terça-feira, 28 de maio de 2024

Pendão do Espírito



“... vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele Sua Bandeira.” Is 59;19

Ao cogitarmos uma bandeira, fatalmente pensaremos numa combinação de cores, uma identidade. Num sentido figurado, um conjunto de ideias, postulado filosófico, visão política do mundo, também pode ser expresso como uma bandeira.

Mas, do Espírito de Senhor, quais seriam as “nuances” do Seu pendão, quais figuras ondulariam nele?

Paulo ensinou: “... ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” I Cor 1;11 “As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” V 13 Devemos comparar as coisas espirituais, em seu âmbito próprio, embora, possamos usar assessórios naturais.

As figuras são necessidades para nossa expressão, dadas nossas limitações ao imanente, quando, precisamos abordar ao transcendente; ou, quando carecemos lidar “concretamente”, com abstrações.

Era hábito comum nas batalhas, um exército correr ao encontro delas, empunhando sua bandeira. Além do lábaro identificar em favor de quem, iam à luta, todo um compêndio de valores, visão de mundo, estava “abrigado” sob aquele pano.

Assim, quando o profeta alude à Bandeira do Espírito do Senhor, arrola necessariamente, sob ela, todos as coisas agradáveis ao Rei dos Reis. Por outro lado, as distorções e perversões contra as quais O Eterno luta desde a queda, são “soldados” do inimigo; sob a bandeira dele. Os valores que são caros ao Eterno, as coisas que preceitua, pelas quais devemos lutar, estão expressos na Sua Palavra; são as “cores” que identificam os valores defendidos pelo Espírito de Deus.

Não poderia mera bandeira resistir às águas. Essas costumam ser mui destrutivas, como vimos, dolorosa e recentemente. Porém, o próprio texto em apreço, deixa ver que essa expressão é mero símile; “vindo o inimigo ‘como’ uma corrente de águas...” 

Vulgarmente se chama à derrocada de valores, corrupção, imoralidade, promiscuidade concomitantes, de “mar de lama”. Mais ou menos o que se tornou a sociedade atual.

Como esse mar, a rigor, não é mar, também a Bandeira do Espírito de Deus, não é estritamente, bandeira. Antes, valores que se opõem ao lixo disseminado; o campo de batalha são as mentes humanas, as almas, que ambas as forças pretendem conquistar.

Os exércitos malignos fazem grandes estragos, com o bombardeio dos prazeres, o cerco do mundo, a infantaria da carne, pelejando pela destruição da Imagem e Semelhança Divina.

O Espírito do Senhor emprega a persuasão da Palavra, a Espada do Espírito, escudo da fé, apoiado pela logística do testemunho, e o invencível pelotão de elite da cruz.

Vencedores não são aqueles cujos corpos seguem em pé no final dela; antes, os que, mesmo ao custo das suas vidas, não capitulam ao apelo da oposição, à corrente de águas sujas dos pecados.

Foi na iminência de ser martirizado, que um deles disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos que amarem a Sua vinda.” II Tim 4;7 e 8

Justo Paulo, que nos aconselhou a comparar as coisas espirituais com as espirituais, nos mostrou com seu exemplo, como vence aquele que batalha ao lado do Espírito do Santo. Nega à própria vida, quando necessário, sem negar ao seu Senhor. O amor o constrange, e O Espírito Santo o capacita.

O inimigo não pode se gloriar disso; embora seu exército seja muito mais numeroso, os engajados o fazem por si mesmos, pelo lixo moral que seu dominador lhes faculta, não por amor ao senhor deles. Eventualmente marcará, externamente, como gado, aos seus, por não conseguir marcá-los nos seus corações. Amor é munição que apenas o Exército de Cristo possui.

Não confundir com sentimentalismo barato, isso existe em qualquer esquina; falo do amor que, “... é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” I Cor 13;4 a 7

Os valentes do Senhor não vencem exércitos. Negam a si mesmos, para que Cristo vença ao pecado neles. Não são masoquistas que preferem a dor; antes, gente que ousou entrar pela porta estreita; o exercício na obediência já a fez ampla. “... assim vos será amplamente concedida entrada no Reino Eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Ped 1;11

“Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las.” Sêneca

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