terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A Onisciência


“O inferno e a perdição estão perante do Senhor; quanto mais, o coração dos filhos dos homens? Prov 15;11

Essa declaração faz lembrar outra; “Para onde me irei do Teu Espírito, ou, para onde fugirei da Tua face?” Sal 139;7

A Bíblia diz mais: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz; mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração; não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes, aos olhos Daquele, com Quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13

Nossos pensamentos e intenções, são atuais; podemos cambiar de uma hora para outra. A Divina Palavra está num texto fixo, que atravessa grande porção de tempo, sem por isso, ficar defasada, sofrer algum anacronismo, perder sua precisão; ela revela fielmente como estão nossos corações, malgrado, tenhamos mudado de posição muitas vezes.

Embora ao olhar do vulgo sejamos vivos, e a Palavra mero livro, uma espécie de volume morto, é exatamente o contrário. Quem se locomove e respira, se, está alienado do Senhor, é só um morto espiritual, na antessala da perdição; ainda pode ser tirado, se der ouvidos ao Evangelho; A Palavra de Deus, apesar de repousar num volume inerte, é “Viva e eficaz.” As questões espirituais não se resolvem no âmbito físico.

A colocação inicial desmonta a pretensão de poder, alguém, se ocultar, ou esconder algo do Senhor. Aquele que vê o inferno e a perdição, não veria nossos corações?

O Salvador denunciou que os homens amaram mais às trevas que à luz; assim, preferem se manter à uma distância “segura” da luz, pensando em suas “reputações.” “Porque todo aquele que faz o mal odeia à luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Esses não almejam alcançar um viver probo; apenas fugir às reprovações.

A privação voluntária da luz, pode, inclusive, “patrocinar” simulacros, de gente que tenta disfarçar seu ódio. Permite que frequentem ambientes onde algumas menções à ela são feitas, desde que, a sua incômoda clareza não esteja presente.

Lugares onde se faz toda uma pantomima sobre a cruz, se encena uma teatralidade “cristã”, se usa O Nome do Santo, a torto e a direito, podem ser frequentados por esses fugitivos disfarçados. Agora, apareça um pregador idôneo, que exponha à Divina Palavra como é, e cause desconforto no ambiente, antes, tão “agradável”; observem se esse “desmancha-prazeres” será convidado outra vez. Não cometerão duas vezes, o mesmo descuido referente à entrada “indevida” da luz.

Fugir dela, pois, não equivale a fugir de ambientas, ditos espirituais, necessariamente. O que causa pavor nos trânsfugas espirituais é a Palavra da Verdade. Desde que alguma falsificação ao gosto do freguês seja apresentada, bastará para que esses incautos enganem a si mesmos.

Mas, se é impossível alguém se furtar à Divina Onisciência, porque tentam se esconder? Porque “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que É A Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Não que esses sejam inocentes, meras vítimas do canhoto; já ofereceram a ele suas incredulidades como cais, para que o tal, aportasse a cegueira que tanto lhe convém.

O fato que Deus pode ver nossos corações, por um lado assusta, dada a sujeira que Ele verá; por outro, deveria tranquilizar, pois, a impossibilidade de escondermos algo Dele, traz anexo, a desnecessidade de tentarmos.

E, eventualmente, quando fizermos algum mal, sem dolo, também não careceremos nos defender; Ele saberá de nossa eventual inocência.

O Santo não requer de nós a perfeição, antes, a honestidade e o arrependimento, quando falhamos. Não somos salvos porque paramos de pecar; mas porque começamos a crer.

Mais um aspecto favorável do Santo ver nossos corações é que Ele mostra nossos descaminhos para nós mesmos, não, para terceiros. Assim, nos dá a oportunidade de lidarmos com o mal no qual incorrermos. Pois, uma das qualidades requeridas do “cidadão dos Céus” é, “Aquele que anda sinceramente, pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração.” Sal 15;2

Tanto vê os males que cometemos, O Senhor, quanto, a sinceridade do nosso arrependimento, quando esse existir; coloquemos, pois, nossos corações aos pés Dele. O homem como Ele criou estava nu e não se envergonhava; perante Ele seguimos nus; se, nossos pecados forem tratados em Cristo, não restará motivo para nos envergonharmos.

Quando, mediante o necessário processo de santificação, Ele lograr nos olhar sem ver máculas, poderá dizer de nós, como disse de Cristo: “Este é o Meu filho amado; Nele está todo o Meu prazer.”

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