sexta-feira, 18 de abril de 2025

A asas de Sophia


“Não clama, porventura, a sabedoria, e a inteligência não faz ouvir sua voz?” Prov 8;1

Tendem os seres a buscar aquilo que acreditam precisar. Invés de um ignorante clamando por luz, entretanto, temos a sabedoria buscando por alunos. “A vós ó homens, clamo; minha voz se dirige aos filhos dos homens; entendei, ó simples, a prudência! Vós insensatos, entendei de coração; ouvi, porque falarei coisas excelentes...” Prov 8;4 a 6

Basta que sejamos simples, insensatos, e teremos as “credenciais” para nos matricularmos com ela.

Sophia não tem necessidades; a nobreza que a caracteriza, seu amor, a faz buscar meios de se dar. Não deseja ser conhecida para “melhorar seu score”, emular à loucura por ter mais “seguidores”, nada disso. Busca alvos, pelo bem que pode fazer, aos que se achegam a ela; “Aceitai minha correção, não a prata, o conhecimento, mais que o ouro fino, escolhido;” aconselha; “Porque melhor é a sabedoria que os rubis, e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Vs 10 e 11

Por causa da nossa inépcia, não conseguimos apreciar às coisas como são; desde a queda, Adão, fugitivo e medroso, transmitiu isso à sua descendência. Tendemos a dar às futilidades palpáveis um peso maior que tesouros de valor eterno. Assim, quem se ocuparia em buscar sabedoria, se, acredita que precisa vinho, pão e esconderijo?

A maior barreira, pois, não é que tenhamos necessidade de saber; mas, que essa necessidade é tão profunda, de modo a tolher que saibamos disso, até. Sócrates faz sentido; “Tudo o que sei é que nada sei.”

Em geral, as pessoas de conhecimento pífio, se bastam, no que “sabem” e têm raiva de quem, supostamente, sabe um pouco mais. A Palavra de Deus nomeia esses como “sábios aos próprios olhos,” e sentencia: “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo, que dele.” Prov 26;12 Vai que um tolo, devidamente aconselhado ouse pensar a respeito e mude? Um presunçoso, sábio aos próprios olhos, descartaria tudo, antes mesmo de cogitar sobre o que ouvisse.

Após a queda, e consequente escravidão ao pecado, nossas faculdades que foram criadas perfeitas, Imagem e Semelhança com O Criador, acabaram danificadas também. 

Dado que, a realidade evidencia nossa nudez, e a vontade anela o conforto, a aprovação, mais que à verdade, tendemos a ser volitivos, invés de essenciais. De outra forma: Aquilo que supre nossas vontades, acaba melhor apreciado que a luz que nos desnuda, à essência das coisas.

Nos dias do Salvador essa doença foi diagnosticada; “A condenação é esta: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más; porque todo o que faz o mal odeia à luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas; mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Assim, quem optar por buscar sabedoria, ou melhor, se deixar encontrar por ela que o busca, tenha junto nessa disposição, a ousadia para lidar com o fato que não sairá “bem na foto;” a ideia Divina ao nos fazer saber é justamente essa: Desnudar à verdade.

Como alguém hábil em Photoshop, pode trabalhar uma foto ruim, remover todos os defeitos deixando-a perfeita, assim O Senhor pode e quer fazer com nossas almas. A diferença é que, invés de se ater às aparências como o que aperfeiçoa uma fotografia, Ele trata na essência; regenera, refaz o “modelo”.

A mudança necessária para os que desejam pertencer ao Senhor, não é aprazível; requer renúncias, submissão, arrependimento, mudança de rumo. Mas, o prêmio proposto recompensa sobejamente a quem ousar essa entrega.

Alpinistas arriscam suas vidas muitas vezes, numa escalada perigosa, apenas pela glória de atingir ao topo do Everest; a quais riscos estamos dispostos a nos expor, pela glória da vida eterna com Jesus Cristo, O Senhor?

Estou certo que se formos sábios o suficiente para uma idônea análise, do custo/benefício, da empresa, não hesitaremos em fazer a boa escolha. A Sabedoria não promete recompensas medíocres; antes, coerentes com ela; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e a justiça; melhor é o meu fruto que o ouro, que o ouro refinado; os meus ganhos, melhores que a prata escolhida.” Prov 8;18 e 19

Os melhores dias de Salomão, o mais sábio entre os homens, foram, quando, admitindo sua inépcia pediu a Deus, sabedoria; Os piores, quando, depois de a ter recebido, agiu como tolo, tentando agradar a homens mais que ao Senhor. Aquele que busca por asas, deve parar de deixar pegadas de réptil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário