quinta-feira, 16 de maio de 2024

Pudores de Brasília


“Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita.” Confúcio

Concordo com o filósofo chinês. O homem irado está no ardor de um fogo veemente, cuja chama arrefecerá, a medida que o combustível da causa for consumido, pelo tempo.

O hipócrita age como um herói com dupla identidade. Esses quando um perigo assoma, deixam o “disfarce” de pessoas comuns, e colocam-se em socorro dos necessitados; aquele, quando vislumbra uma plateia, ainda que, com um expectador apenas, disfarça sua essência egoísta, veste a capa da virtude e entra no “teatro”, encenando o que, sabe que deveria ser.

Em suma: A ira é um rasgo pontual de inconformidade; hipocrisia é ausência de caráter negando a própria existência.

Temos tantos exemplos de hipocrisia que seria cansativo elencar. Paulo Pimenta falando em combater “Fake News” é mais ou menos como, o Conde Drácula prometendo doar sangue.

Os deputados esquerdistas do RS, sete ao todo, votaram contra a postergação do pagamento da dívida junto à União; claro, depois virão de novo posar de homens públicos, defensores do Estado e dos cidadãos gaúchos, certamente, isso também os coloca no rol daqueles dos quais devemos sempre fugir, segundo Confúcio.

Passada a tragédia nos virão pedir apoio. Para quê? Qual a necessidade que a sociedade tem de “representantes” assim? Em todos os âmbitos, municipal, estadual e federal, o serviço público tem sido pífio; há mais preocupação com a imagem dos “servidores” que com as vítimas; a sociedade civil, voluntária e organizada emergencialmente, é que tem feito a diferença nos socorros urgentes nessa desgraça.

Pautas minoritárias e identitárias têm sido levantadas como se, fizesse alguma diferença numa tragédia assim, fatores periféricos comportamentais, francamente!! Que atestado de indigência moral! Que servidores abaixo da linha de pobreza funcional!!

A bem da verdade, o PT nunca teve que lidar com oposição, até 2018. O surgimento de Jair Bolsonaro, seu probo governo mesmo durante a pandemia, mostrou que existe possibilidade de política honesta, além do “Teatro das Tesouras”, onde PT e PSDB encenavam renhida peleja diante das câmeras, enquanto faziam sujas negociatas nos bastidores.

A “imprensa” facilmente domesticável, pelo método de ade$tramento inteligente, nunca causou problema naqueles dias, em que os corruptos “eram felizes e não sabiam”, segundo Alexandre de Moraes.

Assim, dois “males” ao mesmo tempo desafiaram aos “defensores dos trabalhadores”; oposição de verdade, com a existência de deputados de direita combativos como temos tantos, felizmente, senadores, governadores. Não é o caso do nosso, infelizmente. Eduardo Leite chegou a dizer que o “excesso de doações prejudica o comércio local”. Que comércio? Que local? Que vergonha, Governador!!

O segundo “mal”, para desgraça do establishment, foi o advento das redes sociais. Em furtolândia precisam aprender a lidar com isso. Os fatos, esses rebentos sempre cobertos com os panos das conveniências, que eram ciosamente estendidos pelas mucamas da mídia venal, começaram a ser expostos, por falta de cobertas.

Se bem que, a verdade parece ser simpatizante do naturismo; ela, costuma se expor nua, sem nenhum pejo. A fartura de veículos que agora têm acesso ao desfile dela, acabaram se tornando feitores de grave obscenidade, prejudicial em extremo, aos pudores de Brasília.

Como ninguém desejaria ofender à ilustre princesa, dizendo que sairiam em perseguição contra a verdade, lhe ressignificaram, chamando-a de “Fake News”; com um nome bonito assim, bem que a podem caçar, sem que o vulgo, o ruminante, proteste. Ele sempre foi fartamente alimentado pela forragem midiática com aditivo alienante mesclado, pra não perceber que se faz sustentáculo aos que furtam seus direitos; sim, idiotas úteis saem gritando em defesa dos que lhe colocam antolhos.

Quase três semanas após o início da tragédia, descobriram tardiamente, que, não está tudo dominado como sempre esteve; os fugazes, enfim, posam no front; pois, precisarão de capas de engajados para vestir nas próximas eleições que estão bem próximas, aliás.

Não importa para os tais, as vidas que se perderam; se puderem, ocultarão a verdade quanto a isso também, falseando números para que eles falem o que melhor lhes convier. Afinal eles têm uma “imagem” a salvar. Breve terão novo pleito. E parece que o “Caramelo e a Esperança” não ajudaram muito.

A diferença da catástrofe moral, humana, de, ser nossa sociedade gerida por escórias assim, e a catástrofe climática que nos assola, é que os danos dessa, nus e crus, são visíveis de imediato; enquanto, aquela consegue diluir-se, ensejar alguma virtude, contando com a ingenuidade da plateia, cada vez menor, á medida que, as características dos “tempos felizes” dos biltres se apequenam também.

Não se trata de bandeiras, ideologias; valores verazes não podem ser reduzidos a isso. Mas, de crassa vileza que mercadeja com vidas preciosas, pela manutenção dos privilégios de tantas, inúteis.

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