domingo, 19 de maio de 2024

Os espinhos



“Porque assim diz O Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

O Salvador usou figura semelhante, aludindo aos lugares que a semente pode cair. À beira do caminho, sobre pedras, entre espinhos, ou, boa terra.

Quanto ao significado dos espinhos, ensinou: “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas, sufocam-na, e fica infrutífera;” Mat 13;22

Se o Próprio Semeador da parábola semeou entre espinhos, por que, mediante Jeremias aconselhou eles a não fazer assim? “Preparai o campo de lavoura, nãos semeeis entre espinhos.”

Porque a pregação do Evangelho é diferente, da postura que devem ter, os que já têm um compromisso com O Senhor. Ela é expansiva, inclusiva; “Ide por todo mundo, pregai O Evangelho a toda criatura...”

Quem prega não pode selecionar ouvintes; sua mensagem deve cair sobre todos. Porém, quem ouve pode escolher como reagir; a reação qualificará cada um, como um daqueles tipos de solo, figurados pelo Senhor.

A mensagem de Jeremias era ao povo do Senhor, da Antiga Aliança. Nesse caso, o concurso dos espinhos seria já um desvio dos preceitos santos, nos quais, foram ensinados desde Moisés.

Cuidados do mundo e sedução das riquezas suprimindo A Palavra do Senhor. Na verdade, é uma figura recorrente na cultura judaica, ter espinhos tipificando coisas más; infidelidade, desonra, usurpação, como foi nos dias dos juízes. Três ou quatro herdeiros legítimos de Gideão não quiseram reinar sobre o povo; um bastardo e mau caráter usurpou o trono e matou todos os seus irmãos, que eram mais dignos que ele.

Jotão, um sobrevivente compôs uma parábola sobre as árvores frutíferas recusarem reinar sobre as outras; “Disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra...” Jz 9;15 O resultado foi juízo, mortandade sobre Abimeleque, o espinheiro, e os que o seguiram. Espinho, no prisma figurativo, sempre lhes significava lapso de caráter, méritos, probidade, dignidade. Bem sabiam, pois, o sentido da alegoria de Jeremias.

De igual modo, nós, os da Nova Aliança em Jesus Cristo, também não devemos ter espinhos onde deveria ser lavoura. Infelizmente os cuidados do mundo e as seduções das riquezas têm feito estragos onde, não lhes deveria haver espaços.

Paulo advertiu: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;8 a 10

O desejo por aplausos, a subserviência à ditadura do “politicamente correto”, nome marqueteiro, com o qual, os ímpios pretendem canonizar suas preferências, também está emporcalhando lugares que deveriam ser santos.

A vaia do mundo é o elogio dos que seguem fiéis ao Eterno; é uma confirmação, inda que oblíqua, que estamos no caminho certo, probos diante de Deus. Todavia, nem todos conseguem ver assim, e perdem-se garimpando ouro de tolos.

O Salvador ensinou: “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Uma perguntinha básica que Pedro fez aos do Sinédrio que o queria tolher, deveria ser fita também por nós, aos que nos assediam com o mesmo objetivo: “... Julgai se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós, que a Deus;” Atos 4;19

A pressão será cada vez mais, à medida que a impiedade recrudesce, o temor se perde nas brumas do mundanismo, a aversão À Palavra de Deus ganha mais corpo.

A tendência, onde a probidade segue sendo vivida, é que o distanciamento aumente, entre os que servem a Deus e os que não. Os perversos do mundo se esmeram em cunhar seus rótulos depreciativos, “fundamentalismo, radicalismo, discurso de ódio”, para usar contra nós, como se, no intento de provar o contrário traíssemos a Deus, reféns dos seus cuidados. Só que não.

Chega um ponto em que cada um amalgamou-se de tal forma às suas escolhas, que a mudança se faz quase impossível.

Nesse caso, que cada um reitere seus valores, confirme suas escolhas; “Quem é injusto, seja injusto ainda; quem é sujo, seja sujo ainda; quem é justo, seja justificado ainda; quem é santo, seja santificado ainda. Eis que cedo venho, e Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apoc 22;11 e 12

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