sexta-feira, 24 de maio de 2024

Fora do Reino



“Ficarão de fora os cães, feiticeiros, os que se prostituem, homicidas, idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

Não é uma lista exaustiva. Alguns pecados foram postos em relevo, entre eles, a mentira.

Está na moda o combate às “Fake News”; a vulgar, mentira. Quer dizer que o Governo está certo? Sim e não.

O mérito procede, a mentira é uma coisa má; o método da proibição pela força, também é; por tolher à liberdade de expressão que é um bem inegociável, onde os direitos humanos forem respeitados. Assim, estariam usando um erro para “consertar” outro.

Além disso, mentira e verdade dever ser indicadas pela força dos fatos, não pela voz de quem falar mais alto; tampouco, pelo interesse que quem pretender o controle, em favor de suas preferências particulares.

Desde sempre, patifes que detinham o poder caçaram desafetos, de maneira bem sórdida; sempre ocultando-se atrás de algum escudo “nobre”. Quando Lutero defendeu que a salvação seria pela fé, não pelas obras, ou, pelas indulgências que prelados católicos vendiam, causou alvoroço. De onde o sujeito tirara tais ideias? Da Bíblia. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9 “O justo viverá da fé...” Heb 10;39 etc.

Isso despertou o furor do Paulo Pimenta da época. Fake News, heresia!!

Embora, o pregador queria apenas ensinar a verdade ao povo, bradavam em defesa da “ortodoxia” contra a “heresia”. Os tiranos sempre precisam vestes emprestadas.

Antes, John Wycliffe pregara coisas semelhantes, foi precursor da Reforma. “A verdadeira autoridade emana da Bíblia, que contém o suficiente para governar o mundo” atreveu-se a dizer o “herege”. Esposava que, A Palavra de Deus deveria estar ao alcance de todos, em língua vulgar, não apenas para a nobreza, em latim.

Defensores do elitismo religioso vigente acusavam: “A joia da nobreza virou brinquedo de leigos”; depreciando a tradução de Wycliffe para a língua inglesa das Escrituras. Entre muitas lutas e perseguições, fez isso, para desconforto do clero; que, não o tendo queimado vivo, como era seu costume, anos mais tarde “reparou seu erro”; além de queimar os escritos, desenterrou e incinerou solenemente, os ossos do pregador.

Uns tempos depois, William Tindale retomou a empresa de Wycliffe, desta vez, traduzindo do Grego e do Hebraico, não do Latim, como fizera aquele. Influenciado pelos escritos de Erasmo de Roterdã, e Lutero, que traduzira a Palavra de Deus para o alemão. Dessa vez, o clero não cometeu o mesmo “erro”; queimou o “herege” ainda vivo, como fizera com John Huss, para “exemplo” daqueles que achassem que o povo poderia ter acesso à Palavra de Deus.

A Palavra não foi dada para privilégio de poucos; antes, ela mesma ordena que, seja pregada a todos. O rei Artaxerxes, falando ao sacerdote Esdras, recomendou que colocasse em autoridade, gente que conhecesse a Lei de Deus. “... nomeia magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está dalém do rio, os que sabem as Leis do teu Deus; ao que não as sabe, ensinarás.” Ed 7;25

O hábito de defender privilégios, mascarando-os de defesa de valores persiste, nada de novo debaixo do sol.

Os que vendem a alma ao diabo, usam de todos os “argumentos”, mesmo opostos, se necessário, para saciedade da sua sede de poder. “Fora da Igreja Católica não há salvação”, berravam os “proprietários” de Deus. Para desacreditar o esforço dos reformadores. Hoje, o ecumenismo considera “válidas” todas as crenças, desde que se aninhem juntas à sombra do “Papa”.

Não se trata, de zelo pela verdade; antes, pelos interesses mesquinhos.

O combate à mentira é muito salutar; deve habitar em cada um de nós. Como convém tirar a trave de nosso olho, antes de ajudar o semelhante, precisamos combater a mentira em nossas próprias falas; para tanto, Deus nos capacitou, colocando um aferidor em nossas consciências, que silencia, à verdade, e brada seu repúdio à menor sombra de mentira.

A balela para consumo externo, dos que dizem combater o falso no exato momento em que o estão produzindo, não convence nem eles mesmos. Certamente suas consciências lhes dizem poucas e boas, mostrando os patifes que são.

Quem ama à verdade, pratica a mesma, por questão de saúde espiritual e psíquica. Não há alvos exteriores prioritários. Em geral, embora as pessoas costumem bordar flores no pano da sinceridade, o homem veraz causa estragos quando fala; a vida social se dá melhor com hipócritas, mentirosos.

Os que zelam por valores não priorizam convivência; antes, se amoldam à verdade; “aos seus olhos o réprobo é desprezado; mas honram aos que temem ao Senhor;” Sal 15;4

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