terça-feira, 22 de abril de 2025

Atemporais



“Não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo... fareis conforme os Meus juízos; os Meus estatutos guardareis para que andeis neles. Eu Sou O Senhor vosso Deus.” Lev 18;3 e 4

Deus ditando a Moisés, instruções que ele deveria ensinar ao povo. Duas situações saltam aos olhos, nas instruções Divinas: Vetos à tradição e a aculturação; invés dessas fontes, A Palavra de Deus.

“Não fareis segundo as obras da terra do Egito em que habitastes...” aquilo que por muito tempo fora o normal, não servia na nova relação. Tradições, não! E pensar que o catolicismo coloca suas tradições como fontes, mesmo que essas contradigam à Palavra de Deus. Se levassem A Palavra a sério, não teriam necessidade de mais nada. “Visto como O Seu Divino Poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Gloria e Virtude.” II Ped 1;3

Os fariseus cometiam o mesmo erro e foram denunciados; “... invalidando assim, A Palavra de Deus pela vossa tradição...” Mc 7;13 o que é o sincretismo, senão, uma mistura de tradições religiosas ímpias com A Palavra de Deus, como se, fossem coisas complementares, quando, na verdade, são excludentes?

O que os judeus viram no Egito, em termos de culto, ritos, ensinos religiosos, não tinha permissão para ser replicado, uma vez estabelecidos na Terra Prometida. Aliás, o Bezerro de ouro, fora uma infeliz réplica do deus Ápis, figura comum na religiosidade egípcia, de onde foram libertos.

Não apenas tradições foram vetadas; a aculturação também. A cópia do modo dos cananeus de agir, também foi vetada pelo Eterno; “...nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual, Eu vos levo...” Até se tornou anedota, a petição dum adolescente quando esse deseja sôfrego por algo que “todo mundo tem, ou faz”. “Você não! Você não é todo mundo”; responde a mãe, ao infeliz.

Pois, a tendência de imitarmos o que vemos acontecendo em nosso existenciário, é uma inclinação natural do ser humano. O que é a moda, senão, uma proposta estética, artística, comportamental, que a maioria que vê, acaba por imitar?

Sabedores dessa faceta da psiquê humana, as pessoas que defendem alguma causa, independente de ser moralmente hígida ou enfermiça, colocam uma multidão de defensores da mesma numa passeata, gritando palavras de ordem; para fazer parecer que aquilo representa um anseio legítimo, ou majoritário, o que, nem sempre se verifica.

Pois, no tocante a nós, que pertencemos ao Senhor, tanto a cultura adjacente, quanto, as tradições, se, chocam-se com a Palavra da vida, devem ser evitadas; “... fareis conforme os Meus juízos; os Meus estatutos guardareis para que andeis neles. Eu Sou O Senhor vosso Deus.”

Pela natureza eterna de Quem nos chama, e de, para o quê, somos chamados, “... toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12 as coisas temporais, sejam antigas como as tradicionais, ou atuais, como os modismos da hora, não devem receber nossa atenção, se, nos induzem a algum tipo de postura que choca-se com a vontade Divina a nós revelada pela Palavra.

As coisas velhas, antigas, não são necessariamente ruins, nem as novas, forçosamente boas; como cada uma delas se relaciona com a Palavra de Deus, deve ser nosso meio de aferir sobre o valor de umas e outras; “Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus, é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro, coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Como estamos num tempo bem futuro, em relação à entrega da Palavra de Deus, no nosso caso, a perseverança nela, tem um quê de tradicional, se imitarmos aos que foram fiéis em dias idos; Pois, no que tange à doutrina, não há espaço para inovações; “Assim diz O Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas. Mas eles dizem: Não andaremos neles.” Jr 6;16

Porém, os que vêm de práticas espúrias no prisma espiritual e se convertem a Cristo, devem esquecer o que viveram “no Egito”, nos dias da escravidão. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Para os sedentos por novidades as coisas antigas são “jurássicas”; as modernas, têm sabor de pão novo. Pra quem tem discernimento espiritual, a mentira é uma velharia assassina, mesmo num broto recente, e a verdade, água límpida, mesmo vertendo em fontes antigas. Quem foi chamado à vida eterna, pois, deve ser zeloso pela vida, não, pelo tempo.
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