quinta-feira, 3 de abril de 2025

Céu e Inferno


“Para o tolo, cometer desordens é divertimento; para o homem entendido, é o ter sabedoria.” Prov 10;23

Deparei com uma postagem onde um ancião inquiria: “O que é o céu, senão, um suborno? O que é o inferno, senão, uma ameaça?”

Com nosso estado de vigília desatento, num primeiro instante achamos engraçado; eu achei. No próximo, os ares da jocosidade foram turbados pelas nuvens da dúvida; será?

Mas, num terceiro momento, o neurônio guardião da verdade se levantou, sacudindo a poeira, com sangue nos olhos; peraí!! O sujeito tá pensando que Deus é o Alexandre de Morais? Que aquele pense que é Deus, vá lá; não são só cabelos que faltam naquela cachola.

Como vimos no provérbio que inicia esse texto, pessoas diferentes se divertem de modos diferentes; uns, praticando desordens, outros, buscando sabedoria.

Como óculos de lentes coloridas emprestam suas cores a tudo o que olhamos através delas, assim as pessoas, avaliam o que veem, ou ouvem, pelas lentes dos valores que lhe são caros.

Assim, para um cético sem honestidade intelectual para se debruçar sobre, e aprender os motivos Divinos, um reducionismo barato como visto na sentença em análise “resolve” tudo.

Um satanista talvez dissesse que o Céu é uma mentira e o inferno, uma covardia; um filósofo, que o Céu é um ideal, e o inferno a escuridão da ignorância.

Enfim, cada um, segundo os valores albergados na própria alma, faria sua leitura, sem alterar um milímetro os fatos. Aqueles lugares são o que são, a despeito de como são apreciados.

Aos meus olhos, dois “terminais de justiça”, dois lugares de recompensa, segundo as escolhas de cada um. Não que os regenerados sejam justos; mas, pela fé em Cristo são justificados, e dali em diante, feitos herdeiros com Ele. Sua fé obediente no “Senhor Justiça Nossa” é a “justiça” possível aos salvos.

Mas por que não são um suborno e uma ameaça, segundo o dito do cético, citado? Porque o céu chama a si aos de boa índole, que se arrependem e mudam segundo Deus. E os que têm uma inclinação assim, não aceitariam suborno; aprendem a amar a Deus e à justiça, não mais vivem segundo o lamaçal moral, de onde são egressos.

Tanto quem suborna, quanto, quem é subornado, ambos são maus. Nenhum deles terá assento nos Céus. Os Céus são um convite do amor, cuja aceitação requer a devida correspondência. “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á” Mat 16;25

O inferno, mais que uma ameaça, é uma realidade para o diabo e os seus anjos; os seres humanos são ensinados sobre como evitar os caminhos que levam para lá. A “porta estreita; andar na luz, negue a si mesmo”, a cruz. “Para o entendido, o caminho da vida leva para cima, para que se desvie do inferno que está embaixo.” Prov 15;24

O Senhor não precisa ameaçar com o inferno, às pessoas que, potencialmente já estão lá; apenas labora para ensiná-las e convencê-las disso; os muitos que estão sem Cristo, infelizmente, estão na “sala de espera” aguardando que suas senhas sejam chamadas; diuturnamente, milhares o são. Por isso, a urgência do Evangelho.

O Salvador não chama a Si, pessoas que estejam num lugar neutro; antes, deixa claro que fala com mortos espirituais, aos quais desafia que o ouçam, para receber vida, saindo assim, do inferno onde estão. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve A Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

O Eterno, mesmo nos amando muito, não pode fazer vistas grossas para o pecado; por isso foi necessária a cruz; quanto ao Seu desejo, O Senhor é categórico; “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva; convertei-vos, convertei-vos, dos vossos maus caminhos!! Por que razão morreríeis?” Ez 33;11

Um apelo assim, se parece com uma tentativa de suborno, ou com uma declaração de amor? Como também acontece com o sentimento humano, o Amor de Deus tenta atrair a si aos que ama, esperando ser correspondido; os que escolhem o caminho da perdição, o fazem, contrariando a Divina vontade.

Enfim, o inferno é uma consequência inevitável, para os que, obstinados no pecado, rejeitam o convite do amoroso Salvador; A Palavra Divina deixa uma pergunta aos que possam supor andar por algum caminho alternativo: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois, confirmada pelos que a ouviram?” Heb 2;3

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