“Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo, paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14
Denúncias contra os falsos profetas. Entregavam mensagens de paz mesmo estando o povo em guerra com O Criador. Em se tratando de ralações internacionais, não seria necessário um profeta dizer que estavam em paz; o simples não haver guerra em curso já seria suficiente.
O Senhor permitia a triunfo de outras nações contra o “povo eleito”, quando esse agia de modo contrário ao Divino querer, e mesmo vastamente advertido pelos profetas, nisso persistia; assim, o profeta que avalizasse aquilo como probo, aceitável diante de Deus, se dizia dele, que era um mensageiro de paz.
Porém, se alguém colocasse o “selo da Divina aprovação” numa geração que estivesse agindo de modo réprobo, seria um que falaria de paz, num contexto em que a paz, não estava sendo fomentada. O juízo estava às portas através da permissão do triunfo dos caldeus, contra os hebreus, e os falsos profetas esforçavam aos errados, para que assim permanecessem, garantindo que Deus pelejaria por eles.
Nas lamentações, num cenário de cidade arrasada, povo cativo, Jeremias não culpou inocentes; antes, aos “mensageiros de paz”, que invés de manifestarem os descaminhos dos maus, chamando os errados ao arrependimento, passavam pano, dizendo que estava tudo bem.
“Teus profetas viram para ti vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14
O que é uma carga vã? Qualquer “receita” que, invés de corrigir a alguém segundo Deus, permita que esse “pague” ao Eterno, pelo direito de seguir como está é uma assim. Não apenas a demanda de oferendas se mostrava vã, como ainda irava a Deus, por tentar compensar à desobediência com corrupção, como se O Altíssimo fosse igual aos humanos venais.
Assim, as “cargas vãs” se mostravam também, pecados abjetos, “motivos de expulsão.” Estavam com “Cartão amarelo” e ofendiam ao Juiz, numa metáfora futebolística.
No contexto atual, O Senhor trata com indivíduos, não com uma nação, como era no Antigo Testamento. Porém, em certo sentido a situação é a mesma. O sujeito vive em guerra com O Eterno, pela recusa em se deixar conduzir segundo a Sua Palavra, e os “profetas”, saem validando toda sorte de posturas, por pecaminosas que sejam, afinal, estamos na “era da Graça.”
Uma coisa elementar deve ser lembrada, pois, parece que confundiram a dita era. O advento da Graça significa que, o que era impossível para nós, pelos nossos méritos, foi possibilitado pelo Excelso Mérito de Cristo, e ainda vige, por alguns dias; não significa, contudo, que O Todo Poderoso tenha deixado de Ser Santo, e assim, faça vistas grossas às posturas que sempre foram réprobas aos Seus Olhos. Na Graça, o que sob a lei era condenável, pelo Sangue de Cristo, torna-se perdoável, onde houver arrependimento e mudança de vida.
Logo, antes de sairmos com falácias tipo, tome posse disso, daquilo, conquiste, a ou b, triunfe nessa ou naquela empresa, ande após essa ou aquela “revelação”, é preciso desfazer a inimizade com Deus.
Todo aquele que adotou o pecado como modo de vida, admita isso ou não, goste ou desgoste do diagnóstico, está em guerra, em inimizade com Deus. Precisamente nesse lapso, o do litígio, a Graça manifestada em Cristo atua; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós, a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19
Os que recebem à Graça, são transformados de maneira tal, que as coisas que antes lhes aprazia ouvir, quando consumidores de falsos profetas, perdem o sabor; os rapaces de antes são mudados em herbívoros; o novo ser, traz consigo um paladar renovado também; “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17
Desse modo, se alguém pretende ser um “tirado dum charco de lodo” e firmado sobre a Rocha,” ver salmo 40, mas ainda manifesta um paladar que busca pelos vermes comuns no lodo, há fundadas razões para duvidarmos que esse tenha passado, deveras, pelo “Novo Nascimento.”
Sabemos que conversão é imediata, mas santificação é um processo longo, no abandono das “cargas vãs” de antes; mas no renascido, traços do novo paladar devem ser visíveis, como ensina Pedro; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele, vades crescendo.” I Ped 2;2
A recusa em abandonar maus hábitos em tempos de liberdade, acabou tolhendo até essa, no ardor do cativeiro. Ainda resta tempo para quem anda errado; pouco tempo. “... hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15
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