria reação da vítima demonstrará.

Sobre a incidência de escândalos O Salvador ensinou: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! Porque é inevitável que venham escândalos; mas, ai daquele, pelo qual o escândalo vem!” Mat 18;7

“Cuidado, tu que denuncias; podes cair também!” Eu sei. Se isso acontecer, que Deus me guarde, eu perderei a autoridade moral para agir assim. A correção só pode vir de quem corrige primeiro a si mesmo; “Estando prontos para vingar toda desobediência, uma vez cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Afinal, no mesmo texto que preceitua que sejamos cuidadosos com os pastores, a eles demanda que sejam exemplares; “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus; a fé dos quais, imitai, atentando para a sua maneira de viver.” Heb 13;7 Os que vivem à ímpia maneira, são lobos disfarçados.

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