domingo, 26 de maio de 2024

Odres velhos


“Ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.” Mc 2;22

O desejo por novidades palpita na alma, humana, como registrou Lucas: “Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão, de dizer e ouvir alguma novidade.” Atos 17;21

A mensagem de salvação, é chamada de boas novas, Evangelho, em grego, malgrado, seja de conhecimento comum. Nada demais, pois, termos ouvidos para algo novo, quando surgir.

Acontece que pipocam na praça tantas “novidades” teológicas, que, como o pão dos gibeonitas, exibem o bolor dos muitos dias. A velha inclinação à desobediência, tentando etiquetar como sem uso, às peças do seu brechó.

Fontes espúrias, de gente avessa ao cumprimento da Palavra de Deus, que, tenta cooptar quem lhes ouvir, para que se torne também, desobediente consigo. Quiçá, seguidor de uma “nova visão”.

O mestre em preterismo “descobre” que Cristo não voltará, pois, “já veio” no ano 70; o especialista em grego, “desvenda” a Marca da Besta, de modo sui generis; o versado em gematria “revela” quem será o títere do capiroto; o expert em exegese ensina que é errado construirmos locais para congregar, uma vez que somos os “Templos de Deus”; o “catedrático” em hermenêutica, esposa que o dízimo era coisa restrita ao Antigo testamento, não está em vigor; outros ousam inda mais: Revelam a “esposa de Cristo” que a Igreja teria escondido por dois mil anos; sem falar, nos muitos “segredos” do Livro de Enoque, que os conhecedores fazem questão de contar, pra que, enfim, saibamos a verdade.

Quem se recusa escavar para a fundação de um prédio que deve fazer, gasta seu tempo e latim, discutindo as cores que o mesmo deverá ser pintado. Digo, os avessos ao básico, à conversão, se pretendem mestres de escatologia, luzeiros tardios dos desinformados, “Indianas Jones Teológicos” caçadores da verdade perdida, nos recônditos de algum limbo histórico... Francamente!!

Odres velhos estragando o vinho novo. O Mestre ensinou que Sua Doutrina carecia de vasos novos; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” Jo 3;3 e 5

Assim, temos dois aspectos que eliminam aos “repórteres de novidades”: Quem não nasceu de novo não pode entrar no Reino, nem ver na dimensão espiritual; e quem foi regenerado em Cristo, tem um testemunho íntimo, que prescinde de tesouros arqueológicos, achados teológicos, contorcionismos linguísticos, escatológicos...

“O mesmo Espírito (Santo) testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

Em paz com esse testemunho, estamos abertos a quaisquer descobertas, seguros que, essas confirmarão à Palavra de Vida, invés de contrariar. Sabemos em Quem temos crido.

Deus não deixou nada, necessário, oculto nalguma profundeza, onde só um “eleito” especial pudesse encontrar; antes, “... Seu Divino Poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Portanto, ainda que não sejamos refratários a nenhuma descoberta, não carecemos de uma “nova doutrina”, de uma justificativa “bíblica” para que possamos desobedecer, ou coisas assim.

Por que ninguém poderia descobrir algo que demonstrasse os erros da Bíblia? Porque os milhares de pessoas transformados por ela, seriam vigorosa testemunha em favor da sua veracidade. Além do testemunho em nosso espírito, já referido.

Cada um que aceitou o desafio do Salvador, sabe de qual fonte bebe; “... A Minha Doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17 a prática da Palavra com seu “encaixe” pacífico e sábio, em todas as vicissitudes da vida, testemunha também.

O que Deus tem contra novidades? Nada. Ele nos desafia a abraçarmos às tais. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4

Elas, pois, testificam que passamos a ser de Cristo. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Novidades em nós, que fomos transformados após o conhecimento da verdade. “... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4;22 a 24

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