quinta-feira, 2 de maio de 2024

A tragédia


“Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus Estatutos.” Sal 119;71

Há um componente medicinal nas aflições que só pode ser haurido, por aqueles que as recebem no espírito correto, com discernimento das causas. Salomão filosofou: “Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Atualmente, em nossa região, tudo o que nos parece necessário, é socorro, palavras de consolo, esperança, dada a imensa tragédia que se abate sobre nosso Estado, principalmente nas regiões ribeirinhas, com inundações descomunais; a compreensão das causas parece irrelevante; ou, ao menos, inoportuna.

Há uma diferença entre a voz do profeta e a do cronista. Aquele antevê e avisa da parte de Deus; esse, reporta, quando as coisas já estão acontecendo. Mais que uma análise causal, é tempo de tristes e devastadoras reportagens.

Sempre recordo J.F. Kennedy; “O telhado devemos consertar, quando o sol está brilhando.” Sábia providência! Antever às “chuvas”, e preveni-las. Manifestar solidariedade ajudando das formas possíveis, rogar orações pelo nosso Estado, é lugar comum, agora.

Infelizmente, por duro e insensível que pareça, quando Deus fala em tempos de calmaria, viramos as costas; quando permite fragmentos de juízo assomem, batemos desesperados à Sua porta. Ele detesta esse “utilitarismo” hipócrita, que despreza o conselho que trataria das causas, e se apressa a clamar por socorro no clímax das consequências.

Perguntou ensinando: “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? Vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para Minha repreensão; pois, vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras. Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi a Minha Mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte, rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo vosso temor.” Prov 1;22 a 26

É claro que me entristece e comove ver a dor das pessoas que estão perdendo seus patrimônios e vidas até. 

Em geral, os oportunistas parecem mais “humanos” em horas assim; passado o temor, a vida voltando ao normal, “soltam os bichos” em suas práticas pecaminosas e contrárias ao querer de Deus, o qual, julgam muito importante agora, e fazem parecer desprezível, depois.

Esse “surf” social que ajeita suas pranchas, conforme as ondas, não é próprio de um servo de Deus que O teme e busca honrar em tempo integral.

Não é sábio tratarmos ao Todo Poderoso como se fosse um pneu reserva, que só serve, eventualmente, quando fura um dos que estamos usando; por um pouco, até chegarmos ao borracheiro, depois, podemos deixar de lado novamente. A maioria dos religiosos de tragédias, age assim.

Nosso compromisso com O Senhor deve ser em tempo integral: “Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” Ecl 9;8

Figura poética tencionando dizer: “Em todo tempo sejam justas tuas ações, e nunca esqueça da direção do Espírito Santo, antes das tuas decisões.”

Em geral, grandes desgraças como terremotos, tsunamis, furações, tornados, vemos pela televisão; são males que atingem outros, noutros países. Não agindo nós, nenhum pouquinho melhor que os habitantes dos países onde isso acontece, muitas vezes fazendo pior, por que estaríamos livres de toda sorte de desgraças?

“Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os Estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Bem sei que, quando tudo passar, o “carro” voltar a rodar com seus quatro pneus de sempre, presto recomeçará a cantilena sobre as causas. “O aquecimento global”, a falta de cuidado com a ecologia, a má gestão dos políticos, etc. O mesmo Deus, tão solicitado agora, será solenemente esquecido, deixado de lado. Infelizmente sempre foi assim.

Bons tempos aqueles em que as aflições ensinavam alguma coisa. Claro que me dói e preocupa, ver o que estou vendo!! Porém, isso vai passar; breve, me doerão coisas que muito poucos estarão vendo. A indiferença a Deus, Sua Leis, Seus Estatutos, novamente desprezados. 

Afinal temos um “Cristo Protetor” com mais de 40 metros de altura para nos guardar. Nossa maior autoridade é um assumido perverso sexual; tudo está “normal”. Que Deus abençoe o Rio Grande!

Estou dizendo que esses dois aspectos citados são as causas? Não! São tristes nuances de uma sociedade perversa, inimiga de Deus, avessa às Suas Leis.

Minha solidariedade a todos os que estão sofrendo. Sincero desejo que, ao vermos tantos patrimônios imensos, sendo desfeitos num momento, possamos, finalmente, entender o valor real das coisas, priorizando a vida. Pois, “... a vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui.” Lc 12;15

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