quinta-feira, 17 de abril de 2025

Ativismo x identidade


“Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos, servos da corrupção; porque de quem alguém é vencido, do tal, faz-se também servo.” II Ped 2;19

Com palavras semelhantes, o apóstolo Paulo escreveu aos romanos; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça.” Rom 6;16

Quem vive alheio ao Senhor e os Seus Ensinos, pode agir com aprouver. “Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Poderíeis fazer o que lhes desse vontade sem dar satisfações. Porém, o apóstolo não via a vida como uma herança pueril que facilmente pudesse ser desperdiçada, como fez o pródigo; antes, como um precioso dom Divino, que foi legado para que frutifiquemos.

Sob esse prisma, para quem pretende pertencer a Cristo, o apóstolo inquiriu pelos resultados daqueles dias, em que eles viveram sem compromisso; “que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Trata-se de uma pergunta retórica tencionando fazer os seus ouvintes pensarem; pois, a rigor, o apóstolo respondeu à própria pergunta; aquele modo de vida terminava com dois “frutos”; vergonha e morte.

Se os da abordagem de Paulo eram pessoas dúbias que careciam ser exortadas à santificação, “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.” Rom 6;12 na escrita de Pedro encontramos os que apostataram do Senhor pela desobediência, porém, preservavam ainda seus rótulos de cristãos.

Não eram meros tímidos, relutantes quanto à necessária santificação, como pareceram os destinatários de Paulo; antes, os mencionados por Pedro mantinham a pose de ministros do Senhor, falando como se fossem dos tais. Afinal, prometiam coisas que só O Senhor pode dar; enganavam seus ouvintes, “prometendo-lhes liberdade sendo eles mesmos, servos da corrupção...”

Pedro esposou o mesmo conceito de Paulo, atinente ao serviço; “... porque de quem alguém é vencido, do tal, faz-se também, servo.” Pra sermos de Cristo, pois, carecemos ser “vencidos” por Ele; isto é, persuadidos de tal forma pelo Seu exemplo e amor, manifestos, que ousamos negar a nós mesmos, em prol do Senhor.

É possível um vistoso serviço religioso, sem real compromisso como Salvador. Sem intimidade. Esses ativistas descompromissados no juízo dirão, “Senhor, Senhor, fizemos tais e quais coisas em teu Nome...” Ele dirá: “Nunca vos conheci...” Mat 7;22 e 23

Se alguém descansa sua expectativa de salvação n’alguma instituição, dogma, ritual, ainda não entendeu quão pessoal e intransferível a mesma é; “De maneira que, cada um dará conta de si mesmo, a Deus.” Rom 14;12

A mensagem mais eloquente que podemos pregar é o testemunho de nossa vida transformada. Tanto que, figurando a “armadura de Deus”, entre outras coisas, Paulo disse que devemos ter: “Calçados os pés na preparação do Evangelho da paz.” Ef 6;15 

Não falou de pregação, que até os ativistas vazios conseguem; mas preparação; um modo de andar, em Cristo, que estimule, pelo exemplo, mais que, demande por palavras.

Infelizmente muitos ainda gastam latim discutindo qual é a “Igreja Verdadeira”, qual foi a fundada pelo Senhor, qual é seita e qual não; como se, a salvação fosse um derivado da instituição correta, invés da correta prática da Palavra do Senhor. Quando a igreja começou, alguns judeus acharam que a salvação era um assunto exclusivo deles; ao ver o ingresso também, dos gentios, muitos não viram com bons olhos;

Reunidos os apóstolos orando e meditando sobre o tema entenderam que as Escrituras diziam exatamente isso; Pedro fora enviado a Cornélio um romano e seus servos; O Espírito Santo descera sobre eles também; então, o zeloso apóstolo refez: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas lhe é agradável em qualquer nação, (denominação) aquele que O teme e obra o que é justo.” Atos 10;35

Qual é a doutrina, ou a denominação que é correta, enfim? Aquela, onde, independente do nome, de quem foi seu fundador, O Salvador é adorado em espírito e em verdade. Os que prometem liberdade sendo servos da corrupção, prometem o que não possuem; logo, são mentirosos, pouco importando, após qual placa denominacional se escondem.

Os ministros probos, do Senhor, antes de tudo são homens livres; livres dos aplausos, das vaias, dos apegos denominacionais, do amor ao dinheiro, do culto aos demais ídolos, da corrupção.

Como apresentariam de modo digno, O Senhor que venceu a carne, o mundo, Satanás e à morte, sendo eles escravos de vícios mesquinhos, e se dizendo representantes Dele? “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tende este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

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