quinta-feira, 16 de maio de 2024

Almas na prova


“Como o crisol é para a prata, o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21

Metais como prata e ouro são derretidos para remoção das impurezas, tantas vezes, quantas, parecer necessário ao que tem a perícia para os purificar.

Essa arte deu origem a alguns provérbios, relativos a purificações maiores; das almas. “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4 “As Palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” Sal 12;6 Não invertamos as coisas: A prata precisa ser purificada sete vezes, antes de ser comparada À Palavra do Senhor, que já é pura.

Antevendo o Ministério de Jesus Cristo, Malaquias disse: “... Ele será como fogo do ourives, como sabão dos lavandeiros.” Ml 3;2 Duas figuras atinentes à purificação; o sabão que desfaz sujeiras, e o fogo do ourives, que derrete metais, para remoção das impurezas.

Diz o texto inicial que, assim como os metais são refinados nos seus locais próprios, o homem é provado pelos louvores (que recebe), como?

A presente geração é um triste retrato da falta de noção, e desejo de louvores imerecidos. A facilidade de interação global pela INTERNET deixa isso mais evidente. Salomão, parece que estava vivendo nossos dias quando escreveu: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Todos somos livres para “curtir” ou enviar coraçõezinhos a quem postar algo. Todavia, a menor discordância, o mínimo reparo a uma colocação imprecisa, e pronto, estaremos sujeitos a chuvas e trovoadas. Quem somos para nos intrometermos nas vidas alheias?

Seria hipócrita dizer que não gostamos de elogios. Mas, gostamos ainda mais da verdade. Quando a coisa é desmedida, descamba para a lisonja, a sensação é ruim, de desconforto diante da falsidade. Mesmo quando elogiados com verdade, não nos cabe “subirmos à mesa” como se fôssemos alguma coisa. Paulo pergunta com muita razão: “Porque, quem te faz diferente? Que tens tu que não tenhas recebido? Se o recebeste, por que te glorias, como se não o houvesses recebido?” I Cor 4;7

O ego que faz o ser humano sobressair aos demais é uma ideia satânica. Esse tipo de “beleza” onde, um brilha e outros aplaudem, não o é tipo que os Céus apreciam. Quando alguém enche o mundo de caras e bocas e toda sorte de artifícios em demanda de louvores, deixa patente sua febre egoísta, seu desejo de brilhar, ser adorado, na sugestão maligna aquela: “Vós sereis como Deus.”

Se, louvores desmedidos, invés de me constranger, encabular pela certeza da minha indignidade para tais, me fizerem sentir o tal, importante, a última baga da vinha, ainda estou sendo reprovado grosseiramente nesse teste.

A beleza aos Olhos Divinos está mais, no coletivo; na unidade direcional do enxame, no bailado vívido do cardume, no revoar simétrico do bando, na paz harmônica do rebanho.

Momentos como a catástrofe vivida no Rio Grande do Sul, onde todos, grandes e pequenos, famosos e anônimos, ricos e pobres se solidarizam e cada um contribui conforme suas forças, evidenciam nuances da beleza que O Eterno Ama, e preceitua: “... amá-lo (a Deus) de todo coração, todo o entendimento, toda a alma e todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.” Mc 12;33

O amor que folga com a verdade, não considera o próximo uma entidade suprema, intocável que jamais possa ser corrigida, ensinada. Antes, por se importar com o semelhante, ajuda-o de todas as formas, sejam materiais, emocionais ou espirituais.

É na adolescência psíquica que alguém se abala com alheios apreços, sejam aplausos, sejam vaias. Na maturidade, aqueles que a ela chegam, ainda que não se tornem refratários a essas coisas, também não lhes atribuem um peso excessivo. Tanto os aplausos quanto as vaias, podem ter mais a ver com as limitações alheias, que com nossos méritos. Tenho por filosofia, não padecer por doenças alheias.

A maturidade que conta e traz discernimento para a vida, deriva de nossa relação sadia com A Palavra de Deus. Nela as coisas que dizem respeito à vida foram postas; é o manual do fabricante. Os que a rejeitam, não mudam o “manual”, tampouco as razões do Criador. Estão previstos nela.

O discernimento da essência das coisas, nessa miscelânia de falsidades, aparências artificialmente forjadas, deriva de nossa relação com a Palavra de Deus, que nos aperfeiçoa, tanto quanto possível, na limitação imperfeita que aqueda nos lançou; “... o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14

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