quarta-feira, 9 de abril de 2025

A perseverança


“Mas aquele que perseverar até o fim será salvo.” Mat 24;13

Perseverar é um verbo neutro. Significa, “continuar, ficar, permanecer, constar...” Para vermos se ele nomeia algo bom, é preciso saber onde o sujeito está. Tanto é possível perseverar no vício, quanto, na virtude. A apostasia é um tipo de perseverança; porém, do lado errado.

Quando o povo se rebelou e pediu um rei para si, rejeitando o governo Divino através de Samuel, entre outras coisas, o profeta disse: “Porém, se perseverardes em fazer o mal, perecereis; assim vós como vosso rei.” I Sam 12;25

Enfim, é uma coisa útil para quem fez a boa escolha por Cristo, entregando seu viver a Ele; nesse caso, é recomendada para a salvação.

A decisão por permanecer em Cristo será testada, quando Cristo, em nosso viver, estiver em “maus lençóis”. Quando tudo vai bem, o ministério cresce, acontecem curas, conversões, estamos saudáveis, prósperos, perseverança nem é uma ferramenta necessária.

A simples motivação de estar fruindo coisas boas atua como estimulante, bastante, para que permaneçamos onde estamos. Porém, quando O Santo Nome for alvo de ataques, humilhações, aqueles que se dizem nossos irmãos protagonizarem escândalos, ficarmos enfermos, desempregados, então, essa qualidade será convocada ao front.

Pedro e os discípulos padeceram a falta dela. Quando O Senhor operava milagres espantosos, multiplicava o pão, ressuscitava mortos, andar com Ele era fácil, como nadar a favor da corrente.

Advertidos pelo Salvador, que todos se escandalizariam quando Ele fosse preso, o ousado pescador garantiu: “Ainda eu seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.” Mat 26;35 Normalmente pensamos em Pedro, quando a ideia de negar ao Senhor está em apreço; mas foram todos que disseram aquilo. Pedro, ao menos, se atreveu a ficar por perto.

Vendo O Senhor preso, açoitado, condenado, não conseguiram perseverar na ousada afirmação que fizeram. Pedro o negou três vezes, os outros, sumiram. Não há motivos para duvidarmos da sinceridade deles quando se comprometeram; porém, a boa intenção não é uma aferidora confiável.

Como a ameaça dos últimos dias é o advento do engano, falsos Cristos, falsos milagres, a perseverança dos santos requer mais que continuar afirmando pertencer ao Senhor; uma vez que, os enganadores também atuarão a usando O Nome Dele, é preciso que saibamos ligar o nome à pessoa.

Além perseverarmos em Nome do Senhor, carecemos também o fazer em relação à Doutrina Dele. O indispensável crescimento no conhecimento, a edificação, é o antídoto contra toda sorte de enganos, “Pra que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pela astúcia de homens, que enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Mais que o ensino correto, quem faz menção do Nomo Santo, deve mover-se num modo de vida correto. “Todavia, o fundamento de Deus fica firme tendo este selo; O Senhor conhece as que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo, aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Todo momento de fraqueza, de aflição que sofremos depois de estar em Cristo, traz anexo uma oportunidade, no que tange ao exercício da perseverança. Ora, num comprometimento horizontal, entre humanos, quando de um casamento, por exemplo, os nubentes são desafiados a reafirmar suas escolhas em caso de doença, tristeza, pobreza, até que a morte os separe; o que dizer de nosso compromisso com Aquele que deu Sua Vida por amor a nós?

Como um guarda-chuva não é feito para dias de tempo bom, também a perseverança não é uma qualidade requerida para os momentos em que as coisas andam, bem; na tempestade é que se precisa de abrigo.

Figurando o precioso valor de se permanecer fiel nos momentos mais escuros, alguém, filosofou cotejando o “custo/benefício” de permanecer firme em horas assim: “A calmaria que te faz dormir, é mais perigosa que a tempestade que te mantém acordado.”

Nos momentos que nossa perseverança é colocada à prova, têmpera espiritual é infundida em nossas vidas; Paulo chamou de exercício em piedade e aconselhou a Timóteo: “... Exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa tendo a promessa da vida presente e da que há de vir." I Tim 4;7 e 8

Como os cristãos da igreja em Filadélfia, que, tendo pouca força guardaram à Palavra do Senhor, assim nos convém a fidelidade a despeito da força.

Alguns pensam que é mais fácil ser fiel na carência, que na fartura. Seremos testados em ambas. Na bonança somos convidados aos prazeres, à arrogância; na carência, ao ilícito, à apostasia. Que nossas circunstâncias não alterem a relação com O Senhor; afinal, “... a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

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