terça-feira, 8 de abril de 2025

As duas testemunhas


“Darei poder às Minhas duas testemunhas, e profetizarão por 1260 dias vestidas de saco... Estes têm poder para fechar o céu para que não chova, nos dias da sua profecia, têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue...” Apoc 11;3 e 6

Já ouvi algumas dezenas de abordagens sobre essas duas personagens, e quem elas seriam. Também opinarei a respeito. Em geral A Palavra de Deus requer apenas hígida interpretação, sem deixar margem a opiniões. Mas, nesse caso, porque o texto nada diz, sobre a identidade das pessoas, só nos resta especular. Muitos têm feito isso.

Alguns, baseados em Hebreus 9;27 que diz: “Aos homens está ordenado morrer uma vez, vindo depois disto o juízo;” pelo fato de, Elias e Enoque não terem morrido, mas terem sido arrebatados vivos para Deus, acreditam que sejam eles que voltarão, para, enfim, morrer.

Outros, pelo poder que as testemunhas manifestarão, não permitindo que chova a trazendo fogo pela sua palavra, como Elias, ou, transformando água em sangue, como fez Moisés, creem que serão Moisés e Elias.

Já ouvi alguém cogitar de João até, porque O Senhor disse a Pedro sobre ele; “Se Eu quero que ele fique até que Eu venha, que importa a ti?” Jo 21;22

Com o devido respeito que todos merecem, mas penso diferente. Quando diz que, aos homens está ordenado morrer uma vez, depois vem o juízo, está dando uma informação genérica, de como as coisas são, dentro da normalidade; o que não veta que fatos extraordinários aconteçam. 

Paulo ensina: Os que estiverem vivos por ocasião da vinda de Cristo, serão transformados, não, mortos; o que não faz da morte uma necessidade. O ensino que depois da morte sucede o juízo é uma refutação ao espiritismo, com suas intermináveis reencarnações, e o “aperfeiçoamento” via cumprimento dos Karmas, não, pela cruz de Cristo. Depois da morte o juízo, invés de outra encarnação.

Moisés, tipificando a Lei, e Elias, símbolo dos profetas já foram testemunhas de Jesus, segundo O Divino propósito. Seu objetivo era conduzir a Cristo; a Lei evidenciando a necessidade Dele, e os profetas anunciando Sua vinda; “A Lei e os profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus; e todo homem emprega força para entrar nele.” Luc 16;16

No monte da transfiguração, foi mostrado a Pedro, Tiago e João, Moisés e Elias falando com O Senhor; desfazendo a falácia dos Fariseus que Jesus seria contra a Lei ou as Escrituras; antes, estavam no mesmo Espírito, fazendo a mesma obra. Quando Pedro falou em fazer uma tenda para cada um deles, uma voz celeste o aconselhou que ouvissem ao Filho de Deus; então, “Erguendo eles os olhos, a ninguém viram, senão, unicamente a Jesus.” Alguns legalistas deveriam ler com atenção a isso.

Paulo interpreta; “Mas, agora se manifestou sem Lei, a Justiça de Deus, tendo testemunho da Lei e dos profetas.” Rom 3;21 Da lei disse: “... a Lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo...” Gal 3;24

O mesmo Senhor ensinou que o “Elias” que havia de vir era João Batista; era o mesmo Espírito, não, pessoa; de modo que, o Elias propriamente, já cumprira sua obra.

A pergunta do Senhor a Pedro, “Seu Eu quero que este fique até que Eu venha, que importa a ti?” não é uma afirmação que João ficaria até nossos dias. Ele não merecia ver tudo o que o mundo se tornou. Ele ficou até que Jesus veio a ele, em Patmos, e lhe revelou o Apocalipse. No mais, era apenas uma forma educada do Senhor mandar Pedro cuidar das suas coisas sem se intrometer nas alheias.

Então quem são as duas testemunhas? Os poderes extraordinários que Moisés e Elias manifestaram foram dados por Deus; o que impede que Ele dê a outras pessoas? Pregarão em dias que o Evangelho será proibido e seus ministros odiados, assim, sem esse poder seriam mortos no primeiro dia; mas Deus só permitiu que o fossem, depois de 1260 dias. Por isso a necessidade de um poder espetacular.

Acredito que são duas pessoas comuns, que estão na terra, servem ao Senhor com fidelidade e serão preservadas para esse fim.

A Palavra ensina que “Carne e sangue” não entram nos Céus; assim, os que foram arrebatados para lá receberam corpos espirituais por isso. Como as duas testemunhas serão odiadas e carecerão um poder especial para não serem mortas até o cumprimento do propósito, necessário que tenham corpos mortais como nós.

Portanto, respeitosamente, discordo de todos os que já ouvi, defendendo as hipóteses analisadas nesse breve apanhado. “Lato sensu”, todo o convertido deve ser uma testemunha de Jesus; “stricto sensu” apenas quando as duas se manifestarem, todos saberão.

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