“... que é a vossa vida?” Tg 4;14
Tiago está desaconselhando a temeridade de “dispormos” do amanhã como se ele, necessariamente, nos pertencesse. Não sabeis o que acontecerá amanhã. Que é a vossa vida? subentendendo que nem da posse dela poderemos estar seguros, muito menos, de coisas que projetarmos sem considerar o Divino querer.
O que é a nossa vida? Antes de mais nada, não é nossa, embora tenhamos a mordomia sobre ela. O Senhor ensina: “... Meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50;12 Uma vez que fazemos parte disso, pois, necessária a conclusão que pertencemos a Ele. Servindo-o, ou não.
Deixando a questão da posse, da vida, o que ela é? Paulo disse que Deus, “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos, já dantes ordenados, e os limites da sua habitação, para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27
O Eterno não ordenaria que buscássemos o que já possuímos. Se carecemos buscá-lo, certamente é porque necessitamos, porque Nele é nosso lugar. Somos extensão da Divina Criação, desdobramento, por assim dizer; mas, o homem, em dias pretéritos, por alguma razão se apartou do Criador, ao qual, deve buscar outra vez, para encontrar o sentido da vida.
Davi descreveu em linguagem poética, o que a distância do Eterno faz, em almas sensíveis; “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por Ti, ó Deus; minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" Sal 42;1 e 2 Se, ele sabia que carecia entrar, para ver à Face Divina, óbvio que ele estava de fora.
Jesus Cristo ensinou: “Eu Sou a porta; se alguém entrar por Mim, salvar-se-á; entrará e sairá, e achará pastagens.” Jo 10;9 Embora pareça contraditório, tanto, Jesus É a Porta, quanto, bate às portas dos nossos corações, buscando aos que deseja salvar. Ele É a Porta, porque não outra forma de se chegar a Deus; bate às nossas, porque nos ama e anela regenerar.
Então, se nossas vidas são nossas, no sentido que nos foi permitido geri-las, não o são no sentido da posse, de dispormos delas como nos aprouver, tirar nossa própria ou a de outrem; nem, de termos a última palavra sobre as escolhas meritórias ou não. “Eu sei ó Senhor, que não é do homem seu caminho, nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23
Não que não seja possível, o homem fazer escolhas erradas contra O Divino querer; a maioria faz assim, infelizmente. Apenas não é possível que essas escolhas tenham um final ditoso, abençoado. “O caminho dos ímpios é como a escuridão, nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19
Pois, nossa orientação meramente pelas vistas tem grandes chances de nos induzir ao engano. “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12 Aquele que É Onisciente, e anuncia o fim desde o princípio, não é vencido pelas aparências.
O profeta Jeremias nos apresentou a sentença contra a pretensa autonomia humana; “Assim diz O Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, aparta seu coração do Senhor.” Jr 17;5
Não apenas nossa limitação ao âmbito das vistas nos faz escolher o caminho errado, como tolhe que possamos discernir o que é certo. “Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;6
Embora nossas vidas sejam, inicialmente, alienadas do Senhor, inclinadas ao pecado, pela corrupção de nossas naturezas após a queda, ainda assim, somos amados por Ele que garante: Uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido.
O que é nossa vida? Sem Cristo, uma empresa falida. Ele, porém, faculta o novo nascimento a quem se arrepende e se dispõe a obedecê-lo.
Paulo fez distinção entre a velha natureza, e a nova regenerada, o “homem espiritual;” disse: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não, nossa.” II Cor 4;7
Enfim, nossa vida em si mesma mui pouco vale; pode ser perdida por qualquer desventura; em Deus, é feita uma preciosidade de valor eterno, e certamente será instrumento para bênção de outras tantas.
É algo do qual devemos abrir mão, perder, para ganhar em troca, outra que já não poderá ser perdida. “Quem achar sua vida perdê-la-á; e quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10;39
Nenhum comentário:
Postar um comentário