segunda-feira, 13 de maio de 2024

A Ira Divina


“... a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgredem as leis, mudam Estatutos e quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a Terra...” Is 24;5 e 6

Muitos especulam sobre as causas do que vivemos no Estado. Além da cantilena de sempre, o “Aquecimento Global”, outros aventam a possibilidade de causas espirituais estarem por trás disso.

Então, resgataram vídeos antigos de pregadores que denunciaram a dureza dos gaúchos em relação ao Evangelho; elencaram pesquisas com o alto número de divórcios em nosso Estado, a presença de cultos satanistas e até um cemitério desse tipo foi recentemente inaugurado em Viamão. Tais coisas seriam “atraentes” à Ira Divina.

Eu mesmo, num texto pretérito, aludi ao “Cristo Protetor” e ao fato de a maior autoridade do nosso Estado ser um pervertido sexual, não como as causas necessárias, mas, como nuances de uma sociedade idólatra, e alienada dos valores do Eterno.

Porém, se observarmos o verso inicial, do profeta Isaías, veremos que, a denúncia pela escolha da maldade de costas para O Criador é um fenômeno global. “A Terra está contaminada por causa dos seus moradores...” Não é uma característica exclusiva do Rio Grande do Sul, embora, nossas digitais nisso, sejam bastante graves.

O esperável seria, que, dores lograssem tocar corações, como num desfio a reconsiderar caminhos, escolhas; em geral, não é o que acontece. Talvez, os dias de Salomão fossem menos ruins que esses; escreveu: “Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Malgrado, o heroísmo abnegado de muitos cidadãos, que, se aventuram a socorrer sem nenhum interesse raso, muitas autoridades, que deveriam dar exemplo, são pagas para isso, invés de um engajamento intenso, desinteressado e exemplar, preocupam-se com o que vai dar mídia, o que pode melhorar a imagem desse ou daquele, e render mais votos nas próximas eleições. Qualquer bicho, cavalo, cachorro, vira alvo de disputa se servir de vitrine. Pequenez insiste onde a situação requer grandeza.

Nada consegue melhorar um milímetro, seus corações egoístas, sua sede de poder que engole até a empatia.

No auge da pandemia não foi diferente; quando tudo estava fechado, igrejas até; a “fé” de alguns era tal, que surgiram as “lives”; todos queriam “adorar a Deus”. Pensamos, os mais ingênuos, que, pós calamidade, muitos se arrependeriam, deixariam suas vidas dissolutas e voltariam ao Evangelho. Ledo engano. A impiedade voltou mais pujante que antes; igrejas sérias seguiram sérias; as dos mercenários continuaram roubando.

Temo que tudo se repita. Durante a tragédia, empatia de uns, oportunismo de outros, sofrimento. Depois, vida que seguirá, cada um à sua maneira, sem sinais de que esteja constrangido por ter ofendido ao Eterno, ou, deseje mudar de atitude.

Quem cultuava seus ídolos seguirá a fazê-lo; quem cometia perversões, idem; quem vivia de baile em baile em busca de promiscuidade, também. “... transgredem as leis, mudam os estatutos, quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...”

Possivelmente, os mais “suscetíveis”, deplorem uma denúncia como essa, pela falta de sensibilidade, empatia. Mas, quem adverte contra os descaminhos, em tempos de calmaria, não se torna oportunista se seguir fazendo o mesmo, em dias dolorosos como os atuais. É apenas o ministério do ensino, segundo seu curso, mesmo quando outras coisas podem ensinar também.

Nem sempre quem mais chora num velório é quem mais amava ao que partiu; eventualmente, o remorso por ter tratado mal quem se foi, dá azo ao maior barulho quando se torna tarde demais para mudar. Assim, talvez seja mais sensível quem antevê os perigos, que outro que, em meio a eles, se enche de escrúpulos para depois seguir como antes.

Reitero, a Ira Divina pesa contra toda Terra. Tornados nos Estados Unidos, enchentes devastadoras no Oriente Médio, tufões e tsunamis na Ásia, terremotos na América central, etc.

Tudo isso são gemidos da criação aguardando pelo Criador. “Porque sabemos que toda criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;22

Inevitável nos solidarizarmos com os que sofrem perdas de toda espécie. Na medida das nossas possiblidades, ajudar. Todavia, quem foi capacitado a falar da parte de Deus, não pode ser omisso em tempo nenhum.

O riso das hienas, felizmente, poucas, não mostra o que os outros Estados pensam. Mostra o que aqueles bichos são. A imensa maioria tem feito grandes coisas, enviado socorro e motivação inefáveis. Deus os recompense por isso.

Nada mais eloquente que uma catástrofe dessas para mostrar quão efêmeras as posses. Se, algum bem puder eclodir do meio de tantas dores, seja, aprendermos priorizar as coisas eternas, em face das temporais. “Buscai primeiro, O Reino de Deus e Sua justiça...” Mat 6;33

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