“Deixou, pois, a mulher seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde, e vede um homem que me disse tudo que eu tenho feito. Porventura, não é este O Cristo?” Jo 4;28 e 29
A samaritana que fora à Fonte de Jacó buscar água, e encontrara O Senhor, que lhe oferecera Água Viva. Após uma breve conversa, deixara seu cântaro e voltara à cidade chamar seus concidadãos.
Num primeiro momento, ela foi à fonte trazer água para a cidade; tendo encontrado O Senhor, que se propôs lhe dar Águas Vivas, voltou à cidade buscar seus para levá-los à Fonte recém encontrada.
Um encontro veraz com Jesus, nunca é uma coisa simples, uma vicissitude normal da vida; Se alguém presume que pode ser algo assim, deve conhecer apenas o rótulo, não a essência; a samaritana fora de tal forma abalada, que seus interesses imediatos mudaram; deixou de se preocupar com a água, para se preocupar com vida.
Embora samaritanos e judeus não se comunicassem, pelo preconceito religioso que os separava, ela não era uma alienada.
Durante sua fala com O Mestre, entre outras coisas dissera: “Eu sei que o Messias vem; e quando vier, nos anunciará tudo.” V 25 Esperar pelo Messias vindouro não era privilégio dos israelitas, apenas. A samaritana, invés de esperar pela vinda Dele como um líder político, alguém que, quiçá, desbancasse o poder romano que dominava, então, ela esperava um líder espiritual, um ensinador de justiça; “... quando vier, nos anunciará tudo.”
Um pouco antes falara com O Senhor sobre o “endereço” certo para adoração; se em Gerizim ou Jerusalém; O Salvador ensinara que mais importante era a forma certa, que o lugar; “Em espírito e em verdade...” Nesse contexto, ela disse esperar pela vinda do Messias para esclarecer tudo. O Senhor se apresentou, então: “... Eu O Sou; Eu que falo contigo.” V 26
A estrangeira rejeitada pelos judeus, tinha uma ideia mais precisa sobre o Messias, que muitos deles; tanto que, a maioria dos componentes do sinédrio, o rejeitaram. As exceções foram Nicodemos e José de Arimatéia.
Quantos de nós tiveram um encontro assim, com O Mestre, ao ponto dos nossos interesses imediatos se tornarem secundários; o interesse de fazer Jesus Cristo conhecido, ser o mais importante? Não sei; mas com ela foi assim.
Desgraçadamente, o que muitos mercenários ensinam, é um “Jesus” que não passa de um meio para que os materialistas sedentos presumam usar, pra chegar mais rápido ao alcance dos seus interesses desorientados.
Um encontro real com O Senhor, Fonte de Águas Vivas, fatalmente impactará nossas vidas, não, nossas coisas. A mulher samaritana relegou a segundo plano aspectos que antes eram mais importantes, e se apressou em anunciar Jesus aos demais da sua aldeia. Esse é o impacto esperável numa alma que se converte.
A certeza de ter encontrado algo precioso; a alegria de ser perdoado, enseja anseio de comunicar com terceiros, para que também esses recebem as mesmas dádivas.
Podemos inferir que ela foi surpreendida três vezes em seu breve incidente; primeiro, não esperava encontrar ninguém na fonte, ao meio-dia; depois, esperaria menos ainda, um judeu, próximo a uma aldeia de samaritanos; por fim, a surpresa maior, que esse judeu fosse o esperado Messias.
Na verdade, os samaritanos eram judeus em grande parte. Sofriam preconceitos porque habitavam entre uma mistura com outros povos; Nos dias do cativeiro, gente de outras nações foi levada para lá; “O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, Cuta e Ava, Hamate, Safarvaim, e os fez habitar nas cidades de Samaria...” Esses se misturaram aos judeus que restaram na terra; tal mistura os fazia “impuros” para o culto no templo; assim, tinham seu culto alternativo, invés do mesmo de Jerusalém.
Afinal, a samaritana era assim por uma questão geográfica; morava em Samaria. Mas, para efeito de identidade histórica se sentia judia; afinal, ela disse: “És Tu maior que o nosso pai Jacó...” Se ela se dizia descendente de Jacó, por certo sangue judeu corria nas suas veias.
As vezes vemos pleitos assim, frutos de tolices periféricas ensejando preconceitos. Tipo; entre, “Pentecostais e reformados”, como se isso devesse ser uma barreira separando, embora, ambos evoquem o mesmo Sangue, o de Cristo, como remidor. O que sou? Pentecostal ou reformado? Bem, espero ser renascido. No mais, não há barreiras. Gosto da Palavra e também do Espírito. Não são coisas excludentes.
O bom de apresentarmos Cristo a terceiros é que não precisamos convencer a ninguém; Ele mesmo se fará conhecer, como fez em Samaria; “... já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos O temos ouvido, e sabemos que, este é verdadeiramente O Cristo, O Salvador do mundo.” V 42
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