“Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve redobrar a força; mas a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10
“ferro embotado”, está em oposição à sabedoria; natural a conclusão que seja uma figura de linguagem, apontando para a ignorância. E “afiar o corte” a solução necessária, seria, buscar o conhecimento.
Tentar “cortar” algo com uma ferramenta “cega”, aponta para um lutador pelejando, na área do conhecimento, sem os meios necessários para ser vitorioso. Seria necessário afiar o corte; mas o sujeito pretende suplementar essa falta, com a força.
Muitas vezes, a resiliência que investe contra alguém ou algo, sem razões plausíveis, onde não tem a menor chance de vencer, já se faz um testemunho, acerca da ignorância que patrocina tal empresa.
No início da Igreja, Saulo, “certo” que o judaísmo deveria prevalecer contra o cristianismo, saiu prendendo e destruído, até participou da morte de Estêvão. Todos os esforços e meios lhe pareciam válidos, para extirpar aquele “mal”.
Em dado momento O Senhor o visitou num clarão celeste que o ofuscou e fez cair por terra: “... Saulo, Saulo, por que Me persegues? Dura coisa te é, recalcitrar contra os aguilhões.” Atos 26;14
Ele estava fazendo redobrado esforço, com uma “ferramenta” embotada; defendendo um sistema que O Senhor tinha deixado de lado; pois, não fora dotado com meios necessários para a salvação. Não era esse o objetivo da Lei, que eles defendiam; tampouco, no que era possível ser justos naquele, mostravam probidade. Muitas vezes O Salvador os desqualificara como hipócritas.
Assim, parece uma figura relativamente óbvia; o fanatismo é uma ferramenta cega; o conhecimento da Palavra, uma “pedra de amolar” que pode ensejar o “fio” necessário, para quem anseia pela verdade.
A Palavra do Senhor, devidamente interpretada, não apenas é uma ferramenta cortante, é mais: “Porque A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma, de dois gumes; penetra até a divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Heb 4;12
Eventualmente, assisto vídeos de debates em universidades, entre célebres ateus e cristãos. Aqueles descartam as evidências históricas como indignas de crédito, tentando fazer perecer que a descrença é um sistema lógico; o ceticismo, uma necessidade intelectual; a rigor, é o subproduto do ferro embotado pela vontade rebelde que se recusa a ceder, ante as mais eloquentes razões.
Por ocasião da ressurreição de Lázaro, uns dias após, O Criador falou com Jesus desde os Céus; os céticos da vez disseram que foi um trovão. Jo 12;29
Assim, não faltavam evidências, como se, a ressurreição de um morto após quatro dias, deixasse margem para essa necessidade; não obstantes essas, os de coração duro, avessos à verdade, prosseguiam no mesmo lugar. Arranjando pretextos para suas insanidades.
Então, invés de gastar tupi/guarani tentando convencer alguém, oferecendo evidências históricas, que tal, o eventual ateu que vestir a touca, topar o desafio presente da “Espada de dois gumes”, A Palavra de Deus? Cristo diz: “... a Minha doutrina não é Minha, mas daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá, se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17
Por que arregaçar as mangas, viajar no tempo em busca de provas que se pode obter agora, em nosso tempo? Na verdade o “ateísmo”, na maioria das vezes, com seu secular ferro embotado, não deriva da falta de meios para afiar; antes, da falta de intenção para o fazer, dos proponentes.
Nos dias do Senhor foi assim. Os de má índole se mantinham distantes, não por que Ele fosse obtuso; antes, porque iluminava demais; evidenciava até o que deveria permanecer oculto. “... a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais às trevas que a luz, porque suas obras eram más; porque todo aquele que faz o mal odeia à luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas; mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21
Os escândalos que acontecem entre cristãos, também são eloquentes testemunhas da superioridade da Doutrina de Cristo. Por quê? Porque as mesmas coisas acontecem no atacado, alhures e passam despercebidas; o maior apelo dessas, quando em nosso meio, é também uma prova que estão fora do lugar.
Pode acontecer uma exceção ou outra. Mas via de regra os ataques do ateísmo, não são “correções históricas” porque Cristo nunca existiu; antes, porque sua eloquente existência, incomoda tanto, que a precisam ofuscar. Senão, qual o sentido de tanta força com ferramentas ruins??
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