quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Festa nos Céus, ou, na Terra

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e, perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?” Luc 15;4

A conhecida parábola da ovelha perdida; analisemos seu contexto imediato. O Senhor assentara-se à mesa com publicanos e fora criticado por isso pelos religiosos; “Os fariseus e os escribas murmuravam dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.” V 2

Então, O Salvador contou uma sequência de parábolas, ovelha e dracma perdidas e o filho pródigo. Isso visto de modo superficial pode parecer que Jesus aprovava a postura dos religiosos que seriam as 99 ovelhas, ou, as nove dracmas que não se perderam; e, os publicanos e demais pecadores, os perdidos que estavam sendo buscados; será?

Há duas coisas a considerar aqui; Jesus não estava avaliando a espiritualidade dos religiosos, mas, defendendo a necessidade de Sua ação de buscar aos perdidos. E, ao passar por alto sobre a hipocrisia deles como se fossem justos encerrava certa ironia, pois, se o fossem deveras estariam eles buscando perdidos, invés, de se suporem acima.

A Parábola do pródigo apresentou o irmão caseiro com ciúmes porque o pai festejou a volta do perdido; isso sim, os identificava; pois, estavam enciumados pelo fato de O Senhor ajudar aos fracos invés de compactuar com a encenação frívola deles.

Desse modo Cristo lhes fez ver que, mesmo se fossem justos como pretendiam, suas razões e críticas não faziam sentido; eram fruto de ciúme vazio. E, as razões do Senhor iam muito além de formalidades religiosas banais; atinavam ao propósito celeste, pois, “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam arrependimento.” V 7


Eis uma coisa que todo obreiro deveria aprender! Dirigir seus passos e ações focando na repercussão nos Céus, não, no aplauso da Terra. Spurgeon dizia: “Preocupe-se mais com a pessoa para quem olhas quando pregas, que, com o seu modo de olhar.” De outra forma: Seja empático, amoroso, invés de performático espetaculoso. A repercussão nos Céus é que conta.

Os filósofos usavam esse critério salutar de discutir um assunto de cada vez, sem embaralhar a discussão; e a “bola da vez” era a correção ou não, do Salvador se misturar com pecadores. O Senhor os demoveu com ensinos de uma lógica comum, de fácil compreensão e coroou seu argumento com algo que eles pareciam desconhecer; a reação celeste.

Porém, quando se propôs a falar dos religiosos especificamente, não “dourou a pílula”, antes, os expôs como de fato eram. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois, sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas, interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, interiormente estais cheios de hipocrisia e iniquidade.” Mat 23;27 e 28

Salta aos olhos o contraste entre o justo e os hipócritas: Enquanto aquele fazia o necessário, mesmo em ambientes malsãos buscando a aprovação celeste, esses faziam toda uma encenação fajuta, vazia em busca da aprovação humana.

Embora tenha sido um fato histórico, é também um tipo profético dos ministros atuais. Uma minoria leal ainda se ocupa com pecadores visando a “festa nos céus”; a ampla maioria é a dos “tolerantes, inclusivos, liberais” que, em busca do aplauso de um mundo apodrecido em pecados, coloca em realce o amor de Deus e profana Sua Justiça; acomodando nas congregações toda sorte de posturas abomináveis; jamais ensejam uma festa celeste, mas, a Terra os festeja como modernos, racionais, amorosos...

De ministros assim O Senhor falou também: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Enfim, quem pretende uma igreja inclusiva, tolerante com práticas pecaminosas não tem a menor ideia do que é de fato, a Igreja de Cristo. “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente.” Tt 2;11 e 12

Como vimos, a Graça Salvadora veio para todos; trouxe seu ensino que demanda dos discípulos renúncia a toda sorte de impiedade, vida sóbria e justa; senão, nada feito.

Pessoas que querem ser membros do Corpo de Cristo sem abandonar suas práticas pecaminosas sonham com duas vidas concomitantes; essa, e a eterna. Devemos renunciar uma se desejamos outra. Senão, tiremos o máximo proveito do pecado até a perdição final, pois, é só o que teremos.

“Todos nós nascemos loucos. Alguns permanecem.” Samuel Beckett

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Entendimento, a luz que falta

“Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação e as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1;18

Muito se fala nos olhos da fé inspirado no texto que diz que Moisés trocou a glória do Egito pela peregrinação no ermo, pois, “ficou firme como se, vendo o invisível.”

Entretanto, escrevendo aos cristãos de Éfeso Paulo disse que orava para que se lhes abrissem os olhos do entendimento. Há diferença entre esse e conhecimento; o entendimento vem antes, e, vertido em um modo de andar vai forjando o conhecimento de Deus.

Tendemos a superficializar o conhecimento, como se fosse mera propriedade intelectual, quiçá, visual.
Por exemplo: Viajando passei por determinada cidade, e falando com alguém, quando a mesma é citada digo: Conheço, já estive lá. Não senhores; conhecer é bem mais profundo que isso.

Vulgarmente citamos: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”; como se isso fosse um conjunto de informações estritamente. Ter meras informações equivale a passar pela cidade da Verdade, sem conhecer. É preciso moldar o viver pelo que sabemos acerca da Vontade Divina; “...minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se, alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma conhecerá se ela é de Deus, ou, se eu falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Entender é como ter a receita, conhecer vem de praticar, tomar o remédio. Fazendo isso nos exercitamos na experiência, tanto de, como andar, quanto, as consequências de sermos do Senhor. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Pois, o conhecimento da verdade dado como possível derivaria, justo, da permanência na Palavra de Cristo; “...Se vós permanecerdes nas minhas palavras, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” Jo 8;31 e 32

Dizemos que para conhecer alguém carecemos comer um kilo de sal juntos primeiro; isso requer tempo, convívio em situações favoráveis e adversas para vermos como porta-se em cada uma.

Para conhecermos ao Senhor precisamos igualmente passar com Ele pelas boas e más situações; não que haja Nele mudança ou, sombra de variação, mas, veremos nisso a verdade sobre nós, a essência da fé que professamos; se, há mudança em nosso crer; se a fé é oca ou maciça; noutras palavras: Se nossa casa está fundada na areia, ou, na rocha.

“Sei estar abatido, também, ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;12 e 13

Entendimento é a vida cristã em seu aspecto teórico, os primeiros passos que demandam ensino; por exemplo: O Eunuco etíope lia o profeta Isaías quando Filipe o encontrou e indagou: “Entendes tu o que lês?” Ao que respondeu: “Como entenderei se alguém não me ensinar”? Entendendo o que estava em jogo desejou, foi batizado e passou a conhecer Cristo em sua vida.

A salvação tem dois passos derivados do intelecto e um da vontade; saber, entender e desejar. Sem esse último os dois primeiros se perdem; só com o último seremos meros fanáticos religiosos que ignoram em quê, creem.

Pedro disse que podemos mais: “...estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” I Ped 3;15

Para desejarmos algo carecemos antes identificar seu valor, senão, passaremos alheios. “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se, como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus.” Prov 2;3 a 5

Assim, embora indispensável, o entendimento é um bem teórico; mas é ele que nos dá ingresso ao conhecimento que é prático. “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, nele não está a verdade.” I Jo 2;4
Em suma, a Palavra de Deus é a “Lâmpada para os pés e a luz para o caminho;” entendimento, a capacidade de ler as placas que orientam a caminhada; o conhecimento de Verdade, de Deus, deriva de com Ele caminharmos em comunhão e submissão.

Infelizmente, quando ora, a maioria, invés de, como Salomão buscar sabedoria para servir, busca bens para servir-se.

Quem devaneia que O Eterno pagou tão alto preço para nos dar prazer, invés, de vida, ainda está com os olhos do entendimento vendados.

“Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A "Arte Moderna" e o Príncipe Oculto

“Mefibosete, filho de Saul desceu encontrar-se com o rei; não tinha lavado os pés, feito a barba, nem lavado suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz.” II Sam 19;24

Embora, do ponto-de-vista higiênico seja questionável a atitude do filho de Saul, no prisma da lealdade com o rei foi um gesto nobre. Sabendo que seu pai o odiava, pois, várias vezes tentara matar Davi; invés de ter se tornado herdeiro da inimizade, na hora de dificuldade do rei, quando poderia ter tripudiado se mostrou triste, solidário.

Contudo, vivemos dias nos quais sequer respeita-se o direito de quem pensa diferente; empatia com a dor alheia então, chega a ser um “albinismo” moral; difícil de encontrar.

Os mantras da tolerância e diversidade são exaustivamente repetidos por aqueles que não suportam a presença, muito menos, a opinião de quem diverge.

De um lado os ditos conservadores que toleram o convívio pacífico com os que se opõem, concedem direitos iguais aos que atuam de modo frontalmente avesso aos seus valores; mesmo sendo ampla maioria e podendo se impor, se quisessem, concedem direitos como a união homo-afetiva, por exemplo.

De outro lado, os de esquerda; esses são os que mais tocam na teclas da tolerância e diversidade; mas, não toleram que sejamos cristãos, tenhamos nossos valores e desejemos ainda os moldes da família tradicional.

Seu projeto de vida é a “Desconstrução dos padrões hetero-normativos da família;" apresentado como Programa de Governo pela Dilma. Então, para eles, tolerância, inclusão, diversidade; para os outros, achincalhe, afronta, destruição, mesmo sendo minoria fazem muito barulho. 

Cometem sacrilégios contra a fé alheia; promovem incentivo ao homossexualismo e à pedofilia como na exposição do Santander; e, a pretexto de “Arte Moderna” obscenidades maiores como a ciranda do peladão do MAM de mãos dadas com crianças.

Assim, deixam patente que seu engajamento não é pelos seus direitos; a constituição já resguarda; mas, contra os nossos, que a mesma Carta também contempla.

Já há uma trupe de artistas canhotos apoiando a nojeira com o velho bordão da censura como se isso fosse o maior dos pecados. É duro entender como os agricultores matam ervas daninhas com pesticidas impedindo a “liberdade de expressão” das mesmas. Abaixo à censura!

Cultura deriva de cultivar algo; quando o fazemos miramos certo alvo, fim; a colheita. “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Qual seria a colheita de um “plantio” assim, senão, o estímulo à pedofilia, prostituição, destruição da família? Mas, para esses bravos libertários somos nós que devemos nos envergonhar por usarmos ainda os “pesticidas” do pudor, decência, recato...

Todos os gays devem suas vidas a uma relação heterossexual; nenhum nasceu em tubo de ensaio; contudo, odeiam a fonte da qual verteram; tudo fazem para escandalizar, ofender, perverter, sem deixar de falar sempre em tolerância, claro!

Está mais que na hora da sociedade lhes cortar as asas; nossa omissão, o “silêncio dos bons” como definiu Luther King, tem sido o adubo que fomenta o crescimento da devassidão dessa gente que desconhece valores e limites.

Mesmo discordando de seu comportamento, não há nenhum movimento de “direita” visando a “desconstrução” do homossexualismo. Se nossa fé em seus códigos desaprova seu agir ensinamos isso por amor às almas, sem nada impor, todavia.

Porém, o mero desbloqueio de uma restrição burra aos psicólogos que gente mal intencionada chamou de “Cura Gay” já bastou para uma tsunami de protestos dos gayzistas.

Se for para virar gay, por seus padrões uma criança pode decidir mudar de sexo com custeio público da cirurgia; agora alguém, eventualmente desconfortável, não poderia nem falar disso com um psicólogo; eis a “igualdade” que esposam!

Embora em seu ódio não identifiquem que são meras marionetes de Satanás, pois, a destruição do cristianismo e seus valores é “Programa de Governo” dele; sua postura em parte os iguala a Mefibosete que vimos no princípio; a diferença é que aquele atuou com nobreza; esses o fazem com vileza.

O Filho de Saul ficou sujo, temporariamente, por solidariedade, identificação com a angústia do rei; esses se portam de modo sujo indefinidamente sem saber que manipulados por um indigno rei. Se, conseguirem seu intento de destruir famílias e valores chegarão onde? Qual é sua “Luz no fim do túnel”?

O ódio não precisa alvos, se basta. Urge que todo país se mobilize, reaja a tais abusos, pois, essa gente precisa ser restrita ao seu espaço.

Escolheram o soberano errado, e, como disseram certos ímpios do Rei dos Reis, dizemos do Príncipe do mundo: “Não queremos que esse reine sobre nós.”

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Felicidade Camuflada

“Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.” Fp 4;11

Cheias estão as redes sociais de receitas de felicidade; ser feliz é isso, aquilo, aquilo outro, etc.

Nada há de errado em tentarmos ser felizes. Entretanto, embora seja, antes de tudo, uma plenitude emocional, a felicidade receitada pela Palavra de Deus parece usar na receita do doce, ervas amargas.

Se olharmos o Sermão do monte veremos uma série de versos começando com, bem-aventurados; que se pode traduzir por felizes. Porém, depois de chamar assim aos sujeitos, anexa predicados que, num olhar superficial nada têm a ver com felicidade. Pobres de espírito, os que choram, caluniados, perseguidos, famintos e sedentos de justiça, etc.

Felicidade em nosso conceito e no Divino parece vestir-se com roupas diferentes; se,pra nós desfila vistosa e colorida como um arco íris, na Divina usa vestes sóbrias, às vezes escuras; parece fomentar mais a dor que outro sentimento.

Será que O Eterno não entende direito do assunto? Ou, somos nós que tropeçamos na pedra da ignorância e caímos na ribanceira do engano?

Uma coisa com a qual lidamos mal é com o tempo. Sabedor disso Pedro aconselha: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” I Ped 5;6 e 7

Embora nos pareça penoso o tempo, quando as circunstâncias são adversas, se, estamos marchando no rumo tencionado pelo Pai, para Ele somos felizes, não no aspecto do que, ora, sentimos; antes, no fruto porvir da escolha feita.

Às vezes dizemos: “Fulano foi muito feliz nas suas palavras”; não pretendemos com isso aludir a um sentimento; mas, correção, acerto. Assim, nossas escolhas podem ser felizes, sem que o sejamos, estritamente. Somos chamados bem-aventurados e desafiados a tomar uma cruz. Eis o disfarce da felicidade!

A plena será uma colheita e estamos ainda na época do plantio. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Vida eterna, esse é o ponto. Se, da nossa perspectiva setenta ou oitenta anos é o tempo que temos para ser felizes, da Divina é o tempo para comprarmos o ingresso apenas; “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27

O Salvador chamou cansados e oprimidos; desafiou-os a tomarem Seu jugo, aprenderem Dele, para encontrarem descanso para as almas, não, felicidade. Essa reservou para o porvir; “serão consolados, alcançarão misericórdia, verão a Deus...”

João teve pequena amostra: “Ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois, com eles habitará; eles serão o seu povo, o mesmo Deus estará com eles, e será seu Deus. E limpará de seus olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, pranto, clamor, nem dor; porque as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;3 e 4

A colheita de quem semeou renúncias por amor a Deus e Sua Palavra; felicidade eterna. “Então, - diz Malaquias – vereis a diferença entre o que serve a Deus e o que não serve”. O contexto atina ao juízo dos ímpios e o livramento dos justos; mas, depois do livramento, as venturas citadas.

Então, apesar das adversidades serem dolorosas, a única coisa que ameaça a felicidade futura é o pecado; esse erra o caminho para a Cidade Eterna. Geralmente nasce da pressa de sermos felizes eventualmente, onde estragamos a felicidade perene.

Ciente disso que Paulo asseverou: “Aprendi a me contentar com o que tenho...” Ou seja: Mesmo que sejam necessárias privações, de bens, saúde, liberdade, justiça, ainda assim, prosseguir firmes olhando para o alvo. Como se diz de Moisés que seguiu firme como se, vendo o invisível.

Quando diz: “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito.” Rom 8;28 Mais que um benefício das coisas em si, mira acoroçoar nossa perseverança, pois, mesmo óbices que atrapalham, ajudam, no sentido de forjar a têmpera espiritual necessária para batalhas maiores.

Assim, podemos desde já ser felizes em nossas escolhas; devemos aprender a nos contentar com o que temos; perseverar no caminho estreito, pois, felicidade plena é logo ali. Quando Cristo bate à nossa porta traz um desafio para valentes, cujo prêmio aos vencedores é a felicidade. O que te impede de abrir a porta?

domingo, 1 de outubro de 2017

Intervenção militar, o "mal" Necessário

“Saíram ver o que tinha acontecido e vieram ter com Jesus. Acharam então o homem, de quem haviam saído os demônios, vestido, em seu juízo, assentado aos pés de Jesus e temeram.” Luc 8;35

Duas mudanças imediatas na postura do que fora possuído por uma legião de demônios; voltou seu pudor, estava vestido, também, seu juízo, lucidez.

Assim, não é forçada a conclusão que, estimular a nudez, a pornografia, promover toda sorte de insanidades é obra dos demônios. Eufemismos como “arte moderna” não passam de um rescaldo pobre e ineficaz ao estrago da fogueira da devassidão.

Pessoas ímpias são por eles manipuladas, levadas a crer que estão lutando pela implantação de uma ideologia política, quando, não passam de fantoches do diabo, cujo fim é chocar agredir, escandalizar símbolos e valores caros aos cristãos. A simples predileção por esses alvos já lhes deveria ser reveladora sobre quem é seu comandante; mas, o ódio cega demais, para isso.

Não se satisfazem com o direito de viver a sua maneira; odeiam o fato da imensa maioria viver por outros valores, comportamentos. Estivessem em países islâmicos, por exemplo, e, todo seu valente ativismo engajado estaria debaixo da cama, fariam secretamente suas devassidões para preservação da vida; como aqui gozam plena liberdade não se satisfazem; precisam “causar” escandalizar, “desconstruir”.

Hegel defendia que a história se faz através de certa “dialética social”, ou seja: Em dada época a sociedade em seus valores, comportamento econômico, filosófico, cultural tendia demais para certo lado; após um período surgia uma reação inversa inclinando-se para o lado oposto; por fim, um terceiro período que seria a síntese do “diálogo” equilibrando um pouco as coisas.

Pois bem, tivemos 21 anos de intervenção militar, disciplina rígida, censura; castração de certas liberdades; embora tenha sido um contragolpe ao comunismo que se assanhava ficou conhecido como “golpe militar”; encerrado esse período, coisa feita em moldes pacíficos, o que por si só desfaz a falácia que era ditadura, tivemos então a sonhada democracia que, invés do salutar equilíbrio entre deveres e direitos descambou para um porre de liberdade, irreverência, desrespeito a toda sorte de instituições e autoridades; no âmbito político, a farra dos desmandos, da corrupção.

Assim, seu Brasil que andara muito sisudo nos dias de intervenção militar, passou a claudicar bêbado, no seu porre de liberdade. Como diz certo adágio, “Cofre de bêbado não tem dono”, a galera indecente se esbaldou.

Porém, a coisa foi longe demais, a turma da devassidão desconhece limites. Se, dentro da perspectiva hegeliana estivermos indo para uma síntese, estão, devemos esperar um período saudável, de equilíbrio entre direitos e deveres, disciplina e respeito sem violência; liberdade, sem violação. Será?

A revolta é tanta nas pessoas de bem que desejam até, que, invés de um meio termo, tenhamos, mesmo, um movimento pendular; que haja nova intervenção militar o império da lei, da ordem, disciplina.

Alguém poderia argumentar que essas coisas podemos obter sem carecer intervenção. É mesmo? Com o atual estágio dos três poderes, seu nível de contaminação, digo, esperar devida reforma política e sistêmica, seria fantasiar em fazer uma omelete com ovos podres. Acho que carecemos mesmo, de uma intervenção pelo tempo mínimo para reformar a coisa, punir ladrões e refazer a nação resgatando valores morais e cívicos abandonados.

Do ponto de vista da igreja cristã temos muita culpa sim. Se do lado de lá fazem de tudo para nos ridicularizar, desprezam, em grande parte damos razão para isso, permitido a proliferação de toda sorte de heresias, ladroagem perpetrada por salafrários disfarçados de servos de Cristo. Uma geração imbecilizada, incapaz de pensar, capada em seu senso crítico é presa fácil de cretinos de baixa estatura moral.

Somos, em grande parte, o que O Salvador denunciou que não deveríamos ser; sal degenerado que não serve mais para salgar, só para ser pisado pelos homens. O demônio está avançando sobre coisas que nos são caras porque em nossas más inclinações restringimos o avanço de Cristo.

Os aspectos, espiritual e o político, não são excludentes; ambos carecem higidez para serem sustentáculos de uma nação saudável. Na omissão dos homens de bem os maus subiram na mesa; precisamos quebrar as pernas dela e fazer uma nova.

Quando pensamos estar no fundo do poço, de onde só se pode mover para cima, nos vemos a afundar inda mais; Não satisfeitos com a falência econômica precisamos a promoção da falência moral.

Mas, felizmente, nem todos faliram; há ainda os que se armam de decência, valores, pudor, probidade, ética... como na convocação para a tomada de Jericó, precisamos que esses tomem a dianteira para sairmos da deriva; “Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Jos 6;7

sábado, 30 de setembro de 2017

Os salvos e o dia da ira

“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” Rom 5;9

A diferença entre justificação e salvação; embora essa seja consequência daquela, (seremos salvos porque fomos justificados) ocorrem em tempos distintos. Justificação é sermos declarados justos perante Deus; isso se dá na conversão, quando, a Justiça de Cristo é imputada a nós; nossos muitos pecados são removidos e passamos à honrosa condição de filhos de Deus.

Embora o renascido tenha “genes” de salvo, não é ainda, no sentido pleno, pois, a salvação se manifestará plenamente no dia da Ira, quando O Santo decidir separar o joio do trigo. “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;17 e 18

“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados seremos salvos pela sua vida.” Rom 5;10

“Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio...” esse “voltar” não significa retornar a uma condição pretérita, antes, voltar o olhar e ver o juízo dos ímpios. Se, por ocasião do juízo de Sodoma e Gomorra a ordem para Ló e família foi que não olhassem para trás, antes, fugissem depressa, agora, O Senhor permite que os salvos olhem pro juízo para melhor avaliarem a grandeza do que lhes foi dado.

Se, para contemplar o cenário preciso olhar para trás, necessariamente trata-se de um lugar do qual já saí. Senão, estarei no meio dele, para qualquer lugar que eu olhar terei a perspectiva da Ira, inclusive, sobre mim. Assim como há distinção entre justificação e salvação, há outra enorme entre ver o juízo e dele participar.

Alguns nos questionam: “Como podes ter certeza de salvação”? Para tais, chega a ser presunção, dado que, somos pecadores. Contudo, para quem conhece ao Salvador a pergunta seria outra: Como poderia ter dúvidas? Se, mesmo falhando, eventualmente, o pecado nos desconforta como antes não fazia; não mais vivemos em servidão a ele; fomos libertos do medo da morte; a paz de Cristo acalma nossas consciências...

Embora a salvação traga consequências externas é antes de tudo, de foro íntimo; quem é salvo sabe e porta-se de modo que outros possam saber também; “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos; não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I João 1;6 e 7

Uma vez purificados somos capacitados a agir de modo que agrade a Deus e testifique aos homens; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10 “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;14 a 16

O fato de o mundo ver nossa luz não significa que se sentirá iluminado, que vai gostar, nos aplaudir. Antes, quanto mais perto estivermos de Cristo, mais nos aproximaremos da rejeição que Ele sofreu.

Ele denunciou que a Luz veio, mas, os homens amaram mais as trevas para permanecer da maldade; assim, um cristão em cuja presença e ensinos o mundo sente-se confortável é uma fraude. Um hipócrita buscando justificação humana porque não tem a de Cristo. Quem já possui a “Pérola de grande valor” não gasta tempo nem esforços atrás de bijuterias.

Se, o mundo incomoda-se com a luz do salvo, também esse está no “estrangeiro”, desconfortável, aflito com tanta sujeira, inversão de valores, como Ló em Sodoma. “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Assim, um aspecto mais que identifica um salvo é que não sente-se em casa na sujeira, pois, foi feito ovelha, não, porco.

Em suma, salvação demanda justificação, porque Deus ama a justiça e odeia o pecado. Como nossas “justiças” não passam de obras mortas, urge que recebamos a de Cristo; “Vinde a mim... tomai meu jugo... aprendei de mim...” Disse. 

De uma resposta favorável a esse convite depende se seremos expectadores ou protagonistas no dia da ira. Escapa por tua vida!!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Marxismo Cultural x Fé

“Que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chamou ao Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas, de vivos; porque para ele vivem todos.” Luc 20;37 e 38

Os oponentes de Jesus tiveram que reconhecer que era um argumento imbatível; pleno de lógica. Se, muito após Abraão Isaque e Jacó terem morrido, O Eterno apresentou-se como sendo O Deus deles, de duas uma: Ou, era Deus de mortos, ou, havia mesmo ressurreição e aqueles estavam vivos. Desse modo, curvaram-se à força do argumento. “Respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem.” V 39

Bons tempos aqueles em que a honestidade intelectual fazia concessões aos oponentes em nome de um bem maior que o triunfo no debate, a busca pela verdade. Para filósofos, mormente, Aristóteles, mas, desde os dias de Sócrates, um argumento seria válido se não fosse contraditório, fizesse sentido, tivesse lógica.

Logos é uma expressão grega que significa palavra, verbo, sentido. Assim, quando certa afirmação soa sem sentido, sem logos, diz-se que não tem lógica, sendo, portanto, indigna de um pleito filosófico.

Nessa raia, pois, a filosofia grega e a moral cristã andam de mãos dadas.

Acontece que, em nossos dias, a Lógica já não é tão lógica assim. Para esquerdistas propagadores de “Revolução Gramsciana”, o marxismo cultural, essas coisas, Deus, família, verdade, lógica, são valores burgueses, ferramentas de dominação de um “sistema opressor” e devem ser combatidas. Enquanto essa superestrutura não for minada e o povo imbecilizado por completo, jamais será manipulado o suficiente para fazer a sonhada revolução.

Em nossa ingenuidade honesta de pensar que trilho e trem têm algo em comum, digo, de tentarmos argumentar com um deles com nossa lógica aristotélica, sempre nos damos mal. Para eles, o trem pode ser anfíbio, andar pelos campos, voar...

Sua propaganda os faz defensores dos pobres, progressistas, oponentes dos ricos, etc. Na prática, aliam-se a banqueiros, empreiteiras, empresários; a única coisa que combatem deveras, são os valores da ética e da moral cristãs. Seu papel é destruir, rebatizado de desconstruir.

Ora, se colocam como defensores dos homossexuais, ok; depois, tecem louvores a Che Guevara que os fuzilava. Aí, a gente que é refém da lógica pensa: Afinal, são a favor ou contra os gays? Depois, criam a “Lei da Palmada” para proteger crianças da “violência dos pais”, então tá. Em seguida, promovem exposições de “Arte” pornográfica para infantes, onde até, apalparem genitálias adultas as crianças são ensinadas; nosso senso lógico dá outro nó; eles querem proteger ou, perverter às crianças?

Mais; são contra a redução da maioridade penal, um assassino de 17 anos ainda é mal formado psicologicamente para responder por seus atos; em seguida defendem que uma criança de doze, ou menos, pode decidir sozinha sobre eventual cirurgia de mudança de sexo; de novo, nossa lógica embaralha: como uma criança de doze está madura e um jovem de dezessete está “verde”?

Acontece que, do ponto de vista deles estão sendo muito lógicos. Eles estão em guerra contra nossos valores e os querem destruir; destruição não demanda regras. Por exemplo, se quero matar uma cobra, tanto faz se uso um facão, um porrete, uma pedra, um osso... qualquer coisa serve desde que mate. Assim, como não acreditam em valores como, verdade, Deus, Família, coerência, lógica, etc. qualquer tipo de argumento serve, por contraditório que seja.

Se, faz mal para nós cristãos, então é bom para “La revolución”.

Aliás tem muita gente que se diz esquerdista e cristão ao mesmo tempo, sem perceber que está no meio de coisas excludentes. Ou, é mau cristão e não peleja deveras pelo que diz acreditar, ou, mau esquerdista fazendo essas “concessões burguesas” de, verdade e fé.

Gente sincera que olha a coisa apenas em seu quintal; conhece pessoas de esquerda em quem vota e defende-as; mas, nem percebe que num escopo maior está em jogo algo que se levado a efeito como pretendem, se voltará contra ela.

Esquerda não é uma opção política, é uma escolha moral; não aceita o jogo democrático, o poder deve ser, necessariamente, deles. Para eles pouco importa que a população venezuelana esteja sendo assassinada, passando fome; quem manda lá é um “companheiro”, portanto, “está certo”.

Não estou dizendo que todos os esquerdistas são desonestos; mas, muitos são mal informados sobre os alvos de seus líderes.

Nem advogo que todos os auto-proclamados cristãos o sejam de fato; mas, quem deseja ser um, deveras, comece acordando para o discernimento de estar sendo atacado, e defenda-se com as armas da justiça e da verdade; pare de ser indolente como se estivesse morto, pois, como vimos acima, Deus não é Deus de mortos.