sábado, 25 de maio de 2024

O pó e a Rocha



“Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até nossos inimigos, juízes disto.” Dt 32;31

“Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2

“Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha;” Mat 7;24

Sempre “Rocha” como metáfora para Deus, Sua Imutabilidade, e a fidelidade dos Seus preceitos. Em Deus, “... não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1;17

A Epístola aos Hebreus pontua: “Jesus Cristo É o Mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8

Por outro lado, embora tenha sido criado à Imagem e Semelhança do Eterno, o que implica, ser capaz de preservar os valores imutáveis, essa capacidade foi sendo diluída ao curso do tempo, de modo que, o homem de hoje tornou-se um simulacro distante, do ser, que, um dia foi criado.

Para Nabucodonosor, em seu célebre sonho, o homem foi figurado numa estátua que, ao longo dos anos “progredia” do ouro à prata, da prata ao bronze; desse ao ferro; finalmente, ferro mesclado ao barro. Assim, num “darwinismo” ao avesso, o homem cresce para baixo.

O sentimentalismo doentio, no qual o ser humano muda, a cada nova circunstância, seja ditosa, seja adversa, deu azo a apreços como o do filósofo Ortega Y Gasset: “O homem, é o homem e suas circunstâncias.” Algo que muda, quando as coisas ao redor, mudam.

Embora haja muito de verdade no dito do pensador espanhol, o propósito Divino é que nos mantenhamos firmes Nele, a despeito do que acontece; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Davi versou sobre as qualidades necessárias do cidadão dos Céus: “... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4

Alguém figurou a celeridade com que as coisas mudam no sistema atual, chamando-o de “mundo líquido.” Todo líquido tende a correr para os lugares mais baixos, nada de auspicioso tem surgido nas velozes mudanças humanas; antes, no prisma dos valores, todas têm se mostrado deletérias.

Quando alguém mais escrupuloso protesta contra uma mudança dessas, que abdica de valores antigos, alguns incautos observam: “Os tempos são outros.” Os tempos seguem como sempre; os dias têm 24 horas; as semanas, sete dias; os anos, 365... os humanos são outros, muito piores que os de antanho.

Nos dias de Jeremias, o profeta já foi chamado a falar com alguns que andavam “adiante do seu tempo”: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Mesmo para muitos que se declaram cristãos, a imutabilidade Divina, e a fidelidade da Sua Palavra, não bastam. Invés de descansarem naquilo que está escrito, como algo sólido que no devido tempo se cumprirá, muitos saem em busca de “profetas” que “revelam” particularmente que “Deus tem para eles”.

Bem sei que Deus É Vivo e atuante; segue falando quando lhe apraz; não se trata de ser refratário aos dons do Espírito Santo, pois; mas, de ser cauteloso com particularismos doentios, de gente que não se firma no perene, saindo em busca de algo espúrio.

Em geral, esse “novo” visa saciar ao velho hábito de querer ser agradado invés de ensinado, corrigido. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

A comichão por mudanças, chegou a tais “alturas” que muitos já falam abertamente em reescrever À Palavra de Deus; editá-la “atualizando-a” uma vez que estaria defasada em face ao mundo moderno. Vulgarmente se chama, “o poste mijar no cachorro”, a imperfeição querendo mudar o que não carece, recusando-se a ser corrigida.

Como o homem moderno tem aversão à Palavra de Deus, e uma sede interna denuncia que, foi criado com um vazio que só Deus preencheria, avesso a “pagar o preço” renunciando prazeres rasos, pretende “converter” Deus, de modo que Sua Palavra, diga que ele deseja ouvir. O pó pretendendo alterar a Rocha.

Sabedor que o homem sozinho não pode “voltar para casa”, aos que ouvem a Cristo, O Salvador, Ele “empodera”, de modo a que vençam tendências mundanas, nas quais sempre viveram, e possam, doravante, agir como Filhos de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

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