“E uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava lhes com os cabelos da sua cabeça; beijava-lhe os pés, e ungia lhes com o unguento.” Luc 7;37 e 38
A rigor todos somos pecadores; quando o texto da época diz, “uma pecadora” pretende algo além do óbvio. Tratava-se de uma mulher de má fama; prostitutas e publicanos eram considerados pecadores. Os religiosos estariam na Divina aprovação; o povo dependia desses para ser elevado ao patamar das bênçãos; seriam privados das santas bênçãos, por ignorância. “Mas esta multidão, que não sabe a Lei, é maldita.” Jo 7;49
Assim, a mulher que perfumava os pés do Mestre depois de lavar com lágrimas e enxugar com os cabelos era uma prostituta. O fariseu que recebia a Jesus naquele momento, não conseguiu refrear seu ceticismo, tampouco sua religiosidade “santa” que tolheria aceitar o afeto de alguém tão ruim como aquela. “... o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora.” V 39
Se, O Salvador só aceitasse adoração dos santos teria ficado nos Céus entre os anjos. “... Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” Mc 2;17
Não significa que os religiosos de então estariam sãos, e que apenas prostitutas publicanos e o populacho fossem pecadores.
Apenas, usou O Mestre, uma sentença lógica, embora, também tenha denunciado a apostasia do sistema religioso de então, chamando-os ao arrependimento. Vendo que, por presunção se recusavam a isso, O Senhor advertiu que os ruins daquela sociedade estavam agindo melhor do que eles. “... Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; publicanos e meretrizes creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer.” Mat 21;31 e 32
É uma doença humana derivada das nossas limitações, aquilatarmos as coisas pelo que vemos. Podemos, como Simão o Fariseu de nosso apreço, duvidar de Onisciência Divina por causa de nossa ignorância. Aquele pensara que Jesus carecia ver melhor; “... se Ele fosse profeta saberia...” quando era Simão que estava cego, para as coisas espirituais.
Olhamos mais para o vaso, que para o unguento. Aliás, tornou-se uma canção muito popular no meio Evangélico, o “Vaso de Alabastro”.
O alabastro, sulfato de cálcio hidratado, é uma espécie de gesso. Não havia plástico então, nem vidro, dos quais, são feitos a maioria dos recipientes modernos para perfumes. Era, pois, uma ânfora comum na época de valor ordinário.
O valor para ela, estava no unguento, que a mesma comportava; para Jesus, no amor que ela demonstrava por Ele, naquela atitude ousada, diante de todos.
Depois de ensinar para Simão o que deveras conta ante O Santo, concluiu: “Não me deste ósculo, mas, esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento. Por isso te digo que seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.” Vs 45 a 47
Óbvio que devemos cuidar de nossos vasos (corpos). “Que cada um de vós saiba possuir seu vaso em santificação e honra;” I Tess 4;4 Todavia, o conteúdo é que conta, em última análise, como ensinou Paulo: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não de nós.” II Cor 4;7
O proveito do exercício físico existe, para manutenção da saúde do corpo; é algo bom. Porém, como somos chamados à vida eterna, muito além do alcance de nosso “vaso”, devemos priorizar o exercício espiritual, como aconselhou o mesmo Paulo: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita; a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8
Santificação e honra nas quais, devemos possuir nossos corpos, requerem decência, modéstia. Essas qualidades serão um testemunho visível.
Quem se preocupa deveras em agradar ao Senhor, deve ser cioso quanto ao “unguento”; a santificação, comunhão, obediência do que, anda em espírito, é que exala o perfume que O Eterno preza. “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.” II Cor 2;15
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