segunda-feira, 27 de maio de 2024

Justiça; o insumo básico



“Vi mais debaixo do sol, que no lugar do juízo havia impiedade, no lugar da justiça, impiedade ainda.” Ecl 3;16

Normalmente temos a piedade como mero sentimento religioso, útil para quando orarmos, buscarmos a Deus. A justiça seria um aferidor necessário nas relações interpessoais, nos contratos cotidianos, sem um vínculo direto com a vida espiritual; será?

Paulo apresentou a piedade como útil nessa vida e no porvir: “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente, e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8 Qual seria o aspecto mais visível da piedade, na vida presente?

Mais que nos exercitarmos espiritualmente oferecendo cultos ao Eterno, estamos numa escola, onde nossos valores são alinhados aos dos Céus, aprendendo a prática da justiça, antes de levantarmos as mãos ao Criador. A Palavra Dele requer: “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.” I Tim 2;8 Sem injustiças, podemos acrescentar, sem receio.

A Palavra da Vida nos foi dada, não para ensinar trejeitos de religiosidade; antes, para forjar vidas probas, diante Daquele que ama à justiça. “Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Se, subestimamos a regeneração dos nossos caracteres em Deus, e ainda assim pretendemos frequentar à Casa Dele, onde Sua Palavra é ensinada, ignoramos Seu objetivo, restaurar-nos; então, fazemos do culto um fim em si mesmo. Como se, pudéssemos viver nosso dia a dia às nossas maneiras, segundo nossos valores, desde que, reservássemos um tiquinho do nosso tempo, num teatrinho religioso para "agradar" a Deus.

Em dias antigos, já se tentou essa farsa. Pomposos cultos, louvores, sacrifícios; lá fora, cada um segundo sua impiedade. O Eterno protestou: “Odeio, desprezo vossas festas; vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. Ainda que Me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não Me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de Mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, a justiça como ribeiro impetuoso.” Am 5;21 a 24

O que desqualificava aos cultos não eram sacrifícios, insuficientes, louvores desafinados, pregações imperfeitas; antes, a ausência de juízo, de justiça no modo de vida dos “devotos” de então.

Se, pois, alguém trata o aspecto espiritual da vida como mero apêndice, algo mais, que, se não fizer bem, mal não fará, ainda não entendeu nada; está invertendo prioridades, usando pedra preciosa na funda. Cristo ensina: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

A Palavra não mostra Deus olhando para a terra esperando encontrar cânticos espirituais, mãos levantadas ou, futilidades simulares; antes, olhou demandando por quem O buscasse para se santificar, aprender a praticar o que Ele deseja. “Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, nem sequer um.” Sal 53;2 e 3

Mesmo O Eterno tendo desprezado as “honrarias” da boca pra fora, mediante Isaías; reiterado isso através do Salvador, muitos ainda não entenderam as coisas. Disse: “... Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-Me com os lábios, mas seu coração está longe de Mim;” Mc 7;6

Basta que frequentemos alguns cultos, e o que mais ouviremos será: “Glória a Deus!” É errado? Não. A Ele toda glória. O problema é quando pensamos que são nossos lábios apenas, que O devem glorificar, divorciados das ações. “Resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Não que O Santo despreze sentimentos, lhe bastem as ações. São os sentimentos corretos que patrocinam as ações corretas diante Dele. Do Salvador está dito: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, O Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que a Teus companheiros.” Sal 45;7 Seu amor e Seu ódio agradaram a Deus; por estarem, ambos, nos lugares certos.

Porque Deus anseia por justiça mais que louvores, nossa grande dependência de Cristo; submissos a Ele, Sua justiça é imputada a nós, invés dos nossos pecados; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

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